quarta-feira, 1 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4122: PAIGC, 1º Congresso, 13-17 Fev 64: Onde fica(va) Cassacá ? Não na Ilha do Como, mas a sul de Cacine (Luís Graça)

Excerto de um infografia, relativa à Operação Tridente. Reproduzida com a devida vénia. In: Carlos de Matos Gomes e Aniceto Afonso: Os Anos da Guerra Colonial, Volumne 5: 1964 - Três teatros de operações.Lisboa Quidnovi. 2009. 17.


1. Os autores, os nossos estimados Carlos Matos Gomes e Aniceto Afonso, colocam, erradamente, a realização do 1º Congresso do PAIGC, em Cassaca, na Ilha do Como, entre S. Nicolau (a sul) e Cachil (a norte) (Vd. bandeirinha vermelha)...

Esta localização está errada: era impossível, ao jovem PAIGC, por razões materiais - logística, segurança, comunicações, etc. - reunir os seus dirigentes e quadros no coração do Como, em pleno auge da Op Tridente... Seria um suicídio!... Já discutimos este ponto, internamente, através de troca de mails - eu, o José Colaço, o Mário Dias, o Santos Oliveira, o Abreu dos Santos...

Acontece que há várias povoações com este topónimo: além de Cassacá (ou Cassaca) na Ilha do Como (vd. carta da Ilha de Caiar), há outra Cassaca na ilha de Pecixe (vd. carta de Caió, ainda não disponível 'on line')) e uma terceira, pelo menos, a sul de Cacine, entre a margem esquerda do Rio Cacine e a fronteira com a Guiné-Conacri, na picada que vai de Cacine a Campeane, entre Cabonepo (a norte) e Campo (a sul) (vd. carta de Cacine).

Agradeço ao José Colaço ter-me chamado a atenção para este erro que vem reproduzido na infografia acima reproduzida, e que me provocou, pelo menos a mim, uma grande confusão... O Congresso do PAIGC, a realizar-se em Cassaca, na Ilha do Como, entre 13 e 17 de Fevereiro de 1964, só poderia ser pura propaganda, para consumo externo, por parte do PAIGC e do seu líder máximo, Amílcar Cabral...

2 comentários:

JC Abreu dos Santos disse...

... que acaba de ver, pela primeira vez, a infografia supra reproduzida. E – de-cor-e-salteado, sem necessidade de recorrer a historiadores nem ir confrontar aquele com qualquer outro "mapa" (antigo ou moderno) –, desde logo se verifica, ter ali sido dadas a público mais umas quantas imprecisões, no caso toponímicas, como sejam: onde está Cachi, deverá estar Cachil; onde está Cachida, deverá estar Cachide; onde está Uncomene, deverá estar Uncomené; onde está Couane, deverá estar Cauane; (e que povoação será aquela "Balanta"?... talvez Catunco-Balanta?).

Cumprimentos,
Abreu dos Santos

Colaço disse...

Obrigado Luís na reposição da verdade ao menos no blogue.
Pois Os Anos da Guerra Colonial Volume 5 o congresso do PAIGC continuará na ilha Do Como mata do Cassaca.
Uma nota:Em Novembro de 2008 no almoço anual de convívio da companhia caçadores 557 em conversa com alguns camaradas abordei este assunto a pôr em evidencia o que se diz e mais grave o que se escreve.
Porque quando um dia os historiadores escreverem a história será sempre a partir de uma fonte.
Resposta do ex-alferes Goulart ó Colaço não é você nem eu que vamos escrever a história da guerra na Guiné, isso é trabalho para as gerações vindouras.
Rematei com a seguinte resposta, Goulart mas se fonte for como o poço do Cachil de facto dá água só que é intragável imprópria para consumo e não é isso que queremos deixar para fonte da história.
Cumprimentos Colaço.