quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Guiné 63/74 - P5173: Agenda Cultural (38): Em Nome da Pátria, de Brandão Ferreira: Hoje, às 18h00, na Academia Militar, em Lisboa




1. Mensagem que nos acaba de ser enviada, com pedido de divulgação, pelo nosso camarada Beja Santos:


Assunto - Chefe-Maior do Exército na apresentação de livro polémico sobre guerra colonial


Promoçáo editorial:

O chefe do Estado-Maior do Exército, General JOSÉ LUÍS PINTO RAMALHO, preside HOJE, às 18h00, na Academia Militar, ao lançamento do livro Em Nome da Pátria, do tenente-coronel [Pilav Ref João José ] Brandão Ferreira.

Na obra, o autor considera vergonhoso que Portugal tenha desistido da Guerra do Ultramar (o autor recusa a expressão guerra colonial) e abandonado África. Conclui que a descolonização «enfraqueceu» o país.

O livro será apresentado pelo professor Adriano Moreira.

Para mais informações contactar:

Marina Ramos

Telf.: 21 0417380
Telemóvel: 935745556

PS - O li vro é editado pela Leya.

A Leya é a empresa holding que integra as editoras Asa, Caderno, Caminho, Casa das Letras, Dom Quixote, Estrela Polar, Gailivro, Livros d'Hoje, Lua de Papel, Ndjira (Moçambique), Nova Gaia, Nzila (Angola), Oceanos, Oficina do Livro, Sebenta, Teorema e Texto.

2 comentários:

Joaquim Mexia Alves disse...

Conheço e posso dizer que sou amigo do Brandão Ferreira.

É um homem de coragem que diz e escreve com frontalidade aquilo em que acredita, e que por isso mesmo já teve alguns "amargos de boca".

Tenho pena de não poder estar hoje com ele e por isso aqui lhe deixo o meu abraço de amizade

António Matos disse...

Este comentário está já inserido num outro post mas achei que não melindraria sensibilidades caso o endossasse a este outro do Beja Santos.
Peço desculpa pela redundância.
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Ainda que esta sempre apaixonante questão de guerra ganha-guerra perdida já tenha sido alvo das opiniões de todos que a quiseram manifestar, a verdade é que, mais ou menos esporadicamente, ela volta à ribalta e presenteia-nos com as habituais cobardias de quem comenta escondido atrás do biombo do anonimato em plena demonstração da falta de hombridade, de verticalidade de respeito por si próprio.
Seja-me permitido também acicatar os ânimos dos que discordam do meu ponto de vista mas direi que há dois momentos absolutamente diferentes nesta discussão que urge chamar a atenção para não estarmos a falar, simultaneamente, de alhos e de bugalhos.
Por um lado, pergunta-se se a guerra estava ou não perdida, ora isso pressupõe uma altura antes da dita guerra acabar.
Por outro lado afirma-se que perdemos a guerra e isso dá a guerra já como terminada.
Se quanto ao primeiro ponto sou de opinião que a guerra não estava perdida, já no segundo reconheço que Portugal é que cedeu e aí, a haver a necessária contabilidade, admito que a perdemos.
Continuo, entretanto, a defender que a nós, combatentes, actores vivos dos acontecimentos, não nos cabe fazer a história. Essa será concerteza tema de profissionais ainda que os nossos depoimentos lhes facilitem a tarefa.
Ontem, quarta feira, assisti ao lançamento do livro "Em Nome da Pátria", escrito por um militar não interveniente naquela guerra mas que nem por isso deixo de lhe reconhecer o direito à opinião com a qual sou livre de concordar ou discordar.
O livro, prefaciado pelo Prof.Dr.Adriano Moreira que abrilhantou a sessão com a frescura do seu pensamento e a clarividência do seu raciocínio, é composto por 551 páginas de texto compacto, estruturalmente bem concebido ainda que o conteúdo possa estar eivado de anti corpos passíveis de alta contestação.
O ambiente na sala pareceu-me bastante heterogéneo e o modo desabrido e frontal do autor deu azo a vários cruzamentos e descruzamentos de pernas e aos "comprometedores" sons abafados dos rabos a virarem-se nas cadeiras...
Algumas palmas que entrecortaram a sua intervenção pareceram-me demasiado fundamentalistas a darem o ar de contas mal ajustadas com o passado.
Seguiu-se um "Porto" aquando da sessão de autógrafos durante a qual tive oportunidade de me dar a conhecer ao coronel Coutinho Lima e a quem lhe fiz a pergunta : " como tem convivido com a sua decisão de então ? " à qual me respondeu " muito bem pesem embora as opiniões de oposição algumas das quais muito violentas ".
Mais uma vez tive ocasião de lhe manifestar a minha maneira de ver de que não podemos querer ser senão os relatores da nossa estória para que outros escrevam a História.