sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 - P5686: José Corceiro na CCAÇ 5 (1): A cabritinha do mato

1. O nosso Camarada José Corceiro* (ex-1.º Cabo TRMS, CCaç 5 - Gatos Pretos -, Canjadude, 1969/71), enviou-nos a seguinte mensagem, em 20 de Janeiro de 2010:

Camaradas,

É com imenso prazer que me dirijo a vós, para testemunhar uma historiazinha banal e simples, sem pretensões nenhumas para mim.

Estava como que esquecida, no fundo do meu subconsciente.Depois de 40 anos de silêncio, nos contactos que tenho feito com camaradas que estiveram em Canjadude comigo, há meia dúzia de factos que todos têm vindo a relembrar e a referenciar espontaneamente. Um deles jamais o esqueceram, foi o caso da cabritinha.

Junto fotos dos elementos que faziam parte da secção de transmissões na altura, (foto 4 a 14 inclusive).

Esta história, “A CABRITINHA DO MATO”, com cariz pueril, foi escrita em 1970 inspirada em factos verídicos que aconteceram na secção de transmissões da CCAÇ. 5, em Canjadude, com uma cabra do mato bebé, que um nativo apanhou.

A intenção inicial, quando escrevi, era que a história fosse publicada no jornal da CCAÇ. 5 “O GATO PRETO”. Mas, por atraso na entrega do texto, por minha culpa, ao coordenador dos artigos do jornal, a história não foi publicada. Enquanto estive em Canjadude, só foram editados o nº 1 e 2 do jornal, mas creio que saíram meia dúzia de números, não os tenho todos, mas gostava de tê-los, mesmo digitalizados.

O argumento subjacente, quando escrevi a história, tinha por objectivo transmitir uma imagem puerícia, que enfatizasse o valor excessivo que se dava no teatro de guerra e da solidão, ainda que rodeado de camaradas, a pequenas coisas tais como: - os nervos à flor da pele originando dramatismos, por banalidades, que à luz da razão eram difíceis de compreender e aceitar; - emoções exacerbadas sem causa aparente; - implicações inconsistentes; - crendices; brincadeiras inconsequentes, cujas condutas perigosas, por vezes davam origem a acidentes que podiam ser evitados.

Eram exageros comportamentais face a padrões admissíveis vigentes… (ainda que isto sejam predicados ou defeitos da juventude, no palco de guerra estavam muito amplificados).

A vida, na guerra, devido a carências, tensões e isolamento, era vivida noutra dimensão.Vamos pois à história:

"CABRITINHA DO MATO" mascote da Secção dos cognominados “BARÕES DE TRANSMISSÕES” da CCAÇ. 5

Era uma vez, uma cabritinha que foi encontrada só e abandonada no mato, devido à acção do homem, que a tornou órfã. Por unanimidade, a Secção de Transmissões da CCAÇ. 5 "Os Gatos Pretos", de Canjadude, perfilharam-na.Foi acarinhada, tratada, protegida, alimentada e amada por todos, pois era a sua mascote e artifício de escape para libertar as emoções e tensões nefastas, do dia-a-dia na guerra dos “Barões” da CCAÇ. 5.

Uns, davam-lhe o leite com uma tetina; outros com uma chupeta improvisada, concebida dum garrote tubular de enfermagem. Alguns alimentavam-na com uma seringa, outros adaptaram uma colher para lhe dar a paparoca e outros davam-lhe de beber com um copo.Todos, em aturada competição se desfaziam empenhadamente em carinhos, para ver qual ganhava e cativava a atenção e afeição da cabritinha. O interesse era uníssono, torná-la livre e feliz.

Para mitigar a solidão da infeliz e amenizar as marcas e trauma, deixadas pela perda da mãe, arranjou-se um amiguinho para companhia, o Nicolau, um “macaquinho”, que também precisava de atenções especiais. Envolveram-se, conheceram-se, tornando-se cúmplices e amigos e era vê-los nas suas brincadeiras infantis, que a todos atraiam e fascinavam.

Para gáudio de todos a cabritinha a nenhum singularizava. Preferia todos por igual, olhava-nos e agradecia dando graciosos pulinhos, que mais pareciam passos de ballet.Os Barões ficavam todos babados e enternecidos, com olhar esbugalhado, manifestando admiração e orgulho, por serem brindados com ondulantes movimentos artísticos, delicados, graciosos e com reflexos de coordenação muscular comedida; cuja suavidade, mais parecia magia!Não era raro, ouvir murmúrios de vozes emocionadas a dizer: “Esta baronesa que mais parece princesa tem futuro garantido, pois com este odor almiscarado, esta destreza, elegância harmoniosa e olhar tão cândido, a todos vai enlaçar e conquistar!”

Ai de quem se atrevesse a aproximar dela sem ser com o intuito de a acarinhar ou afagar, era logo corrido à paulada e à pedrada, e, em sua defesa, saltavam todos, mesmo os que nada sabiam sobre as efectivas intenções do intruso, afirmando, se necessário, a pés juntos, como testemunhas abonatórias, que as suas reais intenções não eram mimar nem acarinhar a cabritinha, mas sim abusar, ou tirar proveito, quiçá o seu rapto ou morte!

Cada um contribuía, segundo sabia e podia, pondo em prática o seu jeitinho de dar e tratar não se poupando, se necessário fosse com risco da própria vida, caso alguém ousasse atentar contra a tranquilidade, o sossego e bem-estar da cabritinha.

Os seus idólatras, sempre que havia coluna a Nova Lamego, traziam-lhe uma guloseima ou ”piteuzinho” para ela se deliciar.Paulatinamente, desenvolveu-se e cresceu e, cada dia que passava, ficava mais “atraente” e formosa, o seu pêlo ficava cada vez mais luzidio, o seu olhar mais lânguido e cativante, o seu corpo tomou contornos e formas de adulta, começando a ser cobiçada e querida, sob forma de outras intenções e ambições que foram nascendo e desenvolvendo, no seio dos “Barões de Transmissões”, despoletando zangas e confrontos.

O ano de 1969, estava no auge prestes a findar, e 1970 aprontava-se para entrar e não se adivinhavam nem previam bons augúrios para a melhor integridade física da cabritinha.

Reunidos em assembleia-geral, os tão zelosos e diligentes amantes da cabritinha - “Barões de Transmissões” -, que durante cinco ou seis meses com tanto enlevo e fervor contribuíram para o desenvolvimento gracioso e harmonioso dela, discutiram acaloradamente, cada um explanando a sua opinião, para se decidir o que lhe fazer.

Uns, salivando quais cães de Pavlov, defendiam com unhas e dentes, pois eram as suas pupilas gustativas que os comandam, que já estava na hora do “estorvo” dar o seu contributo à sociedade!

Outros, cujo centro de decisões está localizado no ventre, já arrotavam ao indigesto alho, entendiam ser necessário esperar algum tempo mais, para rentabilizar eficazmente o investimento já feito.

Outros, pensavam com o coração, opinando que se devia deixá-la andar livremente e à vontade, pois a pobre não incomodava ninguém: “Para quê desfazermo-nos dela já?” – Diziam eles.

Outros ainda, sentiam-se embaraçados com o desenrolar dos acontecimentos, sentindo-se feridos na sua dignidade e sensibilidade, por terem de se alhear dos seus sentimentos e afectos mais nobres, raciocinando com os seus neurónios, defendiam que se devia libertar a infeliz, devolvendo-a ao seu habitat natural, de forma que fosse ela a decidir o seu destino e padrão de felicidade, onde pudesse escolher sem “coação” o seu caminho e reencontrar-se com os seus irmãos.

Não havia consenso possível, pois as opiniões e desejos divergiam com tal antagonismo e o diálogo não era possível.Assim, decidiu-se: “Que seja através de voto secreto que se determine o futuro da cabritinha.”Constituiu-se então um juízo, presidido pelo “Barão” mais velho da Secção e procedeu-se à votação. Fez-se a contagem dos votos e a sorte da infeliz estava traçada! O juiz, analisou os votos e, sentenciou, que a baronesa tinha que ser abatida à Secção de Transmissões.

Lavrou-se a sentença e, não havendo direito a recurso, a audiência encerrou.O juiz, em consciência, sentenciou a morte da desgraçada, havia agora que fazer cumprir a sentença e distribuir as tarefas a cada “Barão”, para organizar o altar da imolação, o fausto banquete e definir quais as ilustres personalidades que deviam ser convidadas, para a pomposa cerimónia do sacrifício da transformação. Sim, porque nada se perdeu, tudo se transformou.

Para tanto, definiram-se as seguintes tarefas:
  • Carrascos – Francisco Manuel Pia Loupa e Rogério Fernando Sampaio Carneiro (já faleceu);
  • Preparativos dos géneros – Armando Jorge Ferreira Pinto (já faleceu) e José Natividade Cardoso Silva;
  • Fraccionar as peças alimentícias – Alexandre Franklim Estrela Justino;
  • Tratar da lenha e da imagem – José Manuel Silva Corceiro;
  • Acender o forno e manutenção do mesmo – José Joaquim Teles Coias;
  • Tratar das bebidas – Albino Joaquim Martins da Costa (cripto);Tratar da loiça – João Alberto Dias Graça; Mensageiro e extras – Fernando Manuel Ramos Nora;
  • Assegurar posto de transmissões – José Carlos Freitas;
  • Convidados – Furriel José da Silva Marcelino Martins,Capitão Manuel Ferreira de Oliveira (já faleceu) e Major do Q. G.Para os intervenientes na história já falecidos, o nosso momento de respeito.


1 – Cabritinha do mato, bebé.

2 - Nicolau, o macaquinho.

3 – Alferes Sousa a afagar a cabritinha.

4 - Corceiro no abrigo dos barões.

5 - Loupa e Rogério (já faleceu).

5a - Loupa e Rogério (já faleceu).

6 – Pinto (já faleceu), o Silva e o Coias.

7 – O Alex.

8 – O Corceiro.

9 – O Coias.

10 – O Costa (ao lado direito), o Corceiro (ao centro) e o Enfermeiro “Tó Mané” (lado esquerdo).

11 – O Nora (lado esquerdo) e o Corceiro.

12 – O Graça.

13 – O José Carlos.

14 – O Furriel José da Silva Marcelino Martins.

15 – Em primeiro plano de frente: O Costa, o Alex, o Coias, o Silva, o Corceiro, o José Carlos. Em primeiro plano de costas: o Loupa, o Rogério (já faleceu), o Sr. Major do QG, o Capitão Ferreira de Oliveira (comandante da companhia CCaç. 5 na altura, entretanto já falecido), o Furriel José Martins (na altura chefiava a Secção de Transmissões) e o Graça. Falta nesta foto, para completar a secção de transmissões, o Pinto (já falecido), a quem eu devo ter pedido para tirar esta foto e o Nora.

Um abraço para todos os tertulianos,
José Corceiro
1º Cabo Trms da CCaç 5

Fotos: © José Corceiro (2009). Direitos reservados
____________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

12 comentários:

Luís Graça disse...

Que história fantástica, José Corceiro! Uma verdadeira fábula! Como eu gostaria de a ter escrito!...Dá um excelente "case study" sopbre o comportamento grupal em situações-limite, como a guerra...

Vou-te pedir autorização para a usar nas minhas aulas sobre gestão de conflitos... nas equipas e serviços de saúde!

Parabéns, és um homem de grande sensibilidade e talento.

Anónimo disse...

Ó camarada Corceiro,

Estive a suster a respiração até ao final, que não esperava que tivesse sido esse.
Guerra é guerra dirá o cínico...
Parabens por "desenterrares" essa história e desse modo.
Alberto Branquinho

Anónimo disse...

Amigo, Luís Graça
Muito me honra a opinião vinda de um homem, com qualidades provadas, de humanitarismo como tu tens. Bem-Haja a todos, por termos assim Homens.
Quanto á “Cabritinha do Mato”, foi mais uma historiazinha que se escreveu, num momento de mais desconforto, talvez não à tensão guerreira, mas sim à carência de afectos! Era a saudade…
Luís, pedir autorização de quê?! Em tudo o que poder contribuir, para melhorar a qualidade do próximo digo presente… Está à vontade, dispõe.
Um abraço
José Corceiro

Anónimo disse...

Amigo, Luís Graça

Muito me honra a opinião vinda de um homem, com qualidades provadas, de humanitarismo como tu tens. Bem-Haja a todos, por termos assim Homens.

Quanto á “Cabritinha do Mato”, foi mais uma historiazinha que se escreveu, num momento de mais desconforto, talvez não à tensão guerreira, mas sim à carência de afectos! Era a saudade…

Luís, pedir autorização de quê?! Em tudo o que poder contribuir, para melhorar a qualidade do próximo digo presente… Está à vontade, dispõe.
Um abraço,
José Corceiro

Anónimo disse...

Boa noite Camarada José Corceiro
Que bonita história com um final tão sangrento. Infelizmente nem sempre há finais felizes. Agora que temos um senhor escritor não há dúvidas.Parabéns pelo estilo e emoção postas na narração.
A tua história trouxe-me recordações bem complicadas. Num meio de operação encontrei uma cabritinha do mato. Peguei-lhe ao colo e comecei a transportá-la com o cuidado possível. Eventualmente pela minha falta de jeito a cabritinha começou a agitar-se a a balir. Aproximou-se um soldado, O Castro e disse-me: oh meu furriel dê cá o bicho que eu trato dele. Entreguei-lhe a cabrinha pensando que o Castro,criado em meio rural, deveria saber lidar melhor com a cabrinha do que eu.O Castro agarrou a cabrinha pelas patas traseiras e bateu com ela no chão. Ainda hoje me lembro de que os olhos da cabrinha saltaram quando a besta do Castro lhe bateu com a cabeça no chão.Nunca mais me esqueceu desta história.
Meses depois num jogo de futebol dei uma boa canelada no Castro que, mais tarde, justiça seja feita, foi Prémio Governador da Guiné por feitos em combate.
Também não é uma história com final feliz ...mas que a canelada, com bola, me soube bem não posso negar...
Um abraço José Corceiro
e manda mais histórias.

Anónimo disse...

O anónimo comentário anterior é o JERO
ex-Furriel Mil. Enfermeiro da C.Caç. 675 Binta/Guidage 1964-66.

Hélder Valério disse...

Excelente história.
A merecer figurar numa futura colectânea que o Blogue venha a decidir organizar para edição...

Hélder S.

Anónimo disse...

Caro Alberto Branquinho.
Como sabes o final da história não fui eu que o decidi, foi o acontecimento.
Obrigado pelos parabéns
Um abraço

Caro JERO
Obrigado pela simpatia e pela tua história, que não fica atrás da minha.
Um abraço
Caro Hélder Valério
Obrigado pela tua opinião e pelo estímulo.
Um abraço

José Corceiro

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Camarada José:

A regra, na Tabanca Grande, é o tratamemto romano: os camaradas tratam-se por tu... Com o tempo, habituas-te...

Obrigado pelas tuas palavras.

Quanto ao final da tua história, ninguém te vai censurar o triste destino da cabritinha... Não faço juízos sobre o comportamento dos meus camaradas... (Pergunto-me apenas: se não fossem a votos, e discutissem uns com os outros, olhos nos olhos, a sorte do bicho, apresentando argumentos a favor e contra... o destino final, no prato ?

Na época, onde ainda não havia 'consciência ecológica', nem se falava dos 'direitos dos animais', e em que boa parte dos militares portugueses eram de origem rural, habituados a criar ou a ver criar animais, para depois os matar para comer - como o porquinho, que era o governinho casa -, a história não poderia ter outro desfecho... Seria inverosímil...

Citando a grande poetisa Sophia de Melo... (É um contundente poema sobre a hipocrisia social):
______________________

As pessoas sensíveius


As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas

O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra

"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão".

Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito

Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem.

sophia de melo breyner
_____________________







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Anónimo disse...

Caro Amigo, Luís Graça
Obrigado pela poesia, do vulto que é, SOPHIA de MELLO BREYNER.
Quanto a tratar por tu ou não como tu dirias foi “lapsus linguae” ou talvez “lapsus memorie”.
Para mim, o valor do ser humano está no respeito, lealdade, honestidade, humildade, partilha…
Quanto à cabritinha, em realidade, o fim não podia ser outro, é a ordem natural da vida á qual nenhum ser vivo se consegue excluir. Acresce dizer, que os nossos camaradas (desculpem a expressão) foram todos “ternurentos” assim como, os telefonemas que recebi, de quem lê o Blogue a felicitar-me. Até fui agraciado com uma história do nosso amigo JERO. Ainda que as críticas não fossem favoráveis, que o foram, não me assiste o direito de me indignar, ou melindrar, com opiniões de sensibilidade contrárias á minha, só não está exposto à critica aqueles que nada fazem. Eu tenho três filhos, dois já homens e licenciados e a filha para lá caminha, ainda sexta-feira passada, o mais velho me deu uma grande alegria, ao enviar-me um E-mail com anexo da cópia do diploma de Mestrado, com classificação de Muito Bom, passado pelo Instituto Superior Técnico, onde se licenciou, num dos cursos mais difíceis da Instituição e na altura com 19 valores de nota final de trabalho, isto tudo para dizer que quando acho oportuno e porque devo, não deixo de os criticar, construtivamente, não só por ser as pessoas, que mais amo. Temos que tratar o ser humano com dignidade e respeito, tenha ele um dia de vida, tenha mais de cem anos, todos merecem a mesma estima e o mesmo tratamento.
Entendo crítica salutar, quando nos desperta e nos faz sair do marasmo letárgico.
Luís, desculpa, alonguei-me demais. Não sei como tens tempo para tudo isto, o teu dia deve ter 48.00h.
Um abraço
José Corceiro

Anónimo disse...

1. Mensagem do José Corceiro, com data de hoje:


Caro Amigo, Luís Graça


Obrigado pela poesia, do vulto que é, SOPHIA de MELLO BREYNER.

Quanto a tratar por tu ou não, como tu dirias, foi “lapsus linguae” ou talvez “lapsus memorie”.

Para mim, o valor do ser humano está no respeito, lealdade, honestidade, humildade, partilha…

Quanto à cabritinha, em realidade, o fim não podia ser outro, é a ordem natural da vida á qual nenhum ser vivo se consegue excluir. Acresce dizer que os nossos camaradas (desculpem a expressão) foram todos “ternurentos” assim como, os telefonemas que recebi, de quem lê o Blogue a felicitar-me. Até fui agraciado com uma história do nosso amigo JERO. Ainda que as críticas não fossem favoráveis, que o foram, não me assiste o direito de me indignar, ou melindrar, com opiniões de sensibilidade contrárias á minha, só não está exposto à critica aqueles que nada fazem.

Eu tenho três filhos, dois já homens e licenciados e a filha para lá caminha, ainda sexta-feira passada, o mais velho me deu uma grande alegria, ao enviar-me um E-mail com anexo da cópia do diploma de Mestrado, com classificação de Muito Bom, passado pelo Instituto Superior Técnico, onde se licenciou, num dos cursos mais difíceis da Instituição e na altura com 19 valores de nota final de trabalho, isto tudo para dizer que quando acho oportuno e porque devo, não deixo de os criticar, construtivamente, não só por ser as pessoas, que mais amo.

Temos que tratar o ser humano com dignidade e respeito, tenha ele um dia de vida, tenha mais de cem anos, todos merecem a mesma estima e o mesmo tratamento.

Entendo crítica salutar, quando nos desperta e nos faz sair do marasmo letárgico.

Luís, desculpa, alonguei-me demais. Não sei como tens tempo para tudo isto, o teu dia deve ter 48.00h.

Um abraço, José Corceiro

Anónimo disse...

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