sábado, 23 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 - P5697: Controvérsias (62): Colonizar versus descolonizar (Torcato Mendonça)

1. Mensagem de Torcato Mendonça * (ex-Alf Mil da CART 2339, Mansambo, 1968/69), com data de 18 de Janeiro de 2010:

Caros Editores Camaradas e Amigos

Por falta de tempo e muito mais, não tenho lido e escrito. Não é desculpa, não tenho que a dar e vocês dela não necessitam. Sou ou procuro ser, levemente brincalhão e, em muito do que tenho escrito, já lá vão mais de cento e trinta escritos, intimista em excesso. Demasiado é certo e disso me penitencio. Optei, aqui neste espaço entre Homens/Camaradas e, porque não Amigos esse tipo de linguagem, essa forma de abordar quer a temática quer na forma da escrita.

Curiosamente eu, pessoalmente, não sou bem assim. Talvez isto se deva ao Luís Graça, a conversas com ele e não só. Talvez à maneira de encarar este blogue. Preferi, prefiro assim.

As questões, ditas fracturantes ou passíveis de o ser, tentei passar, a custo é certo, ao lado. Sou polémico e reconheço o dito mau feitio em muitas ocasiões. Aqui, não era a remissão dos pecados pois nisso não acredito. Talvez o tal lugar de afectos, o lugar de amizade e camaradagem, o lugar que, aos poucos, foi passando para as Tabancas Pequenas...

Agora, mesmo sem ter lido com a devida atenção, anotando os números e não abdicando de hoje ler, sem horas ou madrugadas, vi e li um, depois outro e mais outro poste sobre o tema colonizar versus descolonizar.

Parei um pouco a pensar. Não vou maçar-vos com os meus pensamentos de ex-cafre ou colocador de fotos em traição e etecetera. Vês o feitio, o nunca esquecer e menos perdoar, o desejar sempre o dobro, em "carinho" claro, do que me desejam.

Mas pensei, mesmo fora do computador, nas minhas voltas e reviravoltas no tempo entre isto e aquilo e, sem me meter na edição e menos ainda na linha orientadora do blogue, penso ser conveniente abrir um dossiê colonização/descolonização.
É tema abrangente, de abordagem com vários angulos, dificil, quiça fracturante. Certo é que está aberta. Certo é que em dois ou três postes levantou uma enorme quantidade de informação, de questões quase ou mesmo escondidas de nossa história recente (sabiam claro... e muito ...). Recente mas longa de cinco séculos; esta, esta pequena ou grande(?) parte já dá para preencher muito, mesmo muito de um dossiê. Temer? Mas temer o quê e porquê? "Não se abriu nenhuma caixa de pandora"... ou abriu? Claro que não.

Reparem vocês meus caros Camaradas o dossiê Guiledje. Com todo o respeito que me merece(m) o(s) trabalho(s), não pode, em certa medida ser visto como propaganda ao PAIGC? Porque foi escolhido o local, porque... porque ou porquê e há sempre um porquê! Deixemos isso e voltema ao tema: colonizar/descolonizar.

O José Brás escreveu um escrito - P5572 "A guerra Colonial e o Sentido da História" que mereceu vários comentários. Ainda lhe devo uma resposta a um mail que ele teve a amabilidade de me enviar. Depois aparece o José Belo levanta, creio que quatro questões e vai bater em cheio na Descolonização - P5660 que tem vários comentários e um escrito resposta do José Brás - P5665 com comentários e o José Belo no P5667 trata da Reunião do MFA em Tancos e tem vários comentários também. Maravilha, que maravilha e saudades.

São homens que, além de escreverem bem, sabem do que falam, viveram os acontecimentos e podem descrevê-los... então não dará um belo (perdoa a redundância com teu nome José Belo) dossiê, extremamente importante e clarificador. Escreva-se tudo e, partindo do princípio elementar que a verdade é uma sómente, contudo, encontrá-la exige trabalho, análise, controvérsia, respeito pela diversidade opinativa... e mais... muito mais.....

Um simples mail vai dar em escrito enorme.
Sabia ser maior que comentário, mas tanto não. Gostava que os Josés Belo e Brás recebessem. Podem contudo, como é hábito entre nós, fazer dele o que entenderem.

Vou sair e nada mais digo. As pressas... e a vida a ser, em mais um dia de menos um dia... nas sucessivas vinte e quatro horas que passam... e by-passado... depois entendi e ri...

Não revejo e emendem se assim entenderem e lerem claro.
Digam se foi recepcionado. Abraços do Torcato

Torcato Mendonça
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 14 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5643: Memória dos lugares (68): Os militares eram uns tipos do caraças (Torcato Mendonça, CART 2339, Mansambo, 1968/69)

Vd. último poste da série de 23 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5696: Controvérsias (61): Ser ou não ser (português), eis a questão (José Brás)

5 comentários:

Anónimo disse...

Amigo(s)
A lástima é colectiva e não apenas minha.
E falo de quê, assim em cima do joelho ou sem rede?
A lástima, acho eu, é não ter o Torcato mais tempo e mais vezes oferecendo a clareza do seu pensar e do seu dizer.
Força camarada porque ainda não estamos tão velhos que não possamos aprender contigo.
José Brás

Anónimo disse...

Camarigo Torcato!

A ti pelo tratamento e ao Jaquim, pela abusiva utilização do termo.
Mas neste momento sinto-o!

Na Planície somos assim! Pão é Pão, Quêjo é Quêjo!

Sem o dizeres, mas apenas pensando alto, vais buscar infidas questões e verdades.

Gosto!

Embora a nossa prespectiva de estar na vida e na morte sejam diferentes, acima de tudo somos humanos, sujeitos _como já Camões dizia a essa condição_ que nos acompanhará durante a existência.

Muito pernitente o teu escrito!

Com a sinceridade de um alentejano, honestamente te agradeço, a transcrição que fazes dos teus intímos pensamentos.

São nacos de cultura!

São pedaços de verdade Histórica de um Povo, que, se deixou adormecer nas estórias dos animais falantes, reproduzidas em sofisticadas formas electrónicas da Ribalta.

Continua Camarigo Torcato!

São muitos tenho a certeza que te compreendem e sabem que és pedra filosofal nesta Grande Tabanca.

Aceita!... do tamanho daquele comprido e sinuso Cumbijã, o abraço fraterno,

Mário Fitas

Anónimo disse...

Trabalhar sem rede!

Perdoêm "pernitente"

Compreenderam.

Mário Fitas

Anónimo disse...

"Os que sabem calam!Os que nao sabem muito falam!". Rima.Até diria António Aleixo. Porque ainda calam os que sabem?O Amigo José Brás já levantou a pergunta no seu último post.Para defender imagens dos seus espelhos de bolso?Vergonhas?Eles?Nao houve qualquer comentário de alguns que aparentam ler também o blogue,ex-responsáveis militares,situados em zonas de pensamento político bem fora das do reácionario tradicional, leitor,que sempre aproveita "estas coisas" para gritar:Apoiado!Sem se dar ao trabalho de tentar compreender(?)que nada mais se pretende que factos.E,os Cidadaos na posse destes,que passem juízos...se o entenderem. A tua ideia sobre uma tal "discussao/factual/organizada" é muito interessante.Caberá dentro dos parâmetros deste blogue? Só os Editores podem responder. Um grande abraco Amigo.

Anónimo disse...

Para quem pouco ou nada percebe do assunto, torna-se cada vez mais difícil compreender a colonização/descolonização, mas ficamos com algumas ideias (positivas/negativas?)quem sabe um dia, possamos acreditar numa só versão sobre o assunto.
Gosto de ler os seus textos.
Filomena