1. Dando conclusão à serie iniciada nos postes P7388, P7393 e 7400, publicam-se hoje mais 8 fotos e 1 importante documento alusivo à cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné, que fazem parte do acervo pessoal do Eduardo José Magalhães Ribeiro, Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74, Cumeré/Mansoa/Brá – 1974.
Camaradas,
Hoje publicam-se as últimas 8 fotos da cerimónia simbólica da transição da soberania nacional na Guiné, para o PAIGC (40 fotografias e 2 documentos históricos), cuja série foi lançada nos postes P7388, P7393 e 7400, que teve que ser dividido em 4 postes, devido aos seus mais de 12 MB (Megabytes).
Hoje também tive que voltar atrás ao P7393, a fim de colocar uma das fotos mais importantes deste acontecimento, que me havia escapado, e que mostra a presença de vários comandantes dos sectores Norte, Centro e Sul do PAIGC (sujeito a confirmação).
Aproveito para pedir desculpa a todas aquelas pessoas que têm acompanhado a sequência desta publicação, pela deficiente identificação das pessoas que aparecem nas fotos do poste P7393, que, como é óbvio, sempre pensei ser a correcta.
Referi no poste P7400, que conto com a prestimosa e amável colaboração do nosso Amigo Nelson Herbert que, correspondendo de imediato ao meu pedido de ajuda na referida identificação, emitiu essa mesma solicitação para os seus familiares e amigos na Guiné.
Assim, logo que o Nelson conseguir obter alguma informação adicional e me a proporcione, procederei oportunamente às devidas correcções.
Muitíssimo obrigado a todos.
O fim do Império português na Guiné
Lembro que esta cerimónia aconteceu em 9 de Setembro de 1974, aquando da entrega do aquartelamento de Mansoa ao PAIGC.
Espero com este depoimento ter dado uma ideia do “filme” deste importante acontecimento, para quem se interessa por estas coisas, que também pode ser visto em filme, mesmo a sério, na série televisiva: Século XX Português, da SICnotícias – no Episódio sobre a “Descolonização”, acompanhado de uma curta entrevista, que ali prestei há uns anos atrás, sobre os factos então vividos.
Camaradas,
Hoje publicam-se as últimas 8 fotos da cerimónia simbólica da transição da soberania nacional na Guiné, para o PAIGC (40 fotografias e 2 documentos históricos), cuja série foi lançada nos postes P7388, P7393 e 7400, que teve que ser dividido em 4 postes, devido aos seus mais de 12 MB (Megabytes).
Hoje também tive que voltar atrás ao P7393, a fim de colocar uma das fotos mais importantes deste acontecimento, que me havia escapado, e que mostra a presença de vários comandantes dos sectores Norte, Centro e Sul do PAIGC (sujeito a confirmação).
Aproveito para pedir desculpa a todas aquelas pessoas que têm acompanhado a sequência desta publicação, pela deficiente identificação das pessoas que aparecem nas fotos do poste P7393, que, como é óbvio, sempre pensei ser a correcta.
Referi no poste P7400, que conto com a prestimosa e amável colaboração do nosso Amigo Nelson Herbert que, correspondendo de imediato ao meu pedido de ajuda na referida identificação, emitiu essa mesma solicitação para os seus familiares e amigos na Guiné.
Assim, logo que o Nelson conseguir obter alguma informação adicional e me a proporcione, procederei oportunamente às devidas correcções.
Muitíssimo obrigado a todos.
O fim do Império português na Guiné
Lembro que esta cerimónia aconteceu em 9 de Setembro de 1974, aquando da entrega do aquartelamento de Mansoa ao PAIGC.
Espero com este depoimento ter dado uma ideia do “filme” deste importante acontecimento, para quem se interessa por estas coisas, que também pode ser visto em filme, mesmo a sério, na série televisiva: Século XX Português, da SICnotícias – no Episódio sobre a “Descolonização”, acompanhado de uma curta entrevista, que ali prestei há uns anos atrás, sobre os factos então vividos.
Troca de cumprimentos entre o Comandante do BCAÇ 4612/74 - ten cor Américo da Costa Varino -, conversando com Manuel Nandinga do PAIGC
Aqui estava eu, "apanhado" em estado espectante pelo Alf Mil Oliveira Matques, entre os inúmeros jornalistas e populares que testemunharam e registaram no papel, em fotos e filme a sequência do acontecimento Jornalista europeus eram muitos: portugueses, franceses, suecos, holandeses, etc.
Foi grande a confusão na fase das entrevistas, pois a multidão cercava-nosAqui temos o ten cor Américo da Costa Varino [, cmdt do BCAÇ 4612/74,] prestando as suas declarações sobre o que pensava em diversas matérias, como o fim da guerra e o futuro de Portugal e da Guiné-Bissau O representante de Nino Vieira na cerimónia prestando o seu depoimento aos jornalistas A pedido de diversos jornalistas, um dos mais significativos Comandantes do PAIGC - Manuel Nandinga -, prestou também algumas declarações
Aqui estava eu, "apanhado" em estado espectante pelo Alf Mil Oliveira Matques, entre os inúmeros jornalistas e populares que testemunharam e registaram no papel, em fotos e filme a sequência do acontecimento Jornalista europeus eram muitos: portugueses, franceses, suecos, holandeses, etc.
Foi grande a confusão na fase das entrevistas, pois a multidão cercava-nosAqui temos o ten cor Américo da Costa Varino [, cmdt do BCAÇ 4612/74,] prestando as suas declarações sobre o que pensava em diversas matérias, como o fim da guerra e o futuro de Portugal e da Guiné-Bissau O representante de Nino Vieira na cerimónia prestando o seu depoimento aos jornalistas A pedido de diversos jornalistas, um dos mais significativos Comandantes do PAIGC - Manuel Nandinga -, prestou também algumas declarações
Manuel Nandinga - Comandante do PAIGC -, visto de outro ângulo
Diário de notícias > 18 de outubro de 1997 > Passaram-se 23 anos e a primeira vez que alguém quis saber algo mais sobre esta efeméride foi o jornalista Francisco Mangas, do DN na data indicada, que me solicitou uma entrevista. Como eu descrevi e elogiei a grande disciplina e ordem sempre mantidas, em todas as missões e serviços, pelos militares da CCS do BCAÇ 4612/74, resolveu pedir uma entrevista ao 2º Comandante do Batalhão - Major Ramos de Campos -, que lhe proporcionou estas interessantíssimas e históricas palavras
Diário de notícias > 18 de outubro de 1997 > Passaram-se 23 anos e a primeira vez que alguém quis saber algo mais sobre esta efeméride foi o jornalista Francisco Mangas, do DN na data indicada, que me solicitou uma entrevista. Como eu descrevi e elogiei a grande disciplina e ordem sempre mantidas, em todas as missões e serviços, pelos militares da CCS do BCAÇ 4612/74, resolveu pedir uma entrevista ao 2º Comandante do Batalhão - Major Ramos de Campos -, que lhe proporcionou estas interessantíssimas e históricas palavras
Eu, foi assim que descrevi aquilo que vi:
1
Assim, no dia 9 de Setembro
Foi determinado “superiormente”
“Entregar” este quartel aos “turras”,
Oficial e cerimoniosamente
2
- Você, entrega a cantina de manhã!...
Diz o Comandante com resolução
- E de tarde, vai arriar a bandeira...
Avance firme e sem hesitação!
3
De manhã “entreguei” o estipulado
A um PAIGC com ar simplório
A arrecadação de géneros...
A cantina e o refeitório
4
À tarde começaram a surgir nativos,
Às centenas, de todos os cantos
A pé ou em camiões, amontoados
Nunca pensei qu’eles fossem tantos.
5
A certo momento todo a rigor
Surgiu em marcha cadenciada
Um grupo de combate dos “turras”
E atrás uns “pioneiros”... em parada.
6
Muitos fotógrafos, jornalistas, e…
Convidados das Comunidades!
Após as apresentações da praxe
Deu-se início às formalidades.
7
Frente à nossa tropa ali formada,
Ondulava ao vento a Bandeira,
Parecia acenar um longo adeus
Àquela inóspita torreira.
8
Ao avançar para o velho mastro
Pensava nas contradições do acto,
Cada passo era um certificado
Que o fim da guerra... era um facto.
9
Por a sua vida já não arriscarem,
Os “periquitos” rejubilavam,
Enquanto tristes e conformados
Os "velhinhos" combatentes choravam.
10
Toca o clarim… o Hino Nacional…
A nossa Bandeira foi retirada
E, para regozijo dos PAIGC’s,
A deles, Guiné-Bissau, foi içada.
11
Nas fotos e entrevistas finais,
Entre tudo aquilo que foi dito,
Duas perguntas reti na memória
E penso dever ficar aqui escrito.
12
- Que pensa da política “salazarista”?...
- E sobre os qu’aqui perderam a vida?
- Os erros políticos pagam-se caros!...
- Pelos mortos, veneração sentida!
Um abraço,
Magalhães Ribeiro
ex-Fur Mil OpEsp/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74
Documentos e fotos: © Eduardo José Magalhães Ribeiro (2009). Direitos reservados.~
__________
Nota de M.R.:
Assim, no dia 9 de Setembro
Foi determinado “superiormente”
“Entregar” este quartel aos “turras”,
Oficial e cerimoniosamente
2
- Você, entrega a cantina de manhã!...
Diz o Comandante com resolução
- E de tarde, vai arriar a bandeira...
Avance firme e sem hesitação!
3
De manhã “entreguei” o estipulado
A um PAIGC com ar simplório
A arrecadação de géneros...
A cantina e o refeitório
4
À tarde começaram a surgir nativos,
Às centenas, de todos os cantos
A pé ou em camiões, amontoados
Nunca pensei qu’eles fossem tantos.
5
A certo momento todo a rigor
Surgiu em marcha cadenciada
Um grupo de combate dos “turras”
E atrás uns “pioneiros”... em parada.
6
Muitos fotógrafos, jornalistas, e…
Convidados das Comunidades!
Após as apresentações da praxe
Deu-se início às formalidades.
7
Frente à nossa tropa ali formada,
Ondulava ao vento a Bandeira,
Parecia acenar um longo adeus
Àquela inóspita torreira.
8
Ao avançar para o velho mastro
Pensava nas contradições do acto,
Cada passo era um certificado
Que o fim da guerra... era um facto.
9
Por a sua vida já não arriscarem,
Os “periquitos” rejubilavam,
Enquanto tristes e conformados
Os "velhinhos" combatentes choravam.
10
Toca o clarim… o Hino Nacional…
A nossa Bandeira foi retirada
E, para regozijo dos PAIGC’s,
A deles, Guiné-Bissau, foi içada.
11
Nas fotos e entrevistas finais,
Entre tudo aquilo que foi dito,
Duas perguntas reti na memória
E penso dever ficar aqui escrito.
12
- Que pensa da política “salazarista”?...
- E sobre os qu’aqui perderam a vida?
- Os erros políticos pagam-se caros!...
- Pelos mortos, veneração sentida!
Um abraço,
Magalhães Ribeiro
ex-Fur Mil OpEsp/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74
Documentos e fotos: © Eduardo José Magalhães Ribeiro (2009). Direitos reservados.~
__________
Nota de M.R.:
Vd. os três postes anteriores desta série em:
6 de Dezembro de 2010 >
Guiné 63/74 - P7388: Efemérides (54): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (1) (Magalhães Ribeiro)
6 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7393: Efemérides (55): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (2) (Magalhães Ribeiro)
6 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7393: Efemérides (55): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (2) (Magalhães Ribeiro)
7 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7400: Efemérides (56): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (3) (Magalhães Ribeiro)
10 comentários:
Mgalhães Ribeiro
Gostei de ver este teu trabalho documental onde em algumas fotos e dizeres, me parece fazerem prespassar uma diversidade de emoções.
Pena não teres querido fazer uma apreciação,obviamente subjectiva , dessas emoções e sentimentos por que passate e sentiste em terceiros.
Parabens e um grande abraço
Luis Faria
Caro Irmão, M.Ribeiro
Acabaste a tua dolorosa descrição do teu último acto no TO da Guiné.
Descreveste-o com emoção e rigor. Disseste o que te ia na alma perante as ordens que tiveste de cumprir, independentemente dos teus sentimentos patrióticos.
Assistis-te a grandes injustiças de mortandade desnecessária, por isso compreendo a tua dor e raiva de impotência por não teres podido alterar o rumo dos acontecimentos que se seguiram.
Todos os substantivos, verbos e adjectivos que usaste no teu primeiro post. do trabalho documental,só podem a meu ver ser intendidos como acusação e crítica a quem por obrigação tinha poder para alterar o rumo dos acontecimentos finais, e esteve nas tintas para isso.
Um abraço
Mário Pinto
Boa noite RANGER Magalhães Ribeiro
Quero desde já felicitar-te pelos postes publicados, bem como há pronta resposta a quem te tentou atingir, eu já esperava que houvessem reacções como as que aconteceram pois tu sem focares nomes acabaste por atingir alguns parasitas que têm vindo a aumentar ao longo do tempo, escritores que não sabem escrever e limitam-se a passar para o papel belelas que ouviram contar aos pseudo heróis que nós bem conhecemos, jornalistas que tem mais de jornaleiros do que jornalistas e aqueles afamados anti isto e aquilo que nos vão envergonhando,
continua pois o que merece ser denunciado, tem que ser feito por alguém
SAUDAÇÕES
RANGER Antonio Barbosa
Para ti meu camarigo Eduardo, um grande e camarigo abraço.
E obrigado por seres quem és.
Por vezes um pouco "truculento", mas sempre frontal, verdadeiro e amigo.
CAMARADA MR
-TENS O TEU PONTO DE VISTA, QUE RESPEITO, COMO RESPEITO A REACÇÃO DO MEU EX COMANDANTE V GAMA, ATÉ DANDO O BENEFICIO DE ELE NÃO ESTAR NO MESMO CONTEXTO. ESTIMO-VOS AOS DOIS, PELO QUE FICO TRISTE COM ALGUMA DESINTELIGÊNCIA ENTRE VÓS.SOMOS DOS ÚLTIMOS MOICANOS, PORTANTO VAMOS ULTRAPASSAR ESTE QUID PRO QUO E SEGUIR A SAGA DESTES ÚLTIMOS GUERREIROS DO IMPÉRIO.
J CARVALHO
"TIGRE" E PIRATA
Palavras para quê?
Os factos e as verdades desinibidas de parcialidades, são a força da lealdade e caracter que sempre demonstraste transmiter a todos nós.
Obrigado, pelo que escreveste e que a mim, como sabes me tocaram bém fundo.
Ainda há Portugueses com "P" grande!
Aparece na Régua, para brindarmos com um belo PORTO.
Aquele abraço,
Jorge Fontinha
Aquele abraço.
O CMDT de que não te lembras!... Creio que era conhecido pelo "Manecas" Será!?
Sousa de Castro
Caro Magalhães Ribeiro
Gostei imenso do teu trabalho e das emoções que nos trouxeram - o último acto! Aquele descerrar da nossa bandeira, enquanto a do novo país se erguia. Momentos de paz!
Obrigado.
Luís Dias
Amigos,
Obrigado pelas vossas palavras.
É muito bom e salutar saber que, pelo menos alguns Amigos e Camaradas da Guiné, sabem apreciar este tipo de trabalhos que levam muitas horas de trabalho e dedicação a pensar, preparar e publicar.
Um ABRAÇO Amigo para vós que aqui escrevéis as palavras, que li acima, e para aqueles que me enviaram igualmente inúmeros e-mails de saudação e cumprimentos, pela série que agora acabei de publicar e que contem matéria importante, por pensar ser de alto interesse para o conhecimento dos fins da história da Guerra do Ultramar, da passagem da Guiné para os seus "proprietários" e do nascimento de uma nova Nação.
Magalhães Ribeiro
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