quarta-feira, 9 de maio de 2012

Guiné 63/74 - P9874: Efemérides (89): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (2) (Magalhães Ribeiro)


1. Dando seguimento à serie iniciada no poste P7388, continua-se a publicação de várias fotos e documentos alusivos à cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné, que fazem parte do acervo pessoal do Eduardo José Magalhães Ribeiro, fui Fur Mil OpEsp/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74, Cumeré/Mansoa/Brá – 1974.

Camaradas,

Como já disse no poste P7388, esta matéria sobre a cerimónia simbólica da transição da soberania nacional na Guiné, para o P.A.I.G.C., devido ao seu peso informático (40 fotografias e 2 documentos históricos) teve que ser dividida em 5 postes, que vou tentar colocar durante esta semana, para que, aquelas pessoas que acompanhem a leitura, não percam a sequência de factos e fotos.

Sempre que eu escrevo alguma coisa neste blogue alguns camaradas dão pulinhos. Como o balanço é muito favorável, registo o meu apreço e agrado pelos vários e-mails e comentários criticando positivamente este meu trabalho e agradeço aos outros que leiam, outra vez e calmamente, o que eu escrevi (se quiserem). Ali não há nada escondido, nem sequer entrelinhas. É directo, sincero e é aquilo que eu penso. Não retiro dali uma vírgula! Quem quiser pode sempre conversar comigo pessoalmente, ou via e-mail, sobre as matérias por mim desenvolvidas.

O fim do Império português na Guiné


Hoje publicam-se mais 10 fotos da referida cerimónia, que aconteceu em 9 de Setembro de 1974 – aquando da entrega do aquartelamento de Mansoa ao P.A.I.G.C.
 

Nesta foto pode ver-se a família Sá. Da esquerda para a direita: Maria idília , Miloca e Zita, Fernanda Sá (de óculos com uma bandeira artesanal na mão), Maria Emilia (atrás) Florinda, Teresa e Maria Helena (as últimas 3 são irmãs do Antero Sá). 


Ainda a família Sá. Da esquerda para a direita: Emília Maria (Miloca), Maria Idília (Diloca), Fernanda Sá, Helder (miúdo),Emília Maria, Teresa, Zita e Maria Helena.

O Hélder, o Vitor e o Nuca (filhos da Florinda e Teresa Sá)

Aspecto do povo antes do início da festa. À direita pode ver-se o Alf Mil Oliveira Marques

À esquerda os pioneiros do PAIGC, de frente está o Alf Mil OpEsp Vitor e, à direita, o pessoal a da CCS devidamente formada
Aspecto do pessoal da CCS em sentido
Os guerrilheiros representantes do PAIGC (curiosamente só falavam francês)
Os guerrilheiros do PAIGC marchando para tomar as suas posições

Os guerrilheiros do PAIGC nas suas posições
O Comandante do Batalhão - Cor. António da Costa Varino -, Comissário Político do P.A.I.G.C., 2º Comandante do Batalhão - Major Ramos de Campos -, e o Representante do C.E.M.E. do C.T.I.G. -, o Ten. Cor. Fonseca Cabrinha.

Vários comandantes do PAIGC (dos sectores Norte Centro e Sul, segundo me disseram)
(continua)

Um abraço,
Magalhães Ribeiro
ex-Fur Mil OpEsp/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74

Documentos e fotos: © Eduardo José Magalhães Ribeiro (2009). Direitos reservados.
__________
Nota de M.R.:

14 comentários:

antonio graça de abreu disse...

Que é feito do filho do Amilcar Cabral. E da mulher dele?
Alguém sabe?

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

"Sempre que escrevo alguma coisa neste blogue alguns camaradas däo pulinhos". A minha pergunta factual é:-Pulinhos na vertical? Ou...Pulinhos à direita e esquerda?Um grande abraco.

Anónimo disse...

Informo o Camarada Graca de Abreu que a mulher e filho de Amilcar Cabral näo estäo na Lapónia.Isto, também factualmente. Mais um grande abraco.

Anónimo disse...

Já é tempo de olharmos para aquela nossa guerra, sem a veemência dos tempos do Ultimato Inglês, nem com o romantismo dos cantores de intervenção.

Lembremo-nos que já estamos no afeganistão com outra geração, portanto já correu água demais por debaixo das pontes para exacerbamentos daquele tempo.

Mas este blog é grande!

Um abraço

Antº Rosinha

Anónimo disse...

Amigo "Velhinho" Gaspar do 4612/72,

Ainda ontem o Manuel Ramires, do teu batalhão, deixou um comentário reforçando a atenção com que é seguido o blogue por uma maioria silenciosa, que não tem nada que contar, ou não o quer fazer por motivos que só a els diz respeito, posição esta que temos que respeitar, mas ao mesmo tempo lamentar por ficarmos sem saber algo mais do que é feito deles depois do regresso da Guiné.

De qualquer modo quero deixar aqui um abraço para ti, que seja extensivo a todos os "velhinhos" mansoancas do 4612/72, que tão bem nos receberam e com quem convivemos algumas boas e saudosas semanas; o Fmil Marques (OEs), o Ambrósio (VGMT), o ALf Mil OEs Ferreira, o FMil J. Canhão, tu, etc.

Também o Jorge Picado, mais "velhinho" que vós, já deu sinal da sua atenção às lides dos piras do 46112/74.

Para ele também o meu abraço fraterno.

Magalhães Ribeiro

Anónimo disse...

Caro Graca Abreu

Amilcar Cabral nao conta na sua prole,com nenhum rapaz...mas sim com duas filhas..Do primeiro casamento Iva Cabral,historiadora e investigadora hoje a residir em Cabo Verde..e do segundo casamento, Indira Cabral ..se nao estou em erro, quadro da diplomacia guineense ...

A mulher foi ate ha bem pouco tempo presidente da Fundacao Amilcar Cabral,com sede em Cabo Verde, onde por sinal reside ha decadas!

Nelson Herbert

Nelson Herbert

Anónimo disse...

Caro Graca Abreu

Amilcar Cabral nao conta na sua prole,com nenhum rapaz...mas sim com duas filhas..Do primeiro casamento Iva Cabral,historiadora e investigadora hoje a residir em Cabo Verde..e do segundo casamento, Indira Cabral ..se nao estou em erro, quadro da diplomacia guineense ...

A mulher (Ana Maria Cabral) foi ate ha bem pouco tempo presidente da Fundacao Amilcar Cabral,com sede em Cabo Verde, onde por sinal reside ha decadas!

Quanto a primeira esposa, portuguesa de origem, faleceu creio eu no ano passado, em Portugal, onde residia...

Nelson Herbert

Nelson Herbert

Anónimo disse...

Caro Magalhaes Ribeiro

Que fotografias historicas, estas do seu espolio !

Mas permita-me um reparo... nas tres primeiras fotografias do poste, esta de facto uma filha da Amelia Araujo (Maria Tura), a Teresinha Araujo hoje, uma interprete da musica de Cabo Verde e radicada naquele arquipelago atlantico...

No entanto nao me parece que nem Amelia Araujo (Maria Tura) nem Ana Maria Cabral facam parte do grupo captado pelas fotos !

Os demais rostos expostos, por serem conhecidos meus sao membros de uma familia mestica com raizes em Mansoa...que poderei identificar, com a devida permissao dos filhos,meus colegas de infancia !

Trata-se de uma familia com a qual a minha em certa medida se cruza...por casamentos entre algns dos respectivos membros ...

Um outro reparo, Cabral nao teve nenhum "fidjo matchu"-rapaz...

Mantenhas e que venham mais registos historicos da epoca !

Nelson Herbert

Anónimo disse...

Boa noite Amigo N Herbert,

Muito obrigado pelas informações que amavel e correctamente prestou.

Fico-lhe muito reconhecido se realmente me puder ajudar a identificar as pessoas que estão nas fotos, pois como já reparou não fui bem informado e agora estou a cometer erros.

Logo que me confirmar as identidades correctas das pessoas corrigi-las-ei
no blogue para que a verdade dos factos prevaleça e as pessoas visadas não vejam os seus nomes trocados.

O meu e-mail é: magalhaesribeiro04@gmail.com

Mais uma vez muito obrigado,

Eduardo J. Magalhães Ribeiro

JC Abreu dos Santos disse...

... que, talvez esteja equivocado, mas - de acordo com depoimento registado no documentário televisivo "Geração de 60" [RTP 1991] -, quem desde 1967 e até 1974 foi a locutora de serviço na "Rádio Voz da Libertação", que transmitia a partir das instalações da rádio oficial da Guiné-Conackry, e que entre as NT era conhecida por "Maria Turra", foi a portuguesa Sofia Pomba Guerra. De seu nome completo, Maria Sofia Carrajola Pomba do Amaral Guerra, alentejana, militante do PCP, entre ± 1952/3 e 1959 proprietária de uma farmácia em Bissau e que, após a "cegada do Pidjiguiti", fugiu (com outros dirigentes do PAIGC, entre eles Luís Cabral), para Ziguinchor e dali para Conackry.
Fica aqui a pergunta: existiam, no citado programa radiofónico do PAIGC, duas "Maria Turra"... ?

JC Abreu dos Santos disse...

...(que, no m/comment das 12:33, onde está "Rádio Voz da Libertação" deve ler-se apenas "Rádio Libertação").

A propósito de algumas legendas dos extraordinários e históricos registos fotográficos, récem-expostos neste weblog pelo meu amigo "Pira de Mansoa", bem como de sucedâneos comentários e alterações verificadas em algumas legendagens, decidi partilhar - por este meio - uma brevíssima genealogia do Pai da Guiné-Bissau, na expectativa de que tais infos talvez auxiliem, a desvendar o momentoso "enigma de quem são e por onde andam" alguns orfãos das lutas anticoloniais.

Juvenal António Lopes da Costa Cabral œ c/ Iva Pinhel Évora » Amílcar Lopes Cabral [12.09.1924 Bafatá] œ 1951 c/ Maria Helena Ataíde Vilhena Rodrigues [12.04.1927 Campanhã] » Iva Maria Rodrigues Cabral [13.04.1953 Bissau], e Ana Luísa Rodrigues Cabral [14.08.1962 Rabat]; e da união [Mai66] de ALC c/ Ana Maria Voss de Sá [nasc 1943/4 ? Teixeira Pinto] » Indira [nascida fim70-ini71 Conackry]; (em 66 Ana Voss já era mãe de Raul, fruto do s/casamento c/Raul de Sá, angolano).

Sobre este assunto, anteontem tive ocasião de conversar com o meu amigo Eduardo, ao qual daqui publicamente lhe envio um abraço quebra-ossos e renovo o meu agradecimento pela partilha documental, e as minhas
felicitações pela - mais que evidente (mas verrinosamente treslida por alguns tabanqueiros) -desassombrada exposição, de estados d'alma... de então e de agora.

Luís Dias disse...

Caro Camarada e Amigo Magalhães Ribeiro

São fotos e documentos importantes que pões à nossa disposição para melhor compreensão daqueles momentos da nossa história.

Quanto ao referires que os "guerrilheiros" do PAIGC só falavam francês é um facto que aconteceu em diversos lugares aquando da entrega de aquartelamentos.No Dulombi, por exemplo, os "guerrilheiros" não conseguiam dar com o caminho para o aquartelamento e foi a população que avisou a nossa tropa para os ir buscar ao mato.

Um abraço de amizade.

Luís Dias

Anónimo disse...

Amigos & Camaradas

1 - Gosto e não gosto das fotos históricas
2 - Esta minha manifestação que tem algo de subjacente não tem nada a ver com o Magalhães Ribeiro
3 - Já repararam que sobre esta questão de transição da soberania nacional para o PAIGC como refere o MR, não se deu em todas Unidades e locais e que só alguns camaradas que se contam pelos dedos é que abordam aqui esta questão ?
4 - Não aparece aqui nenhum oficial superior a falar sobre o tema e 3 ou 4 aparecem aqui a falar num caso ou noutro.
5 - Afinal onde estão os nossos oficiais de então ??
6 - Será que este blogue não relevância para eles e porque por aqui só escreve a raia miúda, salvo raras excepções já mencionadas,
7 - É caso para reflectir
Um abraço amigo
Carlos Silva

Luís Gonçalves Vaz disse...

Caro Carlos Silva:

A "Manga de Ronco", isto é, a Grande Festa era para o PAIGC, para os nossos comandos era a "Hora de tratar da Retirada", como tal parte dos oficiais superiores, tratavam já de planear a retirada. De qualquer forma, estava presente o Chefe da 2ª/3ª Repartição - Major do CEM Fonseca Cabrinha;em representação do Chefe do Estado Maior, Coronel do CEM Henrique Gonçalves Vaz. Na boina do major Cabrinha é visível a estrela, que o identifica como oficial do Corpo do Estado Maior.
Na agenda do CEM/CTIG, pode ler-se onde estava nesse dia, a saber:

Bissau, 9 de Setembro de 1974

“… Estive até às 20 00h no meu gabinete com o Tenente-Coronel Virtuoso e o Capitão Lomba, a finalizarmos o “Estudo da Comissão Liquidatária do QG/CTIG em Lisboa” e dos elementos que ficam em Bissau de 30 de Setembro a 31 de Outubro. …”

Coronel Henrique Gonçalves
Vaz(Chefe do Estado-Maior do CTIG

Abraço:

Luís Gonçalves Vaz