1. No passado dia 4 de Dezembro de 2010 o nosso Camarada Fernando de Sousa Henriques, autor do livro “No ocaso da guerra do ultramar”, ex-Alf Mil OpEsp/RANGER tendo cumprido a sua comissão em 1972/74, gravou o seguinte comentário no poste P7320, da autoria do nosso Camarada António Rodrigues:
Os derradeiros dias do Destacamento de Copá
Tendo sido alertado por um Camarada amigo para uns comentários à volta do meu Livro “No Ocaso da Guerra do Ultramar”, mais precisamente na parte respeitante ao Capítulo “Os derradeiros dias do Destacamento de Copà”, procurei ver do que se tratava.
Devido a uma série de actividades e a dois trabalhos que estou a ultimar neste momento, só agora passo a responder e de forma sucinta.
Não querendo entrar em diálogo, nem fazer especulações e evitando excessivo protagonismo, tenho de referir:
1 - Jantei com o Camarada António Rodrigues, no Porto, em Julho passado, a convite de um amigo comum;
2 - Aí o conheci, tendo-me este relatado o que se passara do lado dele em Copà, dando-lhe eu a minha ideia daquilo que pensava que se estava a passar;
3 - Entendemo-nos bem, pelo que agora fiquei admirado pela forma como refere sentir-se ofendido, tanto mais que fora eu a despoletar no meu livro a situação de Copà que estava perfeitamente esquecida e que achei não dever passar em claro, pois eram factos que se desenrolaram nas proximidades do meu aquartelamento. Isto em detrimento de mais de cem páginas que deixei ficar de fora devido ao elevado número das mesmas que este já continha (483 pgs.);
4 - Quanto a ter considerado ser um Furriel a comandar Copà é porque só este é que aparecia nas transmissões rádio, aquando dos ataques àquele Destacamento. Pena é o Capitão da minha Companhia ter falecido, porque ele é que se situava no Abrigo das Transmissões, quando decorriam os ataques. Não sabia até que tinham existido dois Alferes em Copà e que os Milícias deles os tinham abandonado.
5 - Não duvido que Copà tenha sido abandonada em 12 de Fevereiro, pois como estávamos sujeitos, igualmente, a intensa acção da Guerrilha, sofrendo fortes ataques de foguetões, de canhão sem recuo e de morteiro 120, não havia disposição “nem aço”, para se assentar datas ou quaisquer dados, pois nem se sabia se se iria sair dali com vida.
Será erro grave a distância que separa o dia 12 da segunda quinzena (15) de Fevereiro? Uma coisa é certa: nesse dia senti-me mais só no Leste, pois aqueles meus Camaradas tinham partido.
6 - Efectivamente supunha que em Copà só existisse ums Secção reforçada e não os tais 40 militares brancos, o que já pressupunha alguma actividade operacional, como aquela que a minha Companhia veio a desenvolver ao longo de toda a sua Comissão, se bem que lá para Fevereiro de 1974 cada Pelotão só contasse com cerca de 12 militares operacionais.
7 - Claro que a referência feita aos desertores nunca foi extensiva aos restantes militares, pois estes até tinham sido abandonados. Só enfia o barrete quem quer!...
Julguei que tudo isto tinha ficado bem claro, na longa conversa que mantive com o Condutor Auto António Rodrigues. No final desta nossa conversa até me disponibilizei para o ajudar a editar o que ele tinha escrito.
Fernando Henriques
2. Já tive o prazer de conviver 3 vezes com o Fernando Henriques, slavo o erro uma vez em Lamego no Encontro/Convívio Anual da Associação de Operações Especiais e duas na Tabanca de Matosinhos, onde o Henriques se deslocou desde os Açores, para estar presente e confraternizar num almoço semanal daquele "quartel" e num almoço de confraternização entre o pessoal que foi à Guiné em 2010.
Quero aproveitar esta oportunidade para, em nome do Luís Graça Editores e demais Camaradas desta Tertúlia bloguista, enviarmos aqui um convite ao Fernando Henriques para aderir à nossa Tabanca Grande.
Como costuma dizer, e bem, o Carlos Vinhal não custa nada. Apenas uma foto actual do tipo passe e pelo menos uma estória com fotografias das “estâncias turísticas” por onde o Henriques andou no leste da Guiné.
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Nota de M.R.:
Quero aproveitar esta oportunidade para, em nome do Luís Graça Editores e demais Camaradas desta Tertúlia bloguista, enviarmos aqui um convite ao Fernando Henriques para aderir à nossa Tabanca Grande.
Como costuma dizer, e bem, o Carlos Vinhal não custa nada. Apenas uma foto actual do tipo passe e pelo menos uma estória com fotografias das “estâncias turísticas” por onde o Henriques andou no leste da Guiné.
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Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
7 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 – P7394: Controvérsias (112): Direito de resposta ao P7392 (Magalhães Ribeiro)
7 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 – P7394: Controvérsias (112): Direito de resposta ao P7392 (Magalhães Ribeiro)
17 comentários:
Caros camarigos
Creio ter sido quem pela primeira vez referiu o livro do Fernando Henriques.
Trata-se de um livro interessante de se ler, principalmente para aqueles que 'fizeram a guerra do leste'.
Além disso, e como o autor também refere, embora o livro seja dedicado e escrito tendo como pensamento os seus camaradas de Companhia e Batalhão, é também dirigido aqueles que nunca tendo participado nessa guerra mas que queiram 'conhecer' o que, e como, se viveu e lutou nesses tempos, possam através da sua leitura ter uma idéia aproximada.
O Fernando Henriques parte muitas vezes da sua experiência pessoal e depois alarga-a ao que se passou à sua volta.
Assim, para além de algumas inevitáveis imprecisões que aqui e ali poderão acontecer, encontrarão os leitores bom material para conhecimento geral e até também pormenorizado do que foi 'o ocaso da guerra' na zona leste, Canquelifá, Piche, Buruntuma e seus Destacamentos.
Um abraço
Hélder S.
Amigos
Assim se faz História, é o que resulta do Livro do nosso camarada Fernando Henriques,que escrevendo, também teve a humildade de vir esclarecer sobre a "foguetada" de Copá contada pelo nosso camarada António Rodrigues, que jamais porei em causa, porque cada um de nós tem a sua versão e verdade dos factos.
Para mim, a história de Copá não é só a versão do António Rodrigues que veio atacar o nosso Camarada Fernando Henriques por mentiras, que a final não são, como este esclarece, bem como, não teve a coragem de dizer no seu Poste 7320 que se tinha encontrado com o Fernando Henriques para falar com ele, sobre o assunto, ou será que este também está agora a mentir.
Por outro lado, como disse, a história de Copá, não é e nem pode consistir apenas num depoimento e por isso eu deixei uma série de perguntas no Poste 7320 ao António Rodrigues, que nem sequer respondeu.
Refere o nosso camarada Fernando Henriques os louvores, que desconhecia tantos louvores e que na Unidade dele assim não aconteceu, aliás, eu acrescento, e porque também não foram louvados também os nossos camaradas de Guidage e de outras Unidades que passaram por sacrifícios semelhantes?
Já agora os camaradas comentaristas que vieram a correr para "enforcar" o Fernando Henriques, que exceptuando 2 ou 3 escreveram sobre a Guerra, onde estão agora?
São tão expeditos em comentar e agora não vêm pedir desculpas ao nosso Camarada Henriques?
Meus Amigos
Vamos ter bom senso e já agora o nosso Camarada António Rodrigues que responda às perguntas colocadas a fim de melhor esclarecer o que se passou em Copá e convide os Alferes e os Furrieis e outros camaradas que sofreram na carne o pesadelo de Copá, para melhor se compreender o que ali se passou e assim registar para a História tais factos.
Com um abraço amigo
Carlos Silva
Isto é espantoso!
O Fernando Henriques escreve umas mentiras sobre o que aconteceu em Copá e ainda temos de lhe pedir desculpa?
O António Rodrigues conta a verdade,
o que realmente aconteceu, e se calhar, para uns tantos senhores, (desculpa Carlos Silva) os factos, o louvor colectivo aos quase 40 homens que não fugiram de Copá, são uma mentira.
Isto não é cada um a contar a sua história, não são opiniões. Não é Rodrigues contra Henriques. É a nossa História que se faz com depoimentos verdadeiros e factuais.
Cada vez tenho menos vontade de escrever no blogue. O pessoal está velho, casmurro, convencido, frustrado e esquerdizado e uma mente aberta (não para a minha verdade,eu não conto) mas uma mente aberta para a verdade da História parece ser cada vez mais rara.
Um abraço,
António Graça de Abreu
Caros camarigos
Ao ler os dois postes sobre Copá, não lhes encontro assim uma diferença tão grande afinal.
Claro que o grande problema aqui é o termo "miseráveis desertores" que é uma generalização dos militares de Copá, que o autor do livro pelos visto não queria fazer, mas que é legitimo ter como tal.
Afinal o autor do livro desconhecia alguns factos, (ele prórpio o reconhece),pelo que caro camarigo Carlos Silva, não é bem de História que se trata.
Tinha sido bem melhor, julgo eu, que o meu camarigo Ranger Fernando Henriques a quem não conheço pessoalmente, tivesse explicado o termo "miseráveis desertores" como explicou sem ter terminado com uma frase que acaba por desfazer a explicação.
Tenho dito, embora com a ressalva de não ter a verdade dos factos, e como tal poder estar errado.
Poder-se-ía ter tentado antes, (não sei se os editores o fizeram), ter contactado o Fernando Henriques para esclarecimentos.
Siga a Marinha!!!!
Um abraço camarigo para todos
AMIGOS E CAMARADAS DE GUINÉ, TINHA DITO QUE NUNCA MAIS ESCREVIA AQUI, MAS NÃO POSSO FICAR CALADO COM ESTAS MENTIRAS QUE ESTE CAMARADA FERNANDO HENRIQUES ESTÁ DIZENDO, ELE MENTE COM TODOS OS DENTES QUE TEM NA BOCA, ONDE É QUE ELE ESTAVA NA ALTURA DOS ACONTECIMENTOS DE COPÁ, EU VIVI-OS SEI O QUE SE PASSOU, O COMANDANTE DE COPÁ ERA O ALFERES MANUEL JOAQUIM BRÁS, QUERO AQUI DIZER QUE PASSEI MUITO TEMPO NO POSTE DE RÁDIO E ERA O ALFERES BRÁS QUE FALAVA, CLARO NEM SEMPRE ELE PODIA ESTAR AGARRADO AO RÁDIO,O QUE O ANTÓNIO RODRIGUES DIZ É CEM POR CENTO VERDADE É A VERDADE NUA E CRUA, PERGUNTO PORQUÊ QUE A QUEREM DESVIRTUAR,PARA FAZER O LIVRO, ONDE O FERNANDO FOI BUSCAR AS INFORMAÇÕES. QUERO AQUI DIZER QUE TODOS OS QUE ESTIVERAM EM COPÁ FORAM LOUVADOS. EM COPÁ ESTAVAM CERCA DE 4O ELEMENTOS ERA O PELOTÃO DO ALFERES BRÁS E ALGUNS ELEMENTOS DO ALFERES FRAGATA QUE TINHAM IDO PARA LÁ DE CASTIGO UM DELES ERA UM SEU FURRIEL O MOTRENA DE SETÚBAL, E FICO-ME POR AQUI PORQUE JÁ ESTOU FERVENDO E DEPOIS DIGO AQUILO QUE NÃO GOSTAM DE OUVIR.
UM ABRAÇO DO TAMANHO DA GUINÉ PARA TODOS VOCÊS
AMILCAR VENTURA
Camaradas,
Parece-me que estes dois interpretes do leste da Guiné, são pessoas sérias,que relataram o que era do seu conhecimento.
O que lastimo, é o género de linguagem intolerante, a soberba de possuir a verdade ou a melhor interpretação, sem preocupações de esclarecer e de procurar o consenso.
Afirmações como a de "mentir com todos os dentes", não só não ficam bem, nada bem, num blogue de camaradas que relatam as suas experiências, como inibem ao tratamento sério das diferentes questões.
Copá ficava ao lado de Canquelifá, e o plano de fogos desta, também se destinava a proteger aquela. É natural, portanto, que em Canquelifá se vivessem também os problemas de Copá.
Assim, porque é que não se preocupam em apurar a realidade, em vez de criar cismas com a linguagem desbragada? Parecem uma equipe, em que cada um joga para seu lado, desvirtuando o necessário espírito de equipe. Será esta a melhor imagem a transmitir para memória futura?
Quem sabe, em vez de chifrim,devem esplanar com calma os diferentes acontecimentos e, até, agradecer o contributo dos que só sabem parcialmente, para se fazer a narrativa tão aperfeiçoada quanto possível.
Quanto aos louvores, toda a gente sabe que muitos deles também convinham à promoção de quem os atribuía, mas é um registo incontestável das dificuldades ali sentidas, e alia-s a um conceito de heroicidade relacionado com a resistência, pelo que me parecia suficiente o louvor colectivo.
Abraços
JD
Caros camarigos (por afinidade)
Eu, combatente e leitor assíduo deste espaço, que considero uma verdadeira tribuna de debate e informação sobre a guerra colonial em geral e no teatro da Guiné em particular, estou muito triste com a falta de humildade de uns (o autor do livro) e falsa solidariedade de outros (alguns "amigos" do autor).
Não estive em Copá, nem sequer na Guiné, o meu teatro de guerra foi em Angola, mas a nossa "herança" é comum e os nossos mortos merecem-me o mesmo respeito.
Não é preciso ter estado em Copá, nem sequer ser muito inteligente para ver quem errou. Haja a humildade e coragem de reconhecer o erro. Reconhecer um erro, não é sinal de fraqueza, mas sim de nobreza. Afinal quem nunca errou ?
Alguns "amigos", que hoje defendem o autor da obra, que tem a pretensão de ser um documento histórico e relatar a verdade dos factos, atacaram ontem virulentamente o A. Lobo Antunes, por num seu romance sobre esta temática (guerra Colonial ou do Ultramar, é-me indiferente) , ter dito algumas mentiras.
Ora numa obra literária, seja um romance, uma fábula ou uma parábola, é admissível utilizar-se a ambiguidade, a verosimilhança, a conotação e desculpem-me, até a mentira. Agora num livro que pretende escrever história, não por favor.
Peço-vos, não firam de morte este espaço, porque ele já não é só vosso (combatentes da Guiné), pertence a todos os combatentes.
Obrigado e saudações.
Peço desculpa, mas discordo de Mexia Alves quando diz que, afinal, ao ler os dois postes não lhes encontra uma diferença tão grande.
Um diz que 35 aguentaram e 5 não.
Outro diz que em Copá ficaram um furriel e mais dois ou três militares e os outros fugiram.
Se isto não são versões diferentes, só podem ser opostas.
Um abraço,
Carlos Cordeiro
Como ex-combatente e também não da
Guiné,se o Camarada António Almeida
me dá licença faço,(na integra)mi_
nhas as suas palavras.Na blogosfera
dos ex-combatentes, não há blogue
igual.O Tempo a História e a Verda_
de VERDADINHA,serão os nossos Jui_
zes.Chega-nos de sobra as"invençõ_
es"de quem nunca lá esteve e que
para servir variados interesses,
contam a guerra à sua maneira,dene_
grindo-nos.Cada vez somos menos,
ignorados e a evitar,como uma praga
Entre nós não deviamos ter assomos
de protagonismo;servilismo ou de
Deturpadores.Para História mal con_
tada,basta o que basta.Desculpem.
Obrigado.Alberto Guerreiro.
Caros Camaradas.
O que acabo de ler é verdadeiramente espantoso.
Como é possivel sessentões utilizarem a linguagem dos nossos netos?
Fiquei triste e começo a interrogar-me se não estaremos a ficar loucos?
Ou estaremos a ter dificuldades em saber envelhecer?
E vai daí começamos a insultar-nos e a não ter paciência para dialogar, não querendo ouvir os outros, já para não falar na falta de humildade?
Companheiros, vamos ter calma.
Um Abraço
Eduardo Campos
Camarigos
Sou amigo do Fernando Henriques.Tenho o seu livro e li todos os acontecimentos em Copá.
Tenho-o como uma pessoa honesta e amigo do seu amigo.
Para quem não sabe, O Alf.Mil.OE Fernando Henriques pertencia ao BCaç. 3883, que foi render em Pitche o meu BCav.2922.
O F. Henriques integrou a CCaç. 3545, capitaneada pelo Cap.Mil.Fernando Peixinho de Cristo, que foi render em CANQUELIFÁ a CCav.2748.
O Destacamento de Copá tinha o apoio da Artilharia do Quartel de Canquelifá. Eram 3 obuses de 14 cms, que foram substituídos, por ordem de "Um Crâneo" residente em Bissau, por obuses de 10,5 Cms.
Como é óbvio, estes obuses, não tinham o alcance dos de 14 Cms.
Esta substituição fragilizou o Destacamento de Copá, assim como o próprio Quartel de Canquelifá.
Em Março de 1973, Canquelifá ficou a "ferro e fogo", e muito limitado no fogo de retaliação aos ataques.
Tiveram que ser socorridos pelos Comandos Africanos e pelos Páras.
Eram 6 Morteiros de 120mm a despejar fogo e ainda com Canhão sem recuo, além de 300 foguetões de 122mm. A Tabanca ficou arrazada.
Como já lá não estava ,vou lendo o que se escreve.
Abraço Camarigo
Luís Borrega
Meus Caros Amigos
Graça Abreu e Mexia
Escrevi aqui um extenso comentário em resposta ao vosso, mas que não gravou.
Agora não tenho paciência para reescrever. Mas voltarei ao assunto para a semana.
Já não é a 1ª vez que cometo este erro.
Já vi, que 1º tenho de fazer o texto em word e depois passá-lo para aqui.
Um abraço amigo
Carlos Silva
Camarigos
Quero fazer uma rectificação ao meu comentário anterior.
Onde se lê Março de 1973 deve-se ler Março de 1974. A força de socorro a Canquelifá integrava a 1ª, a 2ª e a 3ª CComandos Africanos, e eram comandadas pelo Major Raúl Folques. Não havia portanto nenhuma Companhia de páras no local.
Abraço
Luís Borrega
Caro Fernando Henriques:
Estou a chegar aos comentários um pouco atrasado, talvez já sem leitores mas, para "memória futura", aqui vai.
Dizes "supunha que em Copá só existisse uma secção reforçada e não os tais 40 militares brancos".
Ora acho que está aqui a base do teu raciocínio que deu saída a um involuntário (mas grave) erro: pois, se apareceram cinco soldados fugitivos, fica óbvio terem ficado em Copá o furriel e o resto da secção.
Não quero entrar em polémicas, estamos a ficar velhos e , por vezes, rabujentos e facilmente violentos na linguagem.E olha que não me estou a referir aos termos tipo "calão".Por mim venham os c.e os f.,o vai p'raqui vai p'racolá, que pouco ou nada me incomodam. Há outros,de caráter muito mais ofensivo, que parecem poder atingir a dignidade pessoal, por vezes de forma ridiculamente gratuita.E não me estou a referir a controvérsias ideológicas.
Voltemos: quando dizes que " a referência aos desertores nunca foi extensiva aos restantes militares, pois estes até tinham sido abandonados" e que, por isso, "só enfia o barrete quem quiser"(!),isto pode ser mesmo ofensivo para quem ficou em Copá, (parto do princípio que já corrigiste o nº de militares que ficaram, aguentaram, em Copá).
Depois de se ficar a saber que, afinal, estavam em Copá 35 militares e não uma secção reforçada comandada por um furriel, sai bastante displicente, humilhante e militarmente ofensiva para eles(por desonrosa) a ideia de que 31 soldados, enquadrados por um alferes, quatro furrieis e quatro 1ºs cabos poderiam alguma vez sentirem-se abandonados por cinco soldados desorientados e dominados pelo medo!
"Só enfia o barrete quem quiser"(?!).Para já não falar dos outros, há um que fica com o barrete enfiado, o ex-alf. Brás, queira ou não queira, pois se em Copá ficaram só um furriel e três ou quatro soldados! ...para onde é que ele foi?
Camarada Fernando Henriques,eu acredito na versão do cam. A. Rodrigues ( corroborada pelo Amílcar Ventura num coment. supra).Parece-me que a tua não tem lógica, nem militar nem simplesmente humana. É simples opinião minha.Não te acuso de nada.Acredito que o que está no teu livro era a tua verdade. Só não gostei de teres desvalorizado as queixas do Ant.Rodrigues,que acho muito justas, apesar de saber que não há solução nesta edição do livro.Creio que a memória te traiu ou, na altura, devem ter-te passado ao lado alguns pormenores que, como diz o outro, eram "pormaiores".Quanto ao teu livro, pois, não há nada a fazer,a não ser uma nova edição( devidamente corrigida e talvez aumentada). Para finalizar, sans rancune,
Um abraço
Caros Camaradas,
Estupefacto é a palavra encontrada para descrever como é que um camarada, seja ele alferes, Capitão, General ou soldado, pode chamar "MISERÁVEIS DESERTORES" a quem lutou até à exaustão para defender um pequeno destacamento, que pelos vistos até não tinha muito interrese para as nossas tropas.
É essa a conclusão que acabo de chegar, após ordens do General Betencurt Rodrigues para a retirada.
Senão vejamos:
Os homens que lá estavam ( cerca de 40 já com a logistica) tinham desembarcado em Bissau a 29 de Setembro de 1973. Realizaram o IAO em Bolama de 05 a 31 de Outubro, seguiram para Bajocunda para sobreposição e treino operacional a 04 de Novembro, assumindo Copá em 25 de Novembro de 1973.
Perante isto, estes Homens tinham apenas 2 a três meses de actividade operacional.
Como é possível que Homens com tão pouco tempo de Guiné e tão pouca experiência não tivessem tido apoio do seu Batalhão ( 8323/73), ou de Kanquelifá que distava a 12 kilómetros. Será que preferiam ve-los todos mortos?
Como é possível um Sr. Alferes (ainda por cima Ranger) chamar-lhes uma coisa destas a Homens que lutaram até à exaustão dando tudo, com a sua pouca experiência, para que o destacamento não caísse nas mãos do PAIGC.
Meu caro Sr. Alferes, eu também lá andei 27 meses e 14 dias e sei muito bem o que é reforças um destacamento quando as forças dos nossos camaradas homens já estão muito por baixo. O moral que isso representa para as nossas tropas quando sentem que não estão sós, e também o efeito negativo que provoca nas tropas inimigas.
Por tudo isto, e porque tive em Copá um primo meu, mas que nunca foi cobarde nem Miserável desertor, Solicito-lhe que lhes peça um pedido de desculpas, é no minimo o que se pode aceitar como razoável.
Um abraço a todos os Combatentes, Guiné, Angola ou Mocambique.
M.R.S.Q.
Caro Carlos Silva!
Para que não pense que me acovardei ao não responder aos seus comentários sobre o meu P7320 Controvérsias (111)devo esclarecer o seguinte.
Só no início deste ano tive oportunidade de frequentar um curso básico de informática onde fiquei com umas noções mínimas sobre o manejo desta para mim até então estranha ferramenta.
Por tal motivo quando escrevi o texto do referido P7320 tive que pedir a um amigo que mo colocasse no Blog porque não dominava e ainda não domino muito bem estas novas tecnologias.
É verdade que me encontrei e jantei com o Fernando Henriques aqui no Porto no final do mês de Maio de 2010 mas do meu ponto de vista nada ficou esclarecido quanto ao assunto em questão.
Posteriormente depois de toda a polémica que o meu testemunho causou em Janeiro deste ano tivemos uma muito longa conversa entre os dois e agora sim pela minha parte enterrei o machado de guerra porque ele me prometeu que se houver uma segunda edição do seu livro irá emendar o erro na parte que respeita a Copá.
Quanto ao meu P7320 não altero nem retiro dele nada nem uma vírgula porque estou absolutamente certo do que escrevi. pela minha parte acho que não tenho mais comentários a fazer.
Um Forte Abraço.
António Rodrigues
Caros Camaradas.
Estive nessas zona,e o jornal da caserna, por vezes não conrresponde á verdade. Li os livros do Fernando Henriques e do António Rodrigues. No caso do abandono de Copá, encontrava-me em Bajocunda e tambem se falava que apenas tinham ficado 4 militares em Copá, o que o António Rodrigues testemunha não ser verdade.
No caso dos Óbuses substituidos em Canquelifá, pelas fotos do livro do Fernando Henriques, os que lá ví eram mais parecidos com o óbus 14, mas o Fernando garantiu-me que os obuses 14 tinham sido substituidos e eu como nunca percebi nada de obuses nada tenho a dizer.
Cada um procurou fazer o melhor e á distãncia dos acontecimentos, por vezes á falhas que apenas devem ser rectificadas e não censuradas.
Um abraço para todos.
José Marques.
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