quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 – P7486: Controvérsias (116): Direito de resposta a comentários do poste P7392 (Magalhães Ribeiro)



1. Camaradas é na qualidade de membro desta Tabanca Grande, que eu Eduardo José Magalhães Ribeiro, ex-Fur Mil OpEsp/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74, Cumeré/Mansoa/Brá – 1974, respondo, por direito de resposta, às dissertações expostas em alguns comentários inseridos no poste:

6 de Dezembro de 2010 >
Guiné 63/74 – P7392: Banalidades da Foz do Mondego (Vasco da Gama) (XII): Sobre a nova Série do nosso Blog “O fim do Império português na Guiné” do nosso camarigo Magalhães Ribeiro

Comentários:
Juvenal Amado disse...
Caro VascoGostei da tua intervenção.Não gostei do poste do MR, que já em outras alturas sacou de um tipo palavreado, que considero ofensivo para mim, que não penso como ele .Mas é assim a liberdade do teu nosso 25 de Abril, permite-nos ouvir de tudo e felizmente não nos obriga a comer e calar.No tempo do famoso «ultramar» era bem diferente.Um abraçoJuvenal Amado
Segunda-feira, Dezembro 06, 2010 10:27:00 PM


J.Belo disse...
Meu "Almirante" de outras tormentas. Näo se pode(nem deve!) esquecer que, a NOSSA LIBERDADE,foi conquistada por alguns que por ela lutaram durante muitas décadas...e,oferecida "de bandeja" a outros.Muitos até nem a queriam,ou querem,por täo incómoda nas diversidades. Gostei do que escreves-te.Aquele abraco!
Terça-feira, Dezembro 07, 2010 1:33:00 AM


Amigos e Camaradas,

Há camaradas neste blogue que têm um teclado fácil e democrático, só deles e apenas deles. Tão democrático que só eles é que sabem, e eles é que são os democratas do pedaço.

Debitam aqui o que muito bem lhes apetece, em nome da LIBERDADE individual e, no meu caso, criticam negativamente as minhas ideias, pensando eles, quem sabe, que é que estão certos… só eles. As ideias deles e os seus conceitos de LIBERDADE é que são a TOTAL… visão clara e sapiente.

Por acaso, no meu caso, esta malta anda, ou com azar, ou com falta de pontaria. Uns tantos (poucos felizmente) (des)interpretam completamente os meus textos e estão mais interessados em criticar as ideias do MR e, assim, arranjar chatices, do que acompanhar distraída e implicitamente a publicação e evolução das memórias no blogue.
Eu não tenho criticado as ideias de ninguém, EXCEPTO A DETURPAÇÃO DE ACONTECIMENTOS E FACTOS e, por isso, agradeço que me deixem em paz com as minhas, já que ainda é um direito que me assiste.
Ou não?
Afinal quem é que não aceita as ideias dos outros?
Já o disse aqui mais que uma vez que há um velho ditado que diz: “Quem não se sente não é filho de boa gente”.
Eu sou!
Como fui nitidamente provocado, como se pode ler nos comentários em epígrafe, vamos lá então ver quem é que lutou, TAMBÉM E MAIS QUE MUITOS OUTROS, pela LIBERDADE e pelo 25 de ABRIL, para que hoje se possa estar aqui e em todos os cantos de Portugal a discutir sem qualquer tipo de receio… abertamente.
Estudei até aos 14 anos e optei por trabalhar/estudar aos 15, completando, em 1979, o 11º ano. Hoje estou com 43 anos de trabalho, dos quais retiro 2 meses de baixa (1 para me tirarem varizes das pernas e 1 para me tirarem o apêndice).
Até nisto tenho ajudado o país!
Nunca me tendo assumido como um anti-faxista da treta, como muitos se apregoaram e apregoam ainda hoje, recuo as minhas recordações aos fins dos anos 60, princípios dos anos 70, quando trabalhador-estudante na Escola Industrial Infante D. Henrique - no Porto -, para vos contar que aí, impressionado com o número de mortes que ia ouvindo, aqui e ali, que aconteciam na Guerra do Ultramar, resolvi interessar-me um pouco mais pela política (conversando e discutindo com os mais politizados, em grupinhos que ao mínimo sinal de perigo logo se separavam, pois a PIDE tinha ouvidos em todos os lados e andava sempre por perto).
Daí a passar também a colaborar em acções de sensibilização junto dos meus colegas de turma, essencialmente em pequenas acções contra a guerra, em que os meus familiares e amigos estavam a ser enviados aos “molhos”, feridos e mortos, foi um passo.
Um dos meus colegas escolar que trabalhava no jornal “O Século”, trazia vários exemplares do célebre “Fulcro” (um boletim maoista/trotsquista), e eu comecei a ajudá-lo na sua distribuição, quer na escola, quer na empresa onde trabalhava.
Depois fui dando uma “mãozinha”, em datas marcantes de factos políticos, como os 31 de Janeiro, os 1º de Maio e os 5 de Outubro, num velho hábito de protesto que era apedrejar o posto S.O.S. da P.S.P. que se encontrava no largo frente à escola e tirar o pedreiro da estátua local, colocá-lo na relva e enchê-lo de velinhas a arder ao mesmo tempo que distribuíamos panfletos com máximas e ditos contra a guerra, tudo muito rapidamente pelos transeuntes, pois a polícia pouco demorava a aparecer em grande número.
Nos anos 70 a polícia chegou a cercar completamente a escola, tendo-nos valido para escapar à detenção policial o túnel subterrâneo sob a Rua Júlio Dinis, que ligava à vizinha escola Gomes Teixeira, por onde fugíamos.
Nos 1º de Maio, passei a juntar-me com o Amaral e o Tó (velhos amigos meus) aos grupinhos que afluíam em tom desafiador e provocante, nas manifestações contra o regime governativo em vigor e a guerra do ultramar (onde eu mais me revia), que se iam acumulando na Praça da Liberdade, aqui no Porto, a quem a PSP em níveas (carochas de cor azul), circulando pela Avenida dos Aliados, fazia vários avisos: “Quem for alheio à manifestação é favor retirar-se rapidamente da praça!”.

Posto isto, seguiam-se as famosas mangueiradas de água azulada (com o que creio ser sulfato de cobre dissolvido que além de marcar as roupas, dava cabo delas todas) e o cerco dos manifestantes pela P.S.P. fardada e vários PIDES (à civil misturados) que distribuía, indiscriminadamente, brutais cargas de cacetada pelos manifestantes e outras pessoas que ali fossem apanhadas desprevenidas.
Lembro-me de ver uma freira vestida de branco, que tentava atravessar rapidamente a praça, levar uma mangueirada do carro auto-bomba da P.S.P. e ficar toda de azul, e um casal de turistas estrangeiros, dominando mal a nossa língua, terem parado admirados com o "ajuntamento" de tanta gente e serem agredidos, várias vezes, à cacetada.

Por sorte e agilidade pessoal nunca levei nenhuma cacetada, mas muitas vezes fiquei com peças de roupa deterioradas.

Em Dezembro de 1973, no C.I.O.E. – Centro de Instrução de Operações Especiais, era habitual o pessoal em instrução (instruendos e cadetes), por ordens superiores, organizarem e realizarem um espectáculo de entretenimento que tinha lugar entre duas das mais impensáveis e duras provas do curso RANGER.

Também nesta “festa” andei “embrulhado”, que eu saiba num dos maiores actos contestatários políticos do antes-do-25A74 levados a efeito dentro de um quartel (ainda por cima de tropas especiais), ao modo como estava a ser gerida a política ultramarina, ao alinhar com o “Mosca” (Orlando Mesquita), vários instrutores, instruendos e cadetes, no apoio à interpretação de uma das canções revolucionárias, em voga naquela altura, que este grande cantor e Homem da cidade do Porto ali protagonizou.
Esta “festa” incluía, além de diversas canções, fados, anedotas, “travestimentos” e outras paródias próprias do acto.
A assistência era constituída por todo o “plantel” da Unidade, que era convidado a estar presente, onde sobressaía o Comandante – Cor. Amílcar José Alves.
O combinado nos bastidores entre a malta que sabia do que se ia passar era aplaudi-lo exacerbadamente, com gritos de apoio e muitos assobios.
Apesar dos mais que evidentes e justificados receios do “Mosca”, dado o alto risco de ser imediatamente detido finda a sua intervenção e as pouco recomendáveis consequências que daí adviriam, lá avançou destemido para a sua inesquecível, surpreendente e ousadíssima actuação, a que se seguiu a nossa (na quase totalidade do pessoal miliciano) enorme ovação.
Findo o “espectáculo” talvez frutos dos nossos efusivos aplausos, o comandante da Unidade, no meio de um silêncio absoluto, levantou-se e sentenciou: “Hoje é dia de festa e por isso vou fazer a de conta que nada se passou aqui de anormal”.
Deste episódio resta dizer que tudo acabou bem, tão bem que o caso foi omitido como prometera o Coronel Amílcar José Alves e o Orlando Mesquita recebeu, no fim do curso, o emblema RANGER, que hoje ostenta, segundo as suas palavras, com muita honra e orgulho.
Depois, já em Tomar, tive o orgulho pessoal de ter participado no 25 de Abril ou como eu gosto de escrever 25A74... sobre o qual não recebo lições de ninguém (ninguém mesmo), pois eu SEI ONDE ESTAVA como poucos se podem gabar… de G3 na mão, no RI15, onde estava a monitorizar instrução a mancebos, mobilizados, COMO EU, para a Guiné (há postes no blogue onde estão documentos meus comprovativos e tenho mais alguns no meu arquivo pessoal).
Também tenho que dizer isto, se a guerra acabou mais cedo para muitos que estavam no Ultramar e puderam regressar mais cedo a casa, foi porque muitos como eu se juntaram de imediato aos revoltosos de Abril, e ajudaram à concretização da revolução.
A uns, que nasceram mais cedo, infelizmente tocou-lhes entrar em terríveis combates, muita privação, sacrifícios, ver feridos e mortos. A mim, graças a Deus, tocou-me a fase do fim da guerra e da independência da Guiné.

Tenho a consciência tranquila e a minha caderneta militar limpa, porque cumpri 100% com o que foi solicitado no tempo de vida militar, que decorreu sem qualquer louvor ou “porrada”.
Na volta á vida civil, desde o 25A74, fui e sou, ainda hoje, sindicalista, tendo começado nos então temíveis Metalúrgicos, a que se seguiu o STIEN - Indústrias Eléctricas do Norte e ainda hoje no SINDEL - Sindicato da energia, onde, apesar de trabalhar como técnico pelas 25 grandes barragens e 45 mini-barragens fora deste país, desempenho funções, sem críticas negativas, dos cerca de 40 colegas de trabalho, associados do dito sindicato.
Foram muitos os confrontos políticos e lutas de sindicalistas que eu ajudei a serenar e a "apagar" ao longo dos quentes anos do PREC e por aí fora... até aos dias de hoje.
Hoje, penso que é preciso que a "cegueira" anti-salazarista e anti-caetanista não leve a dizer mais disparates no blogue.
Não foi Salazar, nem Caetano que arranjaram umas coloniazitas em Àfrica, e depois inventaram umas guerrinhas onde os portugueses coitadinhos iam passar uns sacrificiozitos e morrer.
Caso não se lembrem, ou não saibam, em África já por lá andavam os tugas há mais de quinhentos anos. 500 ANOS meus amigos!
A verdade quer se queira, quer não, foi uma herança que Salazar devia ter resolvido melhor, na minha simples opinião pessoal, e optou pelo pior caminho… a guerra!
Por isso, o contexto da expansão é mundial foi moda política nos séculos XV e XVI, basta estudar um pouco de história universal.
A visão é reduzida se dissermos que Portugal é que explorava os africanos, pois foi "arrastado" na odisseia de então que fazia parte da tendência ancestral e mundial, onde o nosso país acompanhou a evolução dos outros países como a Espanha, Bélgica, França, Itália, etc.
Não me vou alongar mais.
Esta minha "iluminação" (modo de pensar) é a daqueles (muitos felizmente pelos e-mails e telefonemas de parabéns que tenho recebido), que não se deixam vacinar, nem vergar, por lavagens cerebrais de qualquer tipo religioso ou político-partidário, resumindo-se ao conhecimento, estudo da veracidade e da lealdade dos factos.
Creio que já basta de polémica e de acusações impensadas e maldosas, pelo que agradeço a todos que, para mim, não me venham com mais tretas superioras e ressabiadas, gastando palavras como… LIBERDADES e 25 DE ABRIL.
O respeito, como é óbvio e democrático, tem que ser mútuo. Que respeite quem quer ser respeitado!
Um abraço,
Magalhães Ribeiro
__________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:

10 de Dezembro de 2010 >
Guiné 63/74 – P7414: Controvérsias (114): Os BCAÇ 4612: Um de 1972 e outro de 1974 (Agostinho Gaspar)

23 comentários:

Anónimo disse...

Pessoalizar ideias generalizadas (e abstractas) cria uma situacäo em que nos acabamos sempre por definir em relacäo...a "outros". Nos comentários por mim enviados para este blogue näo será esse o objectivo. Os anos e experiências de uma já longa vida ensinaram-me melhor. Um abraco.

Jorge Fontinha disse...

Tens toda a minha solidariedade, em tudo aquilo que escreveste e em que acreditas e eu também.

Aquele abraço do

Jorge Fontinha

Anónimo disse...

MR
Tens tanto direito de ter crença (como Jorge Fontinha e o Abreu Pai) e opinião e de as manifestar quando e onde quiseres, como o têm os que convosco discordam e o dizem.
Não tenho dúvidas sobre as tuas qualidades humanas, não porque te conheça de convívio directo e longo, mas porque disso tenho ouvido muito.
Por isso terás sempre o meu abraço ainda que contigo discorde por vezes.
Mas sabes da gente que por aí anda gozando dessa liberdade que, como dizes, defendeste de G3 na mão, mostram com clareza que se tivessem poder me não deixariam a mim ter crença e opinião.
Quanto ao 500 anos, estando de acordo com a gesta heróica deste povo em tempo de bons líderes, te digo que África é muito mais antiga que esse "curto" tempo e do que a História do mundo.
Sem paternalismos e com amizade de aconselho a fazer uma visita miúda à História Geral de África, agora mesmo anunciada no blogue pelo nosso querido companheiro Carlos
Um abraço
José Brás

Luís Graça disse...

Aqui, no nosso logo, todos somos iguais, não há (nem pode haver) uns mais iguais do que outros, a começar pelos editores, colaboradores mais próximos, membros séniores, etc...

No caso da Constituição da República Portuguesa, o art 13º diz:

"Princípio da igualdade

"1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

"2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual." (...)

Os "tabanqueiros", tanto nacionais ou estrangeiros (distinção que para nós é irrelavante, na Tabanca Grande), têm todos o mesmo direito à liberdade de opinião e de expressão, tal como vem consagrado no art 19.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos:

"Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão". (...)

No nosso blogue, a única coisa que se nos pede É "A MANIFESTAÇÃO SERENA MAS... FRANCA dos nossos pontos de vista, mesmo quando discordamos, saudavelmente, uns dos outros (o mesmo é dizer: que evitaremos as picardias, as polémicas acaloradas, os insultos, a insinuação, a maledicência, a violência verbal, a difamação, os juízos de intenção, etc.)"...

O debate fortalece-nos, a guerra só nos pode matar, ferir, separar, desunir, destroçar, destruir... enquanto "projecto de uma comunidade virtual (mas também cada vez mais efectiva e afectiva, com encontros de 1º grau...).

Pensemos nisto, camarigos, quando desejarmos, uns aos outros, boas festas natalícias... Por pensamentos, palavras e obras...

Joaquim Mexia Alves disse...

Nesta quadra natalícia confesso que não estou virado para polémicas politicas.

Mas concordo em muito com o MR.

Lembro apenas que depois do 25 de Abril foi preciso ainda lutar para que alguns que se reclamavam da liberdade não nos aprisionassem de novo, e aí muitos anónimos se deram também gratuitamente.


Um abraço forte e camarigo para todos.

antonio barbosa disse...

Mais uma vez sou obrigado estar em
perfeita sintonia com o que acabas de escrever, usaste da melhor forma o direito de resposta que te
assiste, infelizmenteainda andam por aí uns democratasitos que se esquecem QUE ALIBERDADE DE UNS CO_
MEÇA QUANDO ACABA A DOS OUTROS, mas como isso já era normal antes de Abril não há que espantar, continua Magalhães pois ainda há muita gente que comunga com os teus ideais e tem todo o gosto em ler a proza que nos vais presenteando.
UM SANTO E FELIZ NATAL
Antonio Barbosa

Manuel Reis disse...

Amigo Magalhães Ribeiro:

Não entendo esta tua resposta agora que o assunto já estava nas calendas, para quê mexer?

Eu até aplaudi o texto em que descreves o teu bom relacionamento com o Comissário Político do PAIGC.
Tens opiniões favoráveis e outras desfavoráveis. É o normal!

É Natal!

Um forte abraço e um Bom Natal.

Manuel Reis

Torcato Mendonca disse...

M.R.
Não respondo.Para quê?
Tens o direito a pensares como entenderes, a opinar aqui neste espaço.Considero e desejo que se mantenha plural.Contribuamos para isso.
Tens responsabilidades acrescidas. Isso não limita o teu direito á livre expressão. Posso discordar. Posso. Isso nada vai contra o teu livre pensamento.
Estás tão "bem vestido" na foto. De que exército é?És Ranger? Nos USA também há. Vi um filme com um.Até sei o nome dele -Chuck Norris (assim escrito?!): És como ele?
OLHA CAMARIGO MR, e trato-te assim com amizade e estima. Envio-te um abraço fraterno, pensa como sentires e, nesta quadra, sejas ou não Crente luta pela PAZ. Por isso, te desejo para Ti e Família Umas FESTAS FELIZES e Um Óptimo Ano de 2011.
Concórdia Camarigo.
Abração do Torcato

Anónimo disse...

Ressabiado, adj. que ressabia; fig. desconfiado; espantadiço;farto de; saturado; desgostoso; melindroso. (dic,da Porto Ed.)

Meu Caro Eduardo,
Pelo que antecede, verifico que, apesar de todos os dias nos encontrarmos neste convívio, ainda somos desconhecidos uns para os outros, e, talvez porque nos relacionamos a partir das nossas casas, o mecanismo de grupo torna-se mais permeável`ao conjunto das individualidades, com as suas formações e educações, onde acresce a interpretação de cada um. De facto, por essa característica física, e alguma formalidade de relacionamento por via da escrita, tem sido vulgar alguma dificuldade de entendimento, pois o que se diz de uma vez, não tem uma sequência de esclarecimento, que os diálogos directos podem proporcionar.
Eu tenho tido a sorte de te conhecer através de mails quotidianos, através dos quais expressas o teu pensamento. Coerente?
A coerência deriva do conjunto, pois às vezes escapa-nos a capacidade de expressão, e corremos o risco de sermos mal-entendidos.
Penso que no cerne desta questão estará a interpretação do termo ressabiado, que terá dado um significado de insignificância a alguns dos leitores.
Quanto ao resto do teu texto, não vou pronunciar-me, mas posso testemunhar em teu abono, que és um individuo desejoso de viver em ordem verdadeiramente democrática, e que te acho um excelente conviva em manifestações de camaradagem. Assim, a confirmar-se que o nosso problema é o da capacidade de expressão à distância e por escrito, só me resta desejar (a mim também) que possa corrigir alguma expressão ditada por sentimentos impulsivos, dando primazia a formas delicadas de expressão.
Abraços fraternos
JD

JC Abreu dos Santos disse...

... ao camarada José Augusto dos Santos Brás,

Por excepção, fundada no que se segue, aqui não estou neste momento para partilhar alguma informação (supostamente útil, para a maioria dos visitantes deste sítio da net).

Deixe-se o José Brás de picardias e faça favor de, ao menos aqui, neste local público e de suposta camaradagem-de-armas, continuar a exercer aquilo em que é mestre, a sua conhecida educação coloquial.

Há pouco, enviei a Magalhães Ribeiro, por email, a minha apreciação à exposição pública que aquele nosso amigo e camarada-de-armas, aqui deixou. É ele livre, de reenviar tal m/email, para quem bem entenda adequado revelar o que lhe exprimi, na m/qualidade de seu amigo e indirecto camarada-de-armas.

Quanto à matéria por aquele co-editor proposta neste seu "postal", não vejo como tenha cabimento, em subsequente comentário, uma qualquer - e totalmente despropositada - alusão à minha pessoa, com a agravante da subliminar (mas tosca) piadinha de prec caserneiro.

O meu sobrenome, de família, não é admissível de trocadalhos-do-carilho, brincadeiras do género desta que acima deixou escrita: «direito de ter crença (como [...] o Abreu Pai).

Se v. , que se não dá ao respeito desrespeitando outrém, tem "crença", será muito provavelmente trauma seu que lhe tenha restado de convívios com certos cabrestos e chocas que por aí andaram (e ainda andam) em determinadas praças.
E se v. desgosta do que escrevo, tem óptima solução: não leia; ou melhor ainda, promova uma inquisitorial fogueira, aproveitando esta época de intenso frio.

Se o camarada Brás quiser mais conversa, podemos combinar uma pega. De caras. E não apenas de conversa fiada.

João Carlos Abreu dos Santos: Senior, obviamente, porque, entre os meus filhos, há um homómino, Júnior: pai de um dos meus netos.

A época é de Paz e Concórdia entre os Homens. Mas, nem tanto.

Magalhães Ribeiro, tal como inúmeros outros colaboradores e/ou visitantes deste espaço internáutico, não merece(em) continuadas desconsiderações. Seja em que época do ano fôr, seja qual fôr o... pretexto.

Concluo, exortando os editores deste weblog a que mantenham, tal qual, o provocatório despautério do camarada Brás, e bem assim, na sua integralidade, este meu direito de resposta.

Sempre ao dispôr,
Abreu dos Santos (senior)

Anónimo disse...

Caro Magalhães Ribeiro,

Eu venho aqui ao blogue quase diariamente, leio, penso e cada vez escrevo menos.
Mas hoje, não poderia "sair" sem te deixar um abraço, um grande abraço de solidariedade.
Sem mais comentários...

Manuel Amaro

antonio graça de abreu disse...

Há por aí uns tantos bloguistas de esquerda, uns tantos camaradovich da direita caceteira, ortodoxa, disfarçada de esquerda, que em nome da democracia, pá tá ti, pá tá tá, continuam a infindável verborreia.A clivagem existe e é cada vez mais clara, entre nós.
Somos portugueses, ou uns míseros apêndices da ex-Moscovo soviética, de Washington, da srª Merkel?
Somos portugueses.
Alguns, muitos, neste blogue, com dignidade e a coluna vertebral bem direita, continuam a acreditar na verdade dos factos, em valores, em príncipios que estão na nossa massa genética. Por isso, continuam visceralmente honestos face à realidade que vivemos numa guerra que nenhum de nós desejou mas faz parte do estranho e fascinante desígnio de nascermos portugueses, na "ditosa Pátria minha amada", disse Camôes, o maior de todos nós.

Disse.

Que não te doam as mãos e a inteligência, meu caro Magalhães Ribeiro, a zurzir em quem merece.


Abraço amigo,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

A Graca de Abreu,que tanto admiro em poesias várias,gostaria de dizer que:"Uns tantos camaradovich da direita caceteira,ortodoxa,disfarcada de esquerda...." é,genial! Faz-me recordar, com nostalgia ,célebre tribuno das Assembleias do MFA (camarada militar,adversário político,mas...um bom Amigo pessoal) Aventino Teixeira. Um abraco amigo.

Anónimo disse...

Cheguei quase no fim e o que vou escrever sou eu mesmo que defino desde já sem interesse.

Comentei o escrito do MR e embora não tenha sido referido, ainda bem, quero desde já salientar a qualidade do trabalho do seu anterior P7392 não tanto a forma do conteudo mas, todos temos dias melhores e piores...

Tenho referido junto dos editores que certas picardias podiam e deviam ser tratadas directamente entre cada um e não aqui, o que é diferente de direito de resposta, prevista na constituiç
ão, ou da troca de ideias, confusão minha? talvez. Embora, apesar de tudo o aceite melhor neste espaço que em "Post".

Que seria se todos nós disséssemos agora onde estávamos no 25 de Abril de 1974 (eu tinha a chave de morse entalada entre os dedos)ou nos lembrássemos de começar a dizer o que tínhamos feito antes desse dia, nem que fosse apenas entre os nossos 17 e 20 anos?

Disse o Torcato que está velho e dorido... mais ou menos isto, e eu acrescento que seria bom aprendermos a ser velhos, com as nossas diferenças, discutindo-as sem nos agredirmos, seja Natal ou qualquer outra data, não é por ser Natal que devemos ser hipócritas, isso mesmo, hipócritas.

Somos, à boa maneira, Portugueses, difíceis portanto, não estamos bem nem mal, mal nem bem. Simplesmente não estamos, o quê?

Este escrito vai mais longo do que pensei, portanbto vou ter de pensar o meu novo ano de 2011.

Concordando umas vezes, discordando outras mas, sem querer ou tão pouco procurar ofender qualquer outro e sem hipocrisias, um forte e grande abraço a todos os que pisaram o chão ou chãos da Guiné.
BSardinha

Anónimo disse...

Não acredito que Abreu dos Santos (senior) se tivesse abispinhado pelo tratamento que não me parece ofensivo.
A zanga é por outra coisa que disse mas, se é, esse é problema insolúvel.
E não sei se falou de pegas se de pêgas (em imagem apenas) como as dos tectos do palácio do Castelo de Sintra.
Se é pegas, a toiros mesmo, e se o desfio é por analogia, tenha dó porque a farda está dependurada e só avisto de novo em tempo de festival com actuais e antigos forcados.
Os seres humanos têm meios mais civilizados de resolverem diferenças e mais valia que o tal do Salazar assim tivesse pensado.
De resto, na guerra eu andei a sério e, sabe, sendo contra e nem tendo grande necessidade de me envolver muito, fora a que o PAIGC nos trazia a Medjo ou à estrada Guiledje-Gadamael, muitas vezes a assumi como sinal de camaradagem ou, pior, por pura necessidade de adrenalina,
E você, andou por onde?
Ao Magalhães Ribeiro repito apenas o abraço que lhe dei antes e lhe darei depois, nos encontros a que você não vai.
José Brás

Anónimo disse...

Magalhães Ribeiro

Afinal há seita!
Porque no escuro, num ambiente de verdadeira luxuria da comunicação, ninguém tem necessidade de sombra.
Acreditando no que dizes, e não tenho motivos para não acreditar, pouco conheço do blogue, realmente, porque a maioria dos que se exprimem o fazem sem necessidade de máscara.
E garanto-te que acho piada a este streep naife. Ao menos valha-nos isso porque ficamos todos mais transparentes.
Isto porquê?
Se te mostrasse as minhas fotos da Guiné, descobririas-me quase sempre no civil que sempre fui e sou.
E o abraço continua de pé
José Brás

Anónimo disse...

Estás a ver?
Quem refere és tu e não eu que não creio em manigâncias dessas nem na sua necessidade, e se me sentisse na necessidade delas não apontava o dedo.Comia e calava

José Brás

Luís Dias disse...

Camarigo Magalhães Ribeiro

Compreendo perfeitamente o teu direito de resposta. É a chamada "vibração do cano" (isto para os que gostam da balística).Trata-se de um fenómeno dinâmico em que o cano da arma vibra quando se produz o choque interno da deflagração. E este só vibra porque alguém colocou o dedo no gatilho e o apertou, embora se calhar digam que foi sem querer, ou mesmo uma "gatilhada" à toa (na verdade as balas saem depois de percorrerem o cano).Esse teu vibrar foi como tu dizesde: "quem não sente não é filho de boa gente!". E isso tu és, com certeza.
Espero e acredito que o teu trabalho neste nosso blogue, continuará a ser importante para todos. Aqui somos, unicamente, todos ex-combatentes daquelas quentes terras da Guiné. É isso que nos une e é por isso que este blogue ainda se mantêm vivo!
Magalhães, nesta época natalícia, não deixes que o teu coração fique magoado. Há mais vida para além destes "desabafos" e eu sei que tu não és de desanimares.
Um grande abraço e com muita amizade.
Luís Dias

Anónimo disse...

Senhor Abreu dos Santos (senior). Refere V.Exa. no Seu comentário,e cito:"...(mas tosca)piadinha de prec caserneiro". Confesso que me surpreendeu a Sua reaccäo.Por expressöes por si utilizadas em outros comentários tinha-o como apreciador de tal tipo de linguagem.Poderia julgar-se que,com o inexorável passar dos tempos,nos vamos tornando...sensíveis.Mas,felizmente näo!Com a pega de caras sentimo-nos de novo...em casa! Bem haja.

Anónimo disse...

Caríssimos Camarigos:

Se mais motivos não houvesse ... e há, por respeito aos nossos irmãos que já não estão fisicamente connosco, vamos tirar o pé do acelador,carregar no travão e reiniciar a viagem noutra direcção. Somos todos bons rapazes, pena é que algumas vezes percamos a cabeça.

Um Bom Natal e um abraço muito apertado para TODOS.

Carvalho de Mampatá

JOSE CASIMIRO CARVALHO disse...

CHEIO DE DEUS NÃO TEMO O QUE VIRÁ POIS VENHA O QUE VIER NÃO SERÁ MAIOR DO QUE A MINHA ALMA.
MR E CAMARIGOS VAMOS TIRAR O DEDO DO GATILHO...CARAGO.

MR :
"QUE OS MUITOS POR SER POUCOS NAM TEMAMOS"...

"O PIRATA DE GUILEJE"

Anónimo disse...

Caros ex-combatentes;

Sem ponta de ironia permitam-me uma pequena observação: O debate sereno de qualquer tema polémico só é possível entre interlocutores eivados de recta intenção, logo e consequentemente, portadores de uma argumentação séria e sólida.
Condescender com a má fé ou, no mínimo, com a tacanha falta de coerente inteligência,será dar credibilidade a quem não faz por a merecer.
O contraditório deve manifestar-se com vigor e rigor, mesmo correndo o risco de, com tais figurantes se perder, tempo, água e sabão.
Note-se que a respectiva táctica se consubstancia na reiterada acção do "ataca e foge", absolutamente incompatível, com o seu invocado regime democrático.
Lodaçal?!! Coisas da vida...
Os pseudo-comentários de alguns, não passam de primárias e grosseiras provocações e isso para além de deselegância, chama-se desonestidade intelectual. O que por si só corresponde a uma falta grave de respeito, por todos aqueles que não optam pelo "vermelhusco".
De resto, JB e JD, como diria Sepeedler: contra a estupidez até os Deuses lutam em vão.
É pena que esta democracia de brandos costumes se tenha deixado corromper, tal como as falsas virgens se deixam corromper nos vãos das escadas.
As críticas de alguns são completamente enviesadas, notando-se alguma falta de honestidade intelectual.
Quem assim procede, não merece crédito, nem respeito.
Desrespeitem-se a vós próprios.

Um Santo Natal...

Constantino Costa

Anónimo disse...

Olá, sou ainda muito novo, mas respeito a vossa dedicação. Estou farto de pesquisar e não consigo identificar a boina e a tropa que o senhor do lado esquerdo usa. Podiam informar melhor SFF. Ou será que é um embuste, e querem gozar e despertigiar a honra das nossas forças militares e suas tradições. Ou será que o autor quer referir as doenças de foro psicologicas sofridas por stress pós-qualquer coisa.
A corte agradece pois a categoria de BOBO_DA_CORTE ainda não está em extinção