Praia de Portimão
Foto de Carlos Vinhal
1. Mensagem do nosso camarada José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 28 de Junho de 2011
Boa tarde
Estando a "folhear" os arquivos informáticos, apareceu este texto com quase dois anos.
Será que é "literatura" para verão?
Um abraço
José Martins
Documentos perdidos, de muito atrás do tempo!
No início de mais uma semana e, apesar de estar em férias, fiz mais uma vez gazeta à praia, esquecendo o meu lugar, quase cativo, no bar sobranceiro à praia.
Levantei-me muito mais tarde do que habitualmente e, quando chegou a hora do almoço, resolvi dar uma volta pela cidade à procura de restaurante que fosse aprazível ou, no mínimo, que tivesse uma esplanada apetecível.
Rolando calmamente pela cidade, descobrindo ou redescobrindo novos caminhos.
A páginas tantas, melhor, a quilómetros tantos, o local pareceu-me já conhecido. De certeza absoluta que de que já ali tinha estado e deu-se o “clic”.
Há alguns anos atrás tinha almoçado num restaurante naquela zona, junto do museu de Portimão, em que tinha reparado que existia na parede do restaurante um pequeno quadro, que não era senão o “Apreço” passado e assinado pelo Comandante Militar do CTIG.
Na altura, há anos, a importância que dei ao facto foi relativa. Hoje fiz questão de dar um abraço aquele camarada que, para mim, era até hoje um distinto desconhecido.
Foi interessante, dois sexas, antigos combatentes, trocarem algumas palavras breves, sobre um tempo sobre o qual já decorreram quatro décadas.
Foram poucas. Notei que teria gostado de se sentar junto de mim e recordar esses tempos, apesar de ter regressado, da Guiné, pouco depois de eu ter chegado, mas havia a terra, que a todos cativou, como elo de ligação. E foi sobretudo a terra e as suas gentes o que motivou as nossas palavras, mas o dever chamava-o, e teve de regressar à cozinha.
Pude olhar à minha volta, quando fiquei sozinho, e pude constatar a razão pela qual o nosso camarada já não vai aos encontros da sua unidade: trabalha de segunda a domingo, de acordo com o cartaz que estava afixado, e lembrava os pratos que os clientes podiam apreciar diariamente.
À saída fui dar-lhe novo abraço, desta vez ao amigo e camarada da Guiné, prometendo voltar sempre que por ali passasse.
Ficou a promessa e ficam as perguntas:
Quantos “FRANCISCO DE JESUS”, com restaurante aberto neste país existem?
Quantas vezes em viagem, de trabalho ou recreio, não sabemos onde almoçar ou jantar, ou tomar um simples café?
Qual não será a surpresa, e agradável com certeza, se numa dessas refeições não encontrarmos novos camaradas?
Aqui fica a direcção:
Restaurante Snack Bar S. Francisco
Francisco J. C. Jesus
Telefone 282 426 853
Portimão
Portimão, 24 de Agosto de 2009
____________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 15 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8424: Onde já vai o tempo das Rações de Combate tipo E? (José Martins)
Vd. último poste da série de 6 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8517: Blogoterapia (183): Muito obrigado pelas vossas preocupações com a minha saúde (Mário Fitas)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário