A notícia do fim da notícia
Poema dedicado ao meu amigo
Horácio Mateus (1950-2013)
que anteontem se cansou da vida.
Grande lourinhanense,
foi cofundador
do GEAL-Grupo de Etnologia e Arqueologia da Lourinhã
e do Museu da Lourinhã
Pedimos desculpa,
Mas hoje não há notícias…
Um dia gostaria de acordar sem notícias.
Sem televisão.
Sem jornais.
Sem Internet.
Sem o ruído das ondas hertzianas.
Sem mensagens.
Sem mensageiros.
Sem imagens
Nem palavras.
Nem sequer as duas últimas palavras
Do locutor de serviço a pedir desculpa
Por não haver notícias.
Um dia gostaria de acordar
Com a notícia do fim da notícia.
Ou nem sequer isso.
A notícia do fim do circo mediático.
Ou nem sequer isso.
Gostaria de acordar
Só com o buraco negro do ecrã
À minha frente
A milhões de anos-luz
No meu telescópio.
Ou nem sequer isso.
Um dia gostaria de acordar
No mais absoluto silêncio.
Nem ouvir o ruído sequer
Do vaivém das ondas do mar
Ou a sinfonia dos moinhos de vento da minha infância.
Ou nem sequer isso.
Um dia não gostaria sequer
De acordar.
Luís Graça
21/8/2008.
Revisto em 26/4/2013
depois de saber da notícia
da morte de um amigo e conterrâneo.
Nota do editor:
Último poste da série > 11 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11373: Blogpoesia (332): Guiné... Voltarei lá um dia ? (Magalhães Ribeiro)
Revisto em 26/4/2013
depois de saber da notícia
da morte de um amigo e conterrâneo.
Cartoon de Simão Mateus (Com a devida vénia...)
_____________Nota do editor:
Último poste da série > 11 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11373: Blogpoesia (332): Guiné... Voltarei lá um dia ? (Magalhães Ribeiro)
1 comentário:
Os Poetas. Mas um dia quer se goste ou não, Não vamos mesmo acordar.
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