C O N V I T E
LANÇAMENTO DA EDIÇÃO FAC-SIMILADA DE "TARRAFO - CRÓNICAS DE UM ALFERES NA GUINÉ", DE ARMOR PIRES MOTA
- DIA 9 DE MAIO DE 2013, PELAS 16 HORAS, NA MESSE DOS OFICIAIS, NA PRAÇA DA BATALHA - PORTO
- DIA 10 DE MAIO, PELAS 15 HORAS, NA RUA DA SOFIA, SEDE DO NÚCLEO DE COIMBRA DA LIGA DOS COMBATENTES.
EDIÇÃO FAC-SIMILADA DE “TARRAFO”,
O ÚNICO LIVRO PROIBIDO DE TODA A GUERRA
Armor Pires Mota que combateu na Guiné, entre 1963-1965, vai lançar no mercado, através da Editora Palimage, a edição fac-similada do livro "TARRAFO Crónicas de um alferes da Guiné", o único livro de toda a guerra colonial que foi censurado, recolhido pela PIDE e proibido de circular.
A Edição fac-similada, apresenta, em toda a sua nudez, todas as anotações e sublinhados dos censores, o que faz de Tarrafo, que significa pântano, um documento único em toda a literatura de guerra colonial.
Acontece isto nos 50 anos da mobilização do seu batalhão 490 de Cavalaria.
O primeiro lançamento de Tarrafo será no próximo dia 9 de Maio de 2013, às 16 horas, na Messe dos Oficiais, na Batalha, cidade do Porto.
Presidirá à cerimónia o general Chito Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes e integra-se na Tertúlia Fim do Império.
Será apresentador o escritor, historiador e poeta transmontano, João Barroso da Fonte.
Entretanto no dia seguinte (10 de Maio) será apresentado em Coimbra, pelas 16 horas, na Liga dos Combatentes, Rua da Sofia, tendo a presidir à sessão igualmente o presidente da LIGA.
Livro incómodo para o governo e FA
“Este livro comporta, desde o início da sua escrita, muitas histórias de guerra, páginas escorrendo nervos, gritos, sangue e lágrimas, chagas, cicatrizes, feridos e mortes. Retrata a guerra em toda a sua violência e brutalidade, por vezes, ao pormenor com esta originalidade: era escrito na sequência dos acontecimentos. O que foi uma novidade no jornalismo, quando começou a ser publicado no Jornal da Bairrada (1964). Era uma ousadia, um desafio quase inocente.
Mas a este livro, o primeiro sobre a guerra colonial, foi acrescentada uma outra história, única em toda a literatura da guerra. Após alguns dias sobre a colocação da obra numa única livraria, a Vieira da Cunha, em Aveiro, era incluído no número dos livros proibidos. Havia de ser censurado e recolhido pela PIDE. Foi considerado um livro demasiado incómodo, muito desconfortável para o governo. Afinal, havia guerra. Não escondia nada. Nem os mortos, nem o desânimo e as lágrimas, muito menos as aldeias incendiadas e seus nomes, os bombardeamentos e o tipo dos aviões utilizados nas operações”, reconhece o autor.
Passados muitos anos sobre a sua apreensão e o 25 de Abri, “eis que, como que, por mera sorte do acaso, o exemplar censurado veio parar às minhas mãos”, realça o autor. Tem os carimbos do Ministério de Defesa Nacional e de “Confidencial”. “Rara é a página que não tem sublinhados a vermelho, no sentido vertical, à margem, ou na horizontal por baixo da palavra ou da frase, considerada corrosiva ou subversiva, no mínimo incómoda. Há também notas a lápis, deixando a impressão de que houve dois censores, qual deles o pior”.
Armor Pires Mota
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Nota do editor
Último poste da série de 23 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11449: Agenda cultural (264): Indie Lisboa 2013: A estreia, 4ª feira, na Culturgest, às 21h30, do filme de João Viana, "A batalha de Tabatô". O Jorge Cabral será o representante do nosso blogue, a convite da produtora... E 6ª feira, 26, às 23h00, há festa no Ritz Clube, com os "Super Camarimba"!
3 comentários:
Já aqui reproduzimos, com a autorização do autor, parte dessas páginas censuradas na época. mal saiu a primeira edição do livro. Todos os censores, em todas épocas, são pessoas estúpidas, tacanhas, capazes de ver a árvore mas nunca a floresta...
Em boa hora o Armor Piores Mota concordar em lançar o livro da 1ª eidção (1965) com os corets da censura... em edição facsimile... Na altura escrevi ose seguinte:_
"Em Tarrafo: crónica de uma guerra, ele relata, na primeira pessoa do singular, o seu quotidiano como alferes miliciano, da CCAV 488/BCAV 489 (1963/65), primeiro na região do Oio (parte 1), depois na Ilha do Como (parte 2) e por fim na região de Farim (parte 3).
"Tenho andado, desde as férias de verão, a cotejar as duas edições de Tarrafo (1965 e 1970). o meu coração e a minha razão pendem, inequivocamente para a primeira edição, para a sua escrita espontânea, potente, telúrica, sem autocensura... Na edição de 1970, revista, o autor aceitou - ou foi obrigado a aceitar - os 'cortes' impostos pelos censores da época. A 2ª edição (autorizada) perde em vigor, frescura, autenticidade. Uma e outra estão esgotadas. Pelo que eu pensei proporcionar o prazer da leitura destas primeiríssimas crónicas da guerra da Guiné, dos anos de brasa de 1963/65, através da publicação, no nosso blogue, de uma parte de Tarrafo [, imagem da capa, no lado direito; edição de 1965]." (...)
Uma especail saudação para o autor e nosso camarada a quem já convidei, por mais de uma ocasião, para se sentar sob o poilão da nossa Tabanca Grande...
SEXTA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2011
Guiné 63/74 - P8905: Antologia (68): Tarrafo, crónica de guerra, de Armor Pires Mota, 1ª ed, 1965 (1): Ilha do Como, 15 de Janeiro de 1964
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2011/10/guine-6374-p8905-antologia-68-tarrafo.html
Está previsto o lançamento do livro do Armor, na região de Lisboa?
Prezado Armor Pires Mota,
Falar do seu talento literário, é uma repetição.
Vou falar do tempo onde a minha memória me levou ao ler seu nome: mais de quarenta anos atrás.
Lembro de meu pai e meus tios (os Pires de Samel, professores em Samel, Bustos, Anadia...)se referirem a você em termos bastante elogiosos. Talvez tenha registado,porque era raro ouvir elogios da parte deles.
forte abraço Vasco Pires
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