Foto © Henrique Cerqueira (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]
Tavira > Igreja de São Francisco > Ficava pertíssimo do quartel da Atalaia e nela dizia-se missa ao domingo e dias santos, às 12h, a que podia assistir o pessoal militar. (No verão, era às 19h) (Fonte:: Guia do Instruendo, Tavira, Quartel da Atalaia, CISMI, 1968).
Foto © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados.
1. Mensagem de Henrique Cerqueira [ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74]:
Data: 28 de Fevereiro de 2014 às 19:23
Assunto: Tavira, CISMI
Camarada Luís Graça:
Desde que se tem falado sobre Tavira, e mais propriamente sobre o CISMI, eu tenho sido muito negativista tanto em relação ao quartel como propriamente a Tavira e à sua população da altura. Daí os meus comentários, que têm sido na generalidade desfavoráveis.
O certo é que na altura, e devido á minha condição económica e deslocação regional, e sendo eu do Porto, só tive a possibilidade de vir uma vez de fim de semana enquanto estive em Tavira.
PS - Na foto eu identifico-me lá na fila de trás com uns óculos mais escuros
2. Dois de diversos comentários anteriores do Henrique Cerqueira sobre o seu tempo, no CISMI, Tavira:
Data: 28 de Fevereiro de 2014 às 19:23
Assunto: Tavira, CISMI
Camarada Luís Graça:
Desde que se tem falado sobre Tavira, e mais propriamente sobre o CISMI, eu tenho sido muito negativista tanto em relação ao quartel como propriamente a Tavira e à sua população da altura. Daí os meus comentários, que têm sido na generalidade desfavoráveis.
O certo é que na altura, e devido á minha condição económica e deslocação regional, e sendo eu do Porto, só tive a possibilidade de vir uma vez de fim de semana enquanto estive em Tavira.
Ora quer isto dizer que, ao estar tanto tempo em Tavira, poderia ter aproveitado para desfrutar das belezas naturais da cidade . Só que, sendo eu um homem casado, o dinheiro era extremamente curto para tal disfrute. A juntar a todas as dificuldades de logística (e de dinheiro), a vida no CISMI era do pior que me poderia ter acontecido.
No entanto não foi tudo assim muito mau, só que até estava esquecido. E sendo assim eu passo a explicar:
No entanto não foi tudo assim muito mau, só que até estava esquecido. E sendo assim eu passo a explicar:
Como a vidinha no quartel era "madrasta", foi necessário que eu pusesse em prática alguma situação de desenrasque ,pois nisso o Portuga é "rato". Ora vai daí, descobri um meio de ter alguma mordomia na balda a algumas formaturas da noite e vir até á cidade . Ou seja, descobri que fazendo o "Santo Sacrifício" Dominical, ou seja, indo á missa, me proporcionava uns desenfianços, mas para isso tinha que pertencer ao grupo coral da Igreja. Tal pensei, tal executei, passei então a cantor de igreja ao domingo. E á semana, uma ou duas vezes áimos ensaiar.
Daí, não foi assim tão mau e na verdade até se tornou agradável pertencer ao dito coro . Só lamento de não me lembrar dos nomes da malta, talvez com exceção de um guitarrista de farto bigode, que acho se chamava Jales. Poderá ser que apareça algum nosso Tertuliano que se lembre desta foto [, acima].
Bom, assim sendo, e como não tenho jeitinho algum para a escrita, vou terminar e reconhecer que as fotos que tens publicado sobre Tavira, me têm aguçado o apetite para um dia visitar Tavira e de certeza fechar o ciclo de más memórias que essa cidade me traz.
A foto que envio em anexo não tem lá muita qualidade mas penso que irá avivar mais algumas memórias de malta que passou pelo CISMI.
Um abraço a todos.
Henrique Cerqueira
Daí, não foi assim tão mau e na verdade até se tornou agradável pertencer ao dito coro . Só lamento de não me lembrar dos nomes da malta, talvez com exceção de um guitarrista de farto bigode, que acho se chamava Jales. Poderá ser que apareça algum nosso Tertuliano que se lembre desta foto [, acima].
Bom, assim sendo, e como não tenho jeitinho algum para a escrita, vou terminar e reconhecer que as fotos que tens publicado sobre Tavira, me têm aguçado o apetite para um dia visitar Tavira e de certeza fechar o ciclo de más memórias que essa cidade me traz.
A foto que envio em anexo não tem lá muita qualidade mas penso que irá avivar mais algumas memórias de malta que passou pelo CISMI.
Um abraço a todos.
Henrique Cerqueira
PS - Na foto eu identifico-me lá na fila de trás com uns óculos mais escuros
2. Dois de diversos comentários anteriores do Henrique Cerqueira sobre o seu tempo, no CISMI, Tavira:
26/1/2014
(...) Já agora e a talho de "foice" eu também nunca mais visitei Tavira no Algarve porque tal como a Guiné me foram impostos e não gostei mesmo nada de lá ter passado parte da minha vida. Já Caldas da Rainha, Elvas e Évora que também me impuseram eu guardo gratas recordações de acolhimento e até de vida militar. (...)
13/2/2013
(...) Eu já sei que haviam praxes e "praxes", e em especial na Guiné normalmente os "piriquitos"eram praxados com simples brincadeiras. No entanto mandar um militar em operação para o mato não perece sêr uma simples brincadeira. Mas o meu único "ódio de estimação" vai para praxes de autentico rebaixamento humano que sofri em Tavira.
Exemplos: constantes idas ás salinas para enlamear o fardamento e logo depois nas formaturas de refeição sermos castigados porque não tínhamos fardamento que resistisse a tanta lama.No final do dia a estória se repetia. De seguida e após o jantar obrigaram-nos a fazer cambalhotas e flexões até vomitar o parco jantar que era servido na Unidade. Mais tarde na semana de campo no Caldeirão os senhores oficiais e alguns palermas de cabos-milicianos passaram duas noites a "praxar" os instruendos, usando muito recriativamente o insulto aos casados e aos que tinham namoradas, ainda por cima eu numa dessas noites estava com 40º de febre e só depois de muita insistencia minha é que resoveram me "internar numa tenda enfermaria", não antes de me chamarem de filho da pu..armado em doentinho. (...)
15 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12719: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (17): Já, em 1970, eu fiz o meu levantamento do património histórico da cidade de Tavira e, à falta de máquina fotográfica, tomei uns apontamentos a tinta da china, de que é exemplo paradigmático o da fachada do nosso querido Quartel da Atalaia (Mário Miguéis, ex-fur mil rec inf, Bissau, Bambadinca e Saltinho, 1970/72)
(...) Já agora e a talho de "foice" eu também nunca mais visitei Tavira no Algarve porque tal como a Guiné me foram impostos e não gostei mesmo nada de lá ter passado parte da minha vida. Já Caldas da Rainha, Elvas e Évora que também me impuseram eu guardo gratas recordações de acolhimento e até de vida militar. (...)
13/2/2013
(...) Eu já sei que haviam praxes e "praxes", e em especial na Guiné normalmente os "piriquitos"eram praxados com simples brincadeiras. No entanto mandar um militar em operação para o mato não perece sêr uma simples brincadeira. Mas o meu único "ódio de estimação" vai para praxes de autentico rebaixamento humano que sofri em Tavira.
Exemplos: constantes idas ás salinas para enlamear o fardamento e logo depois nas formaturas de refeição sermos castigados porque não tínhamos fardamento que resistisse a tanta lama.No final do dia a estória se repetia. De seguida e após o jantar obrigaram-nos a fazer cambalhotas e flexões até vomitar o parco jantar que era servido na Unidade. Mais tarde na semana de campo no Caldeirão os senhores oficiais e alguns palermas de cabos-milicianos passaram duas noites a "praxar" os instruendos, usando muito recriativamente o insulto aos casados e aos que tinham namoradas, ainda por cima eu numa dessas noites estava com 40º de febre e só depois de muita insistencia minha é que resoveram me "internar numa tenda enfermaria", não antes de me chamarem de filho da pu..armado em doentinho. (...)
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Nota do editor:
15 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12719: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (17): Já, em 1970, eu fiz o meu levantamento do património histórico da cidade de Tavira e, à falta de máquina fotográfica, tomei uns apontamentos a tinta da china, de que é exemplo paradigmático o da fachada do nosso querido Quartel da Atalaia (Mário Miguéis, ex-fur mil rec inf, Bissau, Bambadinca e Saltinho, 1970/72)
20 comentários:
Henrique, já lá dizia o velho Darwin, o mundo não é dos mais fortes nem dos mais inteligentes... mas sim dos que sabem adaptar-se à mudança...
Sobreviveste... e já transmitiste os teus genes (a filho e netos...).
Gostei do teu estrategema... E da foto.... Como é que o CISMI do teu tempo aceitava gajos "à Beatle"!?... Que será feito desse Jales ?
Um abração.
È isso, Henrique, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!...
Então, já não havia barbeiro no CISMI do teu tempo ? Ou os durões foram mandados para a "guerra dio ultrmar" ?
A malta do coro, todos militares, fardados, já parecem os gajos do pós-25 de abril!...
Luís
Antes de mais um Bom dia.
Na verdade e por incrível que pareça no CISMI e enquanto lá estive em 1971 os oficiais até nem eram muito exigentes quanto ao corte de cabelo. Eu chego a pensar agora que provavelmente estavam mais interessados em atingir o interior da cabeça que o aspeto exterior.
Quando revi esta foto também me admirei com as cabeleiras d malta.
Quanto ao Jales (?) eu penso que ele era Açoriano mas não tenho a certeza. Sabes como é na altura a malta vivia um pouco virado para si próprio, eu creio até que esse sentimento de" desenrasca " era fomentado pelas dificuldades que nos eram impostas, tanto disciplinares como emocionais. Hoje em dia dou comigo a pensar que tivemos tantas oportunidades de fazer bons amigos e olho para trás Não os vejo em lado nenhum é um vazio assustador. Por isso eu dou tanto valor ao nosso blogue ,porque me parece que vai "lá atrás" recuperar esses momentos perdidos.
Bom um abraço para ti e todos os nossos camaradas
Henrique Cerqueira
Henrique, não me lembro de ouvir falar no coro em 68, mas garanto-te que se já houvesse essa possibilidade não seria um pelotão mas uma companhia a fazer parte do dito.
Essas cabeleiras, só mesmo no coro, em 68 seriam todos passados pelo pente CISMI, chamavam-lhe mesmo corte de cabelo à CISMI.
Recordar é viver,um abraço amigo.
Henrique, não fiques com esse sentimento de vazio, de que não fizeste amigos, etc... Tens que lá voltar, ficar lá um fim de semana, na época baixa (que é mais barato)...
Foi uma curta passagem, a nossa, por uma terra, Tavira, e por uma instituição militar, o CISMI... Em dois meses e meio (, no meu caso,)não dá para criar raízes, fazer amizades, nem sequer ficar com grandes lembranças da terra...
Repara: a 3ª companhioa, em que foi incorporado o César Dias, na recruta, 3ª turno de 1968, tinha 7 pelotões!... Como é que tu vais fixar uma cara, ou um nome ? Para mais, os gajos punham-nos à bulha uns com os outros, em competição, etc.
Eu nem sei como é que a malta podia lá caber toda!... Fiquei espantado com a exiguidade das instalações, quando lá voltei... Agora tem 50 gatos (e gatas...) pingados/as...
Daí as nossas queixas, mais do que justas, em relação à higiene, ao alojamento, às refeições, às arbitrariedades, às discrimninações, à violência gratuita e sádica de alguns instrutores e monitores, etc.
E a população civil ? Temos que nos pôr na pele deles.... Éramos muitos gandulos, cheios de tusa (leia-se: testosterona...), a "invadir o seu território"...
A gente esquece que somos todos... animais, primatas, sociais, territoriais, predadores... Às vezes muito pouco... "homo sapiens sapiens"...
Por exemplo, a gente pensa que a elite dirigentem, os que governam os nossos países e o mundo, são pessoas de elevada inteligência... Mas, não, a maior parted eles nºão passa no "teste da banheira"...
Aqui vai uma anediata que me chegiu de Angola, mas que é universal, poden do bem aplicar-se aos nossos políticos.. Obrigado, Raul, um kandandu...
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"O teste da banheira"
Durante uma visita a um hospital psiquiátrico, o primeiro ministro
perguntou ao director:
- Qual é o critério pelo qual vocês decidem quem precisa de ser hospitalizado aqui?
Respondeu o director:
- Fazemos o teste da banheira ...
-O teste da banheira ?...
- Sim, enchemos uma banheira com água e oferecemos ao doente uma colher, um copo e um balde e pedimos que a esvazie. De acordo com a forma como ele decida realizar a missão, decidimos então se o hospitalizamos ou não.
- Ah!, já entendi - disse o primeiro ministro - uma pessoa normal usaria o balde, que
é maior do que o copo e a colher.
- Não - respondeu o director - uma pessoa normal tiraria a tampa do ralo... O que é que o senhor primeiro ministro prefere? Quarto particular ou enfermaria ?
EHEHEHEHEH, se fizerem o teste da banheira aos nossos políticos, os H. Psiquiátricos não vão chegar!
Caro Cesar Dias e Luís.
É bom relembrar que embora a malta apareça com "farta" cabeleira , as carecadas existiam e com certa frequência. Só que quase sempre era no sentido de humilhar a malta em especial nas formaturas que antecediam as saídas para os fins de semana é que durante a semana os nossos superiores andavam entretidos a nos humilhar de outras formas . E acredita que nada tinha a ver com disciplina e instrução militar. No entanto até houve vários momentos em que se aprendeu algo de útil. Por exemplo tivemos uns dias de instrução em conjunto com os sapadores no rio a montante da velha ponte romana e que consistia no atravessamento do mesmo com pontes construídas pelos sapadores. Hoje eu chamaria de atividade radical. Foi mesmo uma das instruções mais produtivas e interessadas que a malta participou . Mas eu me lembro que os oficiais sapadores que nos acompanharam eram de outra "classe" responsáveis, respeitadores e bons instrutores.
Tivemos outra instrução especializada na carreira de tiro e eu que me lembre nem um tiro dei porque estive quase sempre de faxina á cozinha de campanha e quando chamaram os faxinas para dar tiro de G3 E Pistola já era final do dia e o Alferes que nos instruía abreviou porque achava que já era tarde. Enfim eu em Tavira no CISMI a melhor lição que tive foi o " Como sobreviver sem saber grande coisa".
Já agora onde realmente aprendi muito militarmente já foi como cabo miliciano e em Elvas, por incrível que parece eu deveria ensinar recrutas mas ao mesmo tempo eu aprendia tinha uns colegas que tinham vindo de Santarém Cavalaria e esses sim sabiam muito mais que a malta oriunda de Tavira.
Dum modo ou de outro deu para sobreviver dois anos na Guiné.
Um abraço e Bom Carnaval para todos.
Henrique Cerqueira
Henrique, vou a Elvas este fim de semana... Em que quartel estiveste ? Tiro-te uma "chapa"...LG
Luís
Estive no BC8 perto do aqueduto.
É um local muito lindo. O quartel era dividido por uma estrada e de um lado ficava a formação do outro a instrução.
Na altura tive o prazer de ter tido um comandante de companhia que se chamava e espero que ainda se chame. Henrique Jorge Cerqueira Barreira e era Capitão QP. O seu nome e o meu eram quase iguais só no final eu sou Silva e ele Barreira .
O comandante de Batalhão era o Sr. Tenente Coronel Romão Loureiro. Grandes homens e excelentes militares. Nomes que retive sempre na memória.
Há bastantes anos visitei Elvas e o quartel já estava desativado mas o local é imponente fica num alto de Elvas e relativamente próximo da praça central de Elvas.
Fico-te grato pela oferta e boa Viajem até Elvas é uma cidade em que se come muito bem e recebe muito bem os seus visitantes.
Henrique Cerqueira
No ultimo turno de 71 a referencia para o corte de cabelo era o tenente Moleiro. O Caifás, o barbeiro, o executante. Quem por lá passou e esteve na 3ª companhia a tirar a especialidade de at. de inf. entre outubro e dezembro sabe bem do que falo.
O padre capelão, penso que com a patente de capitão, tinha o seu ponto alto aos sábados de manhã no refeitório onde enfiavam todo o contingente. Cansados da instrução e aliado à seca oratória, mais de bons costumes que religiosa, a malta adormecia que nem tordos.
Também me aconteceu. A estória repetia-se todas as semanas. O capelão junto da entrada dava vazão aos seus dotes de orador, a malta adormecia e ele dizia: Tu ai ao fundo levante-te. Eu? Não! Ele sabe bem para quem estou a falar.Levantavam-se quatro ou 5 e muitas vezes não era aquele que ele estava a interpelar.
Quando o visado se levantava, dizia. Sim tu! Levanta-te e castiga-te a ti próprio. O maralhar ria-se, e a preleção continuava, por mais uns minutos até cena se repetir.
Depois de Tavira, o meu périplo foi, Beja, Adidos, Lisboa, Bissau, Cabuca, Bambadinca, Xime, Bolama e de novo Adidos para a peluda.
joao silva
Caros amigos
As memórias vão surgindo ao ler as vossas e lembrei agora a chegada de recrutas novos no verão de 67, estava a parada á volta com colchões ao sol a desinfestar e a parada cheia de gente e chega um mancebo com aspeto do barbas do Benfica mas com vinte anos, nós começamos a observar a cena e a comentar que o homem ia ter problemas, já não me lembro como, o moço apareceu junto do oficial de dia em sentido e o oficial com a cara quase encostada á dele, ele disse qualquer coisa e o oficial mandou-o calar e deu uma volta por tras dele e mandou-o rapar tudo fora do quartel com uma hora para o fazer.No meu tempo não estou a ver ninguém como o colega de coro do Henrique.
Quanto a tratamento de Instrutores para instruendos vi coisas de que não gostei, mas no meu pelotão tenho que dizer que quer o Tenente Chumbinho quer o Cabo Mil. Luís sempre nos trataram com respeito e humanismo embora com exigência. Já nas Caldas foi exatamente o contrário.Nunca mais vi nem um nem outro, mas gostava para lhes dizer isso mesmo.
Um abraço
Manuel Carvalho
Quem não se recorda do CAIFAZ- O barbeiro de serviço em Tavira (CISMI).
Camarada jpscandeias.
Se estiveste no ultimo turno de 1971 no CISMI então fomos camaradas do mesmo turno e se calhar até da mesma companhia, é que já não me lembro a que companhia pertencia mas penso que tenha sido a terceira. As nossas casernas eram novas e situavam-se á direita de quem entrava pela porta de armas. Lembro-me do barbeiro Caifás e penso que o tenente moleiro era o tal que me fez a mim e mais três camaradas vomitar o jantar por achar que comemos demasiada comida, se não foi este moleiro foi outro moleiro qualquer pois que o tenente que nos sacaneou era da academia e de certeza tinha sido concebido por métodos "erróneos" isto para ser delicado compossíveis descendentes da espécie.
Um abraço.
Henrique Cerqueira
Amigo Cerqueira, Lembras-te do furriel Farinha, delegado de batalhão 4610?
Envia-me o teu e-mail para contactos futuros.
Um abraço.
Camarada Arlindo Faria
Terei imenso gosto em te fornecer o meu contacto de email. No entanto eu gostaria de em primeiro lugar te perguntar se já aderiste ao nosso blogue, se já o fizeste terás já o meu email na listagem que os nossos camaradas editores nos têm fornecido. Caso ainda não tenhas aderido vê lá se te apressas, só tens que enviar um email com o endereço assinalado no lado esquerdo da página inicial do blogue, respeitares as regras e os nossos camaradas editores te darão franquia imediata para fazeres parte desta família amiga e camarada. Vê lá se te decides é que a malta do nosso batalhão está muito parcamente representada neste espaço e é necessário haver mais "estórias "de preferência reais para continuar a enriquecer o blogue.
Vá lá escreve e depois dou-te o meu email via listagem oficial.
Um abraço e despacha-te. Estamos ansiosos que nos contes a tua vidinha de Sr. Delegado do Batalhão.
Henrique Cerqueira
Cerqueira!
A caserna ficava à direita da porta de armas. Eu estava "hospedado" no primeiro andar. A figura mais emblemática da companhia era um instruendo, bem avançado para a época tipo Woodstock, já casado e com um filho, que passado pouco tempo de estarmos em Tavira deu à "sola" e foi apanhado em Espanha. O pai era alguém importante na tabaqueira. No dia que estive de soldado-da-guarda à porta de armas foi quando foi devolvido ao quartel. O Moleiro, na atalaia, sobre um cais de descarga de animais disse a toda a companhia, depois de retirar o quico, este é o corte de cabelo oficial da companhia. Apresentem-se ao Caifás e só tem que dizer, corte de cabelo à Tenente Moleiro. Soube à pouco tempo que o homem era de Tavira. Mais uma achega o aspirante do meu pelotão era um tipo de cabelo já branco o que o distinguia dos seus pares. Outra figura de proa era o, por nós, conhecido, "cabeça de porco" penso que também era tenente.
João Silva
Caro Luis
Só agora li que vinhas a Elvas este fim de semana, que está acabado. Que pena não saber antes porque gostava que nos conhecêssemos. Se houver outra vinda a Elvas agradeço um contacto.
Um abraço
Hilario Peixeiro
Caro Henrique
Esta tua intervenção vem ao encontro do que considero nesta coisa do nosso relacionamento com as terras e populações onde estivemos.
Tenho para mim que tudo esteve condicionado pela actividade militar.
Se a ocupação militar era muita, como em geral sucedia na recruta ou 1ª Ciclo, quase não havia vida para além do Quartel e pouco se viu.
Depois, mesmo com mais folga e tempo, as condicionantes das actividades da tropa acabaram por ser mais marcantes.
No entanto é louvável essa tua atitude de 'olhares agora com mais calma' para trás e descobrires aspectos que afinal foram importantes para ti e que te fazem olhar com outros olhos essa tua passagem pela velha "Távila".
Cá está um prova da importância das fotografias...
Abraço
Hélder S.
Meu caro Henrique Cerqueira:
Só hoje descobri esta tua publicação e confesso que fiquei emocionado. Por várias razões: Porque revivi, recordei e evoquei momentos adormecidos nas catacumbas da memória, porque confirmei que já tive uma profusa e escurecida cabeleira (hoje completamente esbranquiçada para mal dos meus pecados) e, também, um pujante bigode, coisa rara e provocatória, à época, aqui no teatro militar metropolitano; e, por fim e principalmente, porque passados 42 anos ainda conseguiste, no meio daquela angelical composição de “querubins” fardados, identificar-me e arriscar que eu me chamaria “Jales”. Pois foi na mouche, sim senhor. Notável, meu caro Henrique, a tua pontaria evocatória!
Direi, respondendo também à pergunta do nosso caro “comandante” Luís Graça, que comentou, com muita graça, que eu, de repente, até parecia ser o sósia de um dos Beatles, que sou o Luís Jales de Oliveira, mais conhecido, na tropa, como Luís Jales e que publiquei o P2467 na “Tabanca Grande (54)”, em 21 de Janeiro de 2008.
Como deves calcular arranjei uma caterma de “embróglios” por ostentar aquela trunfa exuberante durante todo o meu serviço militar. Em Tavira aconteceu uma coisa muito engraçada: Era forçoso que quando eu estivesse na formatura de revista para sair, e por mais que tentasse esconder, com a boina, o raio daquele excesso capilar, o oficial de dia parava, irremediavelmente, nas minhas costas, batia-me no ombro e mandava-me, em passo de corrida, para a caserna. Mas, naquele dia, depois de me mandar às malvas, voltou para trás e perguntou, pelo sim, pelo não –“Por acaso o menino não toca no conjunto do senhor abade, pois não?” Eu respondi – “Toco, toco, meu alferes” e ele imediatamente: - “Pois então faça o favor de regressar à formatura. A porta d’armas, para si, está escancarada.”.
Isto serve bem para demonstrar o poder que tinha o nosso capelão de Tavira. Coitado daquele oficial que retivesse um de nós, nos dias marcados para os ensaios da Missa Dominical…
Resta-me dizer que não sou Açoriano, mas genuíno Transmontano de Mondim de Basto, a cerca de 100Km do Porto e que faço questão de te abraçar um dia destes.
Ao nosso caro Luís Graça prometo, agora que sempre consegui a reforma, que começarei a enviar montes de textos com lembranças e evocações: - Sobre a revista “ZOE” do Agrup. de Transmissões onde fui “correspondente de guerra”, sobre “Os Reactores” e “Os gloriosos malucos da aparelhagem electrónica”, onde tocava e que, para além doutras actuações, animavam os fins de semana do Clube de Sargentos de Santa Luzia, e, com muito mais interesse julgo eu, sobre a “realidade” de Gadamael Porto que sorvi, bomba a bomba, durante 365 intermináveis dias.
Obrigado pelas emoções que me provocaste. O meu contacto é luis.jales.oliveira@gmail.com.
Grande e reconhecido abraço.
Percebe-se que o Henrique já mete os pés pelas mãos.
Alguma coisa fez em Tavira que lhe saiu mal.
E quase 50 anos depois vem penitenciar-se
Essa desculpa de fazer parte do coro da igreja é uma desculpa esfarrapada.
Mas cada um é como cada qual
Maçarico das Salinas
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