por J.L. Mendes Gomes
Fui aos Correios pôr cinco cartas.
Uma a cada Continente.
Deste mundo.
Uma delas
Há-de chegar às tuas mãos.
Onde quer que estejas agora.
Isso me deixa alegre
E faz feliz.
Quero que a abras,
Pela manhãzinha,
Ao nascer do sol.
É a hora a que a vida acorda.
Mais um dia para viver.
Que o da Europa,
Terra das luzes,
Já foi farol!...
Seja melhor
Que foi o de ontem,
E os dos últimos anos,
Quando tudo
Parece
Que voltou para trás...
Depois das guerras grandes,
Uma pequena,
Outra maior,
Ambas ferozes...
E da outra guerra fria,
Que de gelo
Reduziu a pó,
Tanta Fé e
E tanta Esperança
Num futuro medonho e negro
Que é o presente...
Diz-se União!...
Que paradoxo!...
Nunca esteve tão desunida
E desumana!...
Carcomida de mentira.
Venha de novo
Um São Bento que a lavre...
E ponha ao Sol!
Para a Ásia, vasta e extensa,
Das estepes,
Desde os Urais
Lá aos confins,
Pelos caminhos de Marco Paulo,
Onde há povos,
Nossos irmãos,
Filhos de Deus,
Iguais a nós,
Mas tão diferentes...
Vão no silêncio.
Só olham para trás,
De olhos no céu,
Vendo o mundo
De trás para a frente.
Para África, ao sul,
Esse vasto pedaço de mundo,
Com a forma dum coração.
Onde negros e brancos,
Nem sempre deram as mãos,
Apesar de terem a mesma cor
Nos olhos
E no sangue que lhes corre nas veias...
Chegou a hora certa...
Dum grande abraço
E para sempre serem irmãos.
Ouvindo Brendan Perry
Berlim, 2 de Fevereiro de 2014m, 7h17m
Joaquim Luís Mendes Gomes
J.L. Mendes Gomes, ex-alf mil, CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66 [, foto acima, em Catio, 1964, assinalado com um círculo a vermelho; jurista, reformado; autor do livro de poesia "Baladas de Berlim", Lisboa, Chiado Editora, 2013, 232 pp., preço de capa: € 14; encomendar aqui]
Foto: J.L.Mendes Gomes / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
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Nota do editor:
Último poste da série > 7 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12689: Blogpoesia (367): O passado e o presente no futuro (José Teixeira)
Deste mundo.
Uma delas
Há-de chegar às tuas mãos.
Onde quer que estejas agora.
Isso me deixa alegre
E faz feliz.
Quero que a abras,
Pela manhãzinha,
Ao nascer do sol.
É a hora a que a vida acorda.
Mais um dia para viver.
Que o da Europa,
Terra das luzes,
Já foi farol!...
Seja melhor
Que foi o de ontem,
E os dos últimos anos,
Quando tudo
Parece
Que voltou para trás...
Depois das guerras grandes,
Uma pequena,
Outra maior,
Ambas ferozes...
E da outra guerra fria,
Que de gelo
Reduziu a pó,
Tanta Fé e
E tanta Esperança
Num futuro medonho e negro
Que é o presente...
Diz-se União!...
Que paradoxo!...
Nunca esteve tão desunida
E desumana!...
Carcomida de mentira.
Venha de novo
Um São Bento que a lavre...
E ponha ao Sol!
Para a Ásia, vasta e extensa,
Das estepes,
Desde os Urais
Lá aos confins,
Pelos caminhos de Marco Paulo,
Onde há povos,
Nossos irmãos,
Filhos de Deus,
Iguais a nós,
Mas tão diferentes...
Vão no silêncio.
Só olham para trás,
De olhos no céu,
Vendo o mundo
De trás para a frente.
Para África, ao sul,
Esse vasto pedaço de mundo,
Com a forma dum coração.
Onde negros e brancos,
Nem sempre deram as mãos,
Apesar de terem a mesma cor
Nos olhos
E no sangue que lhes corre nas veias...
Chegou a hora certa...
Dum grande abraço
E para sempre serem irmãos.
Ouvindo Brendan Perry
Berlim, 2 de Fevereiro de 2014m, 7h17m
Joaquim Luís Mendes Gomes
J.L. Mendes Gomes, ex-alf mil, CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66 [, foto acima, em Catio, 1964, assinalado com um círculo a vermelho; jurista, reformado; autor do livro de poesia "Baladas de Berlim", Lisboa, Chiado Editora, 2013, 232 pp., preço de capa: € 14; encomendar aqui]
Foto: J.L.Mendes Gomes / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
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Nota do editor:
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