Cartaz nº 1
Cartaz nº 1 A
Cartaz nº 2
Cartaz nº 2 A
Imagens: © Fernando Hipólito (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]
1. O Fernando Hipólito é um colecionador nato... Foi rapar do seu baú mais estas preciosidades, que começamoas hoje a publicar...
São cartazes de propagannda "antiterrorista" ou "antisubserviva", dirigididos aos guerrilheiros dos movimenos nacionalistas que nos combatiam em Angola, Guiné e Moçambique, mas também às "populaçãoes do mato", bem como à população em geral (e nomeadamente africano) sem esquecer os nossos soldados cujo moral era preciso alementar e reforçar, face às duras condições da luta antiguerilha e ao efeito perverso da usura do tempo...
O Fernando Hipólito [, foto atual à èsquerda, ] é ogrã-tabanqueiro, com o nº 650...Recorde-se que passou pelo CISMI, Quartel da Atalaia, Tavira, 3º turno, 1968. Foi fur mil, CCAÇ 2544, Angola, 1969/71. Esteve a maior parte do tempo no leste, em Lumege. Está refo9rmado da sua atividade de vendedor na empresa de tintas de impressão, atividade essa a que não será estranha o seu goso pela salvaguarda deste tispo de suportes em papel , cartazes de propaganda e outros documentos icónicos impressos, allguns dos quais nos são familiares.
Estes cartazes foram recolhidos por ele entre 1969 e 1971 e, como ele muito bem diz, têm valor documental e historiográfico. São documentos avulsos, que iremos publicando ao longo de vários postes, nesta nova série. Todos os comentários dos nossos leitores serão bem vindos. Intteressa-nos, pro exemplo, saber em que TO (teatro de operações) e em que época foram usados...
9 comentários:
Foi onde os proprietários de Supermercados se inspiraram para entregarem propaganda porta a porta.
Spínola privilegiava a entrega destes panfletos ao invés de arrasar as tabancas, ainda que não se encontrasse vivalma os panfletos eram deixados.
Abraço
César Dias
Sim, é verdade, Spínola optou pela "sedução" em vez da "repressão" pura e dura, de qualquer modo em tenho dúvidas sobre a eficácia deste material de propaganda, aqui documnentado... Pelo menos, no CTIG.
Para um guineense, era de facto mais útil uma bicicleta, um relógio ou um rádio... Já a cerveja, não fazia grande sentido ou um fato completo, "à branco"... Em Angola e Moçambique, sim, por "aculturação"... Mais valiosa ainda era uma máquina de costura... Mas para isso, devia ser preciso entregar umn canhão sem recuo...
No meu tempo (1969/71) ainda se faziam e se contabilizavam como "ronco", um a um, os "prisioneiros civis" ou "elementos pop"(em geral, velhos, mulheres e crianças, andrajosos e famintos)... Mas depois os comandos de setor (por exemplo, no Setor L1, Bambadinca) eram inábeis na operacionalização da política da "Guiné Melhor"... Não sabiam, o que fazer com os pobres desgraçadoss...
Só mais tarde, c. 1972/73 se conmeçou a tratá-os bem, e devovê-los para as suas tabancas, no mato, sob controlo do PAIGC... O "testemunho pessoal" tem sempre outra eficácia...
Já não me lembro dos panfletos que levavámos (a CCAÇ 12) para o mato, mas em muitos casos iam ficando pelos trilhos... ou abandonados em maços, à primeira emboscada...
De resto, tanto a guerrilha como a população não sabiam ler o português... Só os comissários políticos, e esses por certo não ianm fazer, de borla, a tradução do conteúdo dos cartazes, para a crioulo...
Tudo indica, pois, que sejam, cartazes usados em Ango0la e/iu Moçambique... Talvez o Fernando Hipólito possa explicar onde os arranjou...
Fernando Hipolito feralhip@gmail.com
9 abr 2014 21:33
Luís Graça
Estes cartazes foram enviados para a minha C CAÇ em Angola.
Como gostava de saber o que se passava,o nosso Sargento
da Secretaria oferecia-me cartazes entre outra propaganda.
Estamos nos anos de 1969/1971.
Eu só vos enviei os que não fazem referência a alguma Província Ultramarina.
Penso que este tipo de Propaganda devia de ser comum em todas as frentes de Guerra.
Mas também acredito que na maior parte dos casos,não eram entregues às populações ficando esquecidos nas Companhias.
Daí o desconhecimento.
Abraço
Fernando Hipólito
Obrigado, Fernando, pela tua explicação... Mas ficas a saber que "o resto do material" ainda na tua posse, também nos interessa... Quando puderes, com tempo e vagar, digitalizas e mandas...
Concordo contigo: muita desta "papelada" ia diretamenet para o lixo... Em geral os nossos combatentes, tanto odsa do recruatmenmto local como so emtropo9litanos, não levam esta missão de "ação psicologica" muitp a séria, ou "a peito"...
Levar um quilo de papel no camuflado implicava um esforço adicional... Numa operaçºao de dois dias, era brutal...Tinha-se que roubar peso ao equipamento: cantis, rações de combate, granadas... Por outro lado, para os soldados africanos, fulas, desde o tempo do Teixeira Pinbto (193-1995), "o turra bom é o turra morto"...
Como é que nós, graduados, podíamos controlar a distruibuição do material de propagadna, mesmo discordando da sua eficácia ?... Para isso existia a aviação, para a largada em massa de papéis como estes...Não sei se faziam, antes do Strela...SWe calhar n
ão, até por razões de segurança, que o IN já tinha antiaéreas numa ou noutra mata...
Nós levávamos este tipo de material , para uma distribuição localiziada, quando fazíamos golpes de mão ou ações de contrapenetração em áreas controladas pelo PAIGC, no interior do território (por exemplo, margem esquerda do Rio Corubal)...
Dorme bem, que a guerra já acabou... Ou ainda não ?
O que mais recordavam os guineenses de Spínola, nos primeiros anos de independência e bastante fome, foi as ofertas de chapas onduladas de zinco para os telhados.
Mas aos olhos dos indefectíveis do PAIGC, o Spínola e a sua psico foi mais venenoso com as suas frases tipo "a Guiné é dos guinéus".
Principalmente os "caboverdeanos" da Guiné, penso que nunca em 1000 anos os burmedjos perdoam esse processo spinolista dos colonialistas.
Diziam os do PAIGC: O Spínola foi muito mau com aquilo da Guiné melhor
Esses papelinhos pouco representavam em Angola para aquela gente, porque o diálogo na própria lingua étnica dos omerciantes brancos e mestiços, tornavam impenetrável a conversa dos estranhos movimentos.
Havia em Angola muita dificuldade dos movimentos penetrarem no "tchon" das diversas etnias demasiado herméticas entre si.
Mesmo no Congo, após a surpresa de 1961 em que os guerrilheiros eram da própria etnia da região, os guerrilheiros tinham perdido a guerra política a partir de certa altura.
Mas a maior dificuldade dos movimentos, visto hoje, 40 anos, só se pode atribuir à incompreensão da parte dos mais velhos, régulos e sobas.
Porque minas e Kalashes e apoios externos não faltavam.
Aliás ainda hoje os africanos continuam com essa dificuldade de entendimento inter-étnico, pior que apartheid.
Há alguma esperança hoje na Guiné, que haja sucesso com Ramos Horta que veio de longe e com muito traquejo.
Havia um panfleto na forma e cor da nota de 1000escudos/Guiné, no verso dizia qualquer coisa parecido com isto:
"A tua arma vale uma nota destas".
Largámos disso em várias áreas, Morés, Choqumone, Tancroal, ...
Abraços
AMM
Jorge Narciso jorgembnarciso@gmail.com
9 abr 2014 22:08
Ola Luis
Em forma e pronto para novas caminhadas ? Assim o desejo.
Relativamente à pergunta quanto à distribuição da "papelada" que referes que eu me lembre, nos helis, pelo menos no meu tempo, nunca se fez qualquer tipo de acção de distribuição.
Abraço
Jorge Narciso
Os panfletos que eu conheci,eram escritos em Português e em Crioulo.
J.Cabral
Não sei se sabem mas o autor destes panfletos fui eu quando
estava na Acção Psicológica na Fortaleza de Luanda.
Deu me gozo a desenha los. Ainda tenho guardados bastantes.
Faz parte da história. Abraço
Carlos Barradas
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