Detalhe do cartaz nº 1, de cinco, elaborados por Jaime Bonifácio Marques da Silva, e que vão ser exibidos, no próximo dia 11 de maio, no clube local da Areia Branca Lourinhã, na sessão de homenagem á memória do José Henriques Mateus (1944-1966). Vamos aproveitar alguns elementos dos 5 cartazes, na impossibilidade ténica de os reproduzir na íntegra, de forma legível, e procurando não repetir informação já aqui divulgada. (LG)
Nota introdutória
A Guerra de África, Guerra do Ultramar ou Guerra Colonial (designação oficial portuguesa até ao 25 de Abril de 1974) ou, ainda, Guerra de Libertação (designação utilizada pelos movimentos africanos independentistas) desenrolou-se entre 1961 e 1974 em África, em três teatros de operações diferentes: Angola (1961), Guiné (1963) e Moçambique (1964).
Poderemos interrogar-nos hoje, cinquenta e três anos depois do início da Guerra em Angola, cinquenta e um na Guiné e cinquenta em Moçambique, da oportunidade de resgatar, sob o ponto de vista histórico, a memória daqueles que foram obrigados a fazer a guerra, sacrificando, muitos deles, a sua própria vida em nome de Portugal, como foi o caso do José Henriques Mateus, nosso conterrâneo.
A Comissão Organizadora e os seus colegas da Escola Primária do Seixal acreditam que esta evocação histórica da memória dos que tombaram em nome de Portugal tem todo o sentido e justifica-se.
Acreditamos que o resgate da memória das causas, consequências e incidências vividas pelos combatentes participantes na Guerra do Ultramar, e neste caso particular, pelos naturais do concelho da Lourinhã, é um ato de cidadania e deve ser uma obrigação das instituições governamentais a nível nacional, regional e local.
Será este, o nosso propósito: o de não fazer esquecer as consequências do flagelo da Guerra Colonial e de lutar contra a cultura do esquecimento que se instalou em Portugal após o final da Guerra Colonial contra “aqueles a quem Portugal tudo exigiu”.
Disse alguém: “Só existe uma coisa mais terrível do que uma guerra, fazer de conta que ela nunca aconteceu”.
Por tudo isto e porque Portugal comemora neste ano de 2014 os quarenta anos da Revolução de 25 de Abril de 1974 que colocou um ponto final nas Guerra em África, estamos certos que o Povo do Lugar da Areia Branca ao homenagear a memória de um dos seus filhos da terra cumpre com o seu dever de cidadania, não só, perante a memória dos que tombaram, mas também, dando um exemplo de solidariedade às gerações mais jovens.
___________
Nota do editor:
Último poste da série > 8 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13111: Homenagem póstuma, na sua terra natal, Areia Branca, Lourinhã, 11 de maio próximo, ao sold at cav José Henriques Mateus, da CCAV 1484 (Nhacra e Catió, 1965/67), desaparecido em 10/9/1966, no Rio Tompar, no decurso da op Pirilampo. Parte IV: Programa + Cinco Cartazes: "Pior do que a guerra, é fazer de conta que ela nunca existiu" (Jaime Bonifácio Marques da Silva)
Sem comentários:
Enviar um comentário