quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13918: (Ex)citações (249): Quando os barcos chegavam ao porto fluvial de Bambadinca: fotos de Jaime Machado e legendas de Beja Santos


Foto nº 1 A 


Foto nº 1 


Foto nº 2 A


Foto º 2 


Foto n~º 3 A


Foto nº 3

Guiné > Zona leste > Bambadinca > c. 1968/69 > Bambadinca e o seu porto fluvial [Fotos nº 1 e 2];  vista parcial de Bambadinca, rio Geba e bolanha de Finete, a partir do cima da rampa de acesso ao aquartelamento e posto administrativo.  A partir de 24 de novembro de 1969, a administração do porto de Bambadinca passou a dispor dum autogrua mais potente, a Galion, que veio substituir a auto grua Fuchs (que se sê na foto nº 1 A). Na história do BCAÇ 2852, lê-se que no dia 25/11/1969, o 2º comandante do BENG 447 visitou a sede do batalhão, visita essa que só pode estar relacionada com a entrega da autogrua Galion, permitindo melhorar as operações de carga e descarga no porto fluvial de Bambadinca.

A autogrua Galion veio de LDG de Bissau até ao Xime, e depois foi escoltada pela CCAÇ 12 até a Bambadinca, numa viagem cheia de peripécias que nos obrigou a dormir no mato, devido a um enorme atascanço a meio do troço (,ainda não havia estrada alcatroada!)... Nessa dia, 24 de novembro de 1969, o nosso querido camarada e amigo Tony Levzinho  celebrou as suas 22 com a companhia infernal da mosquitada,.. (LG)


1. Bambadinca, mesmo quando o porto do Xime ganhou projecção, a partir de finais de 1969, era o escoadouro de mercadorias do Leste, manteve durante a guerra um papel de primeira grandeza no aprovisionamento de todos os aquartelamentos [. Foto nº1 ]. Consigo distinguir o Ismael Augusto [, ex-alf mil manut, CCS/BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70], respondia por tudo quanto fossem viaturas e peças. É o primeiro à esquerda [Foto nº 1 A]. 

Hoje tudo desapareceu, restam umas estacas.

Um outro ângulo do porto de Bambadinca, em tempo de azáfama [Foto nº 2]. Tanto era possível aqui chegar um batelão que levava mancarra, como embarcações com passageiros e carga (foi o que me coube, numa viagem de 10 horas, de Bissau até aqui, passando meteoricamente por Porto Gole, em 2 de Agosto de 1968), como vários comboios de carga ou LDP ou LDM com equipamento militar [, e até LDG, pelo menos até 1967]

A partir de Outubro de 1969, a situação mudou com as obras do porto do Xime que o tornaram mais atractivo para o transporte de material militar e tropas. E com o alcatroamento [,mais tarde, em 1971/72] e a capinação abundante das bermas, entre o Xime e Amedalai, reduziram-se substancialmente os riscos de emboscadas e mina.

Esta Bambadinca a caminhar para o rio Geba já não existe [Foto nº 3]. Esta estrada graciosa transformou-se num caminho cheio de capim, nas bermas agonizam edifícios que há 40 anos fervilhavam de vida, com comércios de todo o tipo. São verdes com que hoje não se captam imagens, era o verde da Fuji.

Ao fundo, do lado direito, o Bairro Joli e Santa Helena [, Foto nº 3 A]; no fundo, do lado esquerdo, sente-se o porto de Bambadinca e, mais adiante ,a bolanha de Finete. 

Vivi este ambiente que o Jaime Machado captou do extremo do quartel, num amplo balcão. Como gosto desta minha Bambadinca.


Fotos: Jaime Machado (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/70)  [, foto atual à direita]

[Edição: LG]

Legendas:  Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70)
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Nota do editor:

Último poste da série > 19 de novembro de  2014 > Guiné 63/74 - P13914: (Ex)citações (248): Ainda a embarcação "Bubaque", antiga LP4, antiga traineira de pesca algarvia... Comprada como sucata à Marinha, foi a embarcação da carreira regular Bissau-Bambadinca- Bissau (Ambasciatore Manuel Amante da Rosa)

7 comentários:

Luís Graça disse...

Mário:

Ainda no início da tua comissão (meados de 1968), as LDG chegavam a Bambadinca...

Claro que a viagem no Geba Estreito devia ser mais comnplicada... Em setembro de 1968 o João Martins tem, documentada, toda a aua viagem de Bissau até Piche, com o seu pelotão de artilharia e os seus obuzes 14... Foi de LDG até Bambadinca e depois por estrada... É obra!´

Vê aqui o poste;


12 DE MARÇO DE 2012

Guiné 63/74 - P9600: Álbum fotográfico de João Martins (ex-Alf Mil Art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69) (2): Ainda a viagem, de LDG, em setembro de 1968, de Bissau a Bambadinca, com o meu Pel Art a caminho de Piche

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2012/03/guine-6374-p9600-album-fotografico-de.html

Luís Graça disse...

Dizes bem, Mário... Já o verde não é verde, nem o vermelho é vermelho.... E não é só na Guiné-Bissau... O defeito será da Fuji ? Ou é dos nossos óculos, do nosso cristalino, ou do enviesamento da nossa memória ?

Amanhã vou dar um abraço aos camaradas da Tabanca da Linha, a começar pelo régulo, Jorge Rosales, ou do seu fidelíssimo secretário, Zé Manel Diniz... Acabei de lhe telefonar, a perguintar se podia acrescentar água ao arroz de marisco... Para mais dois...

O que é bom, entre camaradas, é que à mesa cabem sempre mais dois...

Luís Graça disse...

Quem seriam os senhores que vieram de jipe até ao cais de Bambadinca (foto nº 1A) ?

Para além do nosso engº ismael Augusto (, o engenharia veio mais tarde, e com ela a RTP, as telecomnunicações, a TDT...), reconheço o chefe de posto de administrativo de Bambadinca, que era caboverdiano... Nunca privei com ele, nem sei como se chamava...Mas, pela farda, deveia ser ele... Quanto aos dois militares à sua frente, só poderiam ser dois militares, oficiais, da CCS/BCAÇ 2852... Convivo com este batalhºão cerca de 1 ano, entre meados de 1969 e maio de 1970...

O Ismael Augusto é nosso grã-tabanqueiro, tal como o Fernando Calado, dois alferes milicianos da CCS/BCAÇ 2852, do tempo do Jaime Machado e do Beja Santos...


Ouvir aqui uma entrevista, de 2012. do Ismael Augusto na qualidade de especialista em TDT:

http://www.rtp.pt/antena1/index.php?headline=13&t=Entrevista-a-Ismael-Augusto.rtp&visual=11&article=4514&tm=16&rss=0

Luís Graça disse...


O Ismael Augusto foi apresentado à Tabanca Grande em março de 2013... Tem o lugar nº 609, à sombra da nossa Tabanca Grande. Sei que é um apaixonado pelo cante alentejano, tal como eu e o Fernando Calado... Esperamos ter uma grande alegria por estes dias com o anúncio, por parte da UNESCO, da elevação do cante alentejo a património imaterial da humanidade... Um abraço fraterno para ele e para o Fernando.

Sobre o nosso camarada Augusto ismael, escrevi na altura o seguinte:


Caro Ismael, sê bem vindo ao nosso blogue, senta-te aqui ao nosso lado, no bentém da Tabanca Grande, sob o secular, mágico, protetor e fraterno poilão. Serás o grã-tabanqueiro nº 609. Já cá tens vários camaradas do teu/nosso tempo de Bambadinca (grosso modo, 1968/71). Se reparares bem na coluna do lado esquerdo do nosso blogue, Bambadinca tem mais de 370 referências (!) e o teu batalhão, o BCAÇ 2852, quase 80...Centenas de fotos foram já publicadas relacionadas com Bambadinca, o BCAÇ 2852 e as subunidades a ele adidas, como foi o caso da minha companhia, a CCAÇ 2590, mais tarde CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71) (mais de 200 referências).

Sei que és um homem ocupado, ou pelo menos, eras até há pouco tempo. Basta recordar as tuas intervenções públicas (na rádio, na TV, na assembleia da república), ainda recentes, como consultor da União Internacional de Telecomunicações, e nomeadamente sobre as questões da TDT [, Televisão Digital Terrestre]... Já passaste por muitos sítios e exerceste prestigiados cargos e funções (engenheiro do Instituto Superior Técnico, diretor der produção da RTP, professor universitário, consultor da ANACOM, etc.). Espero, de qualquer modo, que arranjes algum tempinho para poderes também partilhar connosco as tuas histórias, memórias e fotos do tempo de Bambadinca. Dentro de um mês e pouco, a 23/4/2013, o nosso blogue vai fazer 9 anos, e espera umn presentinho teu.... Mas este é o maior, o teu pedido de "inscrição no nosso blogue"... Pois, já cá estás, "de jure et de facto"... Um Alfa Bravo. Luis Graça

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14 DE MARÇO DE 2013

Guiné 63/74 - P11249: Tabanca Grande (390): Ismael Augusto (ex-alf mil manut, CCS/BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70), novo grã-tabanqueiro, nº 609

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2013/03/guine-6374-p11249-tabanca-grande-400.html

Luís Graça disse...

Mário:

O porto do Xime ganha importância com a nova estrada (alcatroada) Xime-Bambadinca...

Essa nova via começa a ser construída no tenpo da CCAÇ 12 (finais de 1969/princípios de 1970)... Fizemos muita segurança às máquians da TECNIL.

Mas as obras prolongam-se muito para lá do fim da minha comissão (março de 1971)... Não me lembro de ver o alcatrão...

Quando o BART 3873 toma conta do setor L1, em substituição do BART 2917 (, o sucesspr do "teu/nosso" BCAÇ 2852),a estrada já está pronta e as chaimites de Bafatá já vêm fazer escoltas até ao Xime e do Xime até Bafatá...

O BART 3873 esteve em sobreposição com o BART 2917 entre 28/1/1972 e 14/3/1972...

Em todo caso, o porto de Bambadinca sempre esteve melhor apetrechado do que o do Xime... Por exemplo, a autogrua Galion é de finais de novembro de 1969, ainda do teu tempo...

Ao Xime abicavam as LDG. descarregando homens e material, que depois seguiam em colunas auto até ao seu destino...

A Bambadinca chegavam os barcos civis mas também navios da marinha como as LDM e LDP...

Já não me lembro de ver LDG em Bambadinca no meu tempo (maio de 1969/março de 1971)... Já ficavam só pelo Xime... Eu própio desembraquei no Xime, ma LDG nº 105, em 2/6/1969...

Na história do BART 2917 lê-se o seguinte sobre os portos do setor L1 (Bambadinca):

(...) Capítulo II

(...) Situação geral

(...) 7) - PORTOS

-Os dois portos com importância para o SECTOR LESTE, são: o de BAMBADINCA e o do XIME.

- O Porto de BAMBADINCA é de extraordinária importância pois é através dele que é reabastecido todo o SECTOR LESTE.

- Ultimamente todo o tráfego pesado tem sido feito através do porto do XIME, embora este não esteja apetrechado com guindaste e rampa de abicagem, o que torna difícil as operações de carga e descarga.

- Com influência na manobra dentro do quadro do Batalhão situam-se ainda:
o porto de ENXALÉ (só utilizável na época seca), os portos de GÃ GEMEOS, o Porto Velho do ENXALÉ, FÁ PORTO e MATO CÃO. (...)



Anónimo disse...


O cais de Bambadinca foi, em Novembro/70, a primeira das pouquíssimas aguarelas que pintei na Guiné - o ambiente de constante sobressalto encarregar-se-ia de fazer cair por terra as minhas veleidades artísticas. Quando olho para as fotos 2 e 2A, com as duas embarcações atracadas, é como se estivesse a retroceder no tempo e a ver de novo aquilo que observava naquele dia, em que, sentado,de bloco sobre os joelhos e pincel em punho, armava em pintor naturalista. Ao fim de tantos anos, é, no mínimo, uma surpresa agradável.
Mário Migueis

Anónimo disse...

Desculpa Luís!

Antes de vocês chegarem a Bambadinca, montei segurança às obras da construção da estrada.Ainda há pouco tempo, um antigo mecânico da TECNIL,me reconheceu.Assim em Julho de 1969, devem ter começado os trabalhos.
ABRAÇÃO! J.Cabral