sábado, 22 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13928: Bom ou mau tempo na bolanha (76): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (16) (Tony Borié)

Septuagésimo quinto episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGRU 16, Mansoa, 1964/66.





Dia 6 de Julho de 2014

Era manhã quando deixámos a cidade de Whitehorse, onde se encontra o “Historic Milepost 918”, na província do Yukon, o trajecto que iríamos percorrer, pelo menos até à cidade de Calgary, na província de Alberta, era o mesmo que fizemos na viagem de ida e, que já explicámos em textos anteriores.

Depois de algumas horas com algumas paragens, umas vezes por animais na estrada, outras por obras de manutenção, pois nesta zona do interior do “Alaska Highway”, portanto longe do início ou do fim desta histórica estrada, não existem obras de alteração, é só obras de manutenção, outras vezes ajudando outros veículos com problemas, parámos na povoação de Teslin, que marca o “Historic Milepost 777”, na povoação de Watson Lake, que marca o “Historic Milepost 635”, na povoação de Liard River, que marca o “Historic Milepost 496” e, viemos, neste dia dormir no parque de campismo, junto ao Muncho Lake, que marca o “Historic Milepost 456”, com um “cenário de um milhão de dolares”, que também já explicámos em textos anteriores, onde depois de passar um pequeno período de tempo em que choveu, grelhámos o resto do salmão que tínhamos pescado no “Russian River”, lá no estado do Alasca.




Neste dia, não tivémos qualquer ploblema com o Jeep e a caravana, que sempre se adaptaram ao terreno, por vezes acidentado, com alguma lama, quando houve período de chuva, percorremos mais ou menos 490 milhas, com preço da gasolina a variar entre $1.82 e $1.91 o litro.

No próximo dia, era madrugada, lavámos a cara na água fria e pura do Muncho Lake, continuámos a nossa jornada, rumo ao leste, parámos para ceder a gasolina, de um dos nossos tanques extras, a um casal aflito, oriundo do estado do Arizona, que andava em “lua de mel”, viajando numa pick-up, que rebocava uma caravana muito parecida com a nossa, seguindo-nos depois, até à povoação de Fort Nelson, que marca o “Historic Milepost 300”, aqui parámos por algum tempo, comprámos gasolina, café, água e fruta.



De novo na estrada, um camião, em sentido contrário, faz-nos sinal de luzes por diversas vezes, avisando-nos de algo, depois de uma extensa subida, deparámos com a estrada completamente ocupada por búfalos que teimavam em não se mover do local, passámos muito devagar, não buzinámos, mas olhávam-nos com olhos de repreenção, pois o local era deles, nós é que somos os “intrusos”, ocupámos a sua área, ocupámos o seu “quintal”.



Seguimos em frente, a povoação de Fort St. John, era próxima, que marca o “Historic Milepost 47” e, finalmente, sem qualquer outro incidente, chegámos ao ponto de partida do, como já mencionámos por diversas vezes, histórico “Alaska Highway”, que é a cidade de Dawson Creek, onde se encontra o marco do “Historic Milepost 0”. Fomos de novo visitar o Centro de Turismo, tirámos as últimas fotos no local que marca o início do “Alaska Highway”, tomando de seguida a estrada número 43 até à cidade de Grande Praire, que é uma pequena “metrópole” no deserto, onde, depois de procurar hotel de acordo com a nossa condição financeira, pois havia por onde escolher, fomos dormir, comendo ainda o resto do salmão, que ia na caixa frigorífica.





Neste dia, saímos do “Alaska Highway”, sem problemas no Jeep ou na caravana, percorremos 598 milhas, com o preço da gasolina a variar entre $1.82 e $1.92 o litro.


No dia seguinte, pela manhã, procurámos uma oficina especializada, nesta pequena “metrópole”, que é a cidade de Grande Praire, trocámos o óleo do motor, fazendo uma pequena revisão por baixo do Jeep e da caravana, tudo em ordem, continuámos o mesmo trajecto da viagem de ida, até às proximidades da cidade de Edmonton, continuando depois pela estrada número 2, que já é rápida em algumas zonas, até à cidade de Calgary, na província de Alberta, depois de passar a cidade, continuando na estrada número 2, sempre em direcção ao sul, tentando percorrer a maior distância possível, em direcção à fronteira. Já era noite, mesmo noite, pois já tínhamos passado a zona do paralelo 48, começamos a ouvir o som de chuva, de encontro ao vidro da frente, mas não era chuva, eram mosquitos, que de encontro ao vidro morriam, o mecanismo de limpeza do vidro ainda sujava mais, começou a faltar a visibilidade, parávamos de quinze em quinze minutos, para limpar o vidro com o equipamento que levávamos, que era um tanque de água, com algum sabão e um limpa neve, quando saíamos fora do Jeep, era uma “praga” de mosquitos a morder. Na primeira povoação que encontrámos, procurámos onde dormir, não havia, depois de pedirmos água para continuar com a limpeza do vidro, nos disseram que possívelmente na vila de Graum, mais ao sul, devíamos encontrar. Desesperados, seguimos em frente, sempre com a mesma situação, finalmente surgiu a vila de Granum, onde um simpático empregado do Lazzy Motel, vendo-nos desesperados, embora não tivesse vagas, por favor nos deixou dormir num quarto, que possivelmente era para ele. Saímos do Jeep, trancámos as portas, correndo para dentro do Motel, com o que levávamos vestido.

Explicáram-nos que nesta altura do ano, principalmente de noite, esta área é o “paraíso” dos mosquitos, pela zona de terreno ser de origem alagadiça.

Neste dia percorremos 726 milhas, com o preço da gasolina variando entre $1.53 e $1.57 o litro.

Tony Borie.
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Nota do editor

Último poste da série de 15 de Novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13897: Bom ou mau tempo na bolanha (74): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (15) (Tony Borié)

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