Data: 12 de março de 2015 às 11:46
Assunto: Letra de "Djiu di Galinha", registo áudio e vídeo do cantor (*)
Caro Luís Graça,
Muito obrigada. Entretanto consegui, com a preciosa ajuda da musicóloga Alda Goes, a letra, agora só falta a tradução do crioulo... Foi retirada do LP "Djiu di Galinha", gravado com Miriam Makeba e editado postumamente (1978). Aqui vai:
Djiu di Galinha
Djiu di Galinha ai
Djiu di Galinha
N'disjau ai djiu di Galinha
Manera que piscatures ta pera mare
assim tambe que n'ta pera dia de riba
Manera que labradures ta tchora tchuba
assim tambe que n'ta tchora bu falta.
Envio também um link para uma gravação áudio que tem o interesse suplementar de ser acompanhada de um vídeo do cantor [3' 20'']
https://www.youtube.com/watch?v=46AOuVNmb3M
[Publicado a 22/01/2013 por Vital Sauane, com a legenda: "José Carlos Schwarz em 1976 com Miriam Makeba, o primeiro vídeo encontrado deste famoso musico Guineense".. LG]
Obrigada
Helena Pinto Janeiro
2. Mensagem do nosso camarada António Estácio, guineense, nado e criado no chão de papel, em Bissau, ex-alf mil em Angola (1970/72), escritor, a quem pedidmos a tradução desta letra para português ("António, aqui tens a letra da 'Djiu di Galinha'... Podes traduzir ?... Vou pedir também ao Manuel Amante da Rosa e ao Mário Dias, gente que como tu bebeu a água do Geba"):
Djiu di Galinha ai
Djiu di Galinha
N'disjau ai djiu di Galinha
Manera que piscatures ta pera mare
assim tambe que n'ta pera dia de riba
Manera que labradures ta tchora tchuba
assim tambe que n'ta tchora bu falta.
Envio também um link para uma gravação áudio que tem o interesse suplementar de ser acompanhada de um vídeo do cantor [3' 20'']
https://www.youtube.com/watch?v=46AOuVNmb3M
[Publicado a 22/01/2013 por Vital Sauane, com a legenda: "José Carlos Schwarz em 1976 com Miriam Makeba, o primeiro vídeo encontrado deste famoso musico Guineense".. LG]
Obrigada
Helena Pinto Janeiro
Monte Real, Palace Hotel> 26 de junho de 2010 >
V Encontro Nacional da Tabanca Grande >
O António Estácio
|
Assunto: Letra de "Djiu di Galinha", registo áudio e vídeo do cantor (**)
Meu Caro Luís Graça:
Estimo-te bem pelo e-mail que me enviaste e cuja leitura procurei fazê-la agora.
Como tu deves saber, não é fácil fazê-la, mas vamos lá tentar.
Ilha das Galinhas
Ilha das Galinhas, ai,
Ilha das Galinhas
Deixai-me, Ilha das Galinhas.
Tal como os pescadores esperam a maré,
Assim, também eu aguardo o dia de voltar.
Tal como os lavradores, choram p'la chuva,
Assim, também eu choro a sua falta.
António J. Estácio
__________________
António J. Estácio
__________________
Notas do editor:
(**) Último poste da série > 15 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14367: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (25): Motorizadas versus Motos... A minha potente Yamaha 200, que me custou 16 contos (António Martins de Matos, ex-ten pilav, BA12, Bissalanca, 1972/74)
3 comentários:
Muito obrigada pela preciosa ajuda!
Helena Pinto Janeiro
Falta Tio Bernal, a do minino na tchora, e todas, são várias, que dão para compreender um pouco qual é o "cheiro" da Guiné revolucionária, que é um sentimento muito diferente de tudo o que conhecemos.
Mas para isso temos que ler em crioulo e em português, o som tem tudo no Youtube.
Não haverá uma alma caridosa que faça essa transcrição para o Luisgraca?
Cumprimentos
Helena Pinto Janeiro
16 mar 2015 11:14
Caros amigos:
Muito obrigada!
A única dúvida que me resta é entender o paradoxo de o cantor ter estado preso na Ilha das Galinhas e ter saudades desse tempo. Não faz sentido, quer conhecendo o percurso político dele quer as letras de outras canções que ele escreveu, com um cariz fortemente político, dando voz ao sofrimento da guerra. Será que não esteve preso mas 'simplesmente' desterrado?
Não poderei, portanto, usar esta canção como exemplo de uma produção artística produzida por um preso político na Ilha das Galinhas (até porque, pelos vistos, ele terá composto a canção já na prisão de Bissau), que era o meu objectivo inicial.
Tenho estado a recolher dados sobre prisões e campos prisionais destinadas a presos políticos em vários pontos do império, em especial durante o período da guerra colonial, e os dados sobre a Ilha das Galinhas são muito vagos.
De momento estou a avançar com outros campos, nomeadamente em Angola, para os quais encontrei dados mais concretos, mas mantenho em projecto responder a estas dúvidas sobre a Ilha das Galinhas, nomeadamente:
- se era uma prisão-edifício ou um campo prisional (e se era um campo, com que características);
- onde era localizada exactamente dentro da ilha;
- durante quanto tempo funcionou, quem a administrava, pessoas que lá estiveram presas
Naturalmente, os dados mais institucionais irei encontrar (eventualmente) noutros locais mais institucionais mas os testemunhos de quem lá esteve ou quem por lá passou são preciosos, não havendo arquivo algum que os substitua.
Obrigada,
Helena Pinto Janeiro
Enviar um comentário