sexta-feira, 12 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14734: Inquérito online: resultados preliminares (n=146), a dois dias de encerrar a votação: cerca de metade dos votantes admite que nunca teve relações sexuais com nenhuma mulher local, no TO da Guiné, durante a guerra colonial

I. Quando faltam dois dias para encerrar a votação, tínhamos 146 resposta, esta manhã,  dia 12. 

Os resultados (provisórios) eram os seguintes:


SONDAGEM: "NO TO DA GUINÉ, CONFESSO QUE NÃO TIVE RELAÇÕES SEXUAIS COM NENHUMA MULHER LOCAL (*)


1. Não, não tive  > 72 (49%)

2. Sim, tive, pelo menos uma vez  > 18 (12%)


3. Sim, tive mais do que uma vez  > 30 (20%)


4. Sim, tive bastantes vezes  > 12 (8%)


5. Sim, tive com muita frequência  > 14 (9%)


6. Não sei, já não me recordo bem > 0 



[Foto à esquerda, Maria, lavadeira,  bajuda de Guileje, 1968. Foto do nosso saudoso José Neto (1929-2007)


II. Os editores agradecem a generosa e  ativa participação dos nossos leitores, ex-combatentes no TO da Guiné, entre 1961 e 1974 (público-alvo a que se dirige a sondagem) e esperam ainda, nestes últimos dois dias que faltam, atingir o número de 200 respondentes.

A sondagem não tem (nem pode ter) qualquer propósito "científico", mas apenas informativo e didático. Qualquer generalização destes "resultados",  para o universo dos mais de 200 mil militares portugueses que passaram pelo TO da Guiné, durante a guerra colonail (1961/74),  é "abusiva", não é "legítima", do ponto de vista metodológico da investigação científica.

Em todo o caso, esta sondagem revela tendências interessantes, mesmo sabendo que os seres humanos (homens e mulheres) podem nem sempre responder, com total sinceridade, a questionários sobre sexualiadade, por reserva da intimidade da sua vida privada ou por preconceitos cultarais.

Recorde-se que o voto é feito, não por "EMAIL", mas automaticamemente, "ON LINE", no canto superior esquerdo do blogue: quem ainda não voutou (ou quiser corrigir  o seu voto), só tem de clicar, com o rato  numa de 6 hipóteses de resposta (sendo a último "Não sei, já não me recordo bem", uma hipótese meramente "académica"; todos temos direito a "amnésias"...).

Naturalmente, a resposta  é anónima.

Aceitam-se, todavia, comentários sobre um tema de que os ex-combatentes tendem a falar, entre si, nos seus convívios, sem grandes inibições nem preconceitos. De resto sobre sexo (em tempo de guerra) temos já cerca de meia centena de referências no nosso blogue.

Xicorações e bons festejos santoantoninos. Os editores.

O famoso santo antoninho dos anos 60... 
PS1 - Como estamos em véspera dos festejos de Santo António, padroeiro de Lisboa, santo popular, casamenteiro e brejeiro, aqui vai umas quadras, a condizer:

Santo António foi à guerra,
Na Guiné perdeu os três,
Foi bajuda lá da terra
Quem o menino lhe fez.

E não foi por patacão
Que ela lhe partiu catota,
Alfero e maganão,
Era um rapaz bem janota.

Cá tem imposto de palhota,
P´rós amores de gente boa.
Só o sexo se paga com nota
Em Bissau ou em Lisboa.

Mas agora é que são elas,
Só memórias do passado,
Desde que foste p'ra Bruxelas,
Só nos resta o triste fado.

Luís Graça

Lisboa, Alfama, Miradouro de Santa Luzia, 11/6/2015, 22h

PS 2 - Ah!, e faz hoje, 12 de junho de 2015, 30 anos que o Santo António nos deixou...
Já foi de Pádua, já foi de Lisboa, agora é de Bruxelas...



Lisboa, Alfama, museu e estátua de Santo António, 11/6/2015, 22h


Foto: © Luís Graça   (2015). Todos direitos reservados [Edição: LG]
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4 comentários:

Luís Graça disse...

Camaradas, ainda se lembram o que se comprava com uma nota de 20 escudos, com esta efígie do Santo António ? Também lhe chamávamos uma "alface", se bem me lembro... No norte, era o ganho de um jornaleiro no campo... Uma notinha destas tamb´+em abria algumas portas...

Bons festejos!... LG

Luís Graça disse...

Pois é, faz hoje 30 anos que a "gente" aderiu à CEE...Comunidade Económia Europeia...Ou aderiram por nós...

José Manuel de Melo Alves Lopes disse...

Recordo, as animadas discussões com o meu amigo Sampaio, militante do PC e que era contra a integração na CEE. Os meus argumentos que eu pensava lógicos e úteis para o nosso País eram de que devíamos abrir-nos ao mundo e nada melhor que começar pela Europa e porque não chegarmos ao nível social e económico dos Países mais avançados do nosso continente. Ele opunha outros argumentos, as discussões eram bravas e o meu ultimo argumento foi de que não o entendia, porque se eles sonhavam com um mundo sem fronteiras, entrar para a CEE era o primeiro passo.
Hoje aprendi, que nos escravizaram pela dívida, que é impossível de pagar e alguns que nunca foram sérios apelam há honestidade como argumento para pagar aquilo que os governos anteriores fizeram e não há inocentes na história. Trinta anos depois resta-me dizer DESCULPA SAMPAIO.

Anónimo disse...

Mário Vitorino Gaspar
13 junh 2015 01:27


Camaradas

O tema é interessante, existem trabalhos sobre a Guerra Colonial em que surgem resultados
percentuais e surge o indicativo do Soldado Português ir para África virgem. E um sinal de que
muitos tiveram relações sexuais com as noivas e namoradas nos derradeiros dias antes do
embarque. Participei e escrevi. Vou procurar possivelmente existem em meu poder.jornais.

Mário Vitorino Gaspar