Foto nº 1
Foto nº 2
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Sinchã Jobel > 22 de abril de 2006 > Uma bomba da FAP (Força Aérea Portuguesa), das muitas que foram lançadas sobre a base do PAIGC, durante a guerra colonial, e que não chegaram a explodir (Foto nº 1). Na foto nº 2, o nosso amigo e camarada A. Marques Lopes. Em finais de 1967, Sinchã Jobel passou a ser uma ZLIFA (Zona Livre de Intervenção da Força Aérea).
Fotos: © Xico Allen (2006). Todos os direitos reservados [Edição: LG]
Foto nº 3
Foto nº 4
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Sinchã Jobel > 22 de abril de 2006 > Aspectos da atual tabanca, sita no local da antiga base do PAIGC. Fica a 200 metros da antiga base do PAIGC.
Fotos: © A. Marques Lopes (2006). Todos os direitos reservados [Edição: LG]
Fotos: © A. Marques Lopes (2006). Todos os direitos reservados [Edição: LG]
Foto nº 6
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Sinchã Jobel > 22 de abril de 2006 > Mule Nabo, guerrilheiro do PAIGC, que esteve na base de Sinchã Jobel durante a guerra colonial, e que hoje mora lá. É irmão do Darami.
Foto nº 7
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Sinchã Jobel > 22 de abril de 2006 > Darami Nabo, guerrilheiro do PAIGC, que esteve na base de Sinchã Jobel durante a guerra colonial, e que hoje mora lá. É irmão do Mulé.
Fotos: © A. Marques Lopes (2006). Todos os direitos reservados [Edição: LG]
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Sinchã Jobel > 22 de abril de 2006 > Antiga base do PAIGC. Está-se ainda em plena época seca. Ainda existem árvores de grande porte.
Fotos: © A. Marques Lopes (2006). Todos os direitos reservados [Edição: LG]
Foto nº 8
Foto nº 9
Foto nº 10
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Sinchã Jobel > 22 de abril de 2006 > Antiga base do PAIGC. Está-se ainda em plena época seca. Ainda existem árvores de grande porte.
Fotos: © A. Marques Lopes (2006). Todos os direitos reservados [Edição: LG]
Foto nº 11
Foto nº 12
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Sinchã Jobel > 22 de Abril de 2006 > Vestígios ainda bem visíveis, nas árvores, dos bombardeamentos feitos pela Força Aérea Portuguesa.
Fotos: © A. Marques Lopes (2006). Todos os direitos reservados [Edição: LG]
Foto nº 13
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Sinchã Jobel > 22 de abril de 2006 > Local onde se situava o posto de vigia ou sentinela dos guerrilheiros, segundo indicação do Dirami.
Foto nº 14
Fotos: © Xico Allen (2006). Todos os direitos reservados
1. Texto de A. Marques Lopes, coronel DFA ref, ex-alf mil (CART 1690, Geba, 1967/68; e CCAÇ 3, Barro, 1968)... Em abril de 2006, (re)visitou Guiné-Bissau, num viagem de grupo organizada pelo Xico Allen...
Última parte desta série, "Jogos de Cabra-Cega: Sincha Jobel", com a reedição de alguns postes do A. Marques Lopes, que tem por objeto central a descoberta e a tentativa de destruição, pelas NT, de Sinchã Jobel, uma base ("barraca") do PAIGC, em pleno coração da Guiné, na zona leste, no regulado de Mansomine, entre Mansambá e Bafatá.
São os postes nº 35, 36, 39, 40, 45 e 763 (*), originalmente inseridos na I Série do nosso blogue, e como tal como pouco lidos e já esquecidos... Fizemos a revisão de texto (e atualizámos o texto de acordo com a ortografia em vigor). (*)
Estes "jogos de cabra-cega" fazem parte da trama do romance que o A. Marques Lopes lançou, recentemente, em junho passado, sob a chancela da Chiado Editora (capa ao lado). O autor, João Gaspar Carrasqueira, é pseudónimo literário. Aiveca, a personagem central do romance, é o "alter ego" do A. Marques Lopes. A editora meteu o livro na sua coleção "Bios", classificando-a como "biografia" e não como "romance"... Na realidade, é uma autobiografia ficcionada, de 582 pp.
Todos nos lembramos do jogo da cabra-cega, do nosso tempo de infância e de escola? "Tapam os olhos ao que é apontado para ser cabra-cega, Dão-lhe várias voltas para perder o sentido de orientação. Dão-lhe empurrões para o desorientar ainda mais e não saber para onde se virar" (, preâmbulo do livro). A vida (e a guerra) é um jogo de cabra-cega. (LG).
Pois, camaradas e amigos, eu e o Xico Allen acabámos por entrar na base do IN em Sinchã Jobel, que nunca fora tomada pelas NT, nem quando eu, sem querer, lá fui em 24 de junho de 1967 (Op Jigajoga I), nem em 31 de agosto de 1967 (Op Jigajoga II), nem em 16 de setembro de 1967 (Op Jacaré), nem 15 e 16 de outubro de 1967(Op Imparável), nem em 27 de outubro de 1967 (Op Insistir), nem em 28 de outubro de 1967 (Op Instar), nem em 19 de dezembro de 1967 (Op Invisível) e nem em 21 de dezembro de 1967 (Op Invisível II), a última que se fez para tomar essa base, comandada durante esse período por Lúcio Soares, como ele próprio me disse.
A clareira de Jobel (a tal onde sofri uma emboscada) tem agora uma tabanca (vd. fotos acima). Como chegámos lá? Fomos, eu e o Allen, até Sare Banda [vd. carta de Banjara] [Foto nº 15] e aí encontrámos um homem que nos acompanhou, indicando-nos o caminho para Sinchã Jobel.
Durante a guerra, Sare Banda era uma grande tabanca, fruto do reordenamento da zona, e onde esteve um destacamento da CART 1690. É agora pequena, vendo nós pelo caminho já várias outras tabancas, explicando-nos o homem que nos acompanhou que muita gente saíu de Sare Banda para formar outras tabancas. Naturalmente, é claro.
E chegámos a Sinchã Jobel, com alguma dificuldade, é verdade, pois existe para lá um simples carreiro. E eu cheguei à conclusão que seria mais fácil ter chegado à base se as NT tivessem ido por ali, apesar de a mata ser muito cerrada. Lá encontrámos o Dirami e o Mulé /(Fotos nºs 5 e 6), dois ex-guerrilheiros daquela base e agora moradores na tabanca de Sinchã Jobel.
Durante a guerrqa, a FAP bombardeava com regularidade a zona... Houve bombas que não rebentaram. Disse o Dirami que conseguiram rebentar várias, mas aquela que vimos [ Fotos nº 1 e 2] não tinham conseguido... e lá está ainda. Muitas delas, eu já sabia, rebentavam nas árvores, outras batiam nelas e caíam sem rebentar, porque já não caíam da forma adequada para rebentarem as espoletas. [Fotos nº 78, 9 e 10].
Duas coisas nos indicou o Dirami:
(i) uma, está ele de cócoras, "ali em frente, no tronco daquele poilão era o posto de vigia" [Foto nº 13] (as NT disseram que eles estavam em cima das árvores, mas o que sucedia é que o vigia começava logo a disparar assim que nos via entrar na clareira);
(ii) outra, está ele a dizer-me (vd. foto do cemitério, tirada pelo Allen) [Foto nº 14], "aqui, por baixo destes arbustos está um poço, para onde lançávamos os mortos, pois não havia tempo para fazer covas individuais", e está lá o poço, coberto de arbustos e já tapado com terra;
(iii) e - eu cá para mim - que "lá estarão os corpos do soldado Agostinho Francisco da Câmara, morto em 16 de outubro de 1967, e do alferes Fernando da Costa Fernandes, morto em 19 de dezembro de 1967 de dezembro de 1967, corpos esses que não foi possível recuperar durante as operações feitas nessas datas".
E ficou-me também a pena de as cabeças pensantes que mandavam na guerra terem insistido em várias operações, a começar nas bolanhas de Sucuta e Canhagina [vd. carta de Bambadinca] e na travessia do rio Gambiel, quando teria sido mais fácil e, se calhar, eficaz terem feito o caminho que eu fiz agora, tanto mais que em duas daquelas operações entrou a tropa especializada dos comandos. Coisas.
Abraços, A. Marques Lopes
Foto: © Altamiro Claro (2007). Todos os direitos reservados [Edição: LG]
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Estes "jogos de cabra-cega" fazem parte da trama do romance que o A. Marques Lopes lançou, recentemente, em junho passado, sob a chancela da Chiado Editora (capa ao lado). O autor, João Gaspar Carrasqueira, é pseudónimo literário. Aiveca, a personagem central do romance, é o "alter ego" do A. Marques Lopes. A editora meteu o livro na sua coleção "Bios", classificando-a como "biografia" e não como "romance"... Na realidade, é uma autobiografia ficcionada, de 582 pp.
Todos nos lembramos do jogo da cabra-cega, do nosso tempo de infância e de escola? "Tapam os olhos ao que é apontado para ser cabra-cega, Dão-lhe várias voltas para perder o sentido de orientação. Dão-lhe empurrões para o desorientar ainda mais e não saber para onde se virar" (, preâmbulo do livro). A vida (e a guerra) é um jogo de cabra-cega. (LG).
Pois, camaradas e amigos, eu e o Xico Allen acabámos por entrar na base do IN em Sinchã Jobel, que nunca fora tomada pelas NT, nem quando eu, sem querer, lá fui em 24 de junho de 1967 (Op Jigajoga I), nem em 31 de agosto de 1967 (Op Jigajoga II), nem em 16 de setembro de 1967 (Op Jacaré), nem 15 e 16 de outubro de 1967(Op Imparável), nem em 27 de outubro de 1967 (Op Insistir), nem em 28 de outubro de 1967 (Op Instar), nem em 19 de dezembro de 1967 (Op Invisível) e nem em 21 de dezembro de 1967 (Op Invisível II), a última que se fez para tomar essa base, comandada durante esse período por Lúcio Soares, como ele próprio me disse.
A clareira de Jobel (a tal onde sofri uma emboscada) tem agora uma tabanca (vd. fotos acima). Como chegámos lá? Fomos, eu e o Allen, até Sare Banda [vd. carta de Banjara] [Foto nº 15] e aí encontrámos um homem que nos acompanhou, indicando-nos o caminho para Sinchã Jobel.
Durante a guerra, Sare Banda era uma grande tabanca, fruto do reordenamento da zona, e onde esteve um destacamento da CART 1690. É agora pequena, vendo nós pelo caminho já várias outras tabancas, explicando-nos o homem que nos acompanhou que muita gente saíu de Sare Banda para formar outras tabancas. Naturalmente, é claro.
E chegámos a Sinchã Jobel, com alguma dificuldade, é verdade, pois existe para lá um simples carreiro. E eu cheguei à conclusão que seria mais fácil ter chegado à base se as NT tivessem ido por ali, apesar de a mata ser muito cerrada. Lá encontrámos o Dirami e o Mulé /(Fotos nºs 5 e 6), dois ex-guerrilheiros daquela base e agora moradores na tabanca de Sinchã Jobel.
Duas coisas nos indicou o Dirami:
(i) uma, está ele de cócoras, "ali em frente, no tronco daquele poilão era o posto de vigia" [Foto nº 13] (as NT disseram que eles estavam em cima das árvores, mas o que sucedia é que o vigia começava logo a disparar assim que nos via entrar na clareira);
(ii) outra, está ele a dizer-me (vd. foto do cemitério, tirada pelo Allen) [Foto nº 14], "aqui, por baixo destes arbustos está um poço, para onde lançávamos os mortos, pois não havia tempo para fazer covas individuais", e está lá o poço, coberto de arbustos e já tapado com terra;
(iii) e - eu cá para mim - que "lá estarão os corpos do soldado Agostinho Francisco da Câmara, morto em 16 de outubro de 1967, e do alferes Fernando da Costa Fernandes, morto em 19 de dezembro de 1967 de dezembro de 1967, corpos esses que não foi possível recuperar durante as operações feitas nessas datas".
E ficou-me também a pena de as cabeças pensantes que mandavam na guerra terem insistido em várias operações, a começar nas bolanhas de Sucuta e Canhagina [vd. carta de Bambadinca] e na travessia do rio Gambiel, quando teria sido mais fácil e, se calhar, eficaz terem feito o caminho que eu fiz agora, tanto mais que em duas daquelas operações entrou a tropa especializada dos comandos. Coisas.
Abraços, A. Marques Lopes
Foto nº 15
Guiné > Região de Bafatá > Sare Banda > 2001 > Altamiro Claro, ex-alf mil op especiais, da CCAÇ 3548 / BCAÇ 3884 (Geba, 1972/74), e ex-presidente da Câmara Municipal de Chaves, em Saré Banda (vd. Carta de Banjara).
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Nota do editor:
Último poste da série > 5 de outubro de 2015> Guiné 63/74 - P15202: Os jogos de cabra-cega: Sinchã Jobel (A. Marques Lopes) (Parte V): a partir da Op Invisível, de 18-19/12/1967, passa a ser uma ZLIFA (Zona LIvre de Intervenção da Força Aérea)... O alf mil Fernando da Costa Fernandes, de Santo Tirso, é morto, não sendo possível resgatar o seu corpo, e o soldado Manuel Fragata Francisco, de Alpiarça, é gravemente ferido, aprisionado e levado para Ziguinchor onde é tratado pelo dr. Mário Pádua e mais tarde, em 15/3/1968, entregue à Cruz Vermelha Internacional
Último poste da série > 5 de outubro de 2015> Guiné 63/74 - P15202: Os jogos de cabra-cega: Sinchã Jobel (A. Marques Lopes) (Parte V): a partir da Op Invisível, de 18-19/12/1967, passa a ser uma ZLIFA (Zona LIvre de Intervenção da Força Aérea)... O alf mil Fernando da Costa Fernandes, de Santo Tirso, é morto, não sendo possível resgatar o seu corpo, e o soldado Manuel Fragata Francisco, de Alpiarça, é gravemente ferido, aprisionado e levado para Ziguinchor onde é tratado pelo dr. Mário Pádua e mais tarde, em 15/3/1968, entregue à Cruz Vermelha Internacional
24 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15150: Os jogos de cabra-cega: Sinchã Jobel (A. Marques Lopes) (Parte IV): Op Insistir (27/10/1967): com a 5ª CCmds e dois 2 grupos de combate de cassanhos, da CART 1690
6 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14707: Os jogos de cabra-cega: Sinchã Jobel (A. Marques Lopes) (Parte III): Op Jigajoga 2, 31/8/1967, e Op Jacaré, 16/9/1967... Fotos de Banjara
5 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14700: Os jogos de cabra-cega: Sinchã Jobel (A. Marques Lopes) (Parte II): Depois de uma noite, perdido, na bolanha, de 24 para 25 de junho de 1967, "é tão bom estar vivo e saber onde estou e o que quero!... Bora, Braima, bora, rapaziada, toca a sair daqui"...
3 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14695: Os jogos de cabra-cega: Sinchã Jobel (A. Marques Lopes) (Parte I): Op Jigajoga, 24 de junho de 1967, o meu dia de São João
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