
Poema um do dia um…
Comboio em marcha,
Cá vamos todos,
Bons companheiros.
A mesma viagem,
Os mesmos anseios.
Primeira classe,
À nossa vontade,
Um lugar à janela
A divisar o mundo.
Não há cobrador,
Só um piloto a bordo.
Locomotiva à frente
Já apitou três vezes.
Grande pedalada.
Começou num vale fundo,
Tanta montanha à volta,
Pela encosta acima.
Tudo cheira a novo.
É cada fatiota!...
De se tirar o chapéu.
Ninguém leva farnel,
Temos serviço a bordo.
Há-os já conversando,
Em conversa solta,
Outros se passeiam,
Descortinando par.
Há-os que vão a ler,
Só jornais e livros,
Sem televisão.
Não há computadores,
Só um telefone
Em cada carruagem.
Uns já estão dormindo,
Outros lá vão sonhando.
Tudo é harmonia,
Não há fumaradas,
Ficou para trás a inveja,
Tudo corre bem.
Ó que serenidade!
Ninguém ficou em casa...
Berlim, 1 de Janeiro de 2016
10h2m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
____________
Nota do editor
Último poste da série de 31 de Dezembro de 2015 Guiné 63/74 - P15557: Blogpoesia (429): Estação final (Joaquim Luís Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728)
1 comentário:
Olá Joaquim! Bom Ano Novo!
Uma bonita forma de saudar o "Novo Ano" e as expectativas por ele geradas.
Só uma pequena observação: referes "primeira classe, à nossa vontade" e depois constatas "ninguém leva farnel"!
Que querias, que esperavas? Excursões "à antiga portuguesa" com farnel e garrafão? Aí, num vale fundo com tanta montanha à volta?
Abraço
Hélder S.
Enviar um comentário