Capa do livro "As colónias portuguesas", 2ª ed. Lisboa: David Corazzi, 1884, 63 pp., (Col "Biblioteca do povo e das escolas", 25)
pp. 23-26
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Comentário dos editores:
Em 1884, ainda estavam por travar as decisivas "campanhas de pacificação" que se vão arrastar até 1936... A ocupação do território, pelos portugueses, estava longe de ser efetiva. A superfície da então "província da Guiné portuguesa", separada administrativamente de Cabo Verde só em 1879, era de apenas 8400 km2, menos de um quarto do atual território da Guiné-Bissau... Havia então apenas 4 concelhos: Bolama, Bissau, Cacheu e Bolola... As praças eram Bissau e Cacheu e os fortes principais Geba, Farim e Zinguichor... A "força pública"# resumia-se a um batalhão de caçadores e uma bateria de artilharia...
Em termos de produções agrícolas, já se fala da mancarra... Quanto à fauna, diz-se que "há nos sertões da Guiné muitos tigres [leopardos], leões, elefantes, lobos, gatos bravos, búfalos, veados, antas, gazelas e macacos", além de, nos rios, "grande número de cavalos marinhos [hipopótamos] e jacarés"... Há miríades de insetos que chegam a tornar-se "bastante incómodos" na época das chuvas... Dos animais domésticos, é referida a existência de "alguns cavalos" no interior do território.... São assinalados quatro rios principais; Casamansa, Cacheu, Geba e Grande ("onde há casas comerciais importantes")... O clima é "insalubre"... A vegetação é "abundante e rica", vendo-se ali "espessas e extensas florestas, opulentas de boas madeiras para construção"... (LG)
1. Mensagem de 18 de dezembor passado, enviada pelo António J. Pereira da Costa [,cor art ref, ex-alf art na CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art e cmdt das CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74]
Olá, Camarada
Aqui vai uma descrição do que era a Guiné, para efeitos de disseminação de cultura popular, há pouco mais de 130 anos.
Aqui vai uma descrição do que era a Guiné, para efeitos de disseminação de cultura popular, há pouco mais de 130 anos.
Seria uma descrição destinada a mostrar a "acção civilizadora e evangelizadora" dos nossos "heróicos maiores".
Contudo, uma atenção mais crítica leva a concluir que o atraso era grande e variado. Claro que tudo se passou cerca 80 anos antes da guerra [colonial] começar o que poderia significar que o progresso, entretanto, tinha sido grande.
Sabemos que não foi assim.
De qualquer modo, para alguém que se reclama civilizador e evangelizador os resultados ao fim de 3 séculos de colonização não eram famosos.
Até a estrutura administrativa era má e não sabemos porquê. Ou por outra, sabemos ou imaginamos: é que aquilo "não interessava nem ao menino Jesus". Se calhar nem às palhinhas do presépio...
Continuo a sustentar a tese de que a guerra resultou da deficiente acção civilizadora, mas não nos devemos culpar por isso. Os tempos e os valores do passado eram outros e estariam até inseridos na maneira de pensar que, na altura vigorava na Europa.
Um Ab.
António J. P. da Costa
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Nota do editor:
Último poste da série > 16 de dezembro de 2015> Guiné 63/74 - P15497: Historiografia da presença portuguesa em África (67): Na agonia da presença portuguesa em Ziguinchor (Mário Beja Santos)
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