1967 - Base Aérea 12 - Linha da Frente - Esquadra de Tigres
1. Mensagem do nosso camarada Mário Santos (ex-1.º Cabo Especialista MMA da BA 12, 1967/69), com data de 13 de Abril de 2018:
Caro Carlos
Envio-te para publicação este texto e foto da Linha da Frente em 1968. Esquadra 121 "Tigres de Bissalanca", composta pelos primeiros Fiat's G-91 R/4 a operarem no nosso teatro de guerra.
O nosso "logo" com uma Cabeça de Tigre e Boca de Tubarão pintados respectivamente por debaixo do Cockpit e na entrada de ar do Reactor.
Vai também um logotipo da Força Aérea em que estão inseridos o novo emblema e outros bem mais antigos.
É tudo pertença do meu espólio.
Espero que seja do interesse da tertúlia... como sou "periquito" nestas lides, espero que este seja o procedimento normal. Tu dirás!
Abraço amigo,
Mário Santos
PAIXÕES DAS NOSSAS VIDAS
A Força Aérea Portuguesa
Num ser humano considerado emocionalmente equilibrado, as paixões de vida começam normalmente pela família, namoradas, amigos e conhecidos.
Esta é quanto a mim, a ordem natural da essência da vida, embora como bem sabemos as excepções existam.
Vêm depois as outras, as secundárias, mas bem importantes se tivermos em consideração o que se vai passando e sabendo hoje através dos media e das redes sociais. Refiro-me a este fenómeno curioso e transversal, que engloba a maioria do pessoal militar que passou pela gloriosa instituição que é a Força Aérea onde me integrei como voluntário aos 17 anos de idade.
Desde o mais simples soldado até à mais alta patente, “a nossa Força Aérea” mexe com todos, mesmo com aqueles que como eu, tiveram uma passagem curta, mas de tão intensa, marcou o meu percurso de vida até aos dias de hoje. Amizades que perduram passados mais de 50 anos. Eventos cuja memória não se desvanece nunca.
Todos ou quase todos, passámos pelos diferentes teatros de guerra, quando com honra, orgulho e sem preconceito, defendemos os territórios ultramarinos que os nossos antepassados nos legaram.
Aprendi na Força Aérea a cultivar o espírito da amizade, do fazer e fazer sempre bem, do rigor, da competência, da administração dos parcos recursos que a Nação colocou à nossa disposição, que a Instituição FAP, com inteligência e bom senso, soube utilizar com critérios de boa gestão, procurando sempre a proficiência dos seus recursos, buscando sempre em última instância o bom êxito da missão.
E, o mais importante, o apoio, a protecção e auxilio aos que no terreno combatiam o inimigo olhos nos olhos. Os nossos camaradas do exército terrestre. Os que mais padeceram e sacrificaram!
Colaborei em muitas missões, com técnicos e pilotos, que num espírito de união, trabalharam em uníssono, para que todas as missões tivessem sucesso. Admiro, louvo e reconheço publicamente, o nosso espírito de sacrifício, a entrega à missão que abraçámos e em que nos empenhámos devotadamente ao serviço de Portugal.
A Força Aérea Portuguesa existe para servir. Sem esperar recompensas. Hoje, como ontem, estão fortemente empenhados em continuar o seu caminho, de paulatinamente melhorar a sua prestação e o seu serviço ao País. O melhor de qualquer Instituição, são as pessoas que nela servem, com alegria, vontade firme e constante de dar o seu melhor, em favor de uma causa, que por ser pública e relevante, deve merecer de todos nós o nosso agradecimento e admiração.
Um grande bem haja a todos os meus camaradas de todas as armas que lutaram por Portugal.
Fraterno abraço para todos!
Mário Santos
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Nota do editor
Último poste da série de 1 DE MAIO DE 2017 > Guiné 61/74 - P17303: FAP (101): Agora num expositor... Aventuras de um capacete... E não só... (Miguel Pessoa)
5 comentários:
Mário Santos:
Gostei muito do teu post e só é pena que nem todos pensem assim no que respeita à nossa intervenção na defesa, sem preconceito, dos territórios Ultramarinos que os nossos antepassados, também com muito esforço e grandes custos em vidas humanas, nos legaram.
Um abraço e bem vindo,
JS
Mário a excelência na nossa Força Aérea já existia sem se falar dela.E pese a idade jovem já se cumpria "para além do dever".A minha gratidão ao J.Gabriel Fernandes por expressar sem preconceitos o pensamento acerca da presença portuguesa em prol das populações na Africa de então-
Um abraço a ambos
Carlos Gaspar
Há e quando escrevo sobre populações devo dizer que na Força Aérea servimos brancos e pretos e no meu caso e dos meus colegas até servimos mais a população local no caso especial de Cabinda.E que nos tempos que correm são colonizados e mal tratados
pelas autoridades actuais.Pese o petróleo estar no solo dos Cabindas.
Abraço
Carlos Gaspar
Mário, é um texto singelo mas belo de homenagem à FAP. A FAP foi também uma escola para muitos camaradas da nossa geração. Um abraço, Luís
Mario mais uma vez comento esta reportagem, e sejas bem vindo à Tabanca Grande.
Eu vi essas caças G91 - Os tigres, nas várias vezes que passei pela BA12, a caminho do interior em aviões Dakota, DO, e outros.
Uma bela foto.
Parabéns.
Virgilio Teixeira
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