1. Mensagem de António Ramalho, ex-fur mil at cav, CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71), natural da Vila de Fernando, Elvas, membro da Tabanca Grande, com o nº 757:
Data: 4 de agosto de 2018 às 10:58
Assunto: O Pilão e o Chez Toi!
Caro Luís, bom dia!
Interessante também é eu ter estado por várias vezes em Bissau, duas vezes para vir de férias, uma para entregar material usado e outra a aguardar transporte para Nova Lamego depois de estar internado no Hospital devido a uma grave infeção numa perna, e não conhecer a Chez Toi e agora não me lembrar de sequer ouvir falar. Ficava sempre numa Pensão, na rua do Serviço de Meteorologia, em que tudo era da tropa e até faltava a almofada da cama. (...)
(...) Eu que já disse que conhecia tudo, e volto a dizer o mesmo, no Pilão em particular, dada a minha facilidade e autonomia de transporte aliada à minha loucura, não sei mesmo onde ficava, ou se já existia no meu tempo [1967/69] o Chez Toi. Não estamos a confundir com 'A Meta' ? (...)
(...) Ando a marrar no Chez Toi, se ele existia no meu tempo eu tinha de conhecê-lo. Em que ano/mês terá sido aberta esta Boite? (...)
Data: 4 de agosto de 2018 às 10:58
Assunto: O Pilão e o Chez Toi!
Caro Luís, bom dia!
Cada dia, o bloque que, em boa hora criaste, me enriquece pela qualidade e conteúdos nele inseridos, fazendo-me recordar temas que o tempo não conseguiu apagar sendo interessante motivares a sua lembrança. Relembro alguns factos:
(i) Foi no Pilão que pratiquei o meu "primeiro acto social" aquando da minha chegada a Bissau, levado por um célebre taxista, João Kabala!
(i) Foi no Pilão que pratiquei o meu "primeiro acto social" aquando da minha chegada a Bissau, levado por um célebre taxista, João Kabala!
Foi lindíssimo, pele sedosa... memórias que guardo com muita graça já que nos preliminares do encontro a avó se retirou da sala de estar, levando consigo... o penico!
(ii) No Chez Toi, versão francesa, Gato Preto, versão guineense, há um pormenor que ainda hoje me arrepia, que era o facto das raparigas ficarem "encurraladas" na cave durante o dia, uma tristeza!
Todavia nunca assisti a cenas desagradáveis como a que referes (*).
(ii) No Chez Toi, versão francesa, Gato Preto, versão guineense, há um pormenor que ainda hoje me arrepia, que era o facto das raparigas ficarem "encurraladas" na cave durante o dia, uma tristeza!
Todavia nunca assisti a cenas desagradáveis como a que referes (*).
Era um pequenino oásis onde nas poucas vindas a Bissau nos esquecíamos do resto...
Tinha um camarada de Engenharia que tudo fez para conseguir retirar uma daquelas raparigas daquele degredo para irem almoçar... Fartou-se de namorar, nunca o conseguiu. Tinha um vestido lindíssimo em seda para lhe oferecer no dia do repasto, mesmo assim teve dificuldade em fazê-lo chegar à destinatária!
(iii) Uma noite, em Lisboa, fomos tomar um copo à Tágide, ironias do destino, reencontrou-a lá!... Estás a imaginar a cena?!... Foi uma festa, até as paredes abanaram, e a Ponte Salazar também, naquele tempo, presumo eu!
Tinha um camarada de Engenharia que tudo fez para conseguir retirar uma daquelas raparigas daquele degredo para irem almoçar... Fartou-se de namorar, nunca o conseguiu. Tinha um vestido lindíssimo em seda para lhe oferecer no dia do repasto, mesmo assim teve dificuldade em fazê-lo chegar à destinatária!
(iii) Uma noite, em Lisboa, fomos tomar um copo à Tágide, ironias do destino, reencontrou-a lá!... Estás a imaginar a cena?!... Foi uma festa, até as paredes abanaram, e a Ponte Salazar também, naquele tempo, presumo eu!
Um forte abraço para ti, extensivo a todos os camaradas da Guiné.
António Fernando Rouqueiro Ramalho
2. Comentários ao poste P18895 (*)
(...) Excelente narrativa, até parece que estamos a ver um filme em que é abordado toda a envolvência histórica daquele tempo, incluindo a zaragata e apenas faltou saber como estava vestido o tipo com o bioxene. Excelente guião para um filme.
(ii) Virgílio Teixeira:
(iii) Juvenal Amado:
(...) O meu amigo de infância e dos bailaricos José António prestava serviço na companhia de Transportes de Bissau. Quando fui de férias, o meu amigo conseguiu arranjar um beliche na sua camarata e assim demos uma volta pela a noite de Bissau e passamos à porta do Chez Toi. Não entrei e as estórias que contavam sobre o estabelecimento eram repletas peripécias. Dizíamos por graça que estava para chegar a rendição, para as que lá estavam, no próximo navio. (...)
(iv) Júlio Costa Abreu:
(...) Lembro-me bem do Chez Toi. O dono/gerente era empregado da casa Pintozinho e estava amigado com uma cabo-verdiana do Pilão. Quanto à Meta, era do Geraldes, dono da casa de fotografia que ficava na mesma rua do Chez Toi e era casado com a Natália que tinha uma pensão junto a casa da fotografia. (...)
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Nota do editor:
(*) Vd. poste de 4 de agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18895: Estórias de Bissau (18): Uma noite no Chez Toi: o furriel Car…rasco, meu anjo da guarda... (Luís Graça)
(*) Vd. poste de 4 de agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18895: Estórias de Bissau (18): Uma noite no Chez Toi: o furriel Car…rasco, meu anjo da guarda... (Luís Graça)
2 comentários:
Obrigado, António... O "Chez Toi" sempre foi, afinal, um "bar de alterne"...LG
Antes de ser CHEZ TOI era uma casa mais ou menos de fados, vadios, O Nazareno.
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