Foto nº 1
Foto nº 1 > A Família Caeiro, na sala de cinema do Gabu, nas últimas filas. Da direita para a esquerda: eu, o senhor Caeiro, a sua filha e uma amiga. Nova Lamego, na sala de cinema do Gabu, 21 Fevereiro de 68. Foto nº 1A - Detalhe: O sr. Caieiro e a filha (que ostenta, na foto, a capa de uma revista humorística brasileira, popular na época, "Vamos Rir!", de periodicidade mensal, da "Rádio Editora Lda...)
Foto nº 2 > Uma das primeiras fotos tiradas naquela terra quando cheguei a Nova Lamego. Estou no 1º andar do edifício do Conselho Administrativo, do BCAÇ 1933, no terraço do mesmo, e por trás pode ver-se a loja da Casa Caeiro. Nova Lamego, Outubro de 1967.
Foto nº 3 > Vistas da Casa Caeiro, uma casa comercial que pensava ser de Libaneses, mas já alguém me disse que não eram Libaneses. Foto tirada do 1º andar das instalações do CA. Nova Lamego, Set / Out 1967.
Foto nº 4 > Nova Fotografia das instalações da Casa Caeiro. Foto tirada do 1º andar das instalações do CA. Nova Lamego, Janeiro de 1968.
Foto nº 5 > Instalações fortificadas [, protegidas por bidões com areia, ao nível térreo... ]do CA – Conselho Administrativo. Em cima, no 1º andar do edifício do Comando do Batalhão, o autor e mais 2 elementos do CA, Furriel Pinto Rebolo e o nosso 1º Cabo Seixas. Nova Lamego, c. Set / Out 1967.
Foto captada em Nova Lamego, a partir da Rua Principal, das instalações do CA, no mês de Janeiro de 68.
Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > Nova Lamego
Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
gráfico do nosso camarada Virgílio Teixeira,
ex-alf mil,SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) (*)
[Foto à esquerd , o Virgílio e a esposa Manuela, o grande amor da sua vida, na Tabanca de Matosinhos, Restaurante Espigueiro (ex-Milho Rei), 5 de setembro de 2018. O casal vive em Vila do Conde. (Foto: LG, 2018)]
CTIG - Guiné 1967/69 - Álbum de Temas:
T060 – A CASA CAEIRO
Comerciantes Libaneses em Nova Lamego
VISTAS DO EDIFICIO DO COMANDO
I - Anotações e Introdução ao tema:
1 - O Meu Batalhão – BCAÇ 1933 – instalou-se em Nova Lamego, Sector militar L3, no Leste da Guiné. O comando do Batalhão, ficou com um dispositivo de 18 unidades independentes, ao longo de 1/5 do território do CTIG.
Nova Lamego, também conhecida por Gabu, é uma cidade de porte médio, com varias infraestruturas locais, nomeadamente, correios, escola, cinema, café e bar, algumas casas de comidas e bebidas, bem como, algumas lojas de comércio.
O concelho do Gabu é governado por um Administrador de Circunscrição, com sede em NL, e um Administrador de Posto com sede em Piche.
De todas as lojas, a que mais se destacava era a famosa Casa Caeiro, mesmo no centro da cidade. Ali vendia-se de tudo o que precisávamos e mais o que não era preciso para nada.
O Senhor Caeiro, dono da referida casa comercial, tinha uma bela filha, branca, libanesa, coisa a não desperdiçar, em terra de pouca mulher branca, a qual era acompanhada por várias vezes com outra rapariga branca, que não sei qual a relação com eles.
A Casa Caeiro localizava-se mesmo do outro lado da rua, frente a frente, onde estava o gabinete do Conselho Administrativo, e do respectivo Comando do Batalhão.
Era um edifício tipo colonial, e ficávamos no 1º andar desse edifício, e logo se poderia ver todo o andamento e movimento da loja, a Casa Caeiro, que não era nada pequena, e que era frequentada pelas variadas etnias locais.
De tal modo que era um passatempo, vir para o varandim, e ver as pessoas, locais e outras pessoas europeias ou não, com os seus negócios, e acima de tudo, quando a filha do Caeiro saia à rua, logo era alertado por alguém o grito do Ipiranga, para irmos todos ver a beldade de mulher a sair à rua, com o seu corpo formoso para aquelas paragens.
Posto isto, a Casa Caeiro era visitada quase diariamente pela ‘malta’ nem que fosse para comprar uma caixa de fósforos, ou um abano para o calor.
Era gente simpática, o que está escrito é que eles apenas se dedicavam ao comércio, não alinhavam a sua actuação nem de um lado nem de outro, eram independentes, o que já seria uma tarefa difícil numa zona de guerra, como era aquela.
Quanto à filha do Caeiro, apenas falei com ela na loja, cruzávamos na rua, no café ou no pequeno cinema semanal, não sei a vida que eles levavam fora das horas de serviço.
Resolvi tirar este Tema do grande tema de Nova Lamego, com cerca de 200 fotos, e fazer um pequeno Poste de 5 fotos, para dar um pouco de ar fresco àquela zona tórrida e seca.
Este Tema já havia sido enviado para postar num grande conjunto sobre Nova Lamego, e agora foi alterado para formato mais pequeno.
Já foi revisto e corrigido várias vezes, para melhor clarificar certas fotos e inseri-las do contexto do tema. Acho que agora já não há mais nada para corrigir.
Estas fotos não estão nada bem, por um lado por falta de prática, depois são outros a tirá-las, sendo eu a focar a máquina, mesmo assim não prestam.
Por outro lado, a qualidade inicial do rolo e do papel de revelação não era nada bom, e com 50 anos metidas numa caixa e em várias sítios e garagens, a humidade e o tempo fizeram o resto, o bolor foi-as comendo, apesar disso hoje já estão digitalizadas.
Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > c. 1966 > A rua principal de Nova Lamego... Do lado esquerdo vê a Casa Caeiro e o edifício que era o comando do batalhão do BCAÇ 1894... Do lado direito, um edifício não editificado e depois a estação dos CTT(Correios, Telégrafos e Telefones)...
Foto do álbum de Manuel Caldeira Coelho (ex- fur mil trms, CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68)
Foto: © Manuel Caldeira Coelho (2011). Todos os direitos reservados, [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné ]
T060 – A CASA CAEIRO
Comerciantes Libaneses em Nova Lamego
VISTAS DO EDIFICIO DO COMANDO
I - Anotações e Introdução ao tema:
1 - O Meu Batalhão – BCAÇ 1933 – instalou-se em Nova Lamego, Sector militar L3, no Leste da Guiné. O comando do Batalhão, ficou com um dispositivo de 18 unidades independentes, ao longo de 1/5 do território do CTIG.
Nova Lamego, também conhecida por Gabu, é uma cidade de porte médio, com varias infraestruturas locais, nomeadamente, correios, escola, cinema, café e bar, algumas casas de comidas e bebidas, bem como, algumas lojas de comércio.
O concelho do Gabu é governado por um Administrador de Circunscrição, com sede em NL, e um Administrador de Posto com sede em Piche.
De todas as lojas, a que mais se destacava era a famosa Casa Caeiro, mesmo no centro da cidade. Ali vendia-se de tudo o que precisávamos e mais o que não era preciso para nada.
O Senhor Caeiro, dono da referida casa comercial, tinha uma bela filha, branca, libanesa, coisa a não desperdiçar, em terra de pouca mulher branca, a qual era acompanhada por várias vezes com outra rapariga branca, que não sei qual a relação com eles.
A Casa Caeiro localizava-se mesmo do outro lado da rua, frente a frente, onde estava o gabinete do Conselho Administrativo, e do respectivo Comando do Batalhão.
Era um edifício tipo colonial, e ficávamos no 1º andar desse edifício, e logo se poderia ver todo o andamento e movimento da loja, a Casa Caeiro, que não era nada pequena, e que era frequentada pelas variadas etnias locais.
De tal modo que era um passatempo, vir para o varandim, e ver as pessoas, locais e outras pessoas europeias ou não, com os seus negócios, e acima de tudo, quando a filha do Caeiro saia à rua, logo era alertado por alguém o grito do Ipiranga, para irmos todos ver a beldade de mulher a sair à rua, com o seu corpo formoso para aquelas paragens.
Posto isto, a Casa Caeiro era visitada quase diariamente pela ‘malta’ nem que fosse para comprar uma caixa de fósforos, ou um abano para o calor.
Era gente simpática, o que está escrito é que eles apenas se dedicavam ao comércio, não alinhavam a sua actuação nem de um lado nem de outro, eram independentes, o que já seria uma tarefa difícil numa zona de guerra, como era aquela.
Quanto à filha do Caeiro, apenas falei com ela na loja, cruzávamos na rua, no café ou no pequeno cinema semanal, não sei a vida que eles levavam fora das horas de serviço.
Resolvi tirar este Tema do grande tema de Nova Lamego, com cerca de 200 fotos, e fazer um pequeno Poste de 5 fotos, para dar um pouco de ar fresco àquela zona tórrida e seca.
Este Tema já havia sido enviado para postar num grande conjunto sobre Nova Lamego, e agora foi alterado para formato mais pequeno.
Já foi revisto e corrigido várias vezes, para melhor clarificar certas fotos e inseri-las do contexto do tema. Acho que agora já não há mais nada para corrigir.
Estas fotos não estão nada bem, por um lado por falta de prática, depois são outros a tirá-las, sendo eu a focar a máquina, mesmo assim não prestam.
Por outro lado, a qualidade inicial do rolo e do papel de revelação não era nada bom, e com 50 anos metidas numa caixa e em várias sítios e garagens, a humidade e o tempo fizeram o resto, o bolor foi-as comendo, apesar disso hoje já estão digitalizadas.
Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > c. 1966 > A rua principal de Nova Lamego... Do lado esquerdo vê a Casa Caeiro e o edifício que era o comando do batalhão do BCAÇ 1894... Do lado direito, um edifício não editificado e depois a estação dos CTT(Correios, Telégrafos e Telefones)...
Foto do álbum de Manuel Caldeira Coelho (ex- fur mil trms, CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68)
Foto: © Manuel Caldeira Coelho (2011). Todos os direitos reservados, [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné ]
II - Legendas das fotos:
F01 – A Família Caeiro, na sala de cinema do Gabu, nas últimas filas.
Vemos junto a mim, o Senhor Caeiro, a sua bela e avantajada filha e outra rapariga que não parece filha, e nunca soube a sua relação. Não vejo a esposa do Sr. Caeiro. Pensava ser na casa dele, mas acredito mais ser na sala de cinema do Gabu, pela forma de estar e pelas cadeiras.
Foto captada em Nova Lamego, na sala de cinema do Gabu, em 21 Fevereiro de 68.
F02 – Uma das primeiras fotos tiradas naquela terra quando cheguei a Nova Lamego. Estou no 1º andar do edifício do Conselho Administrativo, no terraço do mesmo, e por trás pode ver-se a loja da Casa Caeiro, a mais conhecida do local, especialmente pela especialidade da sua filha. Mais atrás podem ver-se enormes árvores – poilões, mangueirais, ou outras espécies.
Foto captada em Nova Lamego, no 1º andar das instalações do Conselho Administrativo, em Outubro de 67.
F03 – Vistas da Casa Caeiro, uma casa comercial que pensava ser de Libaneses, mas já alguém me disse que não eram Libaneses. Os fulas e outros muçulmanos, sentados na sombra da casa, o calor aperta. A atravessar a rua, vou à frente e atrás vem o nosso Furriel Rocha – O Algarvio, com a sua boina e a sua sombra.
Foto captada em Nova Lamego, do 1º andar das instalações do CA, entre os meses de Set-Dez 67.
F04 – Nova Fotografia das instalações da Casa Caeiro, comerciante Libanês, é ainda muito cedo, pois as sombras são menores e o movimento não é grande.
Foto captada em Nova Lamego, do 1º andar das instalações do CA, no mês de Janeiro de 68.
F05 – Instalações fortificadas do CA – Conselho Administrativo, no 1º andar do edifício do Comando do Batalhão. Em cima, o autor e mais 2 elementos do CA, Furriel Pinto Rebolo e o nosso 1º Cabo Seixas. Outras das primeiras fotos captadas na Guiné e em Nova Lamego.
Foto captada em Nova Lamego, a partir da Rua Principal, das instalações do CA, no mês de Janeiro de 68.
NOTA FINAL DO AUTOR:
# As legendas das fotos em cada um dos Temas dos meus álbuns, não são factos cientificamente históricos, por isso podem conter inexactidões, omissões e erros, até grosseiros. Podem ocorrer datas não coincidentes com cada foto, motivos descritos não exactos, locais indicados diferentes do real, acontecimentos e factos não totalmente certos, e outros lapsos não premeditados. Os relatos estão a ser feitos, 50 anos depois dos acontecimentos, com material esquecido no baú das memórias passadas, e o autor baseia-se essencialmente na sua ainda razoável capacidade de memória, em especial a memória visual, mas também com recurso a outras ajudas como a História da Unidade do seu Batalhão, e demais documentos escritos em seu poder. Estas fotos são legendadas de acordo com aquilo que sei, ou julgo que sei, daquilo que presenciei com os meus olhos, e as minhas opiniões, longe de serem ‘Juízos de Valor’ são o meu olhar sobre os acontecimentos, e a forma peculiar de me exprimir. Nada mais. #
«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BCAÇ1933 / RI15 / Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21Set67 a 04Ago69».
Em, 2019-01-14.
Corrigido o texto e as legendas das fotos, hoje.
Virgílio Teixeira
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Nota do editor:
Último poste da série > 10 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19392: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LIX: O estado de coma... alcoólico no passagem de ano de 1968/69, e as crises de paludismo...
Último poste da série > 10 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19392: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LIX: O estado de coma... alcoólico no passagem de ano de 1968/69, e as crises de paludismo...
16 comentários:
Caro Virgílio, hoje não, que é dia de anos do teu filho, e tu mereces tudo e ele ainda mais, sem esquecer a mãe Manuela, que é um santa...
Mas, quando puderes, peço-te para esclarecer duas coisas:
1. Libaneses em Nova Lamego ? O Caeiro era mesmo libanês ? Era mesmo o apelido dele ? Tu também tens dúvidas, esclarece lá isso...
A casa podia ser de um libanês, e ter uma nome português... Em geral, eles usavam os seus nomes, sírio-libaneses (por ex, Taufik Saad, em Bissau; Jamil Heneni, em Bafatá)... As libaneses da Guiné eram bonitas, de olhos verdes, com tendência para engordar...Nunca fui a Nova Lamego, ia muito a Bafatá, que conheci bem...e onde o comércio era mais florescente do que o de Nova Lamego...Chegou a cidade no meu tempo, era "a princesa do Geba"...
Há camaradas que sim,que havia comerciantes libaneses em Nova Lamego, outros dizem que não...
Segunda nota: pus-te uma foto, a cores do Manuel Coelho, do batalhão anterior ao teu... Vê se descobres qual era o edifício que ficava antes dos CTT e em frente à Casa Caeiro...
Boa festa, bom aniversário... Luís
O Valdemar Queiroz escreveu em tempos o seguinte sobre os libaneses de Nova Lamego:
(..:) Que pena tenho eu não estar em Nova Lamego, em 1972/74, para ver as libanesas, porque em 1969/70 tinhamos que ir a Bafatá ver os seus olhos verdes.
Ó Marcelino Martins, tens toda a razão e eu, em 1969/70, também não me lembro de estabelecimentos de libaneses, no Gabu. Havia a casa do sr. Caeiro. Vendia tudo, pomada prós calos, ventoinhas, frigoríficos a petróleo, e até material militar (facas de mato) pra algum 'piriquito' despassarado.
Também havia, no Gabu, outro português, que fazia uns frangos de churrasco, de caír pró lado. Era na saída, para Bafatá e lembro-me que o empregado, um africano, tinha hora de saída. E o patrão dizia: “Vocês é que são os culpados, destes gajos terem horário de saída”…. O que nós fomos 'arranjar'.
Mas, José Marcelino Martins, nunca vi nenhuma libanesa em Nova Lamego e eu não era cego. Lembro-me da filha do Sr. Caeiro, aparecia poucas vezes, era de cair pró lado, boa como o milho, rapariga prós vinte e poucos anos, sempre à espera dum capitão. Mas, ver as libanesas, de olhos verdes, raparigas bonitas, tinhamos que ir a Bafatá.
Quem me dera, estar em Bafatá naquele tempo, tinha vinte e poucos anos. (...)
Vd. poste de
14 DE SETEMBRO DE 2014
Guiné 63/74 - P13607: Dossiê Os Libaneses, de ontem (e de hoje), na Guiné-Bissau (6): Ainda as libanesas de Nova Lamego (José Martins / Valdemar Queiroz / Abílio Duarte)
Virgílio Teixeira:
16 h«jan 2019, 14h01
(...) Vamos ao Poste que já vi.
Ele era o Senhor Caeiro, Libanês. Não tenho nenhuma duvida, a minha duvida era se a foto com a filha era em casa dele ou no cinema, aliás o sotaque não era Português. E não me lembro de outra Loja com relevo em Nova Lamego, mas não sei, devia haver mais, pelo menos de comes e bebes, a Casa Caeiro era nossa fornecedora de algumas coisas, e todas as compras e pagamentos, passavam pela minha mão, sempre.
Não conheci mais nenhum de perto, visitei alguma Loja de Libaneses em Bafatá, onde fui várias vezes, até fev 68, ainda Bafatá não era a princesa do Geba. Mas não fixei nenhum. São Domingos não tinha loja nenhuma loja ou comércio, só a serração.
Só em Bissau, a Taufik Saad, onde comprei várias coisas, tinha empregados, mas que eu saiba não conheci o dono. Comprei lá no final um serviço de café de Limoges que é um espanto, ainda não se part iu nenhuma chávena, também pouco usamos.
Quando lá fui em 84 e 85 visitei ainda a Loja, mas já não era nada como antes, para pior é óbvio. Agora não sei.
A foto do Manuel Coelho a cores, não sei como a conseguiu, se as cores só tive acesso a elas em fins de 1968!
De qualquer modo é uma perspectiva de que não tenho nesse sitio.
Mas está enquadrada, pois conheço bem, ali estive nesse local 5 meses.
Mando outras fotos, o edificio one estou na varanda, é o edificio do comando, onde se situa o CA. Em frente temos a Casa Caeiro. Do outro lado da esquina, temos os CTT, e em frente, o´ultimo edificio não sei o que é.
Talvez uma das fotos onde está gente à porta, pois foram tiradas de um 1º piso, de cima portanto.
Mas vou analisar melhor, outras fotos.
Para já o BC1894 foi rendido pelo BCAV 1915, o qual o BCAÇ1933 foi render. A CCAÇ1589, eu estava lá a ve-los chegar quando vieram de Madina do Boe, em inicios de Fevereiro de 68. Lembro-me muito bem do estado daqueles homens, vinha de um terror de cerca de um ano em Madina e Beli.
Vou almoçar, até logo
Um abraço, e obrigado
Virgilio
Pois (ou «portantus»).
Mais umas excelentes fotos/documentos do Virgílio, estas sobre Nova Lamego.
Como eu já lhe tinha pedido, agradeço esta publicação.
A Casa Caeiro era exatamente assim. Uma pequena casa comercial que vendia de tudo e estava sempre cheia de gente. O sr. Caeiro também comercializava mancarra, compra aos agricultores e venda à Casa Gouveia, na época das colheitas, que por sinal era um grande logro para os agricultores nativos.
Não me lembro se chamava-mos 'casa do libanês' à casa do Sr. Caeiro, mas acho que não. Ele era natural da Figueira da Foz e eu estive em casa dele (uma sala, uma mesa, quatro cadeiras, uma ventoinha e um tapete pendurado na parede) a falarmos sobre a Figueira por eu ter lá estado na RAP3 e sobre 'a confiança que dávamos aos pretos'.
Julgo que ele tinha duas filhas, de uma lembro-me eu (a que está na foto?) por ter
namorado com o fur.mil. Vera Cruz da minha Companhia e ser conhecida como a 'Arrebenta Minas'. Dizia-se que elas andavam sempre doentes, para irem ao médico da tropa com a ideia de arranjar casamento. Jeitosas eram elas e até quando passavam
havia sempre um ...atenção, olhar prá direitá!!
Belos tempos em Nova Lamego, tinha vinte e poucos anos.
Valdemar Queiroz
Virgílio.
Acho que há grande confusão, quanto à nacionalidade do Sr. Caeiro.
Falei com ele várias vezes, só não me recordo se ele era casado com alguma libanesa e quanto ao sotaque daquela gente, portugueses a viverem por lá há anos, era um bocado 'à crioulo'.
Houve um desaguisado com ele e a minha CART11, por terem desaparecido umas chapas para telhados do meu Quartel e aparecerem na Casa Caeiro para serem vendidas. Não me recordo como acabou o assunto.
Ab.
Valdemar Queiroz
Conheci o Sr. Caeiro no dia 9 de Junho de 1968.
Não estranhem a data. Fui ao calendário ver, pois foi num domingo (dia de São Dakota) que foi o dia em que cheguei a Nova Lamego, e como havia um camarada que fazia anos, a família foi convidada para a mesma.
Falei com ele algum tempo - era inevitável as novas da metrópole - mas depois fui para Canjadude e só esporadicamente ia à loja.
A filha era professora na escola primária. Os outros "atributos" já estão retratados nos comentários anteriores, que confirmo.
Para mim o Sr. Caeiro é português... se era casado com uma Libanesa, desconheço.
A história que o Valdemar recorda , é verdade o Vera Cruz, todo o tempo que tinha, quando estava em Nova Lamego, era para andar em cima da gorda.
Era um gozo com o Cabo Verdiano, ele a mim já nem me podia ver. Brincadeiras.
Mas como já afirmei anteriormente, havia muitas Libanesas em Gabú ( Nova Lamego).
Quer casa de venda de pano e utensílios, até uma pensão/restaurante, onde eu estava a jantar, e já estava na sobremesa, com um bruto gelado, e o PAIGC, atacou Nova Lamego, e eu e outros que estavamos na esplanada, viemos a correr, para o Quartel de Baixo, que era o nosso (C.Art.11), e perdi os chinelos com o cagaço.
Passei a passagem de ano de 1969/70, no Club de Nova Lamego, com mesa reservada e jantar, salco erro com o Messias,o Cunha e outroa que agora não me lembro, mas sem que estava a fazer segurança, próxima a Nova Lamego, e eram umas 9.30 piramo-nos, manda-mos os soldados para a Tabanca, e nós fomos para o Réveillon.
Nunca mai me esqueço, o meu Capitão Analido Aniceto Pinto, que já lá estava, com a esposa, viu-me, e ao Cunha, e perguntou-me ou Duarte, por aqui?, é verdade Capitão.
Mais nessa passagem de ano, Libanesas nesse baile era mato, eram não só de Gabú, mas também de Sonaco,e outrois lugares, repetindo nunca vi tantos olhos verdes na minha vida. Podem crer, mas recordo como se fosse hoje. Um Abraço a todos.
Começo por dizer que em Nova Lamego havia pelo menos 3 (três) lojas de Libaneses, uma delas ainda me recordo do nome: MAGI DANIF, outra não sei escrever o nome correcto, mas é mais ou menos assim: Marron Vaqued ou "Vaked" que tinha uma esposa assombrosa, maravilhosa e mais alguns predicados. E havia também uns irmão, que o nome da loja era conhecida pela loja dos irmãos libaneses.
Agora sobre a família Caeiro: Desde essa foto até Novembro de 1969 em diante há uma grande diferença, pois desde que conheci o Sr Caeiro, sempre o conheci com muito gordo, assim como a esposa de estatura baixa e também gordinha assim como a filha, em suma uma família bem nutrida. Quanto à nacionalidade sempre quando nos referia-mos à loja do Sr. Caeiro era a loja do português.
Quanto ao restaurante do português referido num dos comentários, esse senhor era natural de Setúbal, pois era lá que eu e muitos dos meus camaradas ia-mos almoçar um bom frango ou um bom bife com molho de CHABEU. uma delícia. Tenho algumas fotos lá tiradas que noutra alturas as enviarei.
Um Alph Bravo
Tino Neves
Obrigado, Tino, há muito tempo que não aparecias por aqui. Bom ter-te mandado um email... Tenho que mandar mais emails que podem, como tu, dar importantes contributos para o esclarecimentos de questões pontuais como esta... que não são importantes para a salvação do planeta mas também fazem parte da nossa pequena história...
Danif também era apelido libanês de uma família de Bafatá... Há aliás um camarada paraquedista desta família, amigo do nosso Humberto Reis. O nome do comerciante libanês de Nova Lamgo é Magid Danif, como comprovei ao reler o excelente poste do Tino Neves, de 9/2/2009
O Tino (Constantino Neves) tem aqui, de facto, uma detalhada e documentada (fotograficamente) descrição da Nova Lamego do seu tempo (1969/71), e onde já falava da Casa Caeiro... Recorde-se que ele foi 1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego (Gabu), 1969/71.
9 DE FEVEREIRO DE 2009
Guiné 63/74 - P3861: Memória dos lugares (17): Nova Lamego, a raínha do Gabu (Tino Neves)
Acho que vou reeditar parte deste poste...
Apareceu em 22/11/2010 um comentário ao poste do Tino Neves, que é assinado por uma neta do sr. Caeiro, a Bela... De facto, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca é... Grande.
Pena não ter deixado um contacto (telefone, email...)
"Anónimo disse...
Olá, Sr. Luís Graça! No seu artigo sobre a sua viagem em 2005, fala na loja do Sr. Caeiro. Não chegou a tirar fotos actuais? Após a morte dele, uns anos mais tarde, o meu pai manteve lá a farmácia até aos anos 80/90. Teve de desistir, por mais que se preocupasse em manter o nome do seu pai, a vida não o permitiu. Falo do sr. Caeiro, meu Avô! O Padrinho, como todos o chamávamos, meu pai, mãe, irmão e eu. O Homem mais bondoso que conheci, infelizmente só até aos meus 5 anos. Um abraço a quem o conheceu e um bem haja. Bela.
"22 de novembro de 2010 às 23:57".
Em conclusão, a loja do sr. Caeiro deu origem a uma farmácia, ano Gabu, na nova Guiné-Bissau, e que se manteve aberta aos anos 80/90... Alguém se lembra ? Parece comfirmar-se a naturalidade, portuguesa, do sr. Caeiro.
Que idade terá hoje a Bela ? Se nos ler, que nos escreva para:
luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com
Bela: as fotos não são minhas, mas de um amigo do Tino Neves, que lá esteve em fevereiro de 2005... O Tino Neves e outros camaradas, que aqui têm escrito, conheceram o seu avô, por volta de 1967/68 (o Virgílio Teixeira) e 1969/71 (o Valdemar Queiroz, o Constantino Neves...), e gostariam de saber algo mais sobre o resto da sua vida... Pena que tenha morrido cedo.
Outro poste com referências a famílias libanesas de Bafatá, em especial a família Danif:
5 DE JANEIRO DE 2015
Guiné 63/74 - P14120: Manuscrito(s) (Luís Graça) (43): Notas à margem do documentário de Silas Tiny, "Bafatá Filme Clube", com direção de fotografia da Marta Pessoa (Portugal e Guiné-Bissau, 2012, 78')
Luís
Parece não haver dúvidas que sr. Caeiro era português.
Quanto Nova Lamego e ao P3861 do Tino Neves, aparece a fotografia da frontaria do nosso Quartel (foto da Administração do Gabú). A CART11 ocupava todo o edifício, exceptando a frente que era da polícia/cipaios, restantes instalações existentes e era conhecido como o Quartel de Baixo. Afinal, fomos contemporâneos do Tino Neves, mas em Nov70 já tínhamos mudado para Paunca.
Agora, seria interessante a Bela, neta do sr. Caeiro, nos contactar e contar alguns acontecimentos no após 1974.
Ab.
Valdemar Queiroz
Meus amigos e camaradas:
Face a tantos pareceres, já tenho muitas duvidas se o Sr. Caeiro era Libanês, mas fica claro que não deve ser, até o nome, não é Libanês.
Possivelmente ele seria casado com uma Libanesa de olhos verdes?
Eu realmente quando no comentário que fiz às fotos, até escrevi e não me lembrava, que havia duvidas sobre a nacionalidade do Sr Caeiro. Desde que lá cheguei em 23set67 não há duvidas que sempre ouvi falar da Casa Caeiro como Libanesa. Nunca tive a oportunidade de saber isso, mas depois, não me lembro, alguém levantou essas duvidas, ou foi aqui no Blogue, ou foi em conversas com os meus camaradas do batalhão nos almoços anuais. Mas eu tenho uma pessoa que vou contactar que sabe muito dessas coisas, talvez tenha mais algumas dicas para esclarecer este medonho assunto, parece o Brexit!
A outra moça que aparece ao lado da 'Rebenta Minas' pode ser a sua irmã, mas não sei, eu já ressalvei que nem tudo o que escrevo pode ser verdade, estive lá em anos anteriores a estes camaradas que estiveram depois, e as coisas mudaram claro.
Pena foi, quando voltei lá a Nova Lamego, isto é, Gabu, com as suas ruas asfaltadas, mas com enorme aspecto de degradação, tudo foi uma grande desilusão, andei por lá a ver as minhas instalações, já não tinham os bidões, e não me lembrei de olhar em frente e ver a tal Farmácia que fala a sua neta Bela.
Esta neta é filha de quem?
A piada disto tudo é que um simples poste dá tanto que falar, e espero que não fique por aqui, até ficar tudo claro.
Sobre o Clube, os Tascos, Restaurantes, e afins, ainda tenho mais fotos disso tudo, estão por Temas, e vão indo devagarinho, pois há outros a quererem entrar.
Fico sensibilizado com todos estes comentários, da malta que foi para lá anos depois de mim.
Vamos continuando.
Virgilio Teixeira
Pergunta sobre este texto:
"
O Tino (Constantino Neves) tem aqui, de facto, uma detalhada e documentada (fotograficamente) descrição da Nova Lamego do seu tempo (1969/71), e onde já falava da Casa Caeiro... Recorde-se que ele foi 1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego (Gabu), 1969/71."
O BCAÇ 2893 foi render qual Batalhão? O meu BCAÇ1933, foi rendido por outro em fins de Fevereiro de 1968, mas que não sei qual o seu Nº. Alguém ajuda?
Obrigado
Virgilio Teixeira
Valdemar, parece que já não há duvidas sobre a nacionalidade do Senhor Caeiro. Mais uma vez me enganei, ou fui enganado, ou então há alguém Libanês na família.
Ainda bem que agora já vou ressalvando «os erros ou omissões' dos meus textos e tantas certezas, que ao fim destes 50 anos, deixam de o ser.
AB. VT
O Batalhão que o BCaç. 2893 foi substituir foi:
o BCaç. 2835 sendo o seu Comandante o Exmº. Ten. Cor. Infª. MANUEL MARIA PIMENTEL BASTOS.
Mais detalhes:
O BATALHÃO DE CAÇADORES Nº. 2893 chegou a NOVA LAMEGO em 221700NOV69, tendo assumido o Comando do SECTOR L-3 em 290001NOV69, conforme mensagem nº. 4635/C do COM CHEFE.
Este BCaç. encontrou o Sector L-3 sem presença IN, pelo que todos os patrulhamentos a efectuar no futuro teriam em vista uma medida preventiva; os Sub-Sectores conside- rados mais prováveis a acções IN são o L-3-C (CABUCA); L-3-D (CANJADUDE) e L-3-E (MADINA MANDINGA) deste último sómente a parte LESTE (BANTANQUILIM).
Durante o mês de Novembro (partir de 28) não houve quaisquer indício IN.
dia 29/11/1969 Partiu para BISSAU por via aérea sua Exmº. Ten. Cor. Infª. MANUEL MARIA PIMENTEL BASTOS Comandante do BCaç.2835.
Um Alpha Bravo
Tino Neves
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