quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Guiné 61/74 - P19406: Agenda cultural (668): Absolutamente a não perder: RTP1, todas as 2ªs feiras, às 23h45, a partir de 14/1/2019, "As Rotas da Escravatura", em 4 episódios de 53 m cada... Do séc. VII até hoje, a África foi o epicentro de um gigantesco tráfico global de seres humanos: mais de 20 milhões de africanos foram deportados, vendidos e submetidos à escravatura: Núbios, Fulas, Mandingas, Songais, Sossos, Akans, Iorubás, Igbos, Bacongos, Ajauas, Somalis...



Fotograma do vídeo de apresentação do documentação (1º episódio, RTP1, 14/1/2019) (com a devida  vénia...)


A história da escravatura do séc. VII até aos dias de hoje: documentário em 4 episódios, na RTP1




Esta é a história de um mundo onde o comércio de escravos desenhou os seus territórios e as suas próprias fronteiras. Um mundo onde a violência, a opressão e o lucro impuseram as suas rotas.
A história da escravatura não começou nos campos de algodão. É uma tragédia muito mais antiga que se desenrola desde os primórdios da Humanidade.

A partir do séc. VII e durante mais de mil anos, a África foi o epicentro de um gigantesco tráfico global. Este sistema criminal moldou o nosso mundo e a nossa história. A amplitude deste tráfico é tal que, durante muito tempo, foi impossível explicar todos os seus mecanismos.

Nesta série documental volta-se a percorrer as rotas da escravatura, abordando as suas consequências na sociedade contemporânea.

Segundas, às 23h45, na RTP1, a partir de 14/1/2019

As Rotas da Escravatura

1º episódio > 476-1375: Para Além do Deserto,  14 jan 2019 [Pode ser revisto aqui no prazo de 7 dias]

Sinopse:

A partir do séc. VII e durante mais de mil anos, a África foi o epicentro de um gigantesco tráfico global. Núbios, Fulas, Mandingas, Songais, Sossos, Akans, Iorubás, Igbos, Bacongos, Ajauas, Somalis... Mais de 20 milhões de africanos foram deportados, vendidos e submetidos à escravatura. Este sistema criminal moldou o nosso mundo e a nossa história. A amplitude deste tráfico é tal, que durante muito tempo foi impossível explicar todos os seus mecanismos.

2º episódio: 1375-1620: Por Todo o Ouro do Mundo, 22 jan 2019

Sinopse:

No século XIV, a Europa abre-se ao mundo e apercebe-se de que se encontra à margem da mais importante zona de trocas comerciais do planeta.

Este mapa, o "Atlas catalão", aguça o apetite de conquistas dos europeus. Mapa dos ventos, o Atlas guia os marinheiros como viajantes por terra firme. Mapa político faculta informações sobre as forças em presença. Por fim, como mapa económico, indica as rotas comerciais com destino a África e aos seus recursos.

Um pequeno reino é o primeiro a lançar-se ao assalto das costas africanas: Portugal. Na sua esteira, desenha-se uma nova rota da escravatura.

Sinopses dos próximos episódios (nº 3 e 4) ainda não disponível

Ficha Técnica

Título Original:  Les Routes de l´esclavage
Realização:  Daniel Cattier, Juan Gelas, Fanny Glissant
Produção: Compagnie des Phares et Balises, ARTE France, Kwassa Films, RTBF, LX Filmes, RTP, Inrap
Música: Jérôme Rebotier
Ano: 2017
Duração de cada episódio: 53 minutos

8 comentários:

Luís Graça disse...

Um tema "incómodo" para todos nós, independentemente da cor da pele, da religião, da história, da geografia... E ainda hoje "arma de arremesso" ideológica de uns contra os outros...

"Al Jazeera corta papel dos muçulmanos na escravatura e culpa portugueses
Canal do Qatar elimina primeiro episódio de série documental, coproduzida pela RTP e LX Filmes, onde se falava do papel dos muçulmanos no tráfico de escravos. E diz que foram os portugueses a "estabelecer" este comércio",

Diário de Notícias, 17 de agosto de 2018

https://www.dn.pt/mundo/interior/al-jazeera-corta-papel-dos-muculmanos-na-escravatura-e-culpa-portugueses--9731916.html

Luís Graça disse...

Donde vem a nossa palavra "escravo" ?

Consulto O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Tomo III - D-Fre, p. 1568:

escravo, adj. s. m

A etimologia vem do latim medieval "slavus, slavus" (sec. X), do grego bizantino ""skábos, sklabenós" (com o b pronunciado como quer diver "eslavo", mais tarde, "escravo, cativo"... A mudança semântica teria a seguinte explicação: germanos, bizantinos e outros (árabes...), escravizam grande número de indivíduos eslavios, na Europa Central, durante a Alta Idade Média...

Comparar com o espanhol "esclavo" (séc. XV), o francês "esclave" (1175), da mesma origem... Em português usava-se a palava "cativo" (sec. XIII)...

Anónimo disse...

Aqui está um tema que ia abordar num qualquer comentário.
Ainda bem que aparece agora a noticia, no nosso 'Jornal'
Eu ainda assisti ao fim do 1º episódio, não sabia desta serie e devia estar a ver um filme qualquer.
Depois vi já a parte dos árabes e muçulmanos e fiquei admirado, não fazia ideia, tenho de ser honesto.
Acho que acaba esta parte com o Império do Mali, todo islamizado, onde eles próprios praticavam a escravatura, de outros povos africanos. Como estava com sono, não sei se estou a falar direito.
Não faltar ao próximo episódio, é pena passar tão tarde! Porquê as Televisões não passam estas séries na hora do jantar, em vez de 'baboseiras' que já estamos todos cheios disso, de tudo...
Portugal está enterrado até ao pescoço, mas não está sozinho.

Por falar nisto, lanço um desafio para verem uma reportagem que está no DN - pagina 22, de sábado passado, sob o tema, a ilha de TONGA (ou será Songa?) no arquipélago dos Bijagós na Guine. Parece que vivem alheios do resto do mundo e do seu país. Vale a pena ler e tirar umas conclusões.
A equipa de reportagem do DN, diz que os povos ainda andavam seminus!
Virgilio Teixeira



an disse...

Vi o primeiro documentário. Excelente para desfazer mitos recentes.
Abraço,

António Graça de Abreu

Valdemar Silva disse...

Interessante.
Também vi este documentário.
Vamos esperar para ver os outros episódios.

Valdemar Queiroz

Antº Rosinha disse...


"Al Jazeera corta papel dos muçulmanos na escravatura e culpa portugueses".

Talvez tenham os árabes alguma razão em considerarem os portugueses os primeiro esclavagistas do mundo, porque eles conhecem bem o ADN que eles próprios deixaram cá por estas bandas.

E quem sai aos seus...!

Quem diria que fomos culpados de tanta desgraça, provavelmente foi o nosso lado arabe que nos empurrou para as arábias, a Ceuta e a Fez e Alcácer Quibir, e talvez alguns dos nossos carcaravós já venderam escravos aos Faraós para levantar as pirâmedes.

O ADN do Velho do Restelo bem avisava para termos juízo que ainda nos íam chamar nomes feios, e vejam que agora já são alguns de nós próprios que se querem negar a cantar o "heróis do mar" só porque fomos além da taprobana só para sacanear quem lá estava sossegado.

Estou a imaginar o velho do restelo, de maos nos bolsos, beata ao canto da boca, a cana de pesca cravada na areia à espera da taínha, e as caravelas tejo a baixo...à volta cá vos espero... daí muitos quando "Retornaram" poucos foram mais para tras-os-montes, Porto e Beiras, as suas origens e ficaram mais em Belem, Oeiras, Paço d'Arcos, linha de Cascais, onde o Velho se dava bem, e a prole dos retornados foi mais ali para a linha de Sintra, Cova da Moura e arredores.

O Velho é que sabia o que era bom, e tinhamos uma história bem linda para contar se nos temos dedicado como ele ...à pesca.





Luís Graça disse...

Rosinha, lamento dececionar-te mas nós não somos, somos mais bérberes e judeus... Os árabes (da pensínsula arábica) subiguram rapidamente o "o norte de África", toda a margem esquerda africana do Mediterrâneo... Conquistaram e escravizaram os bérbres... Todos os os escravos comneçaram "despojos de guerra", convertaram-nos aos islamismos, eles deixaram de ser "escravos" para passar a ser "vassalos"... Os bérberes ajudaram-nos a conquistar o Sará e a chegar à África negra, subsariana... O império árabe abássida e o império do Mali é que são responsáveis por 3 milhões e meios de escravos, até meados do séc. XIV...

Enfim, os europeus, na mira do ouro de África, levaram o esclavagismo a um nível ainda sistemático e brutal... Mais de 15 milhões de africanos foram escravizados e levados para o Novo Mundo...

Luís Graça disse...

Rosinha, lamento dececionar-te mas nós não somos árabes, somos mais bérberes e judeus... e negros subsarianos, além de "ibéricos"... A nossa eleite guereira era visigótica (bárbar, germânica, os que tomaram da "lusitância" depois do colapso da civilização romana, no séc. V))...

Os exércitos árabes (da pensínsula arábica) subjugaram, rapidamente "o norte de África", toda a margem esquerda africana do Mediterrâneo... Conquistaram e escravizaram os bérberes... Todos os escravos comneçaram por ser "despojos de guerra"... Convertarem-nos depois ao islamismo, eles deixaram de ser "escravos" (,por razões teológicas...) para passar a ser "vassalos"... Os bérberes ajudaram-nos a conquistar o Sará e a chegar à África negra, subsariana... O império árabe abássida e o império do Mali é que são responsáveis por 3 milhões e meios de escravos, até meados do séc. XIV...

Enfim, os europeus, na mira do ouro de África, levaram o esclavagismo a um nível ainda nais sistemático e brutal... Isso é outro capítulo da história...Mais de 15 milhões de africanos foram escravizados e levados para o Novo Mundo... Mas na origem os escravos não eram "negros"...

Gostei do episódio, com um leque muito variável de especialistas do tema, investigadores que vão do Irão aos EUA, de Portugal ao Senegal, da França ao Egito...