Luís Graça, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, Guiné, Contuboel, junho de 1969
A Galeria dos Meus Heróis: A Nucha ou a difícil arte do envelhecimento - III (e última) Parte
por Luís Graça
Continuação (*)
11. (...)Eis, em resumo, alguns excertos da longa conversa que eu tive, mais recentemente, com a Nucha, permitindo completar o “puzzle” do retrato do seu ex-companheiro e da narrativa sobre a relação de ambos, que terminou num já longínquo mês de junho de 2016:
− De qualquer modo, houve uma punição legal e uma reparação material…
− Ele teve uma pena suspensa, caricata, e foi obrigado a indemnizar-me por danos físicos e morais…
− De mal o menos…− Se eu fosse uma verdadeira lutadora, ter-me-ia esforçado por provar que vivíamos juntos a maior parte do ano, em união de facto… Por uma questão de orgulho, não o fiz… Claudiquei!... Nunca me tinha visto num tribunal, com montes de gajos a despirem-me, mentalmente, de alto a baixo!
− Ias pôr em causa o teu autoconceito de mulher livre e independente ?!
− Posso estar a ser burra, mas assim foi-me mais fácil varrê-lo completamente da minha vida e das minhas memórias…
− Não reconheço esta Nucha…
− Sou uma mulher do Minho… de pêlo na venta e nas pernas!... Nisso sou uma cópia da minha mãezinha, que era capaz ser má como as cobras, quando lhe pisavam os caules!
− Que disparate!
− Portanto, tecnicamente não houve violência… doméstica! Não éramos um casal, o juiz deve pensado que eu era um cabra, julgou o caso como uma simples agressão corporal…
−… na cama!
− Foi tudo muito sórdido!... Ele [o Vaz C…] tinha massa, arranjou um advogado, conhecido aqui na praça, que lhe deve ter levado umas massas valentes, mas limpou-lhe a barra, que era pesada…
− E inverteram-se os papéis, não ?!
− Sim, às tantas, eu é que era a má da fita, a fria e astuta Eva que ludibriou o pobre e indefeso Adão!... Tive de reconstituir não sei quantas vezes a cena dessa maldita noite!...
− Vais ter que me contar, desta vez, essa cena com todos os pormenores escabrosos… Os amigos têm direito à verdade…
− Poupa-me, por favor!
− Como é que eu posso defender-te quando as pessoas vêm insinuar que fizeste uma cena de teatro só para provocar o teu ex ?
− Foi o que o advogado dele procurou demonstrar perante o juiz, passando da defesa ao ataque… A minha advogada era uma jovem, minha conhecida, que estava mais atrapalhada do que eu!...
− Sei as coisas muito por alto, da primeira vez que falámos ao telemóvel, ainda estavas muito transtornada...
- Sabes, ele era um tipo misterioso… Deixa-me falar dele como sendo um fantasma do passado!... Pensava que o conhecia minimamente, que estupidez a minha!...Vivi com um animal estranho, durante oito anos, se não foram oito, anda por lá perto, com muitos intervalos pelo meio entra a casa da Foz e a rua da Alegria…
− Ele falou-me em tiros de G3, deu a entender que andou na guerra colonial… Não quis aprofundar o assunto, seria indelicado da minha parte...
− Sim, ele esteve na Guiné, entre 1963 e 1965, se não erro… Não sou boa em datas. Regressou com 25 anos e só depois é que acabou o curso de engenharia, faltava-lhe um ano ou coisa assim… Deve ter apanhado a crise estudantil de 62… Não te sei dizer.
− Nasceu portanto em 1940 ou por aí…
− Sim, ele era mais velho do que eu uma boa dúzia de anos… Eu sou de 1952.
− Falava-te da guerra ?
− Pouco ou muito raramente... Sim, quando fomos à Guiné, ou melhor, à ilha de Orango, no arquipélago dos Bijagós… Fomos de avioneta, diretamente de Dacar para Orango… Em rigor, não estivemos na parte continental da Guiné-Bissau. Nesses dias, que adorei, vi os estranhos hipopótamos que vivem tanto em água doce como salgada, e que vão desaparecer com a subida do nível do mar, daqui a algumas décadas… Sim, nesses dias, ele falou-me por alto de algumas recordações do tempo da Guiné… Tinha estado em Bubaque, em 1964, numas curtas férias…
− Mas nunca te falou em episódios de guerra ?!... De um prisioneiro que terá tentado fugir e que foi abatido à queima-roupa...
− Não... Acredito que não deve ter sido fácil para ele. Mas eu também não queria saber nada sobre esse passado obscuro. E muito menos da merda da guerra!... Às vezes apanhava-o a falar...sozinho!
− Deve ter tido também um divórcio litigioso… E deve ter havido, aí, no passado dele, mais episódios de violência doméstica, não ?!
− É bem possível, mas era assunto tabu entre nós. Nunca falámos da ex-mulher dele.
− O passado de cada um de nós é sempre uma caixinha de Pandora.
− E eu que o diga, meu amigo!
− Percebi que também perdeu os pais, ainda relativamente cedo…
− Sim, num estúpido acidente automóvel, nas vésperas de Natal quando iam para Viana do Castelo. Há uns trinta e tal anos. Ele é que ia a conduzir. Os velhotes iam atrás. Ficaram esmagados pelo embate de um camião TIR, que ficou sem travões…
− Não o amavas assim tanto…
− Vamos lá a ver: habituámo-nos à companhia um do outro. Tínhamos, de facto, algumas coisas em comum. Por exemplo, éramos cinéfilos, adorávamos o cinema italiano do pós-guerra... Ele era um gajo culto, para os padrões burgueses do Porto… Gostava de ir ao teatro, gostava de ouvir um bom concerto sinfónico, etc. Mas, amor, amor… É uma palavra demasiado forte que eu não gosto de pronunciar em vão… Andei toda a vida à procura do grande amor da minha vida, como quem joga no Euromilhões… Desisti, comecei a jogar à raspadinha, ou seja, ao Centimomilhões!
− Somos utópicos…
− Somos mas é estúpidos, pelo menos nós, as mulheres, somos mais estúpidas do que vocês…
− Não digas isso, estás ainda magoada ao fim deste tempo todo.
− O meu sexto sentido, a minha inteligência emocional, falhou desta vez… Aliás, tem falhado mais vezes. Afinal, nunca acertei com os gajos que passaram pela minha vida, ou pela minha cama, que são coisas que deveriam ser diferentes!
− Não, quando se tem vinte anos!...
− Sim, nessa altura o sexo era tudo… E ainda não havia, felizmente, a Sida!.... Mas já tínhamos a pílula, ao menos… Nós, as mulheres!... E vocês, homens, esfregaram as mãos de contentes... Lembras-te ? Dizíamos que era o "amor livre"!...
− Mas, afinal, ainda o odeias, ao último ex ?
− Se queres que te seja franca, tenho-lhe um pó danado, só consigo fazer o luto de uma relação, através do ódio… Ainda não deixei de o odiar... E não quero encontrá-lo, o que é difícil para quem vive numa cidade como o Porto: evito, por exemplo, ir à Foz, e aos locais que frequentávamos... Felizmente que ele não vai ao Parque da Cidade nem faz parte da nossa tertúlia (**)... Vivi um ano quase enclausurada como uma monja...
− O amor e o ódio são as duas faces da mesma moeda… Mas como é que se risca uma pessoa da nossa vida ?... Foram oito anos de vida juntos… Vocês partilhavam algumas coisas boas da vida: as exposições de arte, as galerias, o teatro, o cinema, a música, a boa comida, as viagens…
− Até o nosso álbum de fotografias destrui, num acesso de raiva, as férias “maravilhosas” que ele me proporcionou na ilha do Príncipe ou na ilha de Orango… Rasguei todas as fotos em que aparecíamos juntos. É assim que faço o luto de uma relação quando as coisas acabam mal por culpa dos gajos…
− Parece-me que o teu ódio também é contra a injustiça da justiça, não ?!
A Nucha fez questão de me acompanhar ao comboio, apanhámos o metro até Campanhã. Pelo caminho foi-me então contando, mais descontraída, o que se passara nessa noite de junho de 2016…
− A brincar, a brincar, já lá vão dois anos…
Vim no comboio, de regresso a Lisboa, a tentar reconstituir, por escrito, o longo monólogo que a Nuncha teve na cama com ele, o Vaz C…, e que terá sido o “móbil do crime”… Ou pelo menos a gota de água que fez transbordar o copo de uma relação já há muito desgastada pela usura do tempo e da rotina…
"Em boa verdade, já nos tínhamos encontrado antes, uma vez, em Barcelona, há uns poucos anos atrás, recordava-me do seu nome... Era o último da lista, o Zacarias, mas nem ele reparou em mim nem eu nele. Também era mais novo e desconhecido. Desta vez, em Lisboa, ele era a estrela da companhia. Intelectualmente brilhante, fisicamente atraente. O encontro foi de dois dias, 5ª e 6ª. No primeiro dia, à noite, houve o tradicional jantar de gala, oferecido pela organização. O sítio não podia ser mais romântico e inspirador, no terraço coberto de um hotel de charme, um antigo palacete do séc XVIII, revestido a fabulosos azulejos da época, e que milagrosamente sobreviveu ao terramoto... Com vista para a Baixa e o estuário do Tejo, estás a ver ?!... A noite estava perfeita, com uma temperatura já de verão, e Lisboa estava em festa com a proximidade dos santos populares.
"Comeu-se bem e bebeu-se melhor, sabes como são os estrangeiros quando vêm cá, a Lisboa ou ao Porto, em negócios ou trabalho, gostam de juntar o útil ao agradável, o dever e o prazer. São muito trabalhólicos mas à noite tiram a gravata e o casaco, o mesmo é dizer, a máscara. O ambiente era descontraído, e desinibido, e havia uma tremenda carga de energia positiva no ar.
"Os trabalhos, no dia seguinte, só recomeçavam às 10h00, por alteração de última hora do programa. Esperava-se a presença do ministro. Ainda fomos ao Bairro Alto, mais para ver o ambiente e andar um pouco a pé. Depois regressámos ao hotel, que não era longe, estávamos alojados no mesmo sítio, e por coincidência no mesmo piso. Como estava sem sono e, em boa verdade, sentia-me 'very, very free, cool, happy', uma sensação que há muito não experimentava.
"Apesar da nossa diferença de idades, para aí vinte, o Mastroianni quis ser gentil comigo, ficou mais tempo na conversa, bebemos o último copo 'para a sossega' (, fez ele questão de mo oferecer!), acabámos por subir juntos, no elevador, despedimo-nos com um beijo e eu aí..., tive uma sensação estranha, um impulso, agarrei, qual leoa, com as duas mãos, aquela cabeça de Apolo e,zás!, ..."
− Foi nesse preciso momento que o gajo, que estava a um canto da cama, a fingir que me ouvia, saltou como o tigre da Malásia, ferrou-me o pescoço com os dentes, tapou-me a boca com uma mão, puxou-me os cabelos com a outra, e deu um urro que ecoou pela casa toda: "Cala-te, sua...!"... E tentou estrangular-me, quase até à asfixia total. Tive uma fração de segundo de lucidez para perceber o que estava a acontecer e que ele me ia matar... Foi aí que consegui, num derradeiro esforço hercúleo, libertar a minha perna esquerda e dar-lhe uma joelhada fortíssima no baixo ventre. Deu um urro de morte: "Sua....caaaaa... braaaaa!!!!"... E, "in extremis", largou-me, desistiu, bloqueou, caiu exausto na cama, teve um ataque de choro, histérico ... O resto já sabes...
− Sim, conseguiste chamar o 112...
− Saltei da cama, cheia de dores, num estado miserável, desgrenhada, a roupa rasgada, pedi socorro ao 112... Não ofereceu resistência quando chegou a polícia... Só o voltei a ver no tribunal. Há um ano e picos. O processo correu célebre.
− E tu é que foste... a cabra!!!
− O gajo ficou completamente desvairado com a cena que eu estava a contar, em voz alta, mais para mim do que para ele... Na sua imaginação pornográfica viu-me agarrada ao grego, a rebolar na cama!... O gajo tratou-me como uma puta, privativa, a quem pagava, de vez em quando uns jantares em restaurantes de luxo, só para eu ser dele!
− E não aconteceu rigorosamente "mais nada" com o teu grego ?!...
− Não vou dizer que não estava excitada... Se calhar até era capaz de ir para cama com ele, mas fiquei por ali, peguei-lhe na cabeça com as duas mãos, como uma mãe faria a um filho, dei-lhe um longo beijo de boas noites ... e de despedia!... No dia seguinte, trocámos olhares cúmplices, acabou a conferência, ele apanhou o avião para Atenas e eu o comboio para o Porto... Nem sequer sei onde mora!...
De confidência em confidência, a Nucha ainda me disse:
− No fundo, fiquei com uma pena danada de não dormir com ele nessa noite, irrepetível! Ainda hoje não sei porque é que não o fiz... Muito provavelmente porque ele não me deu "luz verde"... Sou muito intuitiva nestas coisas, dou muito importância ao comportamento não verbal dos meus parceiros... Senti atração por ele, não senti atração dele por mim...
− O teu Apolo não estava nos dias dele... Os deuses são caprichosos... tão ou mais que os humanos...
− Claro que eu fui completamente idiota ao contar esta história ao meu ex... Se calhar até fui cruel, sem intenção de o ser... Ou, se calhar, inconscientemente, quis provocá-lo, testar os seus limites de racionalidade... Dir-me-ás, também tu, que, antes de seres meu amigo, és macho, que as mulheres não podem brincar com o fogo...
− Foi por isso que os homens, com medo, vo-lo roubaram!... É um dos mitos mais antigos da humanidade!
− Estás a ver ?!...Uma muher não pode ter desejos, não pode ser proativa em matéria de sexo...E muitos menos se tiver cabelos grisalhos... Uma gaja aos 64, era a idade que eu tinha na altura, em 2016, não pode desejar um homem, vinte anos mais novo... Grego, lindo com o Apolo!... Sabes ?!, tenho reconhecer que estou velha e acabada!...
− Que disparate!... Ainda estás aí para as curvas, como dizem os machos... Ou, como dizem aqui no Norte, ainda és uma gaja boa como o milho...
Não voltei a ver a minha amiga Nucha desde a nossa última conversa, em Campanhã, há uns meses atrás. Desejo-lhe, ainda a tempo, bons augúrios para 2019. E, nomeadamentem, mais sorte aos amores, já que a não tem tido ao jogo.
Alfragide, 21 de janeiro de 2019
Texto e foto: © Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
____________
____________
Notas do editor:
(*) Vd.postes anteriores da série >
(*) Vd.postes anteriores da série >
21 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19426: A Galeria dos Meus Heróis (18): A Nucha ou a difícil arte do envelhecimento (Parte I) (Luís Graça)
22 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19428: A Galeria dos Meus Heróis (19): A Nucha ou a difícil arte do envelhecimento (Parte II) (Luís Graça)
1 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19352: A Galeria dos Meus Heróis (16): Os caminheiros do parque da cidade - Parte I (Luís Graça)
22 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19428: A Galeria dos Meus Heróis (19): A Nucha ou a difícil arte do envelhecimento (Parte II) (Luís Graça)
(**) Vd. também:
1 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19352: A Galeria dos Meus Heróis (16): Os caminheiros do parque da cidade - Parte I (Luís Graça)
1 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19353: A Galeria dos Meus Heróis (17): Os caminheiros do parque da cidade - II (e última) parte (Luís Graça): com os meus votos para o novo ano que aí vem, o 2019. Porque a saúde, afinal, não serve para mais nada... a não para sermos livres e felizes! (Luís Graça)
6 comentários:
cabra | s. f. | s. m.
ca·bra
(latim capra, -ae)
substantivo feminino
1. [Zoologia] Designação dada a vários mamíferos ruminantes da família dos bovídeos, pertencentes ao género Capra.Ver imagem
2. Fêmea do bode.
3. Espécie de guindaste para suspender e deslocar pesos, geralmente com duas ou três vigas inclinadas convergentes que se articulam no topo, onde uma roldana sustém o cabo em que se prende a carga. = CÁBREA
4. [Entomologia] Insecto semelhante à aranha e que anda à tona de água. = ALFAIATE, CABRA
5. [Ictiologia] Peixe do género triglo, também conhecido por cabrita ou cabrinha.
6. [Gíria] Sineta da Universidade de Coimbra para anunciar as aulas.Ver imagem
7. [Botânica] Árvore de São Tomé.
8. [Informal, Depreciativo] Mulher de mau génio ou que berra muito.
9. [Informal, Depreciativo] Prostituta, rameira.
10. [Regionalismo] Bebedeira (ex.: apanhar uma cabra).
11. [Informal] Eritema das pernas provocado pelo calor do lume ou da braseira.
substantivo masculino
12. [Brasil] Mestiço filho de mulato e negra ou vice-versa.
13. [Brasil] Pessoa de quem se omite ou desconhece o nome. = CARA, SUJEITO
14. [Brasil] Criminoso ao serviço de alguém. = CAPANGA, JAGUNÇO, PISTOLEIRO
15. [Brasil] Salteador que percorria o sertão do Nordeste brasileiro, geralmente em grupos armados, sobretudo no final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. = CANGACEIRO
16. [Brasil] Indivíduo que habita ou trabalha no campo. = CAMPONÊS, RURÍCOLA
"cabra", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/cabra [consultado em 23-01-2019].
Uma história de todos nós e das grandes mulheres encadeadas nas nossas vidas. Muito bem, Luís.
Abraço,
António Graça de Abreu
Ganda história, Camarada
Boa imaginação! Boas descrições!
Boa escolha do tema, que a malta do psi pouco explora.
Aquela da "anomia do Dürkheim está bem metida. Só falta confirmar...
As considerações feitas acerca do modo como os velhos/reformados vivem, sozinhos ou em conjunto, que dá parecem-me uma boa base de trabalho para a análise desta problemática.
Porém, a narrativa que "dá direito" à agressão contem uma grande dose de provocação, o que não pode deixar de se considerar positivo.
Maricagem nas universidade entre profs e alunos nunca tinha ouvido falar, mas não me admira.
Se é certo que "um homem sem cornos é como um jardim sem flores" não é menos nem mais aceitável que um gajo que chegue a casa e descreva que andou aos beijinhos, no elevador, (não esquecer e não chegou a vias de facto) com a Claudia Xifre ou equivalente ou até com a empregada da caixa n.º 4 do Minipreço da Estação do Oriente ficará um bocado tremido na fotografia.
É capaz de ser crueldade mental e a mulher que está com com ele na cama terá fortes vontades de lhe comer as iscas do fígado, mesmo sem molho.
Enfim: se não queres ser vítima de "virolência droméstica" come ou dá beijinhos no elevador e cala-te e se fores suspeito/a nega, nega sempre. No fundo há que proteger aqueles de quem, em última análise, mais se gosta e nos acompanha diariamente de um mau passo que não teve mais consequências.
Ora vê o caso que conto na "Minha Guerra a Petróleo": Um Casal Esteganho". Que necessidade tinha a "minha esposa" de ir contar ao furriel P. a fraqueza que tivera com o/s alferes da cavalaria? Foi por isso que ele até lhe "deu dois tabefes".
Se ela se tivesse calado provavelmente nada teria sucedido.
E eram novos...
Um Ab.
António J. P. Costa
Bons apontamentos, cito apenas alguns:
'ainda estás aí para as curvas'
'és uma gaja boa como o milho'
Duas frases actualíssimas cá no Norte (a terra dos parolos, como dizem os alfacinhas).
Ainda não li tudo, vou ler e depois comentar melhor, mas não deixo de ficar pasmado com estas estórias (ou histórias?).
Vou continuar a minha saga pelos Hospitais, hoje de tarde, 3 dias seguidos é demais. Parece que todas as doenças me aparecem ao mesmo tempo, agora, que ainda nem fiz os 76 anos! Isto é para durar até aos 100, foi combinado...
Realmente como diz esta saga, é ver nas salas de espera dos Hospitais, os 'velhinhos' sós ou acompanhados (eu vou sozinho, safo-me melhor) às centenas, cada um com as suas mazelas, que comparadas com as minhas eu sou ainda um bebé saudável, porque raio ando a correr para os hospitais? Ainda apanho a tal gripe sazonal, são horas a fio no meio daquele ambiente doentio, quem puder que se safe, mas eu não estou disponível para ir às Clinicas e coisas assim, acho um roubo o que nos pedem, só lá vou quando estou mesmo nas ultimas.
Os comentários do nosso camarada António J.P. Costa, estão de morte!
Está na hora de ir à vida, continua amanhã.
Ab, Virgilio Teixeira
Olá Camaradas
Sei que este post vai desaparecer, mas, mesmo assim, acho que deveríamos continuar a comentá-lo.
É das NEP que as mulheres são umas coitadinhas e nós somos uns gebos e selvagens que as maltratamos, matamos, etc. Convencionou-se que é assim. É uma contra-moda por oposição à moda antiga da rédea curta e porrada na garupa.
Fica "demonstrado" com este conto que não é bem assim, como às vezes nos vendem oa factos.
As mulheres, como pessoas que são, são capazes do melhor e do pior. Além disso a violência que exercem não deixa marcas, enquanto a nossa deixa sempre um "colar cervical" umas equimoses, nódoas negras, etc... Em tribunal o resultado é normalmente aquele ou pior.
Era bom que se falasse da violência psicológica das velhas sobre os velhos que já detectei nas tais "salas de espera". O Luís Graça podia escrever um conto sobre o tema...
Há, contudo, um conselho que quero deixar aos Camaradas:
"Não adiante escolher entre as mulheres. Porque todas valem o mesmo? Não porque nenhuma vale nada" (Sócrates, o filósofo).
Claro que não é bem assim...
Mas uma coisa é certa: não melhora nada envenenar os nossos últimos tempos de vida em discussões e contrariedades. Imaginem-se, com esta idade, a correr para o cartório notarial, com um advogado à ilharga que vos leva coiro e cabelo e não adianta nada de concreto, num divórcio litigioso. Kaganda xatisse!
Um Ab.
António Costa
Apoio esta ideia do António Costa, o Luís Graça podia arranjar-nos aqui um conto, como só ele sabe contar, sobre 'as salas de espera' um assunto ainda tabu!
Sobre este Poste já foi tudo dito, os meus comentários não vão acrescentar mais, valeu a pena.
Ab,
VT/.
Enviar um comentário