Notícia dado no suplemento "Grito Rural", do jornal quinzenário "Alvorada", Lourinhã, 15 de novembro de 2019. Com a devida vénia... (*)
1. Desde 1960, 38 pescadores de Ribamar, Lourinhã, naufragaram no mar, tendo perdido a vida... Desses, houve 23 corpos que nunca foram recuperados, encontrando no fundo do mar a sua derradeira sepultura.
É uma imensa e dolorosa história trágico-marítima para uma terra só...
Ribamar, terra de que me orgulho por ser berço dos meus antepassados Maçaricos, quis fazer uma homenagem a estes "23 pescadores que o mar guardou", erguendo no cemitério local um "Farol Memorial", inspirado por farol do Cabo Carvoeiro que guia os pescadores desta vila, matriculados na capitania de Peniche (onde, atualmente, a maior parte da frota pesqueira, nomeadamente a do mar alto, é de gente de Ribamar)...
Além dos nomes dos homenageados, há uma inscrição onde se lê: "Não importa a distância que nos separa, há um céu que nos une".
O monumento ‘Memorial aos que não tornaram’ é um projecto executado pela Junta de Freguesia de Ribamar, presidida pelo meu amigo Pedro Alexandre Rato, através da edição de 2018 do orçamento participativo, do qual foi responsável Nuno Cruz. A cerimónia teve a presença (inesperada) do Cardeal Patriarca de Lisboa. Apesar da chuva, por vezes torrencial, que caiu na manhã do dia 2 de novembro último, cerca de 120 pessoas não arredaram pé. (Fonte: Alvorada "on line", 5/11/2019).
De entre esses pobres náufragos, há gente meus parentes, e há seguramente alguns que fizeram a guerra do ultramar, tendo passado pela Guiné (**).
Há cerca de quatro anos atrás, foi inaugurado em Ribamar o monumento aos combatentes do Ultramar (***) que contou com a presença ativa de um dos filhos mais conhecidos da terra, o ten gen ref Jorge Manuel Silvério.
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Notas do editor:
(*) Último poste da série > 27 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20388: Recortes de imprensa (106): Anúncios ("O Arauto", 27/7/1967) de casas de Bissau especializadas em ostras: Casa Afonso (chão de papel) e Hotel e Restaurante Miramar, frehte à Casa Pintosinho (Bissau Velho) (Benito Neves, ex-fur mil at cav, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)
(*) Último poste da série > 27 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20388: Recortes de imprensa (106): Anúncios ("O Arauto", 27/7/1967) de casas de Bissau especializadas em ostras: Casa Afonso (chão de papel) e Hotel e Restaurante Miramar, frehte à Casa Pintosinho (Bissau Velho) (Benito Neves, ex-fur mil at cav, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)
(**) Vd. poste de 6 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18050: Manuscrito(s) (Luís Graça) (132): a nossa história trágico-marítima: mais um barco de pesca, de Ribamar, Lourinhã, que naufraga, roubando a vida a 4 pescadores... 13 barcos em meio século, 40 mortos.
(***) Vd. poste de 27 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20388: Recortes de imprensa (106): Anúncios ("O Arauto", 27/7/1967) de casas de Bissau especializadas em ostras: Casa Afonso (chão de papel) e Hotel e Restaurante Miramar, frehte à Casa Pintosinho (Bissau Velho) (Benito Neves, ex-fur mil at cav, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)
1 comentário:
Já aqui em tempos escrevi que o concelho da Lourinhã, donde sou natural, também tem a sua elevada quota-parte na história trágico-marítima deste país. Entre 1968 a 2000, por exemplo, estavam contabilizados seis naufrágios de barcos de pesca onde tinham morrido três dezenas de filhos da terra, com especial destaque para as gentes de Ribamar (fora outros acidentes de trabalho mortais, cujo número se desconhece).
Um desses naufrágios, ao largo do Cabo Carvoeiro, Peniche, foi o do barco "Deus é Pai", em 26 de março de 1971, tinha eu acabado de regressar da Guiné, Os restantes foram os do "Certa" (15 de maio de 1968), "Altar de Deus" (6 de novembro de 1982), "Arca de Deus" (17 de fevereiro de 1993), "Amor de Filhos" (25 de julho de 1994) e "Orca II" (antigo "Porto Dinheiro") (19 de julho de 2000). [Fonte: Cipriano, Rui Marques (2001) – Vamos falar da Lourinhã. Lourinhã: Câmara Municipal da Lourinhã].
Entre estes homens há parentes meus, da grande família Maçarico, de Ribamar, Lourinhã.
O nosso camarada Carlos Silvério, membro da nossa Tabanca Grandes (e casado com uma parente minha, a Zita), antes de ir para a Guiné (1972/74) andou no barco "Certa" (que naufragou em 15 de maio de 1968).
A história trágico-marítima do nosso país devia ser conhecida!...Temos a obrigação de falar aos nossos jovens!
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