Encontrei Praga
Finalmente, encontrei Praga.
Cidade clara e luarenta, em plena luz do dia.
Cortada ao meio por um rio manso e sinuoso.
Unida por muitas pontes.
Abençoada pelos doze apóstolos.
Povoada de turistas aos magotes, boquiabertos com a beleza que ela tem.
Fotografando selfies e captando os mil e um motivos que ela oferece.
Matizes imensos coloridos a banham de cores ardentes.
O testemunho duma época áurea que a história descreveu.
Inúmeras igrejas e palácios povoam um denso e emaranhado casario,
com ruelas e avenidas bem cuidadas, voltado para a arte de receber bem.
Muitos barcos-restaurantes sediados junto às margens, servem refeições a toda a hora,
Enquanto outros deambulam engalanados pelo rio, vestindo o tempo de festa brava e luz, como nunca vi.
Cidade longínqua, cativante e sonhadora.
Vai custar-me muito a dizer-lhe adeus...
Ouvindo Schubert
Praga, 18 de Dezembro de 2019
15h32m
Jlmg
Nevoeiro de Praga
Cidade de luz, mergulhada em tule leve, branco e luminoso.
Exposta ao sol como um altar divino.
Regada por um rio brando, benigno e refrescante.
Foste talhada para receber e cativar.
Tuas cores desmaiam na virtude da harmonia e da fraternidade.
Derramas nos corações torrentes de felicidade e adoças suas existências com a luz da esperança e fé na solidariedade.
Tuas pontes abençoadas são aras onde operam todos os apóstolos.
Me dediquei a ti nestas horas felizes, inesquecíveis.
Te vou guardar para sempre na minha lembrança.
Praga, 19 de Dezembro de 2019
13h35m
Jlmg
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Enxurradas de Agosto
O mês das canículas e romarias com noitadas com muita folia.
Pelos campos amareleciam de sol as lavras extensas de milho.
Os bagos das uvas ruboresciam cheios de vinho.
Os rostos trigueiros bailavam alegres pelas festadas. Viola e pandeireta.
Eram grandes os dias e as tardes.
Dava para pensar que a vida plena era uma festa.
O mar ao longe nos chamava para o baile das ondas salsas.
Mas, por arte dos demónios, se zangavam no hiper-urânio os deuses enfurecidos.
De repente, ribombavam as núvens, com dardos de trovoada.
Caíam dos céus toneladas de chuva em catarata.
Rasgavam o chão e descarnavam as entranhas da terra entumecida.
Corriam rios bravos pelas valetas.
E as encostas secas das montanhas e dos montes resvalavam em fúria endiabrada.
Parecia o fim do mundo.
Era a praga das enxurradas que destroçavam as tendas das romarias...
Berlim, 15 de Dezembro de 2019
9h18m
Jlmg
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Notas do editor
Poste anterior de JLMG de 15 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20457: Blogpoesia (650): "Igreja Matriz", "Palavras perdidas" e "Diametralmente oposto", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 728
Último poste da série de 19 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20470: Blogpoesia (651): A G3 e a ingratidão (Juvenal Amado, ex-1.º Cabo CAR do BCAÇ 3872)
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