Foto nº 1
Foto nº 2
Foto nº 1 > Nova Iorque > Queens > O casal Crisóstomo: João e Vilma "Em 2016 encontramos na ponta de Sagres no Algarve uma turista japonesa, especialista em museologia. Ao ver-nos procurou-nos para uma informação e entabulamos conversa.
De evidente vasta cultura e de maneiras cativantes, acabamos por passar o dia visitando lugares de interesse comum e ao fim do dia era como se nos conhecêssemos de sempre. Desde então pelo Natal e em outras ocasiões trocamos mensagens.
E agora, ao ter conhecimento da situação aflitiva em Nova Iorque, quis ajudar: acabamos de receber meia dúzia de máscaras, feitas à mão em sua casa … para que nos protejamos bem do virus convid-19. Amizade e Solidariedade! "
Foto nº 2 > Nova Iorque > Queena > O João Crisóstomo, confinado, com barba de quinze dias
Foto nº 3 | A dos Cunhados, Torres Vedras > Festa da famílias Crisóstomo ë Crispim, 15 de outubro de 2013 > O JúlioPereira e o João Crisóstomo
Foto nº 4 > Associação de Desenvolvimento de Paradas, Paradas, A dos Cunhados, Torres Vedras - Festa da famílias Crisóstomo > Crispim > 15 de outubro de 2013 > João Crisóstomo, camaradas e amigos. O Júllio Pereira e a esposa, Elisa são o casal da ponta direita... Na fila de detrás, reconhecem.se os nossos camarada Eduardo Jorge Ferreira (recentemente falecido), Jaime Silva e Luís Graça na primeira fila, à esquerda, o João Crisóstomo, um primo, a Alice Carneiro e a Dina (esposa do Jaime).
Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2020) Todos os direitos reservados.
[Edição e legendagem comlementar: Blogue Lu+is Graça & Camaradas da Guiné]
I. Mensagem do nosso camarada e amigo João Crisóstom [, luso-americano, natural de Torres Vedras, conhecido ativista de causas que muito dizem aos portugueses (Foz Côa, Timor Leste, Aristides Sousa Mendes); Régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona; ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67); vive desde 1975 em Nova Iorque, em Queens; é casado, desde 2013, com a nossa amiga eslovena, Vilma Kracuna.
Date: quinta, 23/04/2020 à(s) 03:24
Subject: De Nova Iorque
Meus caros,
1. Não sei se se lembram do Júlio Pereira; pelo menos o Luís Graça deve-se lembrar bem dele: vd. poste P12456: Júlio Martins Pereira, sold trms, CCAÇ 1439 (Enxalé, Missirá e Porto gole, 1965/67), grã -tabanqueiro no. 635. (*).
Ele foi a várias reuniões da CCAÇ 1439 e outras, inclusive a uma nas Paradas, Torres Vedras, que eu organizei para os meus familiares, mas para a qual convidei os camaradas da Guiné; e alguns, para grande satisfação minha, apareceram mesmo. Mantenho-me em contacto frequente com ele, pois que as circunstâncias da vida nos aproximaram: viemos ao mundo no mesmo dia (22 de Junho 1944); depois na Guiné, além de pertencermos à mesma companhia, sofremos cada um a sua emboscada no mesmo dia, embora em lugares diferentes; e outras "coincidências", como tantas sucede sem sabermos a razão.
Estranhei que, de há tempos para cá, eram menos frequentes as suas mensagens pelo Facebook, que a minha esposa segue mais do que eu e de que me dava sempre conhecimento. Finalmente obtive notícias frescas por vídeo WhatsApp com a Elisa, sua esposa: estiveram ambos internados no hospital, vítimas desta famigerada Covid-19 e estão ambos em franca recuperação. O caso dela foi mais leve e depois de uns dias no hospital voltou a casa onde leva a sua vida quase normal. O caso do Júlio foi mais complicado e perdeu bastante peso; mas acaba de ter alta do hospital e já se encontra também na sua casa. Embora ainda confinado ao seu quarto e ainda sem o contacto normal com os filhos, netos e amigos que da sua casa fazem local de reunião e convívio semanal a que está acostumado, está em bons espíritos e determinado a vencer também esta luta. O seu rosto e o sorriso na foto que a Elisa me mandou são de quem sabe ter agora a carta/trunfo na sua mão.
Força, Júlio! Estamos contigo!
2. Este caso do Júlio Pereira levou-me a fazer uma dúzia telefonemas para saber de outros "Camaradas da Guiné' (, refiro-me aos meus colegas da CCAÇ 1439), a maioria dos quais, "não sei porque cargas d' água", não fazem parte da nossa Tabanca… E é pena… eu de vez em quando bem lhes falo no nosso blogue, mas para frustração minha (e para me confirmar as minhas poucas habilidades persuasivas) não consegui convencer ninguém a pegar na caneta e a pôr em papel as vivências de que a gente fala e lembra dos nossos tempos na Guiné quando nos encontramos.
Ainda bem que o Henrique Matos e o Beja Santos, com as suas apreciadas e abundantes recordações relacionadas com esta "minha" companhia CCAÇ 1439, relatadas para a posteridade neste nosso blogue, a que modéstia aparte junto a minha parte também, de alguma maneira compensam, embora parcialmente, evidentemente, esta lacuna.
Para os camaradas que por acaso tenham encontrado alguns destes em algum convívio ou os conheçam, posso informar que, salvo por algumas "mazelas da idade" que de uma maneira ou outra e em algum degrau todos sofremos, os encontrei a todos bem. "Bem" não é bem assim! … "mais ou menos" será mais exacto dizer ... porque verifiquei sem surpresa que todos e cada um deles eles estavam tão preocupados como eu e, devido crédito lhes seja dado, nenhum teve sequer ideia de o negar ou disfarçar…
Falei com o Freitas na ilha da Madeira; e depois com o Sousa , o Teixeira, o Geraldes, o Verdasca, o Neiva, o Agostinho de Marrazes, o Pimentel…e a todos pude dar um "abraço à distância", abraço esse que a maioria me pediu para partilhar com quem eu pudesse. Aqui está esse abraço de e para todos, portanto.
Notei porém que o sentido de "aquartelamento forçado" não era tomado por todos com a mesma resignação…Eu infelizmente conto-me entre aqueles , a quem só falta pôr "fita -cola gigante" à volta das portas e janelas para que o malvado do coronavirus nem pelas frinchas possa entrar…: o Henrique Matos confessava passar horas agarrado à sua música "para ajudar a "despairecer"; e só pude falar com a esposa do Leitão (Mafra), pois que este valentão se encontrava no pomar a tratar do milho.
O mesmo sucedia com o Figueiredo a quem a esposa foi chamar para ele vir falar comigo…. Com este Figueiredo nunca esqueço de lembrar e reviver o dia em que, estando ele a conduzir, fomos projetados por uma mina anticarro; esta por acaso não era muito potente( ou destinava-se talvez a um unimog e a nossa viatura, se recordo bem, era uma GMC bem pesada; porque iamos na parte da frente, tirando o grade salto inesperado , nada nos sucedeu; menos sorte porém tiveram os que vinham atras, que tiveram que ser evacuados de helicóptero para Bissau.
Entre estes estava o médico do Batalhão, o Dr. Francisco Pinho Costa, que seguia nesta coluna, e e a quem também chamei e falei logo a seguir. É que nunca esqueço a coragem e sangue frio deste nosso camarada médico: projectado também, ao "voltar das alturas" partiu ambas as pernas ao bater no chão ; mas ao ver que outros precisavam da sua assistência (e recordo que um deles -- não lembro se era perna ou braço tinha o osso partido em exposição), apenas disse da sua condição e da necessidade de ser evacuado , depois de ter prestado os serviços que as circunst^^ancias lhe permitiam.
Até hoje,-- e já lá vão 54 anos—ainda nunca o encontrei pessoalmente; foi este Figueiredo que a meu pedido o "encontrou". Espero com muita antecipação o poder dar -lhe o abraço que ocasiões e situações assim pedem e exigem. Já tínhamos programado encontro para Outubro deste ano; mas agora com esta praga de vírus… vamos a ver.
3. No que nos diz respeito… pouco a contar. Sigo as notícas daí pelo Público, Expresso, Badaladas e de vez em quando pela RTP Internacional. As notícias do resto do mundo…tento segui-las onde posso (BBC, e outros), piois que estes americanos têm a mania de só falarem deles e neste momento pouco de bom podem dizer. "Valha-nos Deus que bem pode", como dizia a minha mão em momentos de aflição.
Contrariando tudo o que me apetecia fazer, passamos também o dia 20 de Abril fechados em casa, celebrando o 7º aniversário do nosso casamento … sem fazer nada. Levantei-me cedo para ir comprar um ramo de flores para a Vilma, mas quem apanhou surpresa fui eu, pois o carro, de há semanas parado, tinha perdido a bateria!… Para ajudar a " levantar o moral" disse à Vilma que ia fazer a barba, coisa que eu não fazia já há duas semanas, ao que ela acedeu com a condição de me tirar uma foto para recordação e prova da preguicite aguda que nos tem afligido… E agora , como vêem já estou "normal' outra vez … Aqui está a prova… Como a Vilma não é de cervejas,— ninguém é perfeito! - e não podemos ser iguais em tudo!--- eu até me permiti um copo de tinto para a acompanhar…
Abraço a vocês os dois e aos vossos queridos, de nós dois (**).
João e Vilma
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 16 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12456: Tabanca Grande (415): Júlio Martins Pereira, sold trms, CCAÇ 1439 (Enxalé, Missirá e Porto Gole, 1965/67), grã-tabanqueiro nº 635
1 comentário:
Caro Crisóstomo, ainda bem que fizeste a barba porque, pela fotografia, é de meter medo ao susto. Abração. Henrique Matos
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