quinta-feira, 30 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21210: Da Suécia com saudade (79): Os "espigueiros ou canastros" nórdicos, no museu ao ar livre de Skansen, Estocolmo (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)



Suécia > Estocolmo > Skansen > Uma espécie de espigueiro ou canastro, muito alto,  em madeira, usado na Escandinávia para guardar produtos agrícolas e sobretudo carnes de animais domésticos ou peças de caça.

Fotograma do vídeo  (7' 25'')  SKANSEN - World’s Oldest Open-Air Museum, Stockholm, Sweden, disponível aqui no You Tube.

Skansen é consideraddo o mais antigo museu ao ar livre do mundo  e está localizado na ilha Djurgården, em Estocolmo, Suécia. Foi inaugurado em 1891 por Artur Hazelius (1833–1901) para mostrar o modo de vida nas diferentes regiões da Suécia antes da era industrial. 

É uma das grandes atrações turísticas de Estocolmo,  com mais de 1,3 milhões de visitantes por ano. Situado num terreno de  30 hectares,  inclui uma réplica completa de uma povoaçao de meados do século XIX, na qual artesãos em trajes tradicionais (curtidores, sapateiros, ourives, padeiros, vidreiros, etc.)  mostram  os seus ofícios  Existe também um pedaço de terra onde cresce o tabaco,  usado na fabricação de cigarros. 

Há também um jardim zoológico ao ar livre que contém uma grande variedade de animais escandinavos (bisonte, urso pardo,  alce, foca cinzenta, lince, lontra, raposa vermelha, rena, lobo e glutão) (além de alguns animais não escandinavos, de maior popularidade).  Há também uma quinta onde podem ser vistas espécies raras de animais.

Fonte: You Tube > LIVEst - Estonia / Эстония / Eesti (com a devida vénia...) (Tradução e adaptação LG)


Buba. Aldeia Formosa, Mampaté e Empada,
1968/70); cap inf ref, jurista, criador de renas,
autor da série "Da Suécia com Saudadr"; 
vive na Suécia há mais de 4 décadas
 1. Mensagm do José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia:

Data: quarta, 29/07/2020 à(s) 23:08

Assunto: os "espigueiros" nórdicos

Caro Luís 

Depois das referências aos espigueiros nortenhos [do Soajo e do Lindoso] (*), aqui segue um modelo escandinavo usado não só para guardar produtos agrícolas como principalmente carnes de animais domésticos e/ou peças de caça.

Como as temperaturas na maioria dos meses do ano são inferiores às dos frigoríficos funcionavam como tal.

Estes encontram-se no famoso museu, ao ar livre,  de Skansen, em Estocolomo  para onde foram transportadas casas típicas de todas as províncias suecas,mantendo-se os seus interiores ,mobiliários e funcionamento como no passado.

Existem também todos os tipos das casas de comércio das aldeias com os produtos então vendidos, assim como farmácias, correios, padarias, oficinas de  oleiros, ferreiros, ferradores, etc.

Não são reprodução de casas antigas mas sim originais cuidadosamente preservados e...a funcionar com empregados vestidos com os trajos típicos, tanto da época como dos locais de onde as casas foram transportadas.

Os visitantes compram nestas casas os produtos artesanais continuamente criados frente a eles,assim como produtos alimentares típicos.

Ideia de museu vivo (!),abrangedor de todo o país, educacional para os milhares de crianças que o visitam alegremente todos os anos.

Outras gentes...outros costumes. (**)

 (Vale a pena  uma visita na Net, ao sítio oficial  do Skansen/Stockholm,  pelas suas imagens elucidativas: está disponível em várias línguas, incluindo o espanhol, além do sueco e do inglês... Entrada "especial" para os veteranos da guerra da Guiné, individualmente ou em grupo: 200 coroas suecas, menos de 20 euros...)

8 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Pois, é, grande régulo luso-sami (, acho que há dias te chamei "suomi", finlandês, peço desculpa...): "outras gentes, outros costumes...

Os suecos não têm vergonha do seu passado de "ruralidade e pobreza"... Bem, nós temos o Portugal dos Pequenbnos...que ainda não foi, felizmente, vandalizado... (Não vamos deitá-lo abaixo ou fechá-lo só porque também mostra um pedacinho do Império Colonial; a diabolização de um certo passado está a tornar-se um processo "patológico", nada saudável para o convívio entre as nações e os povos de hoje...)

Anónimo disse...

Para os visitantes “virtuais” (e virtuosos!) recomendo o “carregar “ no indicativo ....You Tube>LIVEst-Estonia....a vermelho no início do texto.
E,bem vindo ao Skansen!

Só será de esperar que as fogueiras de hoje não acarretem a destruição “politicamente correta”do nosso tão saudável,por tão ingênuo,Portugal dos Pequeninos.

A esperteza do saloiismo político ao tentar “Tapar o Sol com uma peneira “ ao transformar o Histórico Império Colonial em Império Provincial de julgada aceitação internacional.......

Como descreveria Eça de Queiroz,talvez o maior analista dos nossos “provincialismos “ congênitos, esta do...Império Provincial?

Um abraço do J.Belo

Valdemar Silva disse...

Luís, o passado da "ruralidade e pobreza" da Suécia não seria tanto assim, pelo menos a partir do séc. XVII, com a entrada na Guerra dos Trinta Anos e as riquezas do saque feito em território alemão deu para ser criado o Império Sueco.
Mas o nosso 'lapland man' melhor saberá nos explicar como era essa "ruralidade e pobreza" dos suecos.

Ab. e saúde da boa
Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Tenho gratas recordações de Estocolmo onde vivi de 1991 a 1995. Todos os santos Domingos fui passear com os meus filhos ao Skansen onde em Junho se comemorava também o dia nacional da Suécia com a presença do Rei. Outra atracção nacional sueca é o Museu Wasa, não muito longe do Skansen e do Museu Nórdico. Ainda não perdi a esperança de lá voltar.
Albertino Ferreira

Anónimo disse...

Caro Valdemar Queiroz

O Luís Graça tem razão quando refere o passado da rularidade e pobreza da Suécia até aos anos iniciais de 1900.

O “empurrão” que levou a Suécia a tornar-se economica e industrialmente no que hoje é ,para além de estar ligado à muito importante neutralidade (bem armada) de mais de 300 anos sem qualquer guerra e suas inerentes consequências,como também a alguns interessantes detalhes comerciais no pós Segunda Guerra Mundial quando o Norte Americano Plano Marshal usou a Suécia como importante fornecedor de materiais diversos,e maquinaria industrial,para a reconstrução europeia, e não menos alemã.

Ao contrário das restantes potências industriais europeias participantes na guerra a neutral Suécia tinha os seus parques industriais completos e a funcionar em pleno.
A proximidade geográfica com a Alemanha e restante Europa do Norte tornou economicamente muito vantajoso para os Estados Unidos comprarem muitos dos produtos necessários para este esforço de reconstrução na tão próxima Suécia, em vez dos avultados custos de gigantescos transportes atlânticos.

Existem outros e interessantes detalhes pouco conhecidos mas a sua explanação em espaço de comentários seria difícil.

Quanto às riquezas resultantes dos saques efectuados pelas tropas suecas no Norte e centro da Europa durante a Guerra dos 30 Anos,estas foram realmente elevadíssimas ...mas...
Não serviram na época para o desenvolvimento econômico e social do Reino.
Foram antes delapidadas nos custos do enorme aparelho militar assim como na construção de sumptuosos palácios,e compras de propriedades , para os aristocratas direta, ou indiretamente , implicados na guerra.

(Nada de novo debaixo do Sol ! )

Um abraço do J.Belo

Valdemar Silva disse...

Caro J. Belo
Então, foi isso e o Luís Graça tem razão.
Pensei que os nórdicos não eram desses, como os cá do sul a esturrarem em palácios, putas e vinho verde. Afinal por cá, só em putas e vinho verde que em palácios só chegou pra um.

Saúde da boa
Valdemar Queiroz

Fernando Ribeiro disse...

Caro Valdemar Queiroz e restantes camaradas,

Que a Suécia não se envergonha do seu passado de ruralidade e pobreza, parece indiscutível. E Portugal? De que se envergonha? O que pretende esconder?

A Suécia pode ter feito os saques todos de que pudermos acusá-la por essa Europa fora. E quanto a Portugal, como foi? Que saques os portugueses fizeram no Brasil, em Angola, em Moçambique e nas restantes colónias? Neste caso, em Portugal não poderia nunca ter havido um passado de ruralidade e de pobreza, como de facto houve, e de que maneira!

De onde é que vieram as riquezas que possibilitaram a manutenção de uma guerra em três frentes durante 14 anos, a milhares de quilómetros de distância da Metrópole colonial e envolvendo milhares e milhares de combatentes? Essas riquezas não vieram do Brasil, que já era independente, mas vieram, sobretudo, das colónias africanas. Vieram dos diamantes, do ferro, do cobre, do petróleo (a partir de meados dos anos 60), do carvão, do café, do algodão, do caju, do chá, do cacau, das pescas e de tantas outras fontes de riqueza que existiam em Angola, Moçambique, Guiné, São Tomé e Príncipe, etc.

Os atuais estúdios da RTP em Lisboa (na Av. Marechal Gomes da Costa) estão alojados nas instalações que inicialmente pertenceram à Diamang, a majestática Companhia dos Diamantes de Angola. Onde hoje são lidos os telejornais e são apresentados o "Bom Dia Portugal" e muitos outros programas da RTP, já se lapidaram diamantes! Para onde foi o dinheiro resultante dessa lapidação?

E quando ainda não havia guerra colonial, como era? Para onde é que iam as riquezas das colónias, sendo certo e sabido que, apesar delas, Portugal vivia mergulhado na mais arrepiante e atrasada ruralidade e pobreza?

Valdemar Silva disse...

Caro Fernando Ribeiro
Pois, e quando ainda não havia guerra colonial, como era?
Duzentos e tal anos antes, o D. João V 'encarregou-se' das riquezas do Brasil para fazer um grande palácio, uma ou duas grandes obras e muitos conventos.
O terramoto de 1755 arrasou grande parte de Lisboa, provavelmente os conventos e igrejas ficaram destruídos e quanto a palácios também alguns.
Mas Portugal, mesmo com todos as riquezas vindas das colónias, nunca foi um país de grandes palácios e nem de gente muito rica, quer dizer que essas riquezas teriam ido parar a países estrangeiros, por ventura para os nossos grandes amigos ingleses.
E Portugal, realmente, vivia mergulhado na mais arrepiante e atrasada ruralidade e pobreza. Lembro-me ter visto na tv uma reportagem em directo, julgo que em inícios dos anos de 1980, sobre uma família de agricultores do Alto Minho que tinham leiras, vacas e viviam numa casa que parecia um pardieiro, sem electricidade e disseram: ainda cozinhamos a lume de lenha por não termos dinheiro pra comprar um fogão a gás.

Ab. e saúde da boa
Valdemar Queiroz