sábado, 22 de agosto de 2020

Guiné 61/74 - P21282: Meu pai, meu velho, meu camarada (65): Lembrando, no centenário do seu nascimento, a popular figura do lourinhanense Luís Henriques, o “Ti Luís Sapateiro” (1920-2012) - Parte III




Cabo Verde > S. Vicente > Mindelo > "23/7/1941. Chegada ao 1º Batalhão Expedicionário do R.I. nº 5 a São Vicente, Cabo Verde. Na fotografia estou eu com alguns camaradas da minha companhia. No porto do Mindelo fomos entusiasticamente recebidos. Luís Henriques". [Partida a 18 de Julho de 1941, do Cais da Rocha Conde de Óbidos, Lisboa]. Fonte: Arquivo da família.


Cabo Verde >S. Vicente > Mindelo > 14/8/1942. Desfile de tropas, no dia da infantaria. 
Foto Melo. Arquivo da família.




Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > 23/7/1941. Chegada à ilha e defile das tropas expedicionárias do RI 5. Lê-se no verso da foto: "O senhor governador da colónia passando revista ao batalhão expedicionário do RI 5, acompanhado pelo nosso comandante. Passa neste momento [revista] à 3º companhia. Meu capitão Martens (ou Martins ?) Ferraz". Não tenho a certeza do sítio, talvez seja Praça Nova. O governador seria, na altura, o capitão José Diogo Ferreira Martins.


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.


Lembrando, no centenário do seu nascimento, a popular figura do lourinhanense Luís Henriques, o “Ti Luís Sapateiro” (1920-2012) - Parte III



3. O Luís Henriques que faria cem anos, no passado dia 19 de agosto de 2020, se fosse vivo. Hoje, sábado, dia 22, vai ser celebrada na igreja de Ribamar, Lourinhã, uma missa, em sua memória, às 18h30. O celebrante será o padre Batalha, seu velho amigo e pároco de muitos anos na Lourinhã.

Tinha memórias muito fortes (incluindo registos fotográficos, de que se selecionam aqui alguns) dos difíceis tempos que passou no Mindelo, Ilha de São Vicente (26 meses, entre julho de 1941 e setembro de 1943; nos últimos 4 meses esteve hospitalizado, por problemas pulmonares, entre maio e agosto de 1943). Mas voltemos à partida, em 18 de julho de 1941, do paquete "Mouzinho de Albuquerque, que teve honras de título de caixa alta no vespertino "Di
ário de Lisboa":






Excertos do Diário de Lisboa (diretor: Joaquim Manso), sexta-feira,  18 de julho de 1941, p. 5,  Cortesia da Fundação Mário Soares > Casa Comum > Arquivos > Diário de Lisboa / Ruella Ramos.



Foi, então, no T/T "Mouzinho", da Companhia Colonial de Navegação, que o 1º cabo inf Luís Henriques e outros expedicionários do 1º batalhão do RI 5, das Caldas da Rainha, rumaram para Cabo Verde, ilha de São Vicente, em 18 de julho de 1941, conforme notícia do "Diário de Lisboa", acima reproduzida. A viagem não era isenta de riscos, bem pelo contrário (, como jávimos no poste anterior): estávamos em plena II Guerra Mundial e estava acessa a batalha do Atlântico Norte.

O Batalhão do RI 5 (Caldas Rainha) ( a que pertencia o Luís Henriques e outros camaradas, naturais do concelho da Lourinhã) será depois integrado no RI 23 ,constituído em Cabo Verde, na Ilha de S. Vicente, sob o comando do Brigadeiro Augusto Martins Nogueira Soares (Agosto de 1941 a Dezembro de 1944).



Cabo Verde > S. Vicente > Mindelo > Praia da Matiota > Maio de 1943 > "Matiota e a sua baía que é a melhor de S. Vicente, aonde se passa um bocado divertido", lê-se no verso. Possivlement Foto Meo. Fonte: arquivo da família.

 As forças do RI 5 estavam aquarteladas no Lazatero, no sopé do Monte Cara,a oeste do Mindelo. Na altura não havia aeroporto (hoje em São Pedro). Nem a Baía das Gatas era uma praia turística...



Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mapa de 2007, da autoria de Francisco Santos. Imagem copyleft. As forças do RI 5 focaram estacionadas no Lazatero, no sopé do Monte Cara,a oeste do Mindelo. (Fonte: Cortesia de Wikipédia. Reedição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

(Continua)
 
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Notas do editor:

Último poste da série > 21 de agosto de 2020 > Guiné 61/74 - P21277: Meu pai, meu velho, meu camarada (64): Foto do sargento Joaquim José Fitas, o meu tio Quim, na véspera de partir para Cabo Verde, como expedicionário, em plena II Guerra Mundial (Mário Fitas)

2 comentários:

Anónimo disse...

ntónio Ramalho (por emial)

23 ago 2020 15h41

Caro Luís boa tarde.

Felicito-te pelos textos que acabo de ler, não sei se haverá mais, sobre os teus antecessores em especial do senhor teu pai.

Muito agradecido por teres aberto o teu livro para que nós consigamos ler e trazer à memória alguns momentos da nossa vida como filhos, que por vezes não soubemos ou não pudemos aproveitar, o "trabalho" algumas vezes impediu-nos de estar mais atentos, mais presentes, mais dedicados, mas pronto temo-los hoje e sempre bem presentes!

Um grande abraço para ti.
António Ramalho

ildeberto medeiros disse...

Amigo e camarada Luis um testo lindo a recordar tempos passados de antigos camaradas das forcas armadas gostei imenco forca sempre para nos regalar como sempro lindos testos Um abraco e saude