terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21736: Facebook...ando (59): Sobre a CCAV 678 a que pertenceu o fur mil Jorge Nicociano Ferreira, já falecido: (i) esteve menos de 3 meses na ilha do Sal, Cabo Verde; (ii) foi render a CCE 342 (?); (iii) em Bissau, e antes de partirem para a Zona Leste (Bambadinca), fizeram escoltas a barcos de reabastecimento às NT em Catió (Rui Ferreira / Eduardo dos Santos Roque Ablú)


Brasão da CCAV 678

1. Comentários ao poste P21726 (*)


(i) Rui Ferreira:

Caro Luís,

Antes de mais obrigado pelos desejos de bom ano, recíprocos para si e todos os camaradas desta Tabanca Grande. 

O meu poste no Facebook foi curto e difícil de escrever devido a problemas técnicos com o meu telemóvel (estas armas também encravam). 

Sou jornalista no jornal "O Jogo", como percebeu no meu perfil, e a guerra na Guiné despertou-me a curiosidade desde cedo.

Na primeira foto não disponho de qualquer legenda nem sequer as habituais dedicatórias à minha mãe e à minha irmã. É, de facto, possível que tenha sido tirada em Cabo Verde, onde sei - e tenho fotos - que o meu pai esteve com a CCAV 678. Também poderá ser de Tavira, onde o meu pai fez parte da recruta. Estremoz não será, porque eu cumpri lá o serviço militar no RC3 (depois da recruta na EPC) e nunca vi semelhante monumento.

Em relação às segunda fotografia, esta com dedicatória, a legenda é precisamente "Escolta, Catió" e data de setembro de 1964. Tenho outra foto com data semelhante, com mais camaradas e igual legenda. Desconheço o porquê de ter estado nessa zona, fora do sector leste L1.

Colocarei à vossa disposição todas as fotos de que disponho, com mais qualidade, já que estas foram reproduzidas com o meu telemóvel. Deixo-lhe também o meu contacto telefónico (917203938), pois seria um prazer falar consigo sobre os locais e as histórias que conheceram e viveram.

Um grande abraço e obrigado pelo post.
Rui Ferreira


(ii) Eduardo dos Santos Roque Ablú:
Cabo Verde > Ilha do Sal > 1964 >
Miitares da CCAV  678 junto ao memorial
da CCE 304 (1962/64)


Sr. Rui Ferreira:

O meu nome é Eduardo dos Santos Roque Ablú, sou natural de Elvas onde vivo. 

Fui colega do seu pai, na CCAV 678,e só ontem dia 3/1/21, pelo colega Manuel Bastos Soares, que através deste blogue soube da morte do seu pai, pela sua publicação. 

Está correcto,o seu pai ter ido a fazer escolta a Catió,porque enquanto nos mantivémos em Bissau no Quartel General, alguns colegas foram fazer escolta a barcos que iam fazer reabastecimento a tropas no mato. 

A fotografia a que se refere. é de facto da Ilha do Sal, em Cabo Verde, é um memorial da CCac que fomos render. 

O meu contacto: Telem  914750585. 

2 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Sobre esta CCE 342 (?) e outras CCE - Companhias de Caçadores Especiais:

Excerto de:Augusto Monteiro Valente

CENTRO DE INSTRUÇÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS (CIOE) - A ESCOLA PRÁTICA DA CONTRAGUERRILHA PORTUGUESA EM ÁFRICA

Centro de Documentação 25 de Abril / Universidade de Coimbra (Com a devida vénia):

http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=th17


(...( 2. A FORMAÇÃO DAS PRIMEIRAS COMPANHIAS DE CAÇADORES ESPECIAIS E COMPANHIAS DE COMANDOS.

Companhias de Caçadores Especiais

As Companhias de Caçadores Especiais constituem as primeiras unidades instruídas e organizadas pelo CIOE.

Vindas do BC 5, chegam a Lamego, a 27 de Abril de 1960, as primeiras tropas destinadas à frequência da instrução complementar de contraguerrilha e à formação das primeiras Companhias de Caçadores Especiais (CCE). A cidade recebe-as em festa. A 6 de Junho, terminada a instrução e envergando pela primeira vez uniformes de combate camuflado, juram bandeira e recebem as boinas castanhas, símbolo das novas tropas especiais. No dia seguinte regressam ao BC 5 e, em 10 de Junho, embarcam para Angola (CCE N º 61, 62 e 63) e Moçambique (CCE N º 64).

Nos termos da directiva de 22 de Abril de 1959, as Companhias de Caçadores Especiais são “Unidades terrestres que pela sua organização, apetrechamento e preparação, possam ser empregues sem perda de tempo na execução de operações de tipo especial: operações de segurança interna, de contra-subversão e de contraguerrilha”.

Quando, em 16 de Março de 1961, eclode a luta armada em Angola, as CCE N º 61, 62 e 63, e uma Companhia de Polícia do Exército, são as únicas unidades de combate metropolitanas presentes naquele território. Neste mesmo ano de 1961 são ainda apressadamente instruídas no CIOE mais quatro Companhias de Caçadores Especiais (CCE N º 74, 78, 79 e 80), precisamente as últimas formadas integralmente naquele Centro, as quais de seguida embarcam rapidamente para a Guiné (CCE N º 74), Angola (CCE N º 78) e Moçambique (CCE N º 79 e 80). Nestes territórios, todas estas unidades actuam como forças de intervenção directamente subordinadas aos respectivos Comandos-Chefes.

Mas o alastramento da luta armada naquelas três colónias impõe uma crescente necessidade de unidades militares, obrigando à alteração do conceito de formação daquelas companhias. Por outro lado, as chefias militares são pouco favoráveis à criação de forças especiais. A solução encontrada é a generalização da preparação e treino dos Caçadores Especiais a todas as Companhias de Caçadores. O CIOE passa, então, a ser um centro de formação de graduados dos quadros permanentes (capitães e subalternos), os quais, terminados os cursos, organizam e treinam as Companhias de Caçadores Especiais nas respectivas unidades territoriais mobilizadoras.ssim se constituem, nos anos de 1961 e 1962, mais vinte e cinco CCE. (...)

De então em diante, o CIOE começa a especializar-se como escola de formação de graduados para as operações de contra-subversão, contraguerrilha ou contra-insurreição nas colónias portuguesas em África. (...)

Anónimo disse...

José Martins (por email)
terça, 5 jan 202i, 23:16


Boa noite

Não localizei, nos livros da CECA, qualquer referência às Companhias de Caçadores Especiais.

Sei que as primeiras companhias mobilizadas eram designadas como Companhia Expedicionária do BC 5, que era o batalhão que mobilizou as primeiras que foram para a Guiné e Angola. Depois passaram a ostentar a designação de Companhias de Caçadores Especiais, mas o exército não alinhava muito em "especiais", caso dos paraquedistas em 1958 /a companhia criada era designada de Companhia de Caçadores Paraquedistas), que acabaram por ser afetados à Força Aérea,

As Companhias Expedicionárias e as CCE passaram a ter um número, que foi seguindo a numeração que conhecemos.

Sobre a 342, nada encontrei.

Entretanto vou verificar outras fontes.

Abraço Zé Martins