quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22502: Memória dos lugares (425): Mafra, EPI, março de 1967: desfilando com o meu pelotão, o 1.º, da 1.ª Companhia de Instrução do COM, após o juramento de bandeira (Eduardo Moutinho Santos, advogado, Porto)

 

Mafra > EPI > Março de 1967 > Fotografia do meu pelotão (1.º Pelotão da 1.ª Companhia de Instrução) do COM de janeiro de 1967, desfilando de regresso à parada da EPI, depois do juramento de bandeira.   Nesta foto,  do meu  "álbum de guerra", estou em 3.º lugar na 1.ª fila. O sargento, que empunha uma FBP,  não conta.

A foto foi tirada por um familiar de um camarada soldado-cadete. A foto é de março de 1967. Ainda fiquei mais cerca de 3 meses em Mafra para a especialidade de atirador de infantaria... A foto não pode, pois,  ser do pelotão do Paulo Raposo, ele foi incorporado na 2.ª leva (Abril) de 1967 de futuros alferes...

Foto (e legenda): © Eduardo Moutinho Santos (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. M
ensagem de Eduardo Moutinho Santos, ex-Alf Mil da CCAÇ 2366 (Jolmete e Quinhámel) e ex-Cap Mil Grad, CMDT da CCAÇ 2381 (Buba, Quebo, Mampatá e Empada), advogado com escritório no Porto, e régulo da Tabanca de Matosinhos; tem mais de 2 dezenas de referências no nosso, entrou formalmente para a Tabanca Grande em 22/10/2012 (*):


Data - terça, 31/08/2021, 12:53

Assunto - A galeria dos meus heróis (42): De companheiros de infortúnio a amigos para a vida

Olá, Luís Graça. Bom dia.

Esperando que estejas a gozar merecidas férias, e que a tua recuperação esteja a correr bem à sombra do Poilão de Candoz, queria, antes de mais, deixar-te um abraço de parabéns pelo enternecedor conto "A galeria dos meus heróis". De companheiros de infortúnio a amigos para a vida"  (**) que, após uma leitura atenta, quase me pareceu autobiográfico (de mim) em parte!!!

Fiz um comentário à fotografia de um pelotão de soldados-cadetes desfilando em Mafra, após o juramento de bandeira, de regresso à parada da EPI, foto que apareceu num dos "artigos " que o Paulo Raposo, nos longínquos anos de 2008, inseriu no Blogue de que eu, então, ainda desconhecia a existência. Não pode ser o pelotão do Paulo Raposo, ele foi incorporado na 2.ª leva (Abril) de 1967 de futuros alferes...

Aproveito para te enviar a mesma foto que tenho no meu "álbum de guerra", onde estou em 3.º lugar na 1.ª fila. O sargento não conta.

Abraço
Eduardo Moutinho
Advogado, Porto



Guiné > Região de Cacheu > Jolmete > CCAÇ 2366 / BCAÇ 2845 (1968/70) > No "baú dos despejos" encontrei esta declaração que terei assinado para vir de férias, e que me terá sido devolvida porque não fui "d'assalto" até Paris... Fazia parte das regras militares assinar este tipo de declaração.

Foto (e legenda): © Eduardo Moutinho Santos (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


2. Comentário de L.G.

Eduardo, fico sensibilizado pelo teu comentário. E lisonjeado, também. Tiveste a coragem de ler o conto (**), que é demasiado extenso para o blogue. A ideia era retratar uma época e uma terra de província. Este Portugal dos anos 40/50/60/70 já não existe, para os nossos filhos e netos, felizmente, é passado, ou melhor nunca existiu. Mas nós atravessámos essas décadas... E não foram pera doce. (***)

Obrigado por me teres autorizado a publicar a tua mensagem como poste, com o teu nome, incluindo a foto do teu pelotão, no COM, Mafra, jan-março de 1967. Já agora, vê se lembras de alguma vez, no teu tempo (1.º semestre de 1967) teres ouvido o termo "Máfrica" para designar, pejorativamente, a EPI.

Entretanto, e como já to disse, por email, ainda não estou em Candoz. Até sexta feira tenho fisioterapia, aqui na Lourinhã. Vou lá estar uma semana, e dia 11 de setembro, sábado, comprometi-me com o António Carvalho a ir, com todo o gosto (, e apesar das minhas limitações de mobilidade) à Tabanca dos Melros, fazer a apresentação do seu livro. Se lá puderes ir, teremos a oportundiade de falarmos um pouco mais e darmo-nos aquele abraço.
____________

Notas do editor:


(*) Vd. poste de 22 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10556: Tabanca Grande (366): Eduardo Moutinho Santos, ex-Alf Mil da CCAÇ 2366 e ex-Cap Mil Grad, CMDT da CCAÇ 2381 - "Os Maiorais" (Guiné, 1968/70)

(**) Vd. postes de:

8 comentários:

Valdemar Silva disse...

Verifico pela fotografia, que o desfile era feito com a Mauser e apenas com o cinturão de lona.
Na EPA, em Setembro1967, o desfile do meu Juramento Bandeira (CSM) também foi feito com a Mauser mas com arreios e cinturão de cabedal, que davam uma grande chatice a engraxar o cabedal e a limpar com solarina as fivelas e outras partes metálicas.
Não me recordo do pormenor da Declaração, nem sei se era só para os oficiais e para que servia realmente.
Não estou a imaginar: 'com que então a viajar para Paris sabendo que deixou uma Declaração a dizer que ia para Tortosendo, está bem arranjadinho'.
Outro pormenor interessante, os camaradas mais novos já não tiveram instrução com a Mauser,
é o ombro arma ser no lado esquerdo.

Abraço
Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Não tive a sorte do Sr Dr Eduardo dos Santos. Nesta 1ªCOM fiquei no pior Pel o 3º dum tal AlF Pimentel. Já não bastava o Cap Rebelo Gonçalves cmdt Comp fraca peça, preocupado com os cabelos, que apontava o seu como modelo a usar pelos cadetes . Ele era careca. E assim no 1º fim de semana lerpei por ter o cabelo comprido na opinião dele, apesar de o ter cortado dois dias antes da incorporação.
Más recordações daqueles tempos
Talvez o Sr Dr Eduardo dos Santos se recorde dalgumas destas peripécias outras que agora me dispenso de enunciar
Cumprimentos
J.Gabriel Tavares
ex- SolCad 02566366 1ªCom

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Já comprovei, por pesquisa "fina" no blogue: a autoria do termo "Máfrica" é do nosso querido e saudoso Vasco Pires. Vou reproduzir alguns excertos.

Anónimo disse...

Virgilio Teixeira, disse,

Este é um excerto do poste publicado há uns anos, com o tema 001, onde descrevi como passei a Oficial Miliciano. Muitos já não sabem, nem se lembram.
Vejo quase todos os dias, os comentários e os temas que vão aparecendo, mas confesso que deixaram de ter muito interesse para mim, e por isso raramente comento, e quando o faço não há uma palavra de ninguém a comentar os meus comentários, não sei porquê, mas desconfio.
Vi agora mesmo esta foto do desfile em finais de Março de 1967 em Mafra (aproveito para também nunca me ter apercebido da palavra 'Máfrica', naqueles tempos, mas não estava a par de tudo.
Ao ver a foto logo me identifiquei com aqueles desfiles e cerimónias do juramento de bandeira, que não participei em pleno por causa do acidente que me levou a fazer o resto da recruta em canadianas, que depois deixei o gesso e assim fiquei com mazelas nos dedos dos pés partidos, e que nunca ficaram bem, apesar da fisioterapia que acabei por fazer do Hospital da Estrela.
Como se pode ver por este excerto retirado das minhas memórias, assentei praça na EPI em 3 de Janeiro de 1967, fiz parte do 1º pelotão da 3ª Companhia de Cadetes, orientada pelo nosso Tenente Peixeiro, um homem excepcional no meio daquela pandemia.
Saí de Mafra em 29 de Março de 1967, passei então para a EPAM em Lisboa.
Tenho umas fotos já aqui publicadas, da minha passagem por Mafra, tendo como dormitório a Caserna nº 13.
Embarquei em Figo Maduro em 20set67 com o meu comandante de batalhão, num DC6 Douglas, abarquei a Bissau em 21set67, e em 22set67, já estava em Nova Lamego, para render o BCAV 1915, pelo meu BCAÇ1933.
Em Mafra é possivel ter-me cruzado nas paradas, nos exercícios, na Tapada, nas Marchas Finais na Malveira e noutros locais da Vila ao fim da tarde. Nunca passei um fim de semana em Mafra, daí o pouco conhecimento com muitos dos mancebos como eu. Lembro-me bem dos cursos de Capitães Milicianos que por lá passaram, já mais velhos que nós.
A mensagem de Eduardo Moutinho do Santos, advogado do Porto, a minha terra de sempre, não me passou despercebida, pois vivo estas andanças com muita força e desejos de voltar aos meus 24 anos, quando assentei praça.
Não o conheço, mas desde já os meus afectuosos cumprimentos, quem sabe se um dia nos vamos cruzar por essa Invicta nortenha.

Aproveito para dizer não ter lido as Histórias que deram origem a este poste, mas a minha paciência também já não é a mesma de sempre, os 78 anos já pesam.

Aqui segue o tal 'excerto' que retirei do poste Tema 001.
Vai em separado pois não cabe tanta palavra nesta caixa.

Virgilio Teixeira

... continua ....



Virgilio Teixeira

Anónimo disse...

""
... continuação ...


EPI – MAFRA:

Assentei praça em 3 de Janeiro de 1967, passando a ter o meu novo número de identificação – Soldado Cadete nº 10, do 1º pelotão da 3ª Companhia. Fico instalado na caserna nº 13, no 3º piso, e são muitas escadas até lá chegar.
O nosso pelotão tem como instrutor um Tenente de Infantaria, Inácio Pólvora Peixeiro, não era nenhum garoto acabado de sair da Academia Militar. Era já um homem que nos tratou sempre como humanos e não simples palhaços.
O nosso pelotão era segundo parece, constituído pelos cadetes mais velhos, de 22 anos até 26 anos, por isso fomos tratados como gente mais decente, porque o Instrutor tinha outra ideia, que não a dos jovens acabados de sair das Academias, aspirantes com 20 anos, e que faziam a vida negra aos cadetes.
Fiz os exercícios finais – vulgo semana de campo – lá para os lados da Malveira da Serra, e outros locais, sempre debaixo de uma chuva intensa que nos encharcou até à medula, nunca esqueço isto.
Terminada esta semana de campo, exercícios finais, passamos à nova formalidade, o juramento de bandeira na última semana de Março 67. Como tinha tido um acidente e carecia de gesso ou canadianas, acabei de formar à parte da maioria da Companhia, juntamente com mais meia dúzia de outros ‘aleijadinhos’.
Daqui recebo Guia de Marcha para Lisboa, EPAM.

No dia 1 de Setembro de 2021, o dia em que recebi o meu passaporte para a disponibilidade, no ano de 1969. Já são 52 anos em cima, é muito tempo.

Coincidências!

Um abraço aos nossos companheiros de sempre em terras da Guiné.

Virgilio Teixeira

Anónimo disse...

A 3ª Companhia se me não engano era do Cap Sesinando, uma excelente pessoa que infelizmente já cá não está.Tive azer. Paciência. Concordo com o post anterior
Cumprimentos
G.Tavares
Ex-Sold Cad

Anónimo disse...

Não conheço quem era esse capitão. Aliás nem sei o nome de nenhum nem do comandante. Passei ao largo dos nomes. Para o nosso advogado, conheço alguns da nossa geração mas estão todos no estaleiro. Relembro um nosso colega deste turno, da família quelhas Lima, pai, filhos e netos. Um filho esteve em Mafra neste período, namorava com uma vizinha minha, depois casou e exerce advocacia, ou não. O irmão que melhor conhecia e tínhamos almoços com um grande grupo no clube 27 no Foco no Porto. Um bom homem mais velho que eu mas já faleceu.
.
Para quem o conheceu aqui vai o meu grande o meu grande pesar
VT.

Anónimo disse...

Como já escrevi hoje, e não aparece aqui nos comentários, dou por finda a minha colaboração neste tema, sem interesse para os nossos colegas e companheiros.
VT.

Virgilio Teixeira