terça-feira, 19 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22643: Questões politicamente (in)correctas (56): A caminhada para a... "descolonização exemplar" (José Belo, jurista, Suécia)

1. Mensagem do Joseph Belo

Data - 13/10/2021, 19:20 e 20:41

Assunto -A caminhada para a... "descolonização exemplar" !


Em 1962 foi elaborado pela CIA  um plano denominado “Commonwealth  Plan”com vista a fazer aceitar ao governo português as inevitáveis independências das colónias. O plano estipulava a autodeterminação de Angola e Moçambique após um período de transição de oito anos.

O relacionamento futuro de Portugal com as ex -colónias seria resultante de um referendo efectuado durante o período. O planeamento propunha que em 1962 a NATO oferecesse a Portugal 
500 milhões de dólares para modernizar a sua economia.

Foto à esquerda: José Belo,  jurista, o nosso luso-sueco, cidadão do mundo, membro da Tabanca Grande, reparte a sua vida entre a Lapónia (sueca), Estocolmo e Key-West (Flórida, EUA); foi nomeado por nós régulo (vitalício) da Tabanca da Lapónia, agora jibilado; na outra vida, foi alf mil inf, CCAÇ 2391, "Os Maiorais", Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70); é cap inf ref do exército português;  durante anos alimentou, no nosso blogue, a série "Da Suécia com Saudade"; tem cerca de 210 referências no nosso blogue.


Um ano depois esta proposta foi ampliada pelo diplomata Chester Bowles duplicando a quantia. Estes novos 500 milhões seriam pagos durante um período de cinco anos.

Mil milhões de dólares era uma quantia enorme na época tendo-se em conta a verdadeira dimensão da economia portuguesa.

Esta proposta foi apresentada a Salazar em Agosto de 1963 pelo então Secretário do Estado adjunto norte-americano, George Ball, em nome da Administração do Presidente Kennedy.

Salazar recusa a oferta, do mesmo modo que recusara todas as ofertas de uma saída política, por parte dos aliados, aquando da queda (exemplar?) de Goa.

Curiosamente verifica-se a exatidão com que a CIA e vários diplomatas norte-americanos apresentam, com uma antecedência de muitos anos, a previsão da derrocada portuguesa em África a somar-se ao derrube da ditadura em Portugal.

“A ser permitido que as revoltas em África ganhem volume, a incapacidade de uma vitória militar será o resultado inevitável, agravado pela internacionalização dos conflitos.“

Questionava-se mesmo se “os Estados Unidos poderiam permitir que Portugal cometesse suicidio arrastando os seus aliados na mesma via.”

No meio de todas estas análises o então embaixador norte-americano em Portugal, Burke Elbrick, enviou em 1963 um telegrama para Washington, salientando o facto de Portugal se encontrar frente a escolhas muito difíceis: “Não suficientemente forte, nem rico, para enfrentar uma prolongada guerra em três frentes.“

Advertiu ainda que “as guerras de África viriam a significar o fim do império Lusitano e do regime de Salazar. Fim de regime que poderia levar ao poder um governo consideravelmente mais esquerdista ou neutral.”

Um ano depois (1964), dez anos antes de Abril/74, a CIA advertiu que as guerras de África levariam a um aumento do descontentamento interno que poderia vir a convencer os militares da necessidade de substituir Salazar.

Em 1964 o então Presidente Johnson foi advertido pelo Conselho de Segurança Nacional que as perspectivas das guerras de Portugal em África não eram boas a longo prazo. “Já não se tratava de saber se as colónias se tornariam independentementes, mas antes de saber quando e como.”

Tinham como certeza que, quanto mais as lutas se prolongassem, mais violentas, racistas e infiltradas por comunistas se tornariam. Estes prolongamentos levariam a que a crise final a ser enfrentada pelos Estados Unidos seria mais caótica, radical e anti-ocidental (Angola é usada como exemplo).

O governo da ditadura mais uma vez procurou enfrentar a onda em vez de inteligentemente a “cavalgar”. Teriam havido oportunidades de “alinhamentos” diplomáticos passíveis de trazer benefícios nacionais… dentro de parâmetros realistas e dimensionados. Porque “alinhamentos” já os havia então,tanto transatlânticos como europeus.

As características do governo português não o tornariam atraente em muitos “salões” ocidentais. Mas convergências de interesses fazem milagres, principalmente quando os necessitados sabem realisticamente manobrar.

O ditador escolheu o “Orgulhosamente sós“ com êxito (mais uma vez exemplar?) experimentado frente à União Indiana.

Partiu-se do grandioso princípio que tanto os Estados Unidos como os outros aliados ocidentais iriam “acertar passo” por uma política ao revés dos seus interesses (!), porque referirem-se ideais nas relações internacionais seria... despropositado!

Em bicos de pés ditatoriais, que afinal eram de barro, olhando sobre o ombro para Áfricas do Sul e Rodésias que ninguém hoje sabe por onde andam, abriu-se a ampla via que terminou como terminou. Exemplarmente.

Um abraço, J. Belo
__________

Bibliografia:

— Documentos da Secretaria do Estado Norte-Americana para os assuntos africanos.

—Livro de Witney Schneider (Secretário de Estado Adjunto para os assuntos africanos durante a Administração do Presidente Clinton)

—Documentação de Paul Sakwa (Assistente do Diretor Adjunto da CIA  em 1962)

—Memórias do Secretário de Estado Adjunto George Ball.

—Jormal Público/2004


2. Uma adenda ao texto anterior, enviada em 17 do corrente, às 22:35, pelo J. Belo

Spínola e a Comissão Coordenadora do MFA tinham em mente soluções bem distintas para as colónias.

Para a Federação de Estados Lusófonos sob a égide de Portugal já era tarde. 
A situação político-social tinha tomado um rumo de tal modo acelerado que não permitia soluções políticas apoiadas em forças militares com uma coesão, disciplina e vontade, necessárias para tal missão.

“Nem mais um soldado para as colónias “ era então uma onda de fundo, criada na sociedade
civil mas que se fazia sentir dentro da instituição militar limitando-a nas suas capacidades.

Autocolante do PCP (ML).

Fonte: Ephemera - Biblioteca e Arquivo
de José Pacheco Pereira

(com a devida vénia...)


A solução spinolista para ser viável necessitaria de um apoio vigoroso por parte dos Estados Unidos. O resultado do encontro com Nixon a tal não levou.

Ficou demonstrado que o tempo criado pela resistência portuguesa, que poderia ter sido utilizado pelo governo da ditadura para encontrar soluções políticas, fora em vão perante esta nova dinâmica interna e internacional.

O Ocidente já há muito tinha compreendido, e posto em prática, toda uma forma de exploração neo-colonial adaptada às novas realidades e interesses das antigas potências coloniais.

Colhiam-se agora os frutos económicos das ex-colónias sem os custos em vidas e fazenda de todo um retrógrado aparelho colonial.

Portugal não dispunha (como fora reconhecido por Salazar) nem de poder político, económico, industrial, militar ou sequer demográfico, para participar nesta luta.

As colónias não se venderam, na perspectiva do ditador, para mais tarde acabarem por ser dadas ao… desbarato!

Que complexos de culpa, ou de inferioridade internacional, terão levado à afirmação comissieiras….” descolonização exemplar?"

Nenhum dos aliados tradicionais de Portugal se poderia considerar “exemplar” nas suas políticas de descolonização. Não o foram nem nunca sentiram necessidade “moral” de o ser.

Exemplar perante as duas super potências da época? Os Estados Unidos com intervenções continuas, nem sempre pacíficas, nos novos países quando estes não favoreciam os seus interesses económicos ou políticos? A União Soviética com um dos maiores impérios coloniais dos tempos modernos, mas dispondo sempre, segundo alguns, do monopólio da “exemplaridade?" Exemplar perante uma China que já então caminhava, lenta mas consequentemente, para a China de hoje que ocupa em África muitos dos “vazios” exemplarmente criados?

Curiosamente, enquanto muitos apontam algumas figuras “de cartaz”, tanto militares como políticas, a responsabilidade coletiva dos elementos da Comissão Coordenadora do MFA tem sempre passado… ”entre os pingos da chuva", independentemente das violentas cambalhotas políticas que alguns deles fizeram posteriormente.

A descolonização era imprescindível e historicamente irreversível. Delegados às negociações, baseadas nos interesses nacionais e não em agendas partidárias ou complexos internacionais,  não estiveram presentes. Exemplarmente.

Um abraço do J. Belo
______________

19 comentários:

Antº Rosinha disse...

Esta questão não é politicamente (in)correta, como diz o título.

Esta questão é corretíssima.

É bom sabermos quais as ideias que os americanos tinham sobre, não só sobre as colónias portuguesas, mas sobre o mundo em geral.

O mundo era daqueles sonhadores, mas sabemos como já tinham criado duas Coreias, sabemos o comportamento de Kennedy na Baia dos Porcos em Cuba, a brincadeira de dividir com um muro, Berlim nas barbas daqueles parvos...e tanta coisa imbecil fácil de identificar naqueles tempos que era cada barrete que a CIA enfiava.

No caso de Angola, em 1961, foi a CIA e a igreja Evangelista americana e o grande John Kennedy que organizaram e financiaram a UPA para a carnificina no norte de Angola, uma tribo do norte de Angola que podia provocar duas Angolas como houve duas Coreias.

Seria lindo Salazar entregar nas mãos da CIA e de Kennedy aquelas colónias que naqueles tempos internacionalmente pouco conhecidas e divulgadas eram.

E que cujos territórios ninguém ia respeitar.

Este é um assunto interessantíssimo que José Belo nos traz.

António Duarte disse...

Boa tarde a todos.

Que belo texto este. Uma base para se entender a história em que fomos agentes. Em África e depois no pós 25 de abril.

Ajuda também a perceber a impossibilidade de fazer uma descolonização exemplar.

Um abraço e que o autor continue a enviar os seus textos.

António Duarte
Ex fur mil cart 3493 e ccaç12 dez 71 a jan de 74

Anónimo disse...



Muito obrigado amigo e camarada José Belo pelas informações que consegues recolher e divulgas para todos nós. O António Rosinha , um lúcido luso-angolano, com argumentos inteligentes, procura como sempre salvaguardar a sua condição de português euro-africano, como tantos portugueses "retornados" o fizeram com argumentos bem mais pobres. Os grandes culpados de tudo isso foram Salazar e Caetano que com tempo ( e dinheiro que terá sido oferecido) não quiseram preparar o país, as colónias e os espíritos dos cidadãos para uma descolonização suave e escalonada. Tivemos uma descolonização abrupta, que desagradou a todos Contigo aprende-se, escreve sempre.
Um grande abraço.

Francisco Baptista
Francisco Baptista

Valdemar Silva disse...

O que será feita daquela gente do "Nem mais um soldado prás colónias", do PCdeP (m-l)?
O quanto ao resto, é mais um excelente ponto de vista de J. Belo bem argumentado, sem tergiversações e sem necessidade de acrescentar '....quando o Kennedy foi jantar frango assado com o coiso...' para dar um ar de saber tudo.

Valdemar Queiroz

Fernando Ribeiro disse...

Valdemar Queiroz perguntou:

O que será feita daquela gente do "Nem mais um soldado prás colónias", do PCdeP (m-l)?

Um deles é o próprio Pacheco Pereira, que foi um destacado militante do referido partido. Não sei se foi dirigente nem a que nível, mas deve ter sido.

Anónimo disse...

Escreves ao correr da pena sobre a Coordenadora do MFA.
Mas esta entidade sol-sombra ,mais influente nas sombras,mereceria uma enciclopédia.
O que por lá se passou encontra-se documentado mas, publicado?
Otelo teria uma colectânea sobre este assunto.
Onde estará?
Felizmente para alguns?
Compreende-se, pois seria assunto de interesse para estudiosos do comportamento humano- evolutivo.
Ou será humano-adaptativo?

Uma saúde à tua!
Joaquim Campos

Hélder Valério disse...

Este(s) texto(s) do JBelo vem, mais uma vez, mostrar que ainda há muita coisa por revelar.
A listagem de fontes de apoio às afirmações aqui produzidas, nomeadamente as relacionadas com a diplomacia e as propostas económicas dos EEUU dá toda a credibilidade.
Uma pergunta seria pertinente: porque não foram aceites os largos milhares de dólares e as condições temporais para a transição? Puro patriotismo? Não estamos à venda? Falta de visão? Também poderá não ser estranha uma visão em que toda essa enorme quantidade de dinheiro (quase um "plano Marshall" dedicado a Portugal) levaria inevitavelmente a uma mudança da prevalência da ruralidade para a industrialização, com a consequente criação de proletariado e logo de convulsões sociais.

Hélder Sousa

Anónimo disse...

Camarada José Belo

Magnifico texto, sintético, mas suficientemente bem documentado (quem quiser que consulte as fontes indicadas para possivelmente saber mais detalhes) e é assim que se desfazem as atoardas, lançadas com fins ocultos, para denegrir "OUTROS".
Aqueles "pseudo-partidos", surgidos pós 24Abril, como cogumelos que emergem após as primeiras chuvas outonais, para que serviam? Onde foram parar a maioria dos seus membros mais "fogosos"?
Enfim, e mais não digo.

Obrigado por estes magníficos esclarecimentos, tendo ainda a esperança de vir a ler mais alguns dos teus segredos sobre aquelas épocas...

Abraço, deste camarada já da "classe" dos "seniores idosos" segundo a classificação mais actual da OMS

Jorge Picado

Anónimo disse...

Amigo José Belo,

Parabéns pelo fabuloso texto que em poucas palavras explica muito bem o dilema português em relação as suas antigas colónias.

Na verdade, só Angola valia, potencialmente, muito mais que a oferta da CIA, não ?... O outro lado da verdade é que dificilmente um Mabeco poderia conservar uma presa tão valiosa diante de uma matilha de Lobos.

Como diz o mais-velho (Rosinha) sobre o texto, "a qurstão é corectíssima" e haverá pouca coisa a acrescentar.

Um grande abraço,

Cherno Baldé

JB disse...

Helder de Sousa ,na última parte do seu comentário,terá colocado o “dedo na ferida “ quanto ao quase Plano Marshal para a economia portuguesa.
Os resultados lógicos do mesmo em evolução social não interessavam ao ditador.
O regime de Salazar poder-se-ia caracterizar por todo um “saloiismo iluminado” mas… o ditador não era propriamente ingênuo quanto à sua sobrevivência política!
Apesar de na ,última década da sua vida,Salazar (aparentemente)vivia numa realidade auto-criada e interiorizada que pouca correspondência tinha com as profundas mudanças políticas da época.
Não será fenómeno original por compartilhado com todos os outros ditadores.
Talvez agravado ,no caso de Salazar, pela sua total recusa de visitar outras sociedades,outras gentes.
Nem sequer demonstrou interesse em visitar atempadamente tanto Goa como as restantes colónias.
Feitios?
Ou sentimento de insegurança política para tais….ausências?

Um abraço
J.Belo

Antº Rosinha disse...

Pouquíssimos cidadãos portugueses, ou mesmo angolanos e guineenses se preocupam com estas velhas questões que andamos para aqui a discutir.

Questões que pertencem a um dos momentos muito interessantes da história de Portugal e das ex-colónias portuguesas.

Momentos interessantes nacional e internacionalmente.

Atenção que se hoje existem esses países, seria muito duvidoso que existissem "talqualmente", como hoje existem, não fosse o "não" de Salazar, aos americanos e à ONU.

(E a Cuba)

Então no caso da Guiné, vemos o que o mundo se preocupava com Goa e com Timor, já viram o que ia acontecer com a Guiné, nem os suecos nem os cubanos sabiam quem era Amílcar Cabral e a Guiné, não fora a teimosia de Salazar.

E mesmo para muitos guineenses na altura seria indiferente uns ficarem ou entregues a Conacry, outros a Dakar ou Casamance.

E sabemos que ninguém respeitava Portugal nem o que Portugal representava...Colónias? mas Portugal teve outras colónias sem ser o Brasil? ouvi mais que uma vez no Brasil ao povinho, quando cavei para lá.

Bem, em honra de quantos morreram, metropolitanos, e ultramarinos, devemos esmiuçar bem este momento histórico.

Falta ainda alguém, ou Beja Santos, ou José Belo, ou algum perdido Coronel que acompanhe de longe este blogue, ou José Martins, ou, ou, gente que consegue e tem paciência para descobrir coisas escondidas, que esse alguém descobrisse os discursos dos nossos ministros dos negócios estrangeiros proferidos nas Nações Unidas, mensalmente ou quase, durante 13 anos.

"Pelo menos para nos rirmos"

Constava que a sala ficava vazia quando o nosso ministro falava, mas não creio porque o mundo estava contra, mas mais porque o assunto era insignificante.

Mas para nós falta esclarecer muitíssimas coisas.

JB disse...

Caro Camarada António Rosinha

Já não será no nosso tempo que os esclarecimentos importantes (e imparciais!) virão a surgir.
Se é que surgirão lá muito…para a frente!
Mas sem dúvida que alguns documentos e livros seriam,pelo menos, interessantes.
Isso procuro referir em resposta ao Joaquim Campos.

Um abraço do J.Belo

JB disse...

Meu Amigo Joaquim,companheiro de ostras grelhadas na Guiné,Daiquiris em Key West e vodka caseira na Laponia.

Obviamente que a publicação de um livro ,bem documentado, sobre a Comissão Coordenadora do MFA no respeitante à independência das colónias seria interessante.
Como seria interessante ficar esclarecido quem (na verdade) escolheu alguns dos representantes portugueses que negociaram com os movimentos de libertação.
Quem propôs quem;quem vetou quem?
Quais as habilitações político-diplomáticas e conhecimento apropriado dos assuntos ,graves nas suas possíveis consequências,terão criado critérios de escolha para além das funções políticas de alguns?
Dentro de uma perspectiva nacional (!) qual o planteamento estudado,e aprovado na generalidade,frente às negociações?
Como exemplo de todo um voluntariamo ingénuo (?) surge a presença de Otelo nas negociações com a FRELIMO.
Seriam as suas funções político-militares de então que para tal o classificavam?
Ou simplesmente o “porreirismo” de ter nascido e passado a adolescência em Moçambique?
As opiniões do Dr.Mário Soares sobre este facto são de leitura interessante.
Mas,e com tantos militares a escrever livros de memórias políticas,porque não um livro sobre o Conselho da Revolução e suas interessantes actas?
Bem documentado e,completado com interessantes entrevistas a algumas das diligentes sectárias dos Srs.Conselheiros.
Um outro “best-seller” a ser lido às lareiras das nossas velhices avançadas.
(Porque, em verdade,nas novas gerações quem com isso se interessa?)

Com um SKÅL…meu Amigo Joaquim!

Valdemar Silva disse...

Rosinha
'(E a Cuba)', não explicaste bem o significado deste 'E a Cuba' entre parenteses
Provavelmente quererás dizer se não fossem os cubanos não haveria "esta" Angola, mas duas Angolas, ou até três: a Angola da FNLA, do MPLA e da UNITA.
Ou até mais Angolas, terreno não faltava.
Se for esta a tua ideia, tens razão: Angola é hoje o país que conhecemos devido a Cuba.

Abr.
Valdemar Queiroz

Morais Silva disse...

A propósito deste assunto sugiro a leitura do seguinte:

- Copias das actas do Conselho da Revolução (1975-1982): Fundação Mário Soares

- "Conselho da Revolução 1975-1982 — Uma Biografia": historiadores David Castaño e Maria Inácia Rezola

- "Quase Memórias": António Almeida Santos

- "Cessar fogo em Africa": David Martelo

Anónimo disse...

As jogadas entre os apoiantes do MPLA e UNITA foram muitas,tanto em Angola como em Portugal.
Todas elas procuravam sabotar os pseudo-acordos obtidos diplomaticamente.

Um exemplo ,de aparente pouco significado,que provocou sério descontentamento ao MPLA em altura em que este movimento dispunha de boas oportunidades de chantagem sobre civis e militares portugueses em Angola,esteve relacionado com baterias de artilharia.
A sua entrega ao MPLA teria sido acordada por parte dos portugueses,só que alguns acharam por bem retirarem as culatras e trazê-las consigo para Portugal.
Com isto criaram-se potencialidades muito graves.
O COPCON foi informado deste problema a necessitar resposta urgente.
As culatras,depois de algumas peripécias,voaram de novo para Luanda.

Estas e outras, pequenas mas significativas histórias, poderiam ser muito mais detalhadamente referidas por alguns dos participantes activos neste local de encontro.

Joaquim Campos.

JB disse...


POIS.........





Anónimo disse...

"POIS......"?
E eu sempre a julgar-te: POIS!POIS!

Compreende-se.
Demasiadas renas nos rebanhos.

Joaquim Campos.

JB disse...
Este comentário foi removido pelo autor.