Três fotogramas do documentário de Piero Nelli (1926-2104),
"Labanta, Negro! " (Itália, 1966, 38' 43'').
Edição (e legendagem): Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)
1. Continuação da publicação de notas avulsas de leitura do livro "Crónica de Libertação", de Luís Cabral (*):
Visita da missão militar da OUA em 1965 (pp. 287 –297)
Que fique claro: desde sempre falámos aqui, neste blogue, do PAIGC, da sua história, dos seus dirigentes e combatentes, da sua organizaçãoo, do seu armamento, das suas bases ("barracas") e linhas de infiltração, das suas operações, das sus baixas, dos países que o apoaivam (incluindo a Suécia), da sua propaganda, dos livros e dos filmes que falam deles, etc...
Sempre falámos sem quaisquer complexos. O nosso tom é necessariamente crítico: afinal somos um blogue de antigos combatentes e não combatemos contra fantasmas... ou extraterrestres... Esses fantasmas ou extraterrestres tinham um rosto e nome: Amílcar Cabral, Luis Cabral, 'Nino' Vieira, Domingos Ramos, etc. , figuras que já nem sequer estão vivas....
Nunca os exaltámos mas também nunca escondemos que não os podíamos ignorar. A guerra (que foi um sangrento jogo de xadrez) já acabou há meio século e é natural que haja memórias que se cruzam, quer gostemos ou não... Mário Dias, por exemplo, fez a tropa, o 1ºCSM,com o Domingos Ramos... Já escreveu aqui, em tempos, um poste memorável sobre os seus encontros e desencontros... E, de um modo geral, todos temos alguma curiosidade em saber como era o inimigo de ontem, por onde andava, o que se escrevia sobre ele, etc.
Feita esta prevenção pedagógica, a título meramente introdutório, voltamos a dizer que um dos problemas com que se depara o leitor, desapaixonado. atento e crítico, da "Crónica da Libertação", de Luís Cabral (Lisboa, O Jornal, 1984) (*), é a oum ralidade da narrativa: o autor segue um fio condutor temporal, desde o início da criação do PAI (e depois PAIGC), passando pelo desenvolvolvimento da luta e acabando no assassinato do Amílcar Cabral em janeiro de 1972. Mas nem sempre (ou raramente) há datas precisas.
Sabe-se,por outras fontes, que a primeira visita da missão militar da OUA - Organização da Unidade Africana, criada em 1963, em Adis Adeba, ocorreu em 1965, com início em 23 de julho: em 20 de agosto a comissão militar da OUA dá por findos os seus trabalhos, tendo consegudo visitar instalações do PAIGC mas não as da FLING. Temos de reconhecer, em todo o caso, essa não era a melhor altura do ano , pro se estar em plena época das chuvas, para visitar um território como a Guiné.
É possível que a delegação se tenha desdobrado, com uns observadores a visitar o Norte e outros o Sul. Por outro lado, sabe-se que Amílcar Cabral escreveu em julho de 1965, um "projecto do programa de trabalho da Comissão Militar da OUA incluindo a visita ao Secretariado Geral e às instalações civis do PAIGC em Conakry, bem como às bases militares em Boké e Koundara", visita essa que seria feita, obviamente, de carrro...
Em 1965 o PAIGC ainda se procurava legitimar, aos olhos de África e do Mundo, que era o único representante dos povos de Guiné e Cabo Verde. Nomeadamente no Senegal, havia (e era tolerada) a presença de representantes de outros movimentos nacionalistas, nomeadamente da FLING. Amílcar Cabral tinha já preocupações hegemónicas (para não dizer totalitárias), não admitindo que houvesse rivais, para mais "oportunistas" (sic) na luta pela independência da Guiné e Cabo Verde.
Por outro lado, a intenção do PAIGC (ou do seu estratega, Amílcar Cabral) era também a de convencer os membros da OUA, de que precisava de mais e melhor armamento para poder combater, com eficácia, a tropa portuguesa (incluindo a marinha e a aviação).
Daí a visita da missão militar da OUA, há muito pedida, com uma delegação que, no Norte, e segundo o Luís Cabarl (LC), era composta por representantes (todos oficiais subalternos) de 4 países: Guiné Conacri (tenente Djarra), Senegal (capitão Tavares), Marrocos (um tenente) e Mauritânia (um outro tenente) (pág. 288). Naturalmente, uma missão militar, com postos de baixa patente, como está, vale o que vale...
Curiosamente, a visita realizou-se, segundo o autor, numa altura de crise política entre estes países, entre Marrocos e a Mauritânia, por um lado, e entre o Senegal e Guiné-Conacri, por outro. Mas o Amílcar Cabral pôs todo o empenho em que a visita decorresse da melhor maneira e com toda a segurança.
Há instruções escritas por ele para o 'Nino' Vieira que estava no Sul. Mas, no Norte delegou no seu meio-irmão, o LC, o acompanhamento da missão. Fala-se na chegada da missão militar (de 3 elementos) da OUA a Conacri a 15 de junho, mas a carta, manuscrita, de 5 páginas não tem indicação do ano: "É muito possível que o Luís os acompanhe. Depois de visitarem o Sul, irão ao Norte, onde temos de acabar para sempre com as mentiras dos oportunistas" (sic) (referência à FLING):
A delegação da OUA, no Norte, terá percorrido, durante quase uma semana, cerca de 250 quilómetros, o que nos parece exagero (no caso de o trajeto ter sido feito sempre a pé). Partindo do Senegal, começaram pela base de São Domingos, no noroeste do território, sendo armados (sic) pelo ‘comandante’ Lúcio Soares. O LC e o o seu protegido Xico Mendes acompanharam toda a missão que visitou também a bases de Sambuiá, Maqué, Morés e Canjambari.
Esclarece-nos o LC, que a entrada principal para a Frente Norte, passando pela fronteira com o Senegal, durante muito tempo, situava-se no sector de Sambuiá (pág. 288).
A força do PAIGC ali estacionada tinha como missão assegurar a passagem de homens e material, da fronteira ao rio Farim.
A base situava-se “a pouco mais ou menos três horas de marcha da fronteira” (sic). A vegetação era exuberante, devido à elevada humidade da região. A base era, por isso, das mais frias da Frente Norte, sobretudo no final e princípio do ano . (A referência de LG ao frio que se fazia sentir logo de manhã, leva-nos a pensar que a visita tenha ocorrido em finais de 1965.)
O comandante da base de Sambuiá era então o Bobo Queita, antigo jogador de futebol. A base tinha abrigos, estando ao alcance da artilharia de Farim. Daqui a missão seguiu em direção da cambança da margem direita do rio Farim, onde uma canoa devia transportá-los a Jagali (lê-se: Djagali) (pág. 289).
Entre a mata de Sambuiá e o rio Farim há uma “larga e descampada planície”, uma enorme lala em que se fica a descoberto.
“Nô pintcha!”, dizia-se então. A expressão tinha vários significados, segundo o autor:
A delegação da OUA, no Norte, terá percorrido, durante quase uma semana, cerca de 250 quilómetros, o que nos parece exagero (no caso de o trajeto ter sido feito sempre a pé). Partindo do Senegal, começaram pela base de São Domingos, no noroeste do território, sendo armados (sic) pelo ‘comandante’ Lúcio Soares. O LC e o o seu protegido Xico Mendes acompanharam toda a missão que visitou também a bases de Sambuiá, Maqué, Morés e Canjambari.
Esclarece-nos o LC, que a entrada principal para a Frente Norte, passando pela fronteira com o Senegal, durante muito tempo, situava-se no sector de Sambuiá (pág. 288).
A força do PAIGC ali estacionada tinha como missão assegurar a passagem de homens e material, da fronteira ao rio Farim.
A base situava-se “a pouco mais ou menos três horas de marcha da fronteira” (sic). A vegetação era exuberante, devido à elevada humidade da região. A base era, por isso, das mais frias da Frente Norte, sobretudo no final e princípio do ano . (A referência de LG ao frio que se fazia sentir logo de manhã, leva-nos a pensar que a visita tenha ocorrido em finais de 1965.)
O comandante da base de Sambuiá era então o Bobo Queita, antigo jogador de futebol. A base tinha abrigos, estando ao alcance da artilharia de Farim. Daqui a missão seguiu em direção da cambança da margem direita do rio Farim, onde uma canoa devia transportá-los a Jagali (lê-se: Djagali) (pág. 289).
Entre a mata de Sambuiá e o rio Farim há uma “larga e descampada planície”, uma enorme lala em que se fica a descoberto.
“Nô pintcha!”, dizia-se então. A expressão tinha vários significados, segundo o autor:
”Era a chamada para a guerra para a marcha, para a comida, talvez até para o amor” (…) Ou seja: “chamava à realização de algo que exigia a participação de mais de uma pessoa” (pág. 289).
A expressão não se sabe onde nasceu, durante a guerrilha, se no Norte, no Sul ou no Leste, di o LC.
“A imensa lala de Sambuiá, que se atravessava sem um suspiro de descanso, devido ao perigo que representava ser-se ali surpreendido pela aviação inimiga, ia-se tornando cada vez mais pesada à medida que se aproximava do rio” (pág. 289).
O rio Farim era navegável. Os barcos das companhias comerciais (Gouveia, Ultramarina, etc.) iam a Bigene, a Binta e mesmo até Farim para trazer a mancarra, o coconote ou a “maalira” (que eu não sei o que é, mas presumo que seja uma corruptela de “madeira” ).
O LC aproveita para descrever a paisagem:
“A paisagem que se desfrutava da cambança era de uma beleza impressionante. O rio estenda-se em curvas sinuosas ao longo da sua bacia, bordada nas duas margens pelo verde exuberante das matas de tarrafes, com os seus ramos e raízes emaranhados, donde se destacavam troncos esguios de altura surpreendente (pág. 290).
As populações da margem direita “cedo aderiram à luta de libertação” (sic) (pág. 291), e por isso aquela era uma zona de guerra. Para a guerrilha era um risco permanente atravessar o rio. Sabemos que as NT (sobretudo os fuzileiros) montavam emboscadas em pontos de cambança já conhecidos. Será aqui que morreram em 1972 a Titina Silá.
Feita a cambança, em canoa, a missão dirigiu-se para Djagali, reconstruída pela população (pág. 292). Aquando da receção da comissão da OUA , um navio da marinha flagela Djagali (pág.293).
Mas eram “raras as pessoas” (sic) que se apresentaram para saudar os visitantes. Explicação do LC:
“Havia algum tempo que as populações abandonavam as suas habitações, depois do bombardeamento da tabanca, antes do romper do dia, para só regressarem depois do sol posto, quando a aviação já não podia trazer à tabanca a morte ou a dor com as suas bombas criminosas” (pág. 292).
Os combatentes das FARP eram jovens cuja idade média não ultrapassava os 20 anos” (sic). Trajavam uniformes “muito variados”, com “calças e camisas muito diferentes umas das outras” (pág. 292).
Uma hora depois LC e os seus convidados estavam em Maqué. O comandante era o Quemo Mané (pág. 294). À noite ouviu-se uma explosão, ali perto. Um jovem auxilitar de enfermagem tinha accionado uma mina A/P, que lhe provocou a morte.
“Elementos das milícias coloniais africanas de Bissorã tinham-se infiltrado na área, certamemte no começo da noite, para colocar a mina antipessoal (…) no caminho que ligava a antiga base à fonte de Maqué” (pág. 294).
Os militares da OUA ainda visitaram as bases de Morés e Canjambari. Sabemos, pelo que conta LC, que produziram um relatório. Eu gostaria de o ler e confrontar com o relatondo do LC. Mas onde encontrar, na Net, esse relatório da OUA de 1965?
Parece que as relações do PAIGC com o Senegal de Senghor melhoraram um bom bocado, a partir daí, autorizando o governo senegalês o trânsito de homens e mercadorias pelo seu território. Mas não autorizava ainda que o PAIGC dispusesse de depósitos de armas e munições. Foi um passo: a partir daqui começaram a aparecer, cremos que em 1967, os primeiros “armazéns do povo” (nome algo pomposo...para abastecimento de víveres e outros artigos não só à guerrilha como às populações da linha fronteiriça sob controlo do PAIGC (pp. 296/297).
Sabe-se que em outubro de 1965 , o Amílcar Cabral tinha marcado mais uns pontos: o seu partido fora reconhecido pela OUA como "o único movimento de libertação" da Guiné. No mesmo mês em que Portugal conseguia obter o fornecimento de 40 Fiat-G 91 R/4 por parte da Alemanha, fora dos acordos da NATO.
(Continua)
“A imensa lala de Sambuiá, que se atravessava sem um suspiro de descanso, devido ao perigo que representava ser-se ali surpreendido pela aviação inimiga, ia-se tornando cada vez mais pesada à medida que se aproximava do rio” (pág. 289).
O rio Farim era navegável. Os barcos das companhias comerciais (Gouveia, Ultramarina, etc.) iam a Bigene, a Binta e mesmo até Farim para trazer a mancarra, o coconote ou a “maalira” (que eu não sei o que é, mas presumo que seja uma corruptela de “madeira” ).
O LC aproveita para descrever a paisagem:
“A paisagem que se desfrutava da cambança era de uma beleza impressionante. O rio estenda-se em curvas sinuosas ao longo da sua bacia, bordada nas duas margens pelo verde exuberante das matas de tarrafes, com os seus ramos e raízes emaranhados, donde se destacavam troncos esguios de altura surpreendente (pág. 290).
As populações da margem direita “cedo aderiram à luta de libertação” (sic) (pág. 291), e por isso aquela era uma zona de guerra. Para a guerrilha era um risco permanente atravessar o rio. Sabemos que as NT (sobretudo os fuzileiros) montavam emboscadas em pontos de cambança já conhecidos. Será aqui que morreram em 1972 a Titina Silá.
Feita a cambança, em canoa, a missão dirigiu-se para Djagali, reconstruída pela população (pág. 292). Aquando da receção da comissão da OUA , um navio da marinha flagela Djagali (pág.293).
Mas eram “raras as pessoas” (sic) que se apresentaram para saudar os visitantes. Explicação do LC:
“Havia algum tempo que as populações abandonavam as suas habitações, depois do bombardeamento da tabanca, antes do romper do dia, para só regressarem depois do sol posto, quando a aviação já não podia trazer à tabanca a morte ou a dor com as suas bombas criminosas” (pág. 292).
Os combatentes das FARP eram jovens cuja idade média não ultrapassava os 20 anos” (sic). Trajavam uniformes “muito variados”, com “calças e camisas muito diferentes umas das outras” (pág. 292).
Uma hora depois LC e os seus convidados estavam em Maqué. O comandante era o Quemo Mané (pág. 294). À noite ouviu-se uma explosão, ali perto. Um jovem auxilitar de enfermagem tinha accionado uma mina A/P, que lhe provocou a morte.
“Elementos das milícias coloniais africanas de Bissorã tinham-se infiltrado na área, certamemte no começo da noite, para colocar a mina antipessoal (…) no caminho que ligava a antiga base à fonte de Maqué” (pág. 294).
Os militares da OUA ainda visitaram as bases de Morés e Canjambari. Sabemos, pelo que conta LC, que produziram um relatório. Eu gostaria de o ler e confrontar com o relatondo do LC. Mas onde encontrar, na Net, esse relatório da OUA de 1965?
Parece que as relações do PAIGC com o Senegal de Senghor melhoraram um bom bocado, a partir daí, autorizando o governo senegalês o trânsito de homens e mercadorias pelo seu território. Mas não autorizava ainda que o PAIGC dispusesse de depósitos de armas e munições. Foi um passo: a partir daqui começaram a aparecer, cremos que em 1967, os primeiros “armazéns do povo” (nome algo pomposo...para abastecimento de víveres e outros artigos não só à guerrilha como às populações da linha fronteiriça sob controlo do PAIGC (pp. 296/297).
Sabe-se que em outubro de 1965 , o Amílcar Cabral tinha marcado mais uns pontos: o seu partido fora reconhecido pela OUA como "o único movimento de libertação" da Guiné. No mesmo mês em que Portugal conseguia obter o fornecimento de 40 Fiat-G 91 R/4 por parte da Alemanha, fora dos acordos da NATO.
(Continua)
Guiné > Região do Oio > Localização aproximada de algumas das "barracas" (ou bases...) do PAIGC por onde terá passado, em visita, em 1965, a primeira missão militar da OUA: Sambuiá, Maqué, Morés e Canjambari... Não consta que tenham os homens da OUA tenham ido com o lC do a Sará, que era mais longe e arriscado...
Infografia: Jorge Araújo (2018)
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Nota do editor:
Nota do editor:
11 comentários:
Luís Cabral serviu-se dos paìses vizinhos para expulsar os tugas colonialistas, mas quando se viu escorrassado do poder pelos seus amigos do povo, recorreu a Portugal para pedir asílo politico que lhe foi concedido. Os tugas são assim.
Meus caros colegas de armas da nossa querida e sempre lembrada A Guiné Portuguesa:
É com profundo desgosto que vou assistindo nos últimos meses, a uma profunda desvirtualização dos princípios que foram assinalados, como lema ‘O Puzzle’.
Agora na falta de novos factos, começaram a surgir verdadeiras aberrações.
Os Turras ou Terroristas, passam a ser os heróis da Banda Desenhada, e os nossos militares são agora os chamados assassinos e outra barbaridades.
Isto não merece comentários, só pergunto porquê não se calam, e acabam com o Blogue?
Ou pretendem manter o protagonismo, objetivo último da criação deste blogue?
Muita gente boa que já li os seus comentários, mas a maioria esquerdista é só do Bota Abaixo!
Que tristeza! O que dirão os mortos e seus familiares, os estropiados os doentes mentais, stressados que têm de suportar uma vida sem rumo, e muitos não se queixam, pelo contrário, o que tenho lido noutras coisas deste género, não estão zangados com a Pátria que os chamou para a defender dos ataques terroristas, numa guerra sem tréguas. Sentem orgulho, o que a maior parte dos comentadores não se priva em criticar.
Fui traído, humilhado, classificado de violador, pedófilo, e que mais não se sabe, num Jornal chamado ‘O Observador’ com artigos e opiniões e fotos cedidas pelos responsáveis, que segundo o Jornal, dizem, que foi com minha autorização escrita!
Como foi possível semelhante barbaridade, exclusivamente para aparecerem protagonista de um assunto que a muitos deve ser penoso, As Lavadeiras e as Violações.
O que fizeram comigo nunca será perdoado.
E, como dizia o outro, Deus perdoa, mas eu não.
Não me alongo mais, tinha jurado nunca mais participar em comentários, embora veja de vez em quando, foi o bichinho que ficou, mas agora é insuportável dar espaço aos nossos verdadeiros inimigos. Isto não cabe na minha cabeça, devo estar mesmo doente.
Não leio os comentários nem as historiazinhas contadas pelos que não amam o seu país.
Basta ver as fotos e títulos dos assuntos. Fico com azia
Os meus cumprimentos àqueles que sempre estiveram comigo.
VT.
Em, 2023-03-02
Fiquei indignado ao ler o comentário acima "assinado" com as iniciais VT.O cobarde anónimo começa logo mal no ínicio com "caros colegas"como se os membros do blogue fossem um clube de putas.
Que o cobarde,por uma vez,tenha coragem,assine aquilo que escreve
Paulo Santiago
VT: O nosso blogue e eu em particular que faço questão de ser teu amigo (e até confidente), para além de camarada de armas, não mereço este teu comentário. Fiquei muito triste. Um alfabravo. LG
Pelo fotograma do filme de 1966, do italiano Nelli, vê-se que o Amílcar Cabral não tinha pejo em usar miúdos na guerra... É verdade que também os havia na minha companhia, a CCAÇ 12... Miúdos com 15/16 anos, em 1969... Já aqui temos falado disso...
Estas picardias, e sobretudo a leviandade com que chamamos nomes uns aos outros nas redes sociais, faz-me sempre lembrar a história do barbeiro da minha terra, que também tocava acordeão. E que o meu barbeiro.
Por ter um estabelecimento de porta aberta e a sua barbearia ser popular, dizia-se que a PIDE (ou os bufos da terra)tinha o olho nele... O barbeiro tinha fama de ser o único comunista da terra, mas limitava-se a assinar o jornal "República" e o "Jornal do Fundão" e talvez a "Seara Nova".... E claro era do reviralho, mandava umas bocas contra o regime...
A PIDE meteu-o dentro, depois de vasculhar o estaminé à procura de exemplares do "Avante" clandestino e de outro material de propaganda... Não encontrou nada. Mas o zelosó agente levou-lhe uma Bíblia Protestante... Levado para Peniche, o inspector, que era um pouco mais culto que o agente, mandou o barbeiro em paz... Não cheguei a saber se lhe devolveran a Bíblia Protestante...
Estas picardias, e sobretudo a leviandade com que chamamos nomes uns aos outros nas redes sociais, faz-me sempre lembrar a história do barbeiro da minha terra, que também tocava acordeão. E que, mais tarde, passou a ser o meu barbeiro.
Por ter um estabelecimento de porta aberta e a sua barbearia ser popular, dizia-se que a PIDE (ou os bufos da terra, que os devia hvar) tinha o olho nele... O barbeiro tinha fama de ser o único comunista da terra, mas limitava-se a assinar o jornal "República" e o "Jornal do Fundão", o "Notícias da Amadora" e talvez o "Comércio odo Funchal" e a "Seara Nova" (jorais "inocentes" que chegavam ao nosso SPM na Guiné)....
E claro era do reviralho, mandava umas bocas contra o regime...
Um dia, PIDE, já no tempo do Marcelo, meteu-o dentro, depois de vasculhar o estaminé à procura de exemplares do "Avante" clandestino e de outro material de propaganda que, obviamente, não existia... Não encontrou nada. Mas o zelosó agente levou-lhe uma Bíblia Protestante... Levado para o posto da PIDE de Peniche, para interrogatório, o inspector, que era um pouco mais culto que o agente, mandou o pobre do barbeiro em paz...
Não cheguei a saber se lhe devolveram a Bíblia Protestante...
É uma chatice e não havia necessidade.
Julgo tratar-se de um problema de saúde com grande mistura de várias doencinhas.
E vai de por música para chatear, com uma ideia mesquinha esquisita de 'ah! ninguém fala na minha pessoa'.
O Paulo Santiago não topou a cena e ficou zangado, pudera. Aquela dos "colegas" e "esquerdistas" foi de propósito, acrescentando um popularochismo da moda como refrão de música de cassete riscada que já nem passa nas feiras.
E é pena.
Saúde da boa
Valdemar Queiroz
Ando há 18 anos (eu e todos nós que editamos o blogue, mais os autores, milhares, que têm fornecido fotos, documentos, textos, mapas...), mais os que comentam e os que nos lêem, a tentar mostrar que neste blogue, coletivo, todos cabemos, os "amigos e camaradas da Guine", com tudo o que nos une e até com o que separa (política, religião, futebol...).
Às vezes, nas noites de insónia, pergunto-me se valeu a pena... gastarmos milhares e milhares de horas das nossas vidas neste projeto que se quer de todos...
PS - Claro que reconheço o "direito à indignação"... Nem tudo o que no blogue, que é "plural", leio me agrada, mas também confesso que não tenho jeito, feitio, alma e muito menos vocação de censor... Agora o que faço é ler, primeiro, e muito bem o que se escreve... e só depois comentar (quando me apetece comentar: os meus silêncios também falam).
Senhor Engenheiro Paulo Santiago:
Não dos conhecemos de parte nenhuma, o seus comentários não merecem que eu perca tempo.
São porcos e malcriados. Não andei na sua escola, e não sou camarada de ninguém.
Assinado VT.
Virgilio Teixeira
Alferes Miliciano do SAM, do Comando do Batalhão de Caçadores 1933, 21set67-10ago69.
Nova Lamego, São Domingos.
Anónimo disse.
E não compreendo como é possível o Senhor Editor deixar passar isto e não remover logo estes insultos a pessoas que não são nem minhas amigas e muito menos camaradas. Salvo seja.
Homens adultos a insultarem uma pessoa de 80 anos?
Eu devia responder â moda do Porto, mas tornava-me igual a ele...
Como aliás foi feito comigo, em tempos, a proibição de um Poste que nada tinha de anormal, sobre uma rapariga que morava na estrada de Santa Luzia, que era amante de um Sargento ou Furriel, engravidou-a e depois mandou-a fazer um aborto, e abandonou-a, e fui encontrá-la no Hospital Civil de Bissau Simões Mendes.
Onde ela me contou tudo, e pediu-me ajuda em bens e dinheiro, e nunca lhe toquei sequer.
Nunca mais a vi, deve ter regressado a Cabo Verde.
Assinado VT.
Virgilio Teixeira
Alferes Miliciano do SAM, do Comando do Batalhão de Caçadores 1933, 21set67-10ago69.
Nova Lamego, São Domingos.
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