Capa do livro "Lay-Yong, Bernardo e outros poemas", de Antónioo Graça de Abreu (Póvoa de Santa Iria, Lua de Marfim Editora, 2019, 91 pp.)
Email do autor: abreuchina@netcabo.pt
1. O António Graça de Abreu, um histórico do nosso blogue, é de há muito também conhecido dos nossos leitores como sinólogo, tradutor dos maiores poetas chineses clássicos... Mas também é, ele próprio, poeta em que "a poesia do velho Império do Meio e do Japão aparece, de quando em quando, como descoberta e inspiração (...) para criar os seus próprios poemas " (lê-se na badana da capa).
(...) "Neste novo livro, os ecos extremo-orientais ressoam na magia do instante e do eterno, em pequenos haikus ou em poemas mais longos, ou mesmo numa prosa excitantemente depurada"...
É o caso, por exemplo, do conto, " Lai Yong e Bernardo, uma História Simples" (pp. 36-57), uma história de encontro e separação de duas culturas, e de amores efémeros se um homem (portuguès, já na casa dos 30 e tal) e uma jovem chinesa de Macau, de 24 anos. Estamos em 1981 e em Macau (ainda sob administração portuguesa, até 1999).
Neste livrinho de 90 páginas o autor oferece-nos uma mão cheia de textos poéticos, onde não falta a evocação de três grandes portugueses, orientalistas, que, como ele, alimentaram uma grande paixão pela China e/ou pelo Japão, e que ele retrata na secção "Très amigos" (pp. 85-89): o grande poeta Camilo Pessanha (Coimbra, 1867 - Ma1cau, 1926), o missionário e historiador Manuel Teixeira (Freixo de Espada à Cinta, 1912 - Chaves, 2003), e o diplomata e escritor Armando Martins Janeira (Felgueiras, 1914 - Estoril, 1988).
Enquanto leio (e toma notas sobre) o livro, na paz bucólica de Candoz e com as "cerdeiras" em flor, para uma próxima recensão, mais completa, aqui com fica, com a devida vénia, a reprodução do que ele escreceu sobre Hong-Kong e Macau revisitadas (ver acima) .
Evocação essa que, com referência Macau, acaba assim:
(...) 70
Pequenas as Portas do Cerco,Estranhos portugueses,
há quase cinco séculos,
lusitanos em sinuosa viagem,
__________
Nota do editor:
Último poste da série > 22 de março de 2024 > Guiné 61/74 - P25296: Notas de leitura (1677): O Santuário Perdido: A Força Aérea na Guerra da Guiné, 1961-1974 - Volume II: Perto do abismo até ao impasse (1966-1972), por Matthew M. Hurley e José Augusto Matos, 2023 (17) (Mário Beja Santos)
3 comentários:
O António autorizou.e a publicar o belíssimo conto "Lai Yong e Bernardo, uma História Simples" (pp. 36-57)... Aguardo que ele me mande o ficheiro em word ou pdf. Fico-lhe grato pela atenção. LG
Sinto alguma dificuldade em compreender o que levou o camarada António Graça de Abreu a aventurar-se, em finais do século passado, (segundo consta, há mais de 40 anos) a imergir na China continental, a partir de Macau, e por lá viver anos seguidos, em busca de conhecimentos. (e aventuras?)
Tinha objetivos bem definidos? Tinha recursos financeiros para suportar os custos dessa aventura?
Pelos vistos, foi bem sucedido, numa China repleta de tradição e contradições.
A grandeza da China, fascina! Mas as contradições assustam.
Quanto vale a vida do Homem na China, num estado que tudo controla e domina, sob a alçada do PCC?
Atentamente
JLFernandes
Joaquim, pode esclarecer as tuas dúvidas. Sei apenas, do seu currículo, que viveu em Pequim e Xangai, de 1977 a 1983, tendo sido tradutor das Edições Pequim em Línguas Estrangeiras.
É em Portugal um conceituado sinólogo e um notavel tradutor da poesia clássica chinesã, justamente premiado. Tem mais de 20 titulos publicados.
Enviar um comentário