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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Guiné 63/74 - P16834: In Memoriam (273): Clara Schwarz da Silva (1915-2016): hoje, 4ª feira, dia 14 de dezembro de 2016, às 15h30, vamos despedir-nos, no crematório de Barcarena, Oeiras, da nossa querida amiga, a decana da Tabanca Grande


Uma das últimas fotos de Clara Schwarz (Lisboa, 1915- Paço d'Arcos, Oeiras, 2016):  uma (e)terna imagem de despedida para os seus filhos, netos, bisnetos e demais família e amigos... A foto é da Catarina Schwarz,  a neta que  nos últimos anos esteve mais próxima. da avó paterna, afetiva e efetivamente, tendo-lhe dado  inclusive a alegria de mais uma bisneta,

A Clara era carinhosamente conhecida no seio da família  e dos amigos mais íntimos pelo "nickname"  Calinhas.

Para além dos amigos e admiradores, mais recentes, da Tabanca Grande, deixa muitos amigos também entre os antigos alunos e professores  do Liceu Honório Barreto, em Bissau, de que foi cofundadora, com o marido, jurista e escritor, o dr. Artur Augusto Silva (1912-1983), e onde foi também professora de francês... Deixou uma marca indelével nos seus antigos alunos, alguns dos quais são membros da nossa Tabanca Grande (recordo-me de canaradas nossos como o  António Estácio e o Manuel Amante da Rosa).

(Cortesia da Catarina Schwarz,  Página no Facebook, disponível aqui),



Alcobaça > São Martinho do Porto > "Casa do Cruzeiro" > 13 de agosto de 2011 > Convívio da "Tabanca de São Martinho do Porto", sob a batuta do Pepito

 " Ela é uma pessoa linda, inteligente, sempre com um sorriso, sempre com vontade de se rir, mesmo quando as coisas estão mal. Tenho imenso orgulho de ter uma avó tão fantstica como a Calinhas! Obrigada por ter escrito isso tudo sobre ela [, no blogue]!"




Alcobaça > São Marinho do Porto > "Casa do Cruzeiro" > Convívio da Tabanca Grande > 13 de agosto de 2011 > A Clara com os filhos do Zé Teixeira. o Tiago (que é médico, especialista em doenças infectocontagiosas, e que já trabalhou na Guiné-Bissau como  voluntário). Ao longo destes anos, na Tabanca de São Martinho do Porto, a Clara conviveu também comn os filhos do nosso editor,Luís Graça, e com as filhas e os netos da Júlia Neto... Adorava falar com (e ouvir) os mais novos. E a sua jovialidade era contagiante, como se comprova pelo vídeo a seguir.



 

Alcobaça > São Martinho do Porto > "Casa do Cruzeiro" > Convívio da Tabanca Grande > 11 de agosto de 2012 > Divertidíssima, a Joana Graça tenta manter um diálogo em "russo", com a anfitriã, a amiga Clara, a quem já tinha "pregado a partida" dois anos antes, com a cumplicidade do Pepito...Não se viam desde então, mas a Clara reconheceu-a e divertiu-se imenso  com esta cena...tal como ficava muito sensibilizada quando o João Graça lhe tocava, no violino, temas da música klezmer. Clara era filha de pais de origem judia, pai polaco, e mãe russa, de Odessa..

Vídeo 1' 55'' > Alojado no You Tube  > Luís Graça (2012)



Alcobaça > São Marinho do Porto > "Casa do Cruzeiro" > Convívio da Tabanca Grande > 13 de agosto de 2011 > O José Eduardo Oliveira (JERO) mais a filha, fazendo a entrega,  aos anfitriões,   de um livro sobre São Martinho do Porto. Outros camaradas, que ocioso mencionar aquii de maneira exaustiva, também passaram pela Tabanca de São Martinho, tendo o privilégio de conhecer a "mulher grande", a grande senhora que era a Clara



Alcobaça > Martinho do Porto > Casa do Cruzeiro > 21 de Agosto de 2010 >  A Clara recebendo mais uma amiga, de origem guineense (se não erro)... Talvez uma antiga aluna,,,
..

Alcobaça > São Martinho do Porto > Estrada do Facho > "Casa do Cruzeiro" > 7 de Agosto de 2008 > Casa de verão de Carla Schwarz da Silva, mãe do nosso amigo Carlos Schwarz (Pepito).  Mãe e filho tinham um relação de grande respeito, admiração, ternura e cumplicidade... Pepito escolheu a Guiné como paixão da sua vida. Uma vida intensa e solidária...A usura (física e mental) do trabalho levou-o à morte prematura...Foi um, duro golpe, em 2014,  para uma mãe à beira de celebrar o seu centenário natalício, no ano seguinte ... Foi uma mãe-coargem... Em 2016, foi a sua vez se juntar ao filho... Falando com ela ao telefone, eu ia sentindo, cada vez mais, que ela estava a desistir da vida... Achava que era um disparate continuar a fazer anos... Viveu e morreu com grande dignidade!...



Alcobaça > São Martinho do Porto > Estrada do Facho > "Casa do Cruzeiro" > 7 de Agosto de 2008 >  Uma vista fabulosa da baía de São Martinho do Porto, a partir da janela do quarto do Pepito e da Isabel.   A casa, cuja construção remonta ao ínício dos anos 30, é uma das mais antigas daquela fantástica estância de veraneio, pertencente ao concelho de Alcobaça. O pai do Pepito exerceu advocacia em Alcobaça e Porto de Mós,  antes de ir para a Guiné,  com a família no final dos anos 40 do século passado.



Fotos (e legendas) do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné

1.  Lembrete: a família e os amigos da dra. Clara Schwarz (1915-2016) realizam  hoje, às 15h30   no crematório da Barcarena, Oeiras, uma pequena cerimónia de despedida. Todos os amigos e camaradas da Guiné que se queiaam associar,  serão bem vindos. Recorde-se que esta grande senhora foi também, até à hora da sua morte, aos 101 anos, a decana da nossa Tabanca Grande.  


A dona Clara Schwarz foi sempre tratada com grande carinho e admiração por todos nós (*). Durante anos lia inckusive o nosso blogue com regularidade.  Ficava sempre muito sensibilizada com os postes que publicámos sobre ela, em dia de aniversário (*), sobre o trabalho do sue seu filho Carlos na Guiné-Bissau e os nossos convívios em agosto, em São  Martinho do Porto (que remontam a 2008, por convite do seu filho),

Na sua casa de praia, realizámos pelo menos 3 convívios anuais, passando a "Casa do Cruzeiro" a ser mais uma extensão da Tabanca Grande, pelo menos por um daia.  O 1º convívio da Tabanca de São Martinho do Porto realizou-se em 2010. Houve mais duas edições, em 2011 e 2013. Em 2013 não se conseguiu arranjar uma  data conveniente e em 2014 deu-se, a 18 de fevereiro, a inesperada morte do Pepito, em Lisboa  (1949-2014).

Clara Schwarz tem mais de 40 referências no nosso blogue. Vamos sentir a sua falta (como sentimos  a falta do seu filho, Pepito) mnas continuaremos a honrar a sua memória. O seu nome passrá a figurar na coluna do lado esquerdo do nosso blogue na lista dos 51 amigos e camaradas da Guiné que "da lei da morte já se foram libertando". 

Metaforicamenmte falando, acreditamos que, lá do alto do nosso mágico e fraterno poilão, a nossa amiga Clara Schwarz vai continuar a inspirar-nos, a proteger-nos e a iluminar-nos pelo seu exemplo e história de vida.



2. Publicam.se a seguir as mensagens de alguns dos nossos camaradas e amigos deixadas na caixa de comentários do poste P16825  (**)




(i) António Carvalho


Aqui expresso o meu pesar pelo acontecimento, à família e amigos.

Carvalho de Mampatá


(ii) Jorge Picado

Envio os meus sentidos pêsames à sua família.

JPicado


(iii) Carlos Vinhal

As minhas homenagens a uma grande senhora que agora nos deixa.

Carlos Vinhal
Leça da Palmeira


(iv) Hélder Valério

Caros amigos Pelo avançar da idade a sua "partida" seria coisa expectável, mais ano menos ano.
Esse 'avançar na idade' também nos contempla..... Mas, na verdade, por muito que se pense nessa inevitabilidade, estamos sempre prontos a surpreender-nos com a chegada das 'más notícias'.

E lamentamos a perda. E lamentamos sinceramente.

O que o Luís, em seu nome e também em nome desta "Tabanca" escreveu e descreveu (e que subscrevo) sobre a Senhora Clara Schwarz da Silva é bem justo e demonstra bem como entre nós os afectos suplantam a rudeza que por vezes também aparece.

À família e amigos deixo aqui a minha homenagem a tão exemplar Senhora.

Hélder Sousa


(v) José Teixeira


A D.Clara que eu conheci quando já tinha 96 anos, foi para mim como que uma avó, com quem não nos cansamos de estar. A sua forma de acolher cativou-me e "prendeu" os meus filhos. Foi um prazer vê-los em amena cavaqueira numa bela tarde de Agosto em S. Martinho do Porto.Que presença e clareza de espírito! Que sorriso a envolver as suas palavras!

Era um prazer profundo estar com a D.Clara, conversar com a D. Clara.

Há dois anos viu partir o seu filho, meu bom e grande amigo. Agora foi a sua vez de partir. Sei que partiu em paz. Controlou a vida dela até ao fim e decidiu que tinha chegado a sua hora.

Descanse em paz minha boa amiga.

José Teixeira


(v) João José Alves Martins

Paz à sua alma e o nosso profundo pesar pela sua partida com a certeza de que, pelo muito que fez em prol dos outros, nomeadamente em terras da Guiné, se encontra em lugar de destaque ao lado dos que muito contribuiram para um Mundo Melhor com muito amor no serviço do próximo.

Terá sido, sem dúvida, um exemplo para todos nós. Bem haja e o nosso muito obrigado.

João Martins


(vi) José Eduardo Oliveira (JERO)

Sentido texto, que partilho da primeira à última palavras.

As minhas homenagens à grande senhora que tive o privilegio de conhecer na sua casa de São Martinho do Porto e que tantas ligações tinha à minha Alcobaça..Sentidas pêsames à família.


(vii) José Marcelino Martins 


Condolências à família, e num sentido lato a todos nós, que vemos desaparecer membros da Tabanca.


(viii) Manuel Augusto Reis

 Luis, conheci a D. Clara em S. Martinho do Porto. Não vou ter oportunidade de estar presente na cerimónia de despedida. No Blogue já exprimi os meus sentimentos aos familiares.A ela desejo-lhe que repouse em Paz, uma vez que em vida nem sempre teve a paz que merecia.

Um abraço.

(ix) Virgínio Briote

Belo texto, Luis!

V Briote

(x) Carlos Silva

É com pesar que tomo conhecimento do falecimento da Dra Clara que tive o prazer de a conhecer pessoalmente.

As minhas condolências a toda a família e que a Dra Clara repouse em paz

Um abraço de solidariedade
Carlos Silva


(xi) AD - Acção para o Desenvolcvimento, Bissau

O sítio da AD - Acção para o Desenvolvimento de que o nosso Pepito foi cofundador e seu diretor executivo até à data da sua morte, em 2014, deu a triste notícia, citando como fonte o nosso blogue:

http://www.adbissau.org/faleceu-este-fim-de-semana-em-lisboa-a-mae-do-pepito

Faleceu este fim de semana em Lisboa, a mãe do Pepito

Dez 12 2016

clara-da-silva 1915-2016 (foto)

Fonte: Luis Graça e Camaradas da Guiné


(xiii) Eduardo Costa Dias [, na  respetiva página do Facebook]

Clara Barbash Schwarz, 14 Fevereiro 1915 – 11 Dezembro 2016

A Doutora Clara Schwarz, mãe de velhos amigos, deixou-nos esta manhã.

A Doutora Clara, jurista de formação (FDUL), cofundadora e durante muitos anos professora no então Liceu Honório Barreto em Bissau, teve uma vida longa e recheada de "cruzamentos próximos" com grandes acontecimentos do mundo. O fim da Mitteleuropa dos seus antepassados, o holocausto, o nascimento de Israel, o 25 de Abril, a independência da Guiné.

Todas as homenagens lhe são merecidamente devidas, todas as suas grandes qualidades humanas e intelectuais devem ser enaltecidas e recordadas por todos quantos com ela privaram

Recordo, a grande cultura, a memória fantástica, a perspicácia das análises, a rectitude à prova de bala e a enorme perseverança. E a amizade

Curvo-me perante a sua memória. Envio os meus pêsames ao Henrique, ao João e a toda a família. Recordo o seu filho mais novo, o meu amigo Carlos Schwarz.

______________

Notas do editor:

(*) Vd. entre outros os postes de:



(...)

No dia dos namorados,
Temos um grande aniversário,
Noventa e nove, abençoados,
Falta um pró centenário!

Fez da vida maratona,
A nossa grã-tabanqueira,
Clara, senhora e dona,
É atleta de primeira.

É um mix de culturas
A nossa aniversariante,
Passou por muitas agruras,
Mas foi sempre adiante.

De polaco pai e russa mãe,
Tem alma rubra e verde,
Apaixonou-se também
Por um filho de Cabo Verde.

Artur foi o seu cretcheu,
Que lhe deu três belos filhos,
Pepito é o guinéu,
Sempre metido… em sarilhos!

Quem anda, tropeça e cai,
Parte braço, mas recomeça
Mais vale dizer ai!,
Do que perder… a cabeça!

Há festa no Tabancal,
Os seus anos celebramos
De Lisboa ao Corubal,
Nossa decana saudamos.

Luis Graça,
em nome de toda a Tabanca Grande
e dos seus bons irãs,
acocorados no alto do seu poilão,
mágico, fraterno e protetor. (...)


14 de fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5813: Parabéns a você (79): Clara Schwarz da Silva, 95 anos, uma grande senhora, viúva de Artur Augusto da Silva, mãe do nosso amigo Pepito, leitora do nosso blogue, novo membro da Tabanca Grande (Luís Graça)



quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13681: In Memoriam (198): Lisboa, Cemitério dos Olivais: uma última homenagem ao comandante Alpoim Calvão (1937-2014), por uma Companhia a três pelotões de Fuzileiros, com ternos de clarins. Fuzileiro uma vez, fuzileiro para sempre! (José Martins)



Foto nº 1 > Companhia a três pelotões de Fuzileiros, com ternos de clarins.


Foto nº 2 > Aproximação do Estandarte Nacional, à Guarda do Corpo de Fuzileiros.


Foto nº 3 > Continência à Bandeira.


Foto nº 4 > Estandarte Nacional integrado na Guarda de Honra.



 Foto nº 5 > A força em posição de “Funeral Armas” à aproximação do féretro (1)


 Foto nº 6 > A força em posição de “Funeral Armas” à aproximação do féretro (2)



Foto nº 7 > Cortejo fúnebre. O carro que antecede o carro fúnebre, transporta as insígnias
do falecido.



Foto nº 8 > Um pelotão procede às Salvas da Ordenança – 3 Descargas (1)



Foto nº 9 > Um pelotão procede às Salvas da Ordenança – 3 Descargas (2)



Foto nº 10 > Um pelotão procede às Salvas da Ordenança – 3 Descargas (3)


Foto nº  11 > Transportadas por dois Oficiais Subalternos, as Condecorações, o Bicórneo, a Espada e a Boina de Fuzileiro.


Foto nº 12 > Urna transportada por Fuzileiros, à entrada para o crematório. 


Foto nº 13 > Destroçar da Força

Lisboa > Cemitério dos Olivais > Última homenagem ao comandante Alpoim Calvão (1937-2014), por uma Companhia a três pelotões de Fuzileiros, com ternos de clarins.

Fotos e legendas: © José Marcelino Martins  (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]

 1. O José Martins, nosso colaborador permanente,  acaba de nos enviar, às 15h10, esta série de 13 fotos, que publicamos acima. 



 Caros editores

Para quem não foi possivel estar presente, junta-se reportagem fotográfica da Cerinónias Fúnebres do Capitão-de-Mar-e-Guerra Guilherme Almor de Alpoim Calvão, realizado hoje, para o Cemitério dos Olivais, onde foi cremado.

 José Martins

[ex-Fur Mil Trms, CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70],

______________

Nota do editor:

Último poste da série > 30 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13672: In Memoriam (197): Comandante Alpoim Calvão (1937-2014): o funeral realiza-se na quinta-feira, dia 2, para o cemitério dos Olivais, após a missa de corpo presente no Mosteiro dos Jerónimos


José Marcelino Martins

(…) Qual é a opinião de cada um sobre este homem? Neste momento, todas as questões que se possam colocar, são de somenos importância.

Partiu, como muitos outros, e não voltará. É um dos nossos que parte. É um combatente que desaparece. A história, que ainda não está escrita, o julgará. Todos, até nós, teremos o nosso julgamento.

Condolências à família e a todos os camaradas de armas (…)


José Botelho Colaço

Ao 1º tenente Ribeiro Pacheco , comandante do 7º destacamento de fuzileiros, e ao 1º tenente Alpoim Calvão, a companhia, a CCAÇ 557 (da qual fiz parte), a eles ficou a dever muito pela os conhecimentos que partilharam sobre a guerra de guerrilha. Nós, maçaricos, acabados de chegar e enviados para a Operação Tridente, senão tivessemos tido o apoio e a instrução destes valorosos militares, quase de certeza que a CCAÇ.557 não teria granjeado o nome da temida companhia do Como.

Com este valoroso militar tive a oportunidade de confraternizar e falar falar com ele no museu do exército lançamento do livro do Amadú Djaló.
Condolências à família.

Adriano Moreira


Foi também Comandante do COP 3 que englobava as Companhias que estavam instaladas em Barro, Bigene, Binta e Guidage, pelo menos a partir de finais de 1969, até à nossa saída de Barro, em Maio do ano seguinte. Fizemos várias operaçôes em conjunto com os fuzileiros na nossa Zona de acção. Foi um grande militar. 

Que descanse em paz e condolências à Família.

Abílio Duarte

Estava em Paunca, na altura da Operaçâo Mar Verde, e vivia numa casa da tabanca, para onde ia de madrugada, depois de sair do abrigo. Nessa manhã, o dono da casa acordou-me, sobressaltado: “Furriel, os portugueses estão em Conackry”. .Eu , muito parvo, perguntei: “A fazer o quê?”.

Ele estava a ouvir um rádio, já não sei se do Senegal , se da Guiné Conackry, mas estavam a relatar em francês, o que se passava, e foi assim que tomei conhecimento daquela Operação.
No entanto, eu e a minha Companhia CART 11, também entramos nos preparativos da mesma operação. Como?
Umas semanas antes, andamos a fazer Colunas de Nova Lamego até Buruntuma, levando uns africanos, que vinham de avião de Bissau, e os levávamos até é fronteira. Vim mais tarde a saber que eram refugiados politicos, na Europa, que vinham para o Golpe de Estado, que se pretendeu fazer, na Guiné-Bissau, e que fracassou.
Recordo-me também, da rendição do TenJanuário, comandante dos Comandos Africanos, a falar na Radio Conackry, quando foi cercado e não teve alternativa, assim como os seus homens, e que vieram a ser todos mortos, por Sekou Touré.
São páginas da vida de todos nós, que passámos, pelos confins da Guiné. Como diria o outro, é a vida.

Manuel Carvalho

O meu respeito a este grande combatente.

Paz à sua alma, condolências à família.

JERO [José Eduardo Reis de Oliveira]

Tive a honra de o conhecer na Guiné em Binta, em data que não sei precisar mas seguramente em meados de 1965. O Comandante Alpoim Galvão era contemporâneo do meu Capitão Alípio Tomé Pinto. Nunca mais o esqueci e falei-lhe, recordando essa passagem por Binta, num lançamento de um livro de um camarada em Lisboa. E fui por ele abraçado. Recordo esse momento como uma condecoração.

Foi um Militar Operacional digno do maior respeito pelo seu heroísmo e sentimento do dever.

Será referência na História do Portugal recente. Até sempre, meu Comandante.

Luís Graça

Dizem que a morte nivela, tudo e tudos. Comos se fora um buldózer.

Dizem que a morte apazigua.

Dizem que a morte relativiza e amortece os conflitos, as diferenças, os choques de personaliidade, os antagonismos, as vaidades...

Dizem que a morte consensualiza...

A morte obriga-nos a esquecer as querelas do passado. E até os ódios de estimação, que é uma coisa que se cultiva muito nos nossos "jardins"... Há ainda tantos ódios de estimação, que remontam à guerra colonial, à descolonização, ao 25 de abril, ao PREC, ao 25 de novembro, enfim, ao novo regime democrático que nasceu do 25 de abril...

A morte faz sobressair sobretudo o melhor dos homens. Depois vamos lembrar sobretudo os seus feitos, não os seus defeitos...

E ainda bem que é assim...Acontece com os nossos maiores, desde o fundador da Pátria até aos mais recentes "presidentes da república"...

Não conheci pessoalmente este combatente, capitão de mar e guerra, com direito a usar o "título" de comandante"...Ou melhor, vi-o uma vez, na Fundação Mário Soares, no lançamento da biografia de Spínola... E no entanto ele é do teu tempo de Guiné...

Ficará, por certo, na história da guerra da Guiné como um dos seus grandes protagonistas. A par de Spínola e outros.

Estava longe de imaginar, em Bambadinca, no dia 22 (e seguintes) de novembro de 1970, que ele era o cérebro da Op Mar Verde, quando os meus vizinhos, de Fá Mandinga, a 1ª Companhia de Comandos Africanos, partiram para destino secreto (sabemos hoje, a Ilha de Soga, no arquipélago dos Bijagós, e dali até Conacri, em LDG)...

(..) Não tenho suficiente distância (e sobretudo conhecimento direto) sobre a Op Mar Verde... para falar "ex-cathedra" destes acontecimentos marcantes da história da Guiné...

Enfim, um dia a história nos julgará a todos... Ao nosso blogue não compete julgar ninguém, pelo seu comportamento na guerra, do ponto de vista operacional, militar, humano,
ético...

Registo com apreço que Alpoim Galvão tenha referido, antes de morrer, que agora era "um homem de paz". Espero que ele tenha podido efetivamente ter morrido em paz, ter feitos as pazes, consigo, com a história, com os outros, com a Marinha, com os fuzileiros, com o seu país, e com a Guiné-Bissau (que ele muito amava)...

Vejo agora que, para além do grande militar (mesmo controverso), ele foi sobretudo um homem, um cidadão, um português, um de nós, e que também foi pai e foi avô...

Não gosto de mitificar os seres humanos. E tenho relutância em pô-los no Olimpo dos deuses. Heróis ou não, todos acabamos na campa rasa, com 7 palmos de terra por cima, ou reduzidos a um punhado de cinzas...

De qualquer modo, é mais um combatente, um bravo combatente da Guiné, que "da lei da morte se foi libertando"... Respeitemos a sua memória e ajudemos a sua família e amigos a fazer o luto.

Manuel Luís Lomba

O comandante Alpoim Calvão é um português de primeira água e foi um marinheiro da têmpera dos portugueses de outras eras. Como cidadão e como militar, deu sempre a cara e o corpo ao manifesto em prol do que acreditava como o melhor para o seu país. Lembro-me de haver alinhado com ele e com os seus fuzileiros no sul da Guiné, salvo erro numa batida e assalto à mata de Cafine. E a "Operação Mar Verde" ombreará com os feitos dos nossos antepassados.

Sentidos pêsames à família. Até sempre, comandante! (...)