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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12225: Agenda cultural (293): Estreia do filme da jovem realizadora portuguesa Catarina Laranjeiro, "Pavia de Ahos", sobre memórias guineenses da guerra de libertação / guerra colonial. Doclisboa'13, hoje, 5ª feira, 31/10/2013, 17h00, Cinema São Jorge, Sala 3


Fotograma do filme "Pavia de Ahos", da jovem realizadora portuguesa Catarina Laranjeiro, que estreia hoje, no Doclisboa'13, 11º Festival Internacional de Cinema.


1. Pavia de Ahos / Because of Today
Realizadora: Catarina Laranjeiro
Duração: 57'
País: Portugal
Ano: 2013

Secção: Verdes Anos (*)

Sinopse:

Na Guiné-Bissau, quarenta anos depois da guerra, aqueles que aderiram ao movimento de libertação e aqueles que lutaram no exército colonial põem em cena uma multiplicidade de discursos e memórias irreconciliáveis.

A realizadora irá estar presente na sessão de 31 de Outubro.

31 de Outubro de 2013, 5ª feira, 17:00
Cinema São Jorge, Sala 3



2. Mensagem enviada por Catarina Laranjeiro, com data de  23/01/2013

Chamo-me Catarina Laranjeiro e atualmente estou a frequentar o mestrado de Antropologia Visual e dos Media [, na Universidade Livre de Berlim]. A minha tese de mestrado focará artefactos visuais (fotografias e outros) que antigos
combatentes da guerra de libertação na Guiné, sejam do PAICG, ou do exército português,  ainda conservem, explorando a representação que têm hoje desse período histórico.

Desta forma, a minha proposta de investigação é sobre fotografias de guerra/luta. Sobre fotografias que antigos combatentes e guerrilheiros guardam da guerra/luta e sobre as histórias que as fotografias congelam e transportam. Sobre o que as fotografias revelam e sobre o que escondem. E sobre como foram conservadas ou negligenciadas até aos dias de hoje.

Assim, para além da construção de um arquivo iconográfico e de uma pesquisa histórica sobre estas fotografias, proponho-me também a registar que memórias transportam e que histórias contam, consolidando-as num filme etnográfico.

Esta investigação já está a ser realizada em Portugal onde com relativa facilidade tenho encontrado antigos combatentes e antigos comandos africanos com muitas fotografias para mostrar e muitas
histórias para contar.

De qualquer forma, e tendo em visto o imenso trabalho que tem sido feito através do blog, gostaria de saber se têm alguns conselhos para mim ao nível da pesquisa histórica, pessoas que me indique que possam ter fotografias importantes e que gostariam de participar no meu trabalho.

Muito obrigada pela sua atenção.


3. Sobre a realizadora, Catarina Laranjeiro [, foto  à esquerda, retirada com a devida vénia do blogue Novos Talentos de Guimarães; dados recolhidos na Net]

(i) Nasceu em Guimarães, em 1983, vindo para Lisboa aos 18 anos;

(ii) Licenciada em Psicologia Social pelo ISCTE - IUL;

(ii) Mestre  em Antropologia Visual e dos Media,  pela Universidade Livre de Berlim.;

(iii) Atualmente é doutoranda em Pós-Colonialismo e Cidadania Global, pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra;

(iv) Trabalhou em diferentes Associações de Imigrantes em Portugal e em Educação para o Desenvolvimento na Guiné-Bissau;

(v)  Desde 2010, dedica-se a projetos de investigação e criação que cruzem o cinema e a antropologia.

4. Comentário de L.G.:

Catarina: Obrigado pelo convite e pelo lembrete. Mas por azar, hoje, à hora de estreia do seu filme, estou a dar aulas!... Vou, entretanto, e com muito gosto, divulgar o evento, na nossa série Agenda Cultural (**).  Terei depois oportunidade de ver o  filme em DVD e falar dele, com mais detalhe no nosso blogue.

Desejo-lhe boa sessão, e boa sorte para o filme. Convido os nossos leitores a darem um salto ao São Jorge, hoje, às 17h00, para ver o seu filme, conhecê-la pessoalmente e trocar algumas imoressões consigo.

Ainda há dias, no passado dia 27, vi lá um notável filme, do realizador português Mário Patrocínio, "I Love Kuduro", de produção angolana [Vd. aqui o sítio oficial].  Gostei imenso. Temos hoje gente jovem, muito talentosa, a fazer grande cinema documental. 

Parabéns, Catarina. Espero, enfim, que o nosso blogue lhe tenha dado também ideias, pistas e sugestões interessantes para a feitura do seu filme, cumprindo também a sua missão de ser uma fonte de informação e conhecimento, nomeadamente das pessoas da sua geração que já viveram, felizmente, o drama da guerra colonial.  Afinal, temos em comum, entre outras coisas, o gosto pelo trabalho de (e sobre) a memória da guerra e dos seus combatentes. Boa saúde, bom trabalho. Boa continuação do seu doutoramento. LG

_______________

Notas do editor:

(*) A secção Verdes Anos apresenta filmes produzidos no contexto de escolas de vídeo, cinema, audiovisuais e comunicação, bem como em cursos de pós-graduação relacionados com o cinema e em particular o cinema documental.
Verdes Anos procura sobretudo abrir uma plataforma de diálogo e reflexão em torno dos filmes produzidos bem como do ensino destas áreas. Pretende-se dar a oportunidade aos jovens realizadores ainda em contexto de formação de mostrarem o seu trabalho a um público alargado facilitando, com isso, a sua entrada futura para o contexto profissional, bem como o seu enriquecimento enquanto realizadores.