Guiné-Bissau > Região do Óio > Maqué > 20 de Novembro de 2006 > Mais uma chapa do famoso poilão de Maqué. Tirada pelo nosso camarada Carlos Fortunato, ex-Fur MIl da CCAÇ 13 (Os Leões Negros), na sua última viagem à Guiné e à região do Óio.
Foto: © Carlos Fortunato (2007). Direitos reservados.
Guiné > Zona Leste > Sector L1 > CART 2339 (Mansambo, 1968/69) > O Torcato Mendonça mais o seu Gr Comb na tabanca em autodefesa de Candamã, tirando partido dos frondososos e grossos poilões.
Fotos: © Torcato Mendonça (2006) . Direitos reservados
1. Mensagem do Paulo Santiago, de há uns dias atrás:
Luís:
Tinha-me esquecido de ir ao Dicionário de Guineense-Português da autoria do padre italiano Luigi Scamtamburlo.
Polon > n., espécie de árvore sempre verde e corpulenta,de aparência majestosa, muito comum na Guiné-Bissau,utilizada para construção de canoas; é também considerada árvore sagrada,enquanto proteje as tabancas, é tradicional morada de espíritos, é local de cerimónias, e à sombra dela fazem-se juízos e consistórios.
Serpenti mora na kumbu di polon (T.M.)- (POILÃO).N.F. Guin.N.S.n.v. Ceiba pentranda ou Eriodendron anfractuosum
Agora vou dormir, tenho de me levantar às 6,00 horas e,ainda bem que não encontrei nada de embondeiro, para não estar a fazer mais uma transcrição.
Abraço e Boa Noite
2. Mensagem de Carlos Fortunato (ex- Fur Mil, CCAÇ 13, Bissorã, 1969/73):
Luís:
Aqui vai uma foto do poilão do Maqué, sem dúvida um dos mais fotografados.
Numa tentativa de falar sobre o significado destas imponentes árvores, aqui vai o meu contributo, com base no pouco que sei sobre este tema:
O poilão é uma árvore sagrada, pois o irã vive nela, não pode por isso ser cortado, muitas cerimónias ocorrem à sua sombra, cada família (em sentido alargado) procura ter o seu poilão para a proteger.
Um alfa bravo
Carlos Fortunato
3. Mensagem do Torcato Mendonça (ex-Alf Mil da CART 2339, Mansambo, 1968/69.:
Luís: Vê as Fotos Falantes I – 8 e 9 (Candamã). O poilão apoiava a cozinha, refeitório, posto de sentinela, abrigo, etc. (2).
Fotos Falantes III – 13, a dos 17 passarinhos em Mansambo e 14, outra já derrubada, e nas F. F. II a i9, ainda de pé.
Ainda há mais. Não me lembro o nome das árvores, embondeiros?... e outras… desde que dessem abrigo.
__________
Notas de L.G.:
(1) Vd. posts anteriores:
18 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1965: Cusa di nos terra (1): Emdondeiro (cabaceira) e poilão (Paulo Santigo / Leopoldo Amado)
18 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1968: Cusa di nos terra (2): O Embondeiro, aliás, Poilão, de Mansoa (Germano Santos)
(2) Vd. post de 11 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1167: Fotos falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (4): Candamã, uma tabanca em autodefesa
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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quinta-feira, 2 de agosto de 2007
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Guiné 63/74 - P1965: Cusa di nos terra (1): Embondeiro (cabaceira) e poilão (Paulo Santigo / Leopoldo Amado)
Guiné > Zona Leste > Galomaro > c. 1972 > Poilão atingido por um raio.
Foto: © Paulo Santiago (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem do Paulo Santiago, em reposta a um e-mail meu (1):
Não sou grande especialista em Silvicultura,mas também penso que o embondeiro é diferente do poilão. Julgo ver,na minha memória, um embondeiro, árvore com um tronco mais ovalizado e não tão esguio como o do poilão.
O mais célebre deve ser o de Brá, perto do qual se encontravam, há dois anos, carcaças de viaturas militares senegalesas, destruídas quando da guerra de 1098/99.
O Pepito, pela sua formação académica [ é engenheiro agrónomo pelo ISA, de Lisboa],é que poderá dissipar esta dúvida.
Junto, possivelmente já a tens, foto de um poilão, em Galomaro, atingido por um ou mais raios.
Abraço
Paulo Santiago
2. Comentário do Leopoldo Amado:
Caros amigos:
Embondeiro (cabaceira) e poilão são duas coisas diferentes, pese embora serem ambas árvores milenares e gigantescas (sobretudo o primeiro). Embondeiro dá fruto, denominado cabaceira na Guiné e múcua em Angola. No caso da Guiné, tanto a árvore como o fruto possuem o mesmo nome.
Actualmente, a maior quantidade do sumo que se faz da Guiné é justamente do fruto do embondeiro, ou seja, da cabaceira. Guiné-Bissau exporta muita cabaceira, seja para o Senegal, seja para Cabo-Verde, países esses onde é sobretudo utilizado como ingrediente principal para sumos e sorvetes.
Curiosamente, no Senegal, embondeiro denomina-se baobab e o seu sumo bissap de baobab. Em Cabo-Verde, onde essa árvore rareia ou é mesmo inexistente, é chamado sumo de fresquinha ou gelado de fresquinha, no caso de sorvete.
3. Comentário de L.G.:
Aquela terra também foi nossa... Não nos acusem de imperialistas, colonialistas, saudosistas... Foi nossa porque amámo-lo... Porque continuamos a manter uma certa relação (quase umbilical) com a Guiné-Bissau e o seu povo... Tínhamos 20 anos e uma enorme capacidade de deslumbramento... Pepito, Leopoldo, Mussá Biai, Sadibo Dabo e tantos outros amigos da Guiné: não nos interpretem mal...
Cusa di nos terra, coisas da nossa terra, é isso mesmo!
A terra é só uma e não tem dono, não deveria ter dono. Há um pedacinho do planeta, Portugal e a Guiné-Bissau, de que nós gostamos com um carinho especial, que nós amamos com um amor especial...
________
Notas de L.G.:
(1) E-mail enviado para todo o pessoal da Tabanca Grande:
Amigos e camaradas:
Leiam o belo poema do nosso Palmeirim de Catió sobre o "embondeiro do Cachil" (Ilha de Caiar)... E depois mandem-me fotos vossas de embondeiros da Guiné... Do que eu me recordo é dos poilões. Há quem diga que é a mesma coisa, mas não é (do meu ponto de vista de
leigo)...
Fotos de poilões serão também vindas, que é para comparar... O mais fotografado dos poilões deve ser o de Maqué. Uma das maravilhas da Guiné... Mas o poeta é que sabe (2)...
(2) Vd. post de 17 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1963: Blogpoesia (1): O embondeiro do Cachil (J. L. Mendes Gomes)
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