É impressionante, um militar de carreira [, o major inf Magalhães Osório], aos 40 anos, já tinha 4 comissões de serviço no Ultramar: uma na Índia, outra em Angola, duas na Guiné...
Por muito que "a fábrica de oficiais" trabalhasse, não conseguia repor o "produto"... E, infelizmente, começou a escassear a "matéria-prima"... Porquê ? Atenção, Morais da Silva e tanto outros camaradas e amigos entraram já para a Academia Militar em plena guerra colonial (ou do Ultramar, como quiserem).
(ii) Morais da Silva:Vale a pena conhecer o número de admissões para o 1º ano da AM (no final do 1º ano ocorria a escolha do ramo e arma desejadas: inf,art,cav, eng civil, mecânica e electrotécnica, eng aeronautica, força aérea (pilotos), administração militar exército ou força aérea).
Admissão [Vd. Gráfico acima reproduzido]:
1961:257
1962:266
1963:180
1964:137
1965:129
1966:90
1967:90
1968:58
1969:33
1970:62
1971:103
1972:72
1973:88
Os cadetes das Armas e Pilotos entravam para os quadros, com o posto de alferes, 4 anos após a admissão. As engenharias terminavam os cursos 7 anos após a admissão, já com o posto de tenente.
1971:103
1972:72
1973:88
Os cadetes das Armas e Pilotos entravam para os quadros, com o posto de alferes, 4 anos após a admissão. As engenharias terminavam os cursos 7 anos após a admissão, já com o posto de tenente.
De 1962 a 1969 a quebra é brutal e deu origem à escassez de subalternos para a instrução, de tal modo que, em 1971 e 1972, não houve uma única promoção a capitão e, naturalmente, à queda do "stock" destes para o comando de companhias.
Não há estudos, que eu conheça, sobre o que animava estes jovens que, em plena guerra, acorriam à AM [Academia Militar]. Da minha parte sempre quis, desde menino, ser militar e em boa hora o consegui.
Morais Silva
artilheiro-infante
2. O Cor Art Ref António Carlos Morais da Silva, natural de Lamego, pertence a uma família de militares. Foi cadete-aluno nº 45/63, do corpo de alunos da Academia Militar. É membro da nossa Tabanca Grande, com o nº 784, desde 7/3/2019.
Foi professor do ensino superior universitário, docente da Academia Militar, do Instituto Superior de Gestão e da Universidade Autónoma de Lisboa, sendo especialista em Investigação Operacional. Também passou pelo TO da Guiné como oficial do QP: no CTIG, foi instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972. É membro da nossa Tabanca Grande,
O Morais da Silva teve a gentileza de, em 2010, nos facultar, em pdf e em word, um exemplar do seu estudo, de 30 pp., sobre a "Guerra de África - O QP e o Comando das Companhias de Combate" (Março de 2010), que circulou internamente, na nossa Tabanca Grande, através da nossa rede de emails. Foi depois publicado no blogue, na série "Estudos", dividido em 6 partes (**).
É desse estudo o gráfico que acima reproduzimos, e que merece o devido destaque e reflexão, além dos comentários ( que serão bem vindos...) por parte dos nossos leitores (***).
_____________
_____________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 5 de dezembro de 2019
Guiné 61/74 - P20418: In Memoriam: Os 47 oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar mortos na guerra do ultramar (1961-75) (cor art ref António Carlos Morais da Silva) - Parte XXXII: Alberto Fernão Magalhães Sousa Osório, maj inf (Celorico da Beira, 1930 - Pelundo/Jolmete, Guiné, 1970)
(**) Vd. postes de:
(*) Vd. poste de 5 de dezembro de 2019
Guiné 61/74 - P20418: In Memoriam: Os 47 oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar mortos na guerra do ultramar (1961-75) (cor art ref António Carlos Morais da Silva) - Parte XXXII: Alberto Fernão Magalhães Sousa Osório, maj inf (Celorico da Beira, 1930 - Pelundo/Jolmete, Guiné, 1970)
(**) Vd. postes de:
31 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6507: Estudos (1): Guerra de África - O QP e o Comando das Companhias de Combate (António Carlos Morais da Silva, Cor Art Ref) (I Parte)
6 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6541: Estudos (1): Guerra de África - O QP e o Comando das Companhias de Combate (António Carlos Morais da Silva, Cor Art Ref) (II Parte)
8 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6560: Estudos (1): Guerra de África - O QP e o Comando das Companhias de Combate (António Carlos Morais da Silva, Cor Art Ref) (III Parte)
6 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6541: Estudos (1): Guerra de África - O QP e o Comando das Companhias de Combate (António Carlos Morais da Silva, Cor Art Ref) (II Parte)
8 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6560: Estudos (1): Guerra de África - O QP e o Comando das Companhias de Combate (António Carlos Morais da Silva, Cor Art Ref) (III Parte)
9 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6567: Estudos (1): Guerra de África - O QP e o Comando das Companhias de Combate (António Carlos Morais da Silva, Cor Art Ref) (IV Parte)
14 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6593: Estudos (1): Guerra de África - O QP e o Comando das Companhias de Combate (António Carlos Morais da Silva, Cor Art Ref) (V Parte)
14 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6593: Estudos (1): Guerra de África - O QP e o Comando das Companhias de Combate (António Carlos Morais da Silva, Cor Art Ref) (V Parte)
15 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6596: Estudos (1): Guerra de África - O QP e o Comando das Companhias de Combate (António Carlos Morais da Silva, Cor Art Ref) (VI e última parte)
Vd. também poste de 20 de julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6767: Controvérsias (98): O QP não desapareceu (e eu não fui lorpa), apenas reduziu o seu contributo, porque... não há omeletas sem ovos (Morais da Silva, ex-Cap Art, CCAÇ 2796, Gadamael, 1970/72)