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terça-feira, 6 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24372: História da CCAÇ 2402 (Có, Mansabá e Olossato, 1968/70) (Coordenação: Raul Albino, 1945-2020) - Textos avulsos - Parte II: A imaginação que era preciso ter para se comer "atacadores da PM com estilhaços"!... Trocando carne do restaurante "Solar dos 10", em Bissau, por produtos locais de Có (camarão, ostras, tomate...) (Mário Vargas Cardoso, 1935-2023)

Pombal > 28 de Abril de 2007 > II Encontro Nacional da Tabancva Grande  > Dois representantes da CCAÇ 2402/ BCAÇ 2851 (1968/70), o Raul Albino (1945-2020)  (assinalado com um círculo a amarelo) e o Maurício Esparteiro (a verde)... (Na foto, há outros camaradas que já nos deixaram, além do Raul Albino: Jorge Cabral, Carlos Santos, Fernando Franco, Victor Barata... Mas outros, felizmente ainda estão vivos!)

Foto (e legenda): © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados. [Edição : Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1.  O nosso saudoso camarada e amigo Raul Albino (1945-2020), ex-alf mil at inf, MA, CCAÇ 2402 (Có, Mansabá e Olossato, 1968/70), publicou ainda em vida dois volumes com a história da sua unidade. 

O Raul Albino com a ajuda do fotógrafo Maurício Esparteiro (vd. foto acima) concebeu e realizou uma ideia original: um livro da CCAÇ 2402 onde todos e cada e um são gente... Do capitão ao soldado básico, toda a gente teve lá a sua foto, o seu espaço (*)... 

Além disso, cada um dos camaradas da CCAÇ 2402 podia ter uma versão única e original do livro, com registos exclusivos sobre a sua pessoa... Com uma pontinha de orgulho, o Raul e o Maurício mostraram-me, no encontro em Pombal, em 2007,  um exemplar do seu livro: cada exemplar saíu da tipografia a 8 euros, sendo vendido a 10 euros, para cobrir as quebras e as borlas ...

No II Volume, que continuou a ter  a coordenação fotográfica do Maurício Esparteiro, o Raul contou ainda com a participação especial do ex-cmdt da companhia, Vargas Cardoso, e do ex-fur mil SAM, João Bonifácio.  

Hoje publicamos mais dois pequenos textos do Mário Vargas Cardoso (1935-2023), ex-cor inf ref, que há dias nos deixou, e que ilustram bem o sentido da divisa dos "Lynces de Có": "Se é impossível, há de fazer-se" (**)...

No nosso blogue, o Raul Albino também já havia publicado, no devido tempo, 18 postes com episódios da história da CCAÇ 2402 (***).

Mário Vargas Cardoso (1935-2023)


50 kg de tomate produzidos por dia na bolanha de Có...

Ao chegarmos a Có, os indígenas começaram a aparecer com tomates do tamanho de batatas novas, pois não sabiam plantar tal fruto.

Então a Companhia com as sementes que levávamos, começou por fazer os viveiros em caixotes e o Moreira e o Ferreira, salvo erro,  encarregavam-se de chamar as indígenas (as mulheres é que trabalhavam na lavoura) e ensiná-las a fazer o viveiro, até as plantas terem determinada altura.

Depois era preparar o chão e transpalntar essas plantas de forma ordenada e com espaços entre os pés dos tomateiros; regar quando preciso; encanar as plantas quando começavam a precisar de apoio; continuar a regar; e colher quando estivessem em condições de o fruto ser apanhado...

Como se devem recordar,  algumas semanas depois, naquela bolanha para o rio, em Cõ já se produziam mais de 50 kg de tomate por dia...


... que chegámos a trocar, com outros produtos locais (camarão e ostras), com o restaurante "Solar dos 10", de Bissau

Uma das dificuldades com que nos deparámos na Guiné, todos se lembram, era no respeitante à possibilidade de obter produtos frescos...

Todos se recordam que,  desde o início da comissão, exceto no período que estivemos em Mansabá, sempre tivemos uma horta cavada e tratada pelos nossos militares. 

Mas no respeitante a carne, a situação era muito difíciil. As populações não produziam gado para vender aos militares. Para eles  o gado era uma riqueza pessoal.

A Manutenção Militar tinha dificuldade em enviar carne fresca, para as unidades instaladas no mato, e estas tinham de se "desenrascar". 

Mas os "Lynces de Có", que às vezes se viam obrigadas a "requisitar" alguma vaca aos africanos, pagando ao preço estipulado pelo Governo da Pronvíncia, também utilizaram outros processos legais.

Lembro-me que, por duas vezes, se a memória não me falha, conseguimos carne vinda de Bissau, de forma expedita mas arcaica. 

Então o processo foi este: através do Bonifácio [ o fur vagomestre, nosso tabanqueiro, a viver hoje no Canadá encomendámos às indígenas que nos trouxessem ostras, camarão e tomate. Entretanto,, via rádio, para o delegado do nosso batalhão em  Bissau, de acordo com código que estabeleci com ele, pedia-lhe para obter junto do sr. proprietário do restaurante "Solar dos 10", peças de carne e levá-las em dia combinado, até João Landim, local onde se fazia a cambança do rio Mansoa, na jangada ali existente,

Por sua vez, a Companhia organizava uma coluna que, saindo de Có, levava tudo o que se fosse necessário mandar para Bissau, mais os produtos que os indígenas nos vendiam: 20 kg de camarão; 1 pipo de vinho cheio de ostras, e 80 kg de tomate.

Para a troca trazíamos para  Có cvrne que o deleghado pedira ao "Solar dos 10", que por sua vez nos ficava com os produtos que referi. E assim sempre se podia comer "os atacadores da PM [leia-se: esparguete...]  com estilhaços"...

Vargas Cardoso, ex-cmdt, CCAÇ 2402 (Cõ,. Mansabá er Olossato, 1968/70)


[Seleção / Revisão e fixação de texto / Subtítulo / Negritos ( Parèntses retos: LG]
___________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

23 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1105: Como escrever um livro de memórias de guerra 'à la carte' (Raul Albino, CCAÇ 2402)

4 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1246: O meu livro Memórias de Campanha da CCAÇ 2402 (Raul Albino)

(**) Último poste da série >  5 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - P24368: História da CCAÇ 2402 (Có, Mansabá e Olossato, 1968/70) (Coordenação: Raul Albino, 1945-2020) - Textos avulsos - Parte I: Tempo(s) de Homofobia(s) (Mário Vargas Cardoso, 1935-2023)

(***) Vd. último poste da série > 19 de setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7010: História da CCAÇ 2402 (Raul Albino) (18): Terceiro ataque ao Olossato

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Guiné 61/74 - P22711: Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-furriel mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) - Parte XIX: As hortinhas... dos "durões"


Foto nº 1 > Guiné > Região de Tombali > Cumbijã > CCAV 8351 (1972/74 > Da Esquerda para a direita os agricultores improváveis: Furriel Machado, 1.º Cabo José Carlos e Alferes Afonso.  



Foto nº 2  >  Guiné > Região de Tombali > Cumbijã > CCAV 8351 (1972/74 > A hortinha do José Carlos, estrategicamente plantada junto aos nossos chuveiros aproveitando a rega automática.

Fotos (e legendas): © Joaquim Costa  (2021). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




O ex- furriel mil Joaquim Costa: natural de V. N. Famalicão,
vive hoje em Fânzeres, Gondomar, perto da Tabanca dos Melros.
É engenheiro técnico reformado.
Tem quase pronto o seu livro de memórias (, a sua história de vida), 
de que estamos a editar alguns excertos, por cortesia sua.


Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-Furriel mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) (*)


Parte XIX - AS HORTINHAS... DOS “DUROS” DO CUMBIJÃ


Fartos de arroz com estilhaços e ração de combate, muitos procuravam por todos os meios encontrar suplementos alimentares para aguentar melhor a dureza da guerra.

Muitos recorriam aos familiares da metrópole que lhes enviavam vitaminas, chouriços, alheiras e até maranhos! Chegava já tudo (o que chegava!) estragado, mas não se desperdiçava nada!

Outros, mais à japonesa: Ensina a pescar, não ofereças o peixe... recebiam sementes de couve, tomate, alface, etc, construindo as suas próprias hortinhas.

Talvez devesse ocultar toda esta história que pode afetar, indelevelmente, a reputação destes três duros do Cumbijã, plantando hortinhas em pleno teatro de guerra!!!… A verdade sobre a guerra colonial assim o exige!

A Horta do Machado – Cientificamente perfeita (ou não fosse ele Engenheiro Técnico Agrário). Foram estudadas as correntes de ar, a exposição solar, a humidade da terra bem como o seu PH;

A Horta do Afonso – Toda ela construída tendo por base uma brochura, que lhe enviaram de Miranda do Douro (escrito em Mirandês para ninguém copiar), com o título: Hortofloricultura para principiantes.

A Horta do Zé Carlos – Construída com base no saber popular, passado de pais para filhos, bem como das informações do Borda d’água... em Crioulo.

Reconheço que só provei as alfaces do Afonso. Estas eram colhidas já lavadas, desinfetadas e temperadas, dado a rega diária feita pelos soldados que justificavam o gesto com a falta de latrinas (justificação que também aproveitei!).

Presumo, contudo, que as melhores, tendo em conta o método utilizado, seriam, obviamente, as do Zé Carlos, por ser as que mais se aproximavam do que hoje se designa de agricultura biológica.

Quem passava ao lado destas “picuinhices” (cheguei a escrever “mariquices” que logo apaguei já que hoje é proibido e, bem, utilizar este termo na tropa…) das hortinhas era o Albuquerque que muitas vezes me convidou para comer uma sopinha feita por ele, com muita hortaliça.

Recebia frequentemente sopas instantâneas “Maggi”, enviadas com muita ternura e amor pela sua Mãezinha.

Eu ficava maravilhado com aquilo. Aquecia-se a água, com o álcool e algodão do Caetano, deitava-se para dentro do tacho (creio que uma lata) a “mistela” do saco, e, quase por milagre, apareciam couves, cebolas, cenouras... Isto em 1973, nas matas da Guiné! Só de fidalgos!

Ao Albuquerque tenho-lhe uma gratidão enorme, pois que, para além dos convites para jantar e da grande cumplicidade no comando do 1º pelotão, foi quem mais agastado ficou com as pequenas, para ele grandes, injustiças que nestes contextos sempre acontecem, assumindo as dores... e a vergonha alheia. Este homem é grande. Sempre de coluna direita!



Foto nº 3 > Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > CCAV 8351 (1972/74 >   Os três magníficos furriéis do 1.º pelotão (mais tarde, eu  fui deslocado para o 2.º): Albuquerque (o condutor); Costa (primeiro da esquerda do banco de trás); Azambuja Martins (também no banco de trás) e o meu amigo que frequentou o Colégio Interno das Caldinhas (Santo Tirso) do 4.º pelotão. O jipe pertencia ao BENG  447.

(Continua)
________

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20863: Memória dos lugares (407): Cuntima: a hortinha da CCAÇ 14 (1969/71) (Eduardo Estrela)




Guiné > Região do Oio > Cuntima > CCAÇ 14 (1969/71) > Início de 1970 > A nossa horta: na foto, o Vitor Dores (1), o António Pimental (2), eu, Eduardo Estrela (3) e o Joaquim Carvalho, infelizmente já falecido.


Foto (e legenda): © Abel Loureiro / Eduardo Francisco (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de ontem,  do Eduardo Estrela [ ex- fur mil at inf, CCAÇ 14, Cuntima, 1969/71]


Luís!

Há dias, o Abel Loureiro (ex fur mil da CCAÇ 14) mandou-me esta fotografia. Foi tirada no início de 1970 em Cuntima, quando nos lembrámos de começar uma hortinha para termos pimentos,  tomates e pepinos. (*)

Foi feita nas traseiras da caserna da Companhia. e naquele momento estávamos a cobrir a mesma com pernadas de palmeira para proteger as ainda pequenas plantas do calor.

Legenda:

(i) De pé, com o quico na cabeça,  está o Vítor Dores [1];

(ii) em posição de golfista,  o António Pimenta [2];

(iii) com uma pernada na mão estou eu [3];

(iv)  e à direita da fotografia o Joaquim Carvalho, infelizmente já falecido [4].

Garanto-te que a produção foi excelente e permitiu colmatar a falta de vitaminas naturais da nossa alimentação, pelos menos durante algum tempo.

O único senão era a "Chica" que de vez em quando se soltava e invadia o espaço , banqueteando-se com o que apanhava.

Também chegámos a ter um galinheiro, mas o ten cor Agostinho Ferreira, comandante do Batalhão [, o célebre "metro e oito"] (**),  sugeriu a sua demolição a pretexto da aglomeração de mosquitos.

Abraço fraterno. Eduardo Estrela.

_________________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 18 de março de  2020 > Guiné 61/74 - P20747: Memória dos lugares (406): Visita ao Campo do Tarrafal na Ilha de Santiago, Cabo Verde, em 2018 (Hélder Valério de Sousa, ex-Fur Mil TRMS TSF)

(**) Vd. poste de  18 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10399: As Nossas Tropas - Quem foi quem (10): Ten Cor Manuel Agostinho Ferreira, o "metro e oito", comandante do BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71) e BCAÇ 2892 (Aldeia Formosa, 1969/71) (Paulo Santiago / Carlos Silva / Manuel Amaro)

sábado, 5 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4899: Convívios (159): XIV Convívio dos ex-Combatentes da Freguesia de Campia – 22AGO2009 (Artur Conceição)


1. Mensagem do Artur Conceição, ex-Sold Trms Inf e Cond Auto, CART 730, Bissorã, Farim e Jumbembém(1965/67):

XIV Convívio dos ex-Combatentes

Freguesia de Campia
22 de Agosto de 2009


Realizou-se no dia 22 de Agosto, mais um convívio dos ex-Combatentes da freguesia de Campia.
O convívio contou com a presença de cerca de uma centena de pessoas, não obstante o mês de Agosto não ser dos mais favoráveis, para este tipo de eventos.

Mas, graças ao esforço de divulgação por parte da Comissão Organizadora, poderá considerar-se mais um sucesso.

Na parte da manhã teve lugar a cerimónia de boas vindas e colocação de uma coroa de flores na base do Monumento aos Combatentes do Século XX, tendo sido proferidas algumas palavras alusivas ao acto, pelo Senhor Presidente da Junta de Freguesia, António Ferreira, também ele um ex-Combatente.

Seguiu-se o desfile até à Igreja Paroquial tendo sido celebrada missa em memória de todos os que, entretanto, já partiram.

Após a Eucaristia teve lugar a romagem ao Cemitério onde, novamente, foi ouvida a oração dos Combatentes. Toque de silêncio e de alvorada, e a colocação de flores nas campas dos mortos em combate.

Do mesmo modo foi colocada, em local apropriado, uma coroa de flores em homenagem a todos os ex-Combatentes que já nos deixaram.

Terminadas as cerimónias religiosas teve início, cerca das 13 horas, o almoçam convívio mais uma vez servido no Restaurante “O Sacristão”.

Está de parabéns o Carlos Duarte que, como vem sendo habitual, se esmerou na confecção dos produtos mais ao sabor dos participantes, deixando-nos a promessa de que para o ano teremos o almoço em novas instalações, mais amplas e adequadas.

Ao fim da tarde ainda houve tempo para um momento cultural, em que o Carmindo Ramos nos brindou com um momento de poesia, bem como umas “modinhas” no seu acordeão.
Que para o ano possamos estar todos de novo.



Capitão Álvaro Dório Correia Tavares, quando se dirigia ao Monumento com a coroa de flores



Interior da Igreja Paroquial durante a Eucaristia


Quem os conhece? Estiveram todos na Guiné:
Da esquerda para a direita: Manuel Marques Pereira (esteve sempre em Bissau 1970-72), Adamastor Dias (esteve sempre em Bissau 1971-73), José Rodrigues (Compª 2316 - Guillege), Mejo (Bula, Cacine, Gandembel e Gadamael - 1968-70), Celso Farias (Compª 2440 - Piche e Nova Lamego - 1967-69), José Marques Pereira (Compª 1591 - K3, Fulacunda e Mejo - 1965-67), Artur Conceição (Compª 730 -Bissorã e Jumbembem -1965-67) e Manuel Pereira Tavares (26ª Compª de Comandos - 1970-72).


Foto de família antes da partida para o almoço




Veteranos da Índia. Da esquerda para a direita: Capitão Hipólito Nogueira (ex-prisioneiro de guerra), Mário Azevedo e Carmindo Ramos



MOMENTO DE POESIA



Quem somos nós...


I
Quem somos nós afinal!
Que estamos aqui presentes
Neste evento tão legal
Como outros feitos antes.

II
Somos aqueles resistentes
De experiências vividos
Um grupo de ex-combatentes,
Seus familiares e amigos.

III
Viemos uma vez mais
Conviver em harmonia
Por causas bem sociais
Na nossa terra, Campia

IV
Prestámos as homenagens
Como sempre se tem feito
E fizemos as romagens
Com grande amor e respeito

V
Por aqueles que já partiram
Desta vida para o além
Que lá no céu as ouviram
E nós sentimo-nos bem

VI
P'ra uns a vida foi curta
Outros, foi assim assim
Mas toda ela uma luta
Com princípio, meio e fim

VII
Estejamos pois atentos
Em cada dia que nasce
Ponderando nos momentos
Que faltam pró desenlace

VIII
E como alguém nos dizia
Sem qualquer tom de vaidade
O tempo da fantasia (para nós)
Acabou. É bem verdade

IX
Estamos mais que maduros
Pensamos melhor agora
Enquanto os dias futuros
Um a um se vão embora

X
Nesta fase das nossas vida
O tempo passa depressa
Prega-nos sempre partidas
Mas a questão nem é essa

XI
Os anos parecem meses
E os meses, as semanas
Nesta ilusão que às vezes
Queima mais que as próprias chamas

XII
Assim... vamos convivendo
E não menos divertidos
E que Deus nos vá guiando
Enquanto estivermos vivos

XIII
Termino o meu poema
É tempo de reflectir
Com a alma bem serena
E o amor sempre a fluir.


Por: Carmindo Pereira Ramos


Um abraço,
Artur Conceição
Sold Trms Inf e Cond Auto da CART 730


Fotos: Artur Conceição (2009). Direitos reservados.
___________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:


quinta-feira, 26 de março de 2009

Guiné 63/74 - P4082: Ser solidário (30): Reportagem da Horta de Cabedú (Carlos Silva)

1. Mensagem de Carlos Silva, Presidente da Assembleia Geral da Associação Ajuda Amiga, com data de 23 de Março de 2009:

Amigos "Triunvirato"

Aqui vai uma reportagem da famosa horta de Cabedu em homenagem aos nossos camaradas das sementes.

Fogo à peça, pois as sementes também não caíram em saco roto.~

Há mais para enviar. A seguir vai o corredor de Guileje e o famoso museu já em construção.

Com um abraço
Carlos Silva

Horta de Cabedú

Guiné-Bissau
Região do Tombali>Sector de Cabedu, 11-03-2009

No âmbito de mais uma visita de natureza humanitária à Guiné-Bissau para onde a nossa ONGD Ajuda-Amiga Associação de Solidariedade e de Apoio ao Desenvolvimento enviou um contentor de bens para distribuir pela população guineense e por algumas instituições, apesar de a Guiné atravessar um período menos bom, como é do conhecimento público, nós estivemos lá para acompanhar o descarregamento do contentor e respectiva distribuição dos bens.

No âmbito desta deslocação, fizemos o percurso de ano passado por altura do Simpósio de Guilege, desde Bissau até Iemberem onde acampamos 3 dias e onde a AD desenvolve um excelente trabalho de apoio social, educacional às populações e ao desenvolvimento daquela região, percorrendo algumas localidades, Mata do Cantanhez, Canamina, Cacine, Ilha de Melo, Cabedu e Cadique, já conhecidas dos nossos camaradas, pelo menos, fotograficamente, através do Blogue.

Ano passado não integrei o grupo que foi a Cabedu inaugurar um furo para fornecimento de água potável à população, pois fui integrado no grupo que visitou Cacine.

Este ano tive a oportunidade de visitar Cabedu e em homenagem ao grupo que prometeu as sementes àquela população, dos quais fez, faz parte o nosso camarada José Carioca, o qual juntamente com outros camaradas enviaram sementes de diversas culturas através do “Pepito”, para a Associação de Mulheres CôbocoCôboco, presidida pela “Mulher Grande” Beti Touré, coadjuvada pela animadora Siabato de Carvalho, aqui vai a prova de que as sementes não caíram em saco roto e que estas mulheres cheias de boa vontade conseguiram fazer crescer a horta mais linda da região.


Guiné-Bissau > Região do Tombali > Cabedu

Guiné-Bissau > Região do Tombali > Cabedu 11-03-2009 > Furo que foi inaugurado em Março de 2008, depósito e casa do gerador > António Soares do Porto que prestou serviço na BA12 Bissalanca

Guiné-Bissau > Região do Tombali > Cabedu, 11-03-2009 – Entrada da horta

Guiné-Bissau > Região do Tombali > Cabedu, 11-03-2009 > Aspecto das diferentes culturas semeadas na horta

Guiné-Bissau > Região do Tombali > Cabedu, 11-03-2009 > Uma das associadas regando a alface

Guiné-Bissau > Região do Tombali > Cabedu, 11-03-2009 > Outra das associadas regando os pimentos e as cebolas

Guiné-Bissau > Região do Tombali > Cabedu, 11-03-2009 > Troca de impressões entre os visitantes, associadas e animadora Siabato de Carvalho

Guiné-Bissau > Região do Tombali > Cabedu, 11-03-2009 > Mulheres da Associação CôbocoCôboco, ao centro Carlos Silva, em frente a Presidente Beti Touré, à direita a animadora Siabato de Carvalho e à esquerda o motorista da AD Samba Caiote
__________

Notas de CV:

Vd. postes de:

7 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2816: Simpósio de Guileje: Notas Soltas (José Teixeira) (5): Água, fonte de vida para as gentes de Cabedu

11 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2834: Ser solidário (9): Sementes para a população de Cabedu, Cantanhez, Região de Tombali (Zé Carioca)


16 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2849: Ser solidário (10): Campanha Sementes para as Mulheres Grandes de Cabedu (José Teixeira)

23 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2975: Ser Solidário (11): Sugestões de colaboração (José Teixeira)

17 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3069: Ser solidário (13): Projecto de angariação de sementes (APAG / Zé Carioca)

1 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3159: Ser solidário (18): Projecto Sementes: Com o Pepito, na sua casa de São Martinho do Porto, em 19 de Agosto passado (Zé Carioca)

11 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3295: Ser solidário (21): Do Projecto Sementes ao Museu de Guiledje (Pepito)

Vd. último poste da série de 12 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4016: Ser solidário (29): Unidos no passado, unidos no presente (Pepito / Carlos Fortunato)