Parte do kit de sobrevivência
De: José Colaço | Data: 1 de agosto de 2016 às 22:53 | Assunto: kit de sobrevivência
Foto à esquerda_osé [Botelho] Colaço ex-soldado trms da CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65), membro da nossa Tabanca Grande desde 2 de junho de 2008: tem 70 referência no nosso blogue.
Luís, depois do inquérito sobre a faca de mato (*), parece-me que seria interessante saber como é que foi evoluindo a percepção da hierarquia relativamente às necessidades dos militares no mato e como se foi melhorando o kit de sobrevivência.
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Se te parecer que tem interesse debater este tema, fica à tua consideração.
Na minha partida para a guerra da Guiné em outubro de 1963 entregaram-me como kit de sobrevivência as seguintes peças:
Na minha partida para a guerra da Guiné em outubro de 1963 entregaram-me como kit de sobrevivência as seguintes peças:
(i) um canivete de bolso, marca Icel, inox, com oito cm, provido de saca-rolhas, abre latas e abre cápsulas;
(ii) um copo inox;
(iii) e um prato inox .
Têm gravado no fundo: INOX, o escudo de Portugal e as letras E.P., o que se pode
confirmar aumentando o zoom na foto do fundo do copo parte exterior [Imagem á direita].
Deste kit envio fotos, em anexo. O prato está muito mal estimado pois serviu de assador de castanhas e vai daí as suas mazelas. As restantes peças, que passo a enumerar, ao longo destes 53 anos desapareceram: colher, e o garfo de cabo anão e uma marmita.
Este kit de sobrevivência era oferecido e fazia parte dos bens próprios do militar sem direito a espólio.
Mas notei que em referência à faca de mato foi evoluindo e até fazia parte do equipamento militar, aqui fico com algumas dúvidas se seria ou não devolvida, se fazia parte do equipamento militar, ou do kit de sobrevivência.
Este kit de sobrevivência era oferecido e fazia parte dos bens próprios do militar sem direito a espólio.
Mas notei que em referência à faca de mato foi evoluindo e até fazia parte do equipamento militar, aqui fico com algumas dúvidas se seria ou não devolvida, se fazia parte do equipamento militar, ou do kit de sobrevivência.
Houve casos de oportunismo. inclusive eu que, quando fiz o resto do espólio no RI 16 em Évora, disse ao sargento que eu não tinha recebido boina mas sim um bivaque que entreguei em troca da boina. Porque se o sargento não comesse a peta, eu na minha mente, e para não arranjar problemas, o que tinha a fazer era pagar a boina.
Um Ab, Colaço
Nota do editor:
(*) Vd. poste de 29 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16344: Inquérito 'on line' (64): Para que servia a faca de mato ? Num total de 90 respostas, 32 % diz que nunca teve nenhuma; para 41% era o nosso "canivete suiço"; para 31%, um abre-latas; e para 23%, uma preciosa ferramenta de sapador... Também era "arma de defesa" (17%), "ronco" (13%) e "amiga inseparável" (10%)
(*) Vd. poste de 29 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16344: Inquérito 'on line' (64): Para que servia a faca de mato ? Num total de 90 respostas, 32 % diz que nunca teve nenhuma; para 41% era o nosso "canivete suiço"; para 31%, um abre-latas; e para 23%, uma preciosa ferramenta de sapador... Também era "arma de defesa" (17%), "ronco" (13%) e "amiga inseparável" (10%)