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sábado, 6 de agosto de 2016

Guiné 63/74 - P16364: Inquérito 'on line' (65): em outubro de 1963, quando parti para o CTIG, deram-me um kit de sobrevivência: canivete de bolso com saca-rolhas, abre-latas e abre-cápsulas; copo, prato, marmita, colher e garfo, tudo inox (José Botelho, ex-sold trms, CCAÇ 557, Cachil, Bissau, Bafatá, 1963/65)













 Parte do kit de sobrevivência 

Fotos: © José Colaço (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



De: José Colaço | Data: 1 de agosto de 2016 às 22:53 | Assunto: kit de sobrevivência


Foto à esquerda_osé [Botelho] Colaço ex-soldado trms da CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65), membro da nossa Tabanca Grande desde 2 de junho de 2008: tem 70 referência no nosso blogue.


Luís,  depois do inquérito sobre a faca de mato (*), parece-me que seria  interessante saber como é que foi evoluindo a percepção da hierarquia relativamente às necessidades dos militares no mato e como se foi melhorando o  kit de sobrevivência.

Se te parecer que tem interesse debater este tema,  fica à tua consideração.

Na minha partida para a guerra da Guiné em outubro de 1963  entregaram-me como kit de sobrevivência as seguintes peças: 

(i) um  canivete de bolso, marca Icel,  inox,  com oito cm, provido de saca-rolhas, abre latas e abre cápsulas;

(ii) um copo inox; 

(iii)  e um prato inox .


Têm gravado no  fundo: INOX,  o escudo de Portugal e as letras E.P.,  o  que se pode 
confirmar aumentando o zoom na foto do fundo do copo parte exterior [Imagem á direita].

Deste kit  envio fotos, em anexo. O prato está muito mal estimado pois serviu de assador de castanhas e  vai daí as suas mazelas. As restantes peças, que passo a enumerar,  ao  longo destes 53 anos desapareceram:  colher, e o garfo de cabo anão e  uma marmita.

Este kit de sobrevivência era oferecido e fazia parte dos bens  próprios do militar sem direito a espólio.

Mas notei que em referência à faca de mato foi evoluindo e até fazia  parte do equipamento militar, aqui fico com algumas dúvidas se seria ou não  devolvida,  se fazia parte do equipamento militar, ou do kit de  sobrevivência. 

Houve casos de oportunismo. inclusive eu que, quando fiz o resto do espólio no RI 16 em Évora,  disse ao sargento que  eu não tinha recebido boina mas sim um bivaque que entreguei em  troca da boina. Porque se o sargento não comesse a peta, eu na minha  mente, e  para não arranjar problemas, o que tinha a fazer  era pagar a boina.

Um Ab, Colaço

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