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sábado, 19 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P27035: Seis jovens lourinhanenses mortos no CTIG (Jaime Silva / Luís Graça) (3): Albino Cláudio (1946-1968), sold at inf, CCAÇ 2368 / BCAÇ 2845 (1968/1970), natural de Ribamar: vítima de acidente com arma de fogo, em Bissorã, em 23/7/1968 - II (e última) Parte: O Comandante Militar do CTIG, por despacho, disse que o desastre ocorrido foi "por motivo de serviço"

 


Albino Cláudio (Ribamar, Lourinhã, 30.05.1946 – Bissorá, antiga província portuguesa da Guiné 23.07.1968), sold at inf, CCAÇ 2368 (Cacheu, Bissorã, Teixeira Pinto, 1968-70)

Brasão do BCAÇ 2845 (1968/70)

1. No poste anteriormente publicado nesta série (*), foram citados  os nomes e os postos de vários camaradas do Albino Cláudio (Ribamar, Lourinhã, 1944-Bissorã, Guiné, 1968), que intervieram no âmbito do processo de averiguações do acidente que o vitimou em Bissorã, no dia 27 de julho de 1968. Recorde-se:

  • o comandante da companhia, cap inf Manuel Joaquim Sampaio Cerveira;
  • o alf mil António Matos de Almeida, encarregue pelo Cmdt de elaborar o processo por acidente com arma de foto;
  • as testemunhas do acidente, 1º cabo at inf Cipriano Martins Silva, natural de Famalicão, e o sold at inf  Joaquim Cunha Moreira, natural de Penafiel;
  • o fur mil António Pimenta Rodrigues,  e o 1º cabo at inf Victor Manuel da Costa, que oram testemunhas da elaboração do espólio do Albino Claúdio,  feita pelo alf mil Matos de Almeira,na presença e capitão;
  • não sabemos o nome do alf mil médico que passou a certidão de óbito, mas muito provavelmente o seria o mais antigo, Fernando António Maymone Martins... O Maximino José Vaz da Cunha também foi médico do BCAÇ 2845.  E haverá ainda um terceiro médico, José Luís Pinto Pinto Bessa de Melo,  que muito possivelmente veio render um dos  dois primeiros, os quais, na 2ª parte da comissão, foram trabalhar  no HM 241, em Bissau.



Composição orgânica do pessoal da CCAÇ 2368. Lista gentilmente disponibilizada pelo Albino Silva, que pertenceu á CCS/ BCAÇ 2845.


2. Comentário do nosso editor LG ao poste P27032 (*).


Não foi suicídio, mas também não terá sido simples "acidente com arma de fogo", garante-me o conterrâneo e vizinho do Albino Cláudio, o nosso grão-tabanqueiro Carlos Silvério, ex-fur mil at cav, CCAV 3378 (Olossato, 1971/73)...

"A história estaria mal contada", disse-me ele ao telefone... Ele falou com familiares do Cláudio, em  Ribamar, e com outros militares na Guiné, no seu tempo. Ele tem outra versão, ouvida no Olossato...

Segundo ele, o Cláudio, àquela hora, 7 da manhã, não ia entrar de serviço, mas, sim, acabava de chegar de uma operação no mato... E que a essa hora não se limpavam armas...E que as duas testemunhas ouvidas pelo alferes que elaborou o auto, o Matos Almeida,  não eram testemunhas "oculares", nenhum delas viu o acidente ou o momento fatal:

(i) o 1º cabo Cipriano Martins Silva às 6:50 viu o Albino "limpar a arma", já que ia "entrar de serviço às sete horas" (sic);  ouviu o tiro quando já estava no refeitório para tomar a refeição da manhã; viu, isso sim, o oficial de dia sair do refeitório, correr para a caserna e fazer transportar o sinistrado para o posto de socorros;

(ii) o sold Joaquim Moreira estava de saída, à porta da caserna, ouviu o tiro, voltou a entrar na caserna, encontrou o sinistrado caído no chão, com a arma ao lado, e a esvair-se em sangue...

O Carlos Silvério estranha ( e eu também) não ter sido aparentemente ouvido, como testemunha, o oficial de dia, que foi quem assistiu o ferido e fez a participação da ocorrência ao comandante. Estava no refeitório quando ouviu uma detonação.

Estranha-se, ainda, que as duas testemunhas reforcem a ideia de que não foi suicídio: o 1º cabo Silva já tinha ouvido, algumas vezes, ao Cláudio dizer que quando passasse à disponibilidade iria "construir uma casa e casar-se" (estavam ainda todos no início da comissão, com apenas 2 meses e meio...); como quem diz: "quem quer casar-se, não vai matar-se"...

O sold Moreira diz, por sua vez, que o Cláudio "não se matou propositadamente" (sic), "era uma pessoa pacata e sem problemas" (sic).

A certidão de óbito é clara: "a causa principal da morte foi o ferimento perfurante na caixa torácica"...

Ota, ninguém limpa a arma ( e muito menos a G3) com o cano apontado ao peito... 

O Comando Militar do CTIG quer esclarecer todas as dúvidas: "se foi acidente ou suicídio" (sic)... E acabará por escrever no seu despacho, o Comandante Militar: "Sou de parecer que deve ser considerado ocorrido por motivo de serviço o desastre sofrido por este militar (...)".

Sabemos que na tropa não havia suicídio nem homicídio: para todos os efeitos, só havia, no nosso tempo,  mortes  por: (i) ferimento em combate; (ii) motivo de doença: ou (iii) acidente (incluindo com arma de fogo).

Ponto final parágrafo


PS - Ainda segundo o informação do Carlos Silvério, a namorada do Albino Cláudio acabou, naturalmente, por casar com outro e emigrar para o Canadá. 

Por outro lado,  e segundo consta no livro do Jaime Silva, "Não esquecemos..." (Lourinhã, Câmara Municipal da Lourinhã, 2025, pág. 181), na altura em que foi feito o espólio, um camarada do Claúdio lembrou  um desejo seu: se "viesse a falecer em combate" (...), "o fio em prata (contendo uma) pequena medalha", deveria ser " entregue à sua namorada".

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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Guiné 61/74 - P26460: Humor de caserna (100): A piçada do general: "Ó nosso alferes, qual bicha, qual carapuça!... Saiba que no exército português não há bichas e muito menos de pirilau!"... (disse ele para o ten mil José Belo, sendo o 1º cabo mil Carlos Silvério testemunha)


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) > S/l > s/d > Progressão em coluna apeada, "coluna por um",  "fila indiana" "bicha de pirilau"...

Foto (e legenda): © João Sacôto (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



A 'piçada' do general

por Carlos Silvério


 Quando o 1º cabo miliciano atirador de cavalaria Carlos Silvério (hoje nosso grão-tabanqueiro nº  783) passou pelo RI 5, Caldas da Rainha, como monitor de recruta do CSM (Curso de Sargentos Milicianos), entre setembro e dezembro 1970 (4º turno), lembra-se de ter conhecido o José Belo, então alferes ou tenente miliciano,  acabado de regressar da Guiné...


Carlos Silvério, ex-fur mil at cav,
 
CCAV 3378 (Olossato e Brá, 1971/73);
vive hoje na Lourinhã
Um belo dia apareceu lá um senhor general que quis certificar-se da excelência da formação dada aos futuros sargentos milicianos... E fez questão de supervisar (do latim, "supervidere", ver de cima...)  uma das aulas práticas dadas pelo instrutor José Belo... 

Às tantas, falando da sua experiência como combatente no TO Guiné, em 1968/70, o instrutor usou a expressão "bicha-de-pirilau"...

Parece que o general ficou "piurso", saltou-lhe a mola e deu uma valente reprimenda ("piçada") ao oficial, à frente dos instruendos (o que, como é sabido, não é regulamentar nem elegante):

- Ó nosso alferes, qual bicha, qual carapuça!... Saiba que no exército português não há bichas e muito menos de pirilau!... Os nossos militares, aqui na metrópole ou nos teatros de operações do Ultramar, na Guiné, em Angola ou em Moçambique, andam  em coluna por um !... Ponha isso no seu dicionário!...

O Carlos ficou sem perceber  por que é que o senhor general foi aos arames com a expressão "bicha-de-pirilau"... Seria uma reacção... h
omofóbica?...

Afinal, "pirilau",  no português (informal) de Portugal, é sinónimo de órgão sexual masculino, pénis, pilinha, piloca. (Os brasileiros dizem bilau)...


José Belo, ex-alf mil, CCAÇ 2381,
Ingoré, Buba, Aldeia Formosa,
Mampatá e Empada, 1968/70;
vive hoje nos EUA
Já o termo "bicha" começa por referir-se ou estar associado a qualquer objecto que, pelo seu feitio ou movimento sinuoso, dá ideia de um réptil, e por extensão, qualquer animal de corpo comprido e sem pernas (como a minhoca, por exemplo).... 

 Na linguagem informal é usado para designar uma fila (ou fileira) de pessoas, umas atrás das outras, em geral esperando a sua vez de serem atendidas, para obter um bem ou serviço, etc. (por ex., a bicha do pão, das vacinas, do trânsito)...

"Bicha-de-pirilau" é uma expressão que, infelizmente, ainda não está grafada pelos nossos lexicógrafos, muito cautelosos e conservadores. Tal como, aliás,  a correspondente  expressão técnica ("jargão") usada pela tropa : "coluna por um" refere-se  à formação de uma tropa, em que os elementos (que podem ser homens ou viaturas) são colocados um atrás do outro, seguidamente, guardando entre si uma distância regulamentar.   (Mas também  há colunas por dois, por três, etc.)

A expressão "bicha-de-pirilau" era corrente na Guiné, tal como "fila indiana" (originalmente, o modo como os índios da América progrediam  no seu território, em situações de caça, patrulha ou guerra).

A história tem a sua piada, sobretudo pela reação intempesttiva do senhor general inspetor, de ouvido mais sensível ou então demasiado purista da língua portuguesa e/ou do jargão militar.

(Recolha, revisão / fixação de texto: LG)

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 19 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20668: Em bom português nos entendemos (25): Bicha de pirilau... Expressão da gíria militar do nosso tempo, ainda não grafada nos dicionários... Será que continua a incomodar o senhor general?

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26443: Fotos à procura de... uma legenda (192): Bissau, agosto de 1974: qual a mais famosa esplanada da cidade ? Café Bento ou cervejaria Solmar ? E esta foto é da 5ª Rep ou da Solmar ?





Guiné > Bissau > Agosto de 1974 > Uma das famosas esplanadas de Bissau, a um mês dos "tugas irem definitivamente para casa"... O fotógrafo nãpo identifica o local, diz apenas: "A foto foi tirada em Bissau, um ou dois dias antes do nosso regresso, por volta de 23 de agosto de 1974. Quem não conhece esta esplanada?!!!"... O autor foi alf mil  art, 3ª C/BART 6520 / 72 (Fulacunda, 1972/74). Os dois militares que aparecem de costas, seriam do pelotáo do Jorge. (O Fernando Carolino tem uma foto igual, se calhar oferecida pelo Jorge; ele regressaria mais tarde à metrópole, já em setembro, por ser de rendição individual) (*)

Foto (e legenda): © Jorge Pinto (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar_ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


1. Qual a mais famosa esplanada de Bissau ?  O Café (e cervejaria) Bento, dirão muitos (tem 11 referências no nosso blogue) ... Também era conhecido com a 5ª Rep, o maior "mentidero" da cidade: era um dos nossos locais de convívio, dos gajos do mato, dos desenfiados e sobretudo dos heróis da guerra do ar condicionado; recorde-se que havia 4 grandes repartições militares em Bissau, no QG, na Amura,  mas a 5ª Rep,  o Café Bento, era a mais famosa, porque era lá que paravam todos os "tugas" que estavam em (ou iam a) Bissau, gozar as "delícias do sistema";  era lá que se fazia "contra-informação", de um lado e do outro; era lá que se contavam as bravatas, os boatos e as mentiras da guerra...

O Café Bento ficava na esquina da Av da República  (hoje Av Amílcar Cabral) (do lado esquerdo, de quem descia), com a  Rua Tomás Ribeiro (hoje António Nbana) (nº 1 a vermelho no croquis a seguir), já perto do final da única avenida de Bissau, digna desse nome... 

Do outro lado dessa artéria, um pouco mais à frente, no sentido descendente, ficava a Casa Gouveia, a maior "superfície comercial da cidade"...

O edifício do Café Bento, ao   que parece, passou a ser, mais tarda, a sede da delegação da RTP África (hoje, com novas instalações, inauguradas em 2021, na Rua  Angola,  78, Chão de Papel, já fora portanto da "BissauVellha"; foi aqui que nasceu o saudoso António Estácio).

Em 1970, eu, o Humberto Reis e outros diriam que a melhor esplanada era o Pelicano (acabada de inaugurar,  ficava na Marginal, hoje Av 3 de Agosto). 

Mas o que importa agora á a foto que publicamos acima: Café Bento  ou Cervejaria Solmar (que infelizmente não vem no croqui do António Estácio). Vai uma aposta ?


  • O Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), que conheceu bem Bissau, antes e depois da independência, diz que a foto é o Café Bento, a famosa 5ª Rep,. do seu tempo (1967/69), do meu tempo (1969/71)... 


  • O Jorge Pinto (que tirou esta foto na véspera do regresso a casa, ams que conhecia mal Bissau, sempre enfiado em Fulacunda) diz também que não era o Café Bento, não se lembra bem do nome mas acha que podia ser a Solmar... Sabe que era perto da marginal do rio, da Casa Pintosinho...


Mas há mais camaradas nossos que conheceram bem (pou relativamente) Bissau, por lá terem estado colocados... e fazerem referências ao quer ao Café Bento / 5ª Rewp ou ao Café Restaurante Solmar... Por exemplo;

  • ou o nosso camarada da FAP, Mário Serra de Oliveira (que teve o  seu próprio restaurante em Bissau) [ex-1.º cabo escriturário, nº 262/66, BA 12, Bissalanca, 1967/68; esteve destacado na messe de oficiais em Bissau, entre maio de 1967 e dezembro de 1968; depois, já como civil, entre janeiro de 1968 e agosto de 1981, como empregado e como empresário passou por diversos estebelcimentos: Café Restaurante Solmar, Grande Hotel, Pelicano, Ninho de Santa Luzia (uma casa sua, que abriu em 14/11/1972), Tabanca, Casa Santos, Abel Moreira, José D’Amura e Oásis; trabalharia ainda na embaixada dos EUA; é autor, entre outros, do livro "Palavras de um Defunto... Antes de o Ser"(Lisboa: Chiado Editora, 2012, 542 pp, preço de capa 16€]
  • o Abílio Duarte, amigo e camarada do Valdemar Queiroz, ambos da CART (temos uma foto dele no café Bento);
  • sem esquecer o nosso também querido amigo guineense,  o Nelson Herbert...




Infografia: António Estácio (1947-2022)  / Blogue Luís Graça / Camaradas da Guiné (2025)


Infelizmente o croqui que encontrámos num livrinho do António Estácio (1947-2022) (nascido em "chão de Papel"...), só inclui a parte oriental da Bissau Velha, entre o lado esqerdo, de quem desce, da Avenida da República (hoje, Av Amílcar Cabral) e a fortaleza da Amura (8) (antiga Rua Capitão Barata Feio, hoje Rua 24 de Setembro).

Aguardamos, por parte dos nossos leitores. uma ajudinha para legendar a bela foto do Jorge Pinto, que desdobrámos em quatro para uma leitura mais atenta e detalhada.




Planta de Bissau (edição, Paris, 1981) (Escala: 1/20 mil)



Guiné-Bissau > Bissau > 1996 > Duas décadas depois da independência... Rua onde ficava a célebre cervejaria Solmar, aqui evocada pelo Hélder Sousa, acabado de chegar a Bissau, em 9 de novembro de 1970: "Após o jantar, uma voltinha para desmoer e reconhecer os vários locais de interesse, a Solmar, o Solar do 10, a Ronda, o inevitável Café do Bento (5ª Rep.), a casa das ostras na rua paralela à marginal, o Pelicano"...

Foto (e legenda) © Humberto Reis (2005). Todos os sireitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].

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(***) Vd. 9 de agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18908: Estórias de Bissau (20): A cidade onde vivi 25 meses, em 1968/70: um roteiro (Carlos Pinheiro)... [Afinal o "Chez Toi" era a antiga casa de fados "Nazareno"...

(****) Último poste da série > 11 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26255: Fotos à procura de... uma legenda (191): a 4ª e última foto por identificar não pode ser o reordenamento e a pista da "minha" Gadamael, em finais de 1971 (Morais da Silva, cor art ref)

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25585: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (45): Há indivíduos com sorte, mesmo na guerra



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


HÁ INDIVÍDUOS COM SORTE, MESMO NA GUERRA

1) - Certa noite, estando de serviço num dos postos de vigia foi encontrado a dormir e o graduado "roubou-lhe" a G3.

2) - Numa operação, o oficial comandante do Grupo de Combate mandou parar o grupo, para os nossos soldados milícias analisarem as pegadas recentes que encontraram no trilho.
Nessa altura surgiram 2 elementos do PAIGC. Houve troca de tiros com os nossos soldados milícias e o nosso soldado "refilão" fez rajada para o local donde tinham surgido os tiros.
Atingiu e matou um dos nossos milícias e só não fez mais vítimas porque o oficial e os outros milícias gritaram para parar o tiroteio.

3) - Retiramos desse local para fazermos a evacuação de 1 guerrilheiro ferido e do nosso soldado milícia morto. Quando encontramos um local adequado para fazer as evacuações surgiu um grupo de "turras" que nos perseguia.
O "soldado refilão" viu o grupo IN aproximar-se, mas não avisou o comandante da secção dele, nem o oficial, nem os camaradas da secção. Agiu por conta própria.
Armou-se em "herói" e, sem avisar ninguém resolveu atacar o IN. Por sorte ou azar a bala não percutiu, mas fez o barulho suficiente para alertar todos os presentes - grupo do PAIGC e o nosso Grupo de Combate.
Este contacto não teve consequências para ambos os grupos.
Após a retirada do PAIGC deslocamo-nos para outro local e fizemos as evacuações.

4) - Mas um "herói lusitano" tem que continuar a ser o protagonista desta epopeia.
No dia 7 de Abril de 1971, o nosso grupo de combate estava de serviço e sofremos um ataque ao quartel.
O nosso "herói" saiu da caserna aos tiros de rajada, a caminho da vala.
Por sorte não matou nem feriu nenhum camarada.
Quando cheguei ao local os outros dois furriéis do meu grupo informaram-me que os soldados se tinham queixado das rajadas do tal camarada.
No final, quando achamos que o ataque já tinha acabado, chamei o "artista" e fiz-lhe ver as asneiras que tinha feito e que podia ter ferido ou morto algum camarada.
Quando ele veio ter comigo, pelo andar verifiquei que ele tinha álcool a mais, e ameacei-o pela asneira que ele tinha feito. Mas o álcool deu-lhe para "refilar" comigo. Preferi terminar aqui, e no dia seguinte voltarmos a falar e proceder de acordo com a reacção dele.

5) - Mas como disse atrás um "herói lusitano" tem que honrar os seus pergaminhos.
Estava se serviço ao posto das 2 às 4 horas da manhã. E o furriel de ronda às 3h45m foi à caserna acordar os soldados para render os postos e foi passar ronda aos postos da tabanca, feitos pelos milícias.
Como o "herói lusitano" não foi rendido às 4h00, fez uma rajada.
Lá veio o furriel de ronda a correr da tabanca para o posto donde tinha sido feita a rajada e encontrou os oficiais e os sargentos todos a pé, para saberem o que se passava. Eu estava de oficial de dia, também me levantei e equipei para ir ver o que se passava.
Como tudo serenou voltei a deitar-me - DEPOIS DE UM ATAQUE DE 30 MINUTOS APÓS O JANTAR, UMA RAJADA ÀS 4H15M É MUITO PERTURBADORA.

Às 6 horas da manhã, o furriel miliciano que estava de ronda informou-me que o capitão queria falar comigo, por causa desta situação.
O capitão queria que eu participasse para dar uma "porrada" ao soldado. Nessa altura já sabíamos que íamos para Nhacra e uma porrada podia originar uma transferência para uma zona de porrada.
Argumentando as consequências, convenci o capitão a não participar e darmos-lhe cabo do corpo = castigo físico.
Propus-lhe que sempre que o soldado não estivesse em serviço fosse trabalhar no heliporto, na substituição os troncos de palmeira que substituíam as valas, etc.
O capitão concordou e lá o safei duma porrada, quando na noite anterior eu estava decidido a dar-lhe um castigo pela irresponsabilidade que ele demonstrou aquando do ataque.

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 23 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25554: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (44): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Sobreposição à CCAV 3378

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25554: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (44): Premonição



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


PREMONIÇÃO

A CCAV 2721 chegou à Guiné em 11 de Abril de 1970.
Foi colocada em OLOSSATO, na região do OIO, próximo da famosa base do MORÉS.

Ao longo da nossa permanência no Olossato os nossos soldados começaram a dizer que a nossa Companhia ia para Nhacra.
Era muito bom, porque em Nhacra não havia guerra.

Este boato começou a correr mais ou menos em Junho, ou seja 2 meses após a nossa chegada.
Nós, graduados, dizíamos-lhes para não acreditarem nisso e não criarem falsas ilusões.

- "QUANDO A ESMOLA É GRANDE O POBRE DESCONFIA". Mas, de 2 em 2 meses lá voltavam os soldados a dizer que a Companhia ia para Nhacra.

Apesar de nós, graduados, continuarmos a dizer-lhes para não acreditarem, eles insistiam.
E o boato ia-se repetindo de 2 em 2 meses.
E em Abril de 1971, num domingo de Páscoa, confirmou-se que a CCAV 2721 ia para Nhacra.

O capitão estava de férias e a Companhia era comandada pelo Alferes Salgado.

Eram cerca das 4 horas da tarde e o alferes Salgado apareceu de jeep em frente ao bar de oficiais e sargentos e convidou-me para o acompanhar na visita que ia fazer à tabanca.

Passado pouco tempo informou-me que tinha recebido uma mensagem a dizer que a Companhia ia para Nhacra.

Trocamos comentários acerca da persistência dos soldados que de 2 em 2 meses não deixavam de afirmar que a Companhia ia para Nhacra, onde NÃO HAVIA "GUERRA".

A chegada da CCAV 3378 em 13 de Maio foi a confirmação da nossa ida para Nhacra.

Em 31 de Maio foram 2 GComb e parte do comando e especialistas da Companhia para Nhacra.
5 de Janeiro de 1972 > João Moreira junto à piscina de Nhacra

Ficaram os 2.º e 4.º GComb para fazermos a sobreposição à CCAV 3378.

O resto da Companhia foi no dia 9 de Junho para Nhacra e sofremos um ataque, após termos instalado os soldados nas futuras instalações do Posto Retransmissor da Emissora Oficial da Guiné.

Íamos para Nhacra - ONDE NÃO HAVIA GUERRA - e fomos recebidos com um ataque.


(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 16 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25531: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (43): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Sobreposição à CCAV 3378

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25531: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (43): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Sobreposição à CCAV 3378



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


SOBREPOSIÇÃO À CCAV 3378

No dia 13 de Maio de 1971, chegou ao Olossato a CCAV 3378 para render a minha CCAV 2721.

Era uma companhia comandada por um capitão miliciano, engenheiro agrónomo, que diziam ter sido colega do Amílcar Cabral, com quem se correspondia através de um intermediário em França.

Por estes motivos estavam, ou foram, convencidos de que o Amílcar Cabral ia dar instruções aos guerrilheiros do PAIGC naquela zona para não atacarem esta companhia.

Os graduados, talvez por melhor formação, aceitavam os nossos conselhos, mas os soldados eram irresponsáveis.

Nas saídas que fizeram com o meu grupo de combate, obrigava-os a cumprir as minhas ordens, porque a minha vida e a vida dos meus soldados não podiam correr riscos desnecessários, provocados pela falta de consciência dos periquitos.

Exemplifico:

Em emboscadas noturnas falavam alto, dormiam, ressonavam, fumavam, etc. Não cumprindo as minhas ordens, falava com o graduado deles e levantava a emboscada, porque a nossa presença já estava denunciada.

Evitava andar nas bolanhas. Fazia a progressão 30 a 40 metros dentro da mata de forma a evitar ser surpreendido, mas eles queriam atravessar as bolanhas à balda, sem qualquer tipo de segurança.

Várias vezes avisei os graduados e os soldados que eles a procederem assim, iam ter muitos problemas e sofrer grandes desilusões.
Guiné > Região do Oio > Olossato > 1966 > Vista aérea do aquartelamento, pista de aviação e povoação.
Foto: © Rui Silva (ex-Fur Mil, CCAÇ 816, Bissorã, Olossato, Mansoa, 1965/67).

Entretanto, chegou o dia 31 de Maio e os 1.º e 3.º GComb seguiram para Nhacra, acompanhados por parte do comando e especialistas.

Os 2.º e 4.º GComb só foram para Nhacra no dia 9 de Junho.

Acabámos a comissão e regressámos no dia 28 de Fevereiro de 1972.

Em Março, ao descer a Rua de Sá da Bandeira, no Porto, cruzou-se comigo um indivíduo que me reconheceu e falou.

Era um dos furriéis da CCAV 3378, que nos tinha rendido no Olossato.

Durante a conversa perguntei-lhe como estava a correr a comissão deles e ele respondeu-me que não estava bem. Os soldados iam de G-3, morteiro e bazuca para o refeitório porque os "turras" tinham ido ao arame farpado.

Lembrei-lhe dos "avisos" que lhes tinha feito durante o tempo da sobreposição ao que ele me informou que a partir dessa altura todo o pessoal dizia:
- O furriel Moreira avisou-nos várias vezes que o Amílcar Cabral não ia dar ordem para não atacarem aquela Companhia por ser comandada por um amigo dele. ELE É QUE TINHA RAZÃO.

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 9 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25500: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (42): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Os meus pedidos aos soldados do meu 4.º Grupo de Combate

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25470: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (41): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: População recuperada ao PAIGC



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


POPULAÇÃO RECUPERADA AO PAIGC


1970/ABRIL/23
- Emboscada a sul da antiga tabanca do Maqué.
RECUPERAMOS:
8 mulheres
2 crianças

1970/ABRIL/29
- Emboscada a sul da antiga tabanca do Maqué.
RECUPERAMOS:
2 mulheres
1 criança

1970/MAIO/14
- Emboscada em BINTA4B3 (2.º GCOMB)
RECUPERAMOS:
1 guerrilheiro ferido

1970/MAIO/26
- OPERAÇÃO "JAGUAR VERMELHO" - Bissancage (4.º GCOMB)
RECUPERAMOS:
1 guerrilheiro ferido

1970/JUNHO/28
- Emboscada no bico da bolanha Maqué/Bissajarindim
RECUPERAMOS:
1 homem
10 mulheres
3 crianças

1970/JUNHO/29
- Emboscada no bico da bolanha Maqué/Bissajarindim (noutro local)
RECUPERAMOS:
2 homens
1 mulher

1970/JULHO/08
- Patrulhamento a 2 GCOMB, a Iracunda e Manaca (1.º e 2.º GCOMB)
RECUPERAMOS:
2 homens
11 mulheres
4 crianças

1970/JULHO/13
- GOLPE DE MÃO A AMINA DALA = "OPERAÇÃO BACARÁ" (4.º e 1.º GCOMB)
RECUPERAMOS:
15 homens
5 mulheres
17 jovens e crianças

1970/AGOSTO/07
- OPERAÇÃO "ALMA MINHA"
RECUPERAMOS:
1 mulher

1970/NOVEMBRO/13
- RECUPERAMOS:
1 homem vindo do Senegal

1970/NOVEMBRO/14
- GOLPE DE MÃO A AMINA DALA = "OPERAÇÃO BRAIMA"
RECUPERAMOS:
1 homem
6 mulheres
8 crianças

1970/NOVEMBRO/19
- Apresentou-se 1 homem balanta com 1 PPSH

1970/DEZEMBRO/30
- GOLPE DE MÃO A CANJAJA UNHADA (2 GCOMB/CCAV 27212 + 2 GCOMB/CCP121 RECUPERAMOS:
1 homem
7 mulheres
6 crianças

1971/JANEIRO/31
- ACÇÃO "UMBELUZI", em Bissancage.
RECUPERAMOS:
1 homem

1971/FEVEREIRO/05
- OPERAÇÃO "URSO NEGRO", em Lubacunda e Bantasso.
RECUPERAMOS:
1 homem
2 - mulheres

1971/MARÇO/05
- GOLPE DE MÃO A CANTACÓ E BANTASSO.
RECUPERAMOS:
1 homem
9 mulheres
5 crianças

1971/ABRIL/01
- EMBOSCADA NA BOLANHA DO MAQUÉ
RECUPERAMOS:
1 mulher

1971/ABRIL/24
- PATRULHAMENTO A CANICÓ E SANSABATO
RECUPERAMOS:
2 homens

1971/MAIO/??
- PATRULHAMENTO OFENSIVO A MARECUNDA (1 GCOMB/CCAV 2721 + 2 GCOMB/CCAV 3378)
RECUPERAMOS:
4 mulheres
2 crianças

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 25 DE ABRIL DE 2024 > Guiné 61/74 - P25444: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (40): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Minas levantadas ou accionadas

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25371: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (38): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Batalhas com o PAIGC



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


BATALHAS COM O PAIGC

1970/MAIO/14 - EMBOSCADA NO TRILHO DO MAQUÉ
O 2.º grupo de combate a sul do Maqué emboscou 2 guerrilheiros.
Apanhou 1 elemento ferido e 1 arma PPSH
O outro guerrilheiro fugiu.

1970/MAIO/26 - OPERAÇÃO JAGUAR VERMELHO
4.º grupo de combate em Bissancage.
Emboscamos 2 guerrilheiros.
Ferimos e apanhamos 1 guerrilheiro.
O outro foi ferido, mas fugiu.
Foi morto 1 soldado da milícia, por fogo da nossa tropa.

1970/MAIO/27 - OPERAÇÃO JAGUAR VERMELHO
1.º grupo de combate em Bissancage.
Matou 1 IN.
3 carregadores fugiram, deixando rastos de sangue.
Foi capturada 1 espingarda SIMONOV.

1970/MAIO/31 - OPERAÇÃO JAGUAR VERMELHO
2.º grupo de combate.
4.º grupo de combate.
Grupo de combate de milícias.
Trilho Morés/Madina Mandinga.
Às 06h30, 1 grupo de guerrilheiros accionou uma armadilha montada pelo 4.º grupo de combate, na véspera. Fizeram fogo com armas ligeiras, RPG e morteiro 61 para ver se denunciávamos a nossa presença. A nossa chefia caiu nesse logro, respondendo ao fogo deles e denunciando a nossa presença.
Às 10h00, quando esperávamos o reabastecimento de água, fomos atacados com morteiros, RPG e costureirinhas. Pelo poder de fogo deviam ser um grupo grande e bem armado.
Neste ataque tivemos vários feridos, entre eles:
- Capitão Moura Borges (Comandante da Companhia), com gravidade;
- Alferes Silva (comandante do meu 4.º grupo de combate), com estilhaços;
- Vários soldados e milícias com estilhaços.
- o capitão e o alferes foram evacuados por helicóptero para o Hospital Militar.

1970/JULHO/08 - PATRULHAMENTO A IRACUNDA E MANACA
1.º grupo de combate.
2.º grupo de combate.
2 secções de milícias.
Atacaram grupo IN que os perseguia.

1970/JULHO/13 - OPERAÇÃO BACARÁ
Golpe de mão a Amina Dala.
Helicanhão em alerta no Olossato.
1.º grupo de combate.
4.º grupo de combate.
2 secções de milícias.
Depois do 4.º grupo de combate fazer o golpe de mão, foi perseguido por um grupo de guerrilheiros.
Houve recontro com o IN, que vinha armado com RPG, armas automáticas e morteiros 61.
Pedida a presença do helicanhão o IN fugiu e deixou-nos chegar em paz ao Olossato.
Precisávamos bem desta protecção, porque o 4.º grupo de combate trazia cerca de 40 elementos recuperados.

1970/JULHO/17 - PATRULHAMENTO OFENSIVO A CANCUNCO
1.º grupo de combate.
? grupo de combate.
Atacou um grupo IN com 10 a 15 guerrilheiros, que ripostou com RPG e armas automáticas.
Sem consequências para as nossas tropas.

1970/DEZEMBRO/30 - GOLPE DE MÃO A CANJAJA
2 grupos de combate da CCAV 2721
2 grupos de combate da CCP 121
Confronto com 2 elementos da população armados.
Captura de 1 espingarda Mauser.
No regresso o IN bateu a zona com morteiro 61.

1971/MARÇO/29 - OPERAÇÃO URTIGA NEGRA (Patrulhamento ofensivo).
Às 07h30 as nossas tropas foram flageladas com armas pesadas e ligeiras.
Às 13h30 as NT detectaram e atacaram 1 grupo IN com 15 elementos.
Sem consequências para as nossas tropas.

1971/MAIO/?? - PATRULHAMENTO OFENSIVO A MARECUNDA
1 grupo de combate da CCAV 2721
2 grupos de combate da CCAV 3378
As nossas tropas foram flageladas com 2 granadas de morteiro 82, da região de Bancolene.

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 4 DE ABRIL DE 2024 > Guiné 61/74 - P25337: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (37): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Ataques ao Quartel do Olossato e Nhacra

domingo, 17 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25281: Convívios (985): 55.º Almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, Algés, 14 de março de 2024 - II (e última) Parte

 

Manuel Resende (São Domingos de Rana) e José Jesus (Trajouce), ou melhor, régulo e adjunto...  (O Manuel Resende não precisa de apresbetações: tem mais de 140 referêrncias no nosso blogue.)


Carlos Silvério (Ribamar, Lourinhã) (É também membro da Tabanca Grande): O o nosso grã-tabanqueiro nº 783 foi fur mil at cav, CCAV 3378 (Olossato e Brá, 1971/73).



Manuel Leitão (o "Mafra"): O Manuel Calhandra Leião foi 1º cabo, Pel Mort 1028 (Enxalé, 1965/67),  e sentar-se  à sombra do nosso poilão, sob o nº 867.


Pedro Leitão, filho do "Mafra"


Joasquim Peixeira (Loures). outro "pira" na Tabanca da Linha




Heroíno Cabral (Lisboa)



Carlos Raposo (Carcavelos) ("cara nova" na Tabanca da Linha)



António Pina (São João da Talha)


António Varanda (Lisboa)



Orlando Pinela (Caxias) e Carlos Alberto Pinto (Amadora): dois velhos membros da Tabanca Grande


Luís Marinho,  "pira" (vive na Moita),  e o Carlos Ferrand (Lisboa)



Afonso Barroso (Oeiras)
 


José Trindade, "cara nova"... (vive em São João da Talha)

João Rosa (Lisboa)


Oeiras > Algés > Restuarahnte Caravela de Ouro > 14 de março de 2024 > 55º convívio da Magnífica Tabanca da Linha


Fotos (e legendas): © Manuel Resende (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mais uma edição dos convívios da Tabanca da Linha.  Foi o nº 55.  Quando chegar aos 100, o Manuel Resende, jura que se reforma... Já marcou o 56º, para 23 de maio de 2024,,, Quinta feira, pois claro. E no sítio do c0stume, o Restaurante Caravela de Ouro, em Algés,,, 

Para saber mais o nosso leitor pdoe consultar a página do Facebook de A Magnífica Tabanca da Linha (grupo privado já com 155 membros)... 

Com este convívio, o 55º, realizado no passado dia 14 de março (*), entraram mais seis "piras" ou "caras novas":  Carl0s Raposo, João Crisóstom0, Joaquim Peixeira (apelido bem alentejano, e não Teixeira), José Trindade, Luís Marinho, Manuel Leitáo (ma tropa conhecido como o "Mafra"). 

Parabéns ao Manel e ao seu ajudante, o Zé Jesus, que, pelo quer vimos, tem jeito e está aprovado  para o cargo de  "tesoureiro".  Parabéns a todos os "magníficos" que, de Setúbal à Lourinhã e de Lisboa a Sintra,  quiseram aproveitar mais  duas/três horas do seu tempo de vida para um são e alegre convívio entre antigos combatentes. Parabéns também às nossas companheiras que alegraram as nossas mesas...  Sem esquecer os mais jovens que nos acompanharam, o Pedro Leitão, filho do Manuel Leitáo, e a Cristina, filha do João Crisóstomo...

O Victor Carvalho (que vive em Linda-A-Velha, mas é natural de Peniche) aceitou o nosso convite patra integrar a Tabanca Grande. Já partilhou algumas fotos do seu álbum. Foi fur mil enf, CCAÇ 2658 / BCAL 2905 (Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate, Galomaro, Paunca, Mareué, Brá, 1970/71).

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 16 de março de  2024 > Guiné 61/74 - P25277: Convívios (984): 55.º Almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, Algés, 14 de março de 2024 - Parte I

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25201: Convívios (979): 54.º almoço-convívio da Tabanca da Linha, levado a efeito neste dia 22 de Fevereiro, em Algés... Palmas, isso sim, para o magnífico régulo, o Manuel Resende, que com o seu ar discreto mas sempre com grande eficiência "monta e desmonta este bivaque" - Parte I

 


Foto nº 1 > Magnífica Tabanca da Linha > 54º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 22 de fevereiro de 2024 > Malta do CIM de Contuboel (junho/julho de 1969, da CCAÇ 12 e da CART 11): da esquerda para a direita, Luís Graça (CCAÇ 12),  António F. Marques (CCAÇ 12), Abílio Duarte (CART 11), Humberto Reis  (CCAÇ 12) e Manuel Macias  (CART 11) (o "penetra", o da ponta direita, é o Carlos Silvério, meu conterrâneo e primo, por afinidade, ex.fur mil at cav, CCAV 3378, Olossato e Brá, 1971/73)... Fizemos um brinde à saúde do Valdemar Queiroz, que foi muito recordado à minha mesa, por mim e pelo Abílio Duarte, e também pelo Manuel Macias. "Força, Valdemar, desta hás de safar-te!!...


Foto nº 2 > Magnífica Tabanca da Linha > 54º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 22 de fevereiro de 2024 > A mesa onde eu fiquei, ao meu lado o António Graça de Abreu.


Foto nº 3 > Magnífica Tabanca da Linha > 54º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 22 de fevereiro de 2024 > Mais outros dois convivas da minha mesa: o Arménio Santos (Oeiras) e o António Casquilho Alves (Lisboa)


Foto nº 4 > Magnífica Tabanca da Linha > 54º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 22 de fevereiro de 2024 > Ainda na minha mesa, o Abílio Duarte (Amadora) e o João Parreira (São Domingos de Rana)


Foto nº 5 > Magnífica Tabanca da Linha > 54º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 22 de fevereiro de 2024 > O Carlos Silva e a esposa (que moram em Massamá) mais o Zé Rodrigues (Belas)


Foto nº 6 > Magnífica Tabanca da Linha > 54º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 22 de fevereiro de 2024 > O indefetível Jorge Ferreira (ao centro) mais a esposa e, à direita, o Paraíso Pinto (se não erro), também ele tabanquero fiel da Linha...


Foto nº 7 > Magnífica Tabanca da Linha > 54º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 22 de fevereiro de 2024 > A Ilda e o Zé Carioca, que raramente falham... Moram em Cascais.


Foto nº 8 > Magnífica Tabanca da Linha > 54º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 22 de fevereiro de 2024 > O José Miguel Louro e a sua companheira (moram em Algueirão)



Foto nº 9 > Magnífica Tabanca da Linha > 54º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 22 de fevereiro de 2024 > O João Rebelo (Lisboa), o Jorge Canhão e um camarada que veio com ele de Setúbal,  o José Silva.


Foto nº 10 > Magnífica Tabanca da Linha > 54º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 22 de fevereiro de 2024 > Também nunca falham, Manuel Macias (Linda-A-Velha) e Luís Paulino (Algés)... os dois da ponta, o camarada do meio e o Jorge Rochá. 


Foto nº 11 > Magnífica Tabanca da Linha > 54º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 22 de fevereiro de 2024 > Carlos Silvério (Lourinhã), Jorge Pinto (Sintra) e José Miguel Louro (Algueirão)


Foto nº 13 > Magnífica Tabanca da Linha > 54º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 22 de fevereiro de 2024 > O Raul Folques /Muratl/ Parede), à nossa direita... Os outros camaradas José Augusto Oliveira (Linda-A-Velha) e  Ernesto Baptista  (Sintra) 

Fotos: © Manuel Resende (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Jà não ia a um convívio da Tabanca da Linha há uns largos meses... Daí me escaparem alguns nomes nas legendas das fotos que agora se publicam (I Parte) (Já os recuperei com a ajuda do Manuel Resende)... 

Confesso que gostei de rever a malta... Éramos para aí uns 70... Estou, estamos mais velhos... e alguns mais vezes a caminho dos médicos e do hospital... Mas o espírito de corpo (mais do que o espírito e o corpo, em separado) continua "fixe"... Sã convívio, tolerância, amizade, camaradagem, descontração, vontade de (con)viver... Sim, tolerância, respeito mútuo...Cabemos lá todos com tudo o os que une e até com aquilo que nos pode separar... 

São duas horas e meia que valem "ouro, incenso e mirra"... Fica aqui um primeiro apontamento do 54º almoço-convívio dos "magníficos". 

No pouco tempo dos aperitivos (meia hora, de pé, antes da malta se sentar à mesa-redonda), dá para pôr a conversa em dia, tirar dúvidas, contar estórias, fazer pedidos e sugestões para o blogue... 

Mesmo com um minuto para cada um (além do pastel de bacalhau e do copo de branco...), consegui falar com o Raul Folques, o Jorge Ferreira, o Domingos Robalo, o Francisco H. Silva, o Jorge Pinto, o João Martins, o Humberto Reis, o António F. Marques, o António Figuinha, o Augusto Silva Santos, o Carlos Silva, etc., e, depois, mais folgadamemte, com os camaradas que ficaram na minha mesa. 

Senhoras, eram poucas desta vez (quatro).

Palmas, isso sim, para o magnífico régulo, o Manuel Resende, que com o seu ar discreto mas sempre com grande  eficiência ( e com o apoio da gerência do restaurante "Caravela de Ouro",  o Lopes, que também foi comando em Angola,,,) "monta e desmonta este bivaque": é ele que organiza estes almoços-convívios numa magnífica sala (privativa...) com vista privilegiada para Pedrouços  e o estuário do Tejo, trata da ementa, discute o preço, anuncia e divulga o evento no Facebook, faz a lista dos inscritos, recebe a massa, tira as fotos... e duvido que, por fim, chegue a almoçar!... 

É duma dedicação extraordinária à Tabanca da Linha e aos seus magníficos tabanqueiros... 

Pela lista que a seguir se publica, o raio de ação da Tabanca da Linha tem-se vindo a alargar umas léguas, desta já vai da Lourinhã (Luís Graça e Carlos Silvério) a Setúbal, passando por Montejunto (Cadaval) (Joaquim Pinto Carvalho, com quem mal falei!)... 

Não digam, pois, que os "meninos da Linha" são elitistas... Para a próxima, está convidada mais tropa e até já temos um "nova-iorquino" inscrito como membro da Tabanca da Linha, o João Crisóstomo!...

PS - Obrigado ao Carlos Silvério e à minha prima Zita pela boleia que me deram até Alfragide, no regresso a casa... s vezes também moro por estas bandas, mas oficialmente estou na Lourinhã, onde faço ginástica com PT.)


(Continua)

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Nota do editor;

Último poste da série > 19 de fevereiro de 2024 > 
Guiné 61/74 - P25187: Convívios (978): 54º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, Restaurante Caravela de Ouro, Algés, 5ª feira, 22 de fevereiro de 2024... Últimas inscrições até às 12h00 de 3ª feira