terça-feira, 5 de novembro de 2019

Guiné 61/74 - P20315: Memória dos lugares (397): Roteiro de Bissau: velhas e novas toponímias, velhas e novas geografias emocionais... (David Guimarães / Humberto Reis / A. Marques Lopes / Agostinho Gaspar)



Foto nº 1 > Guiné-Bissau > Bissau > Av Domingos Ramos > 2001 > O mercado municipal, aliás, "Mercado Central"  (entre a Av Domingos Ramos e a R Vitorino Costa, vd. o mapa da Google)... A mesma tabuleta esmaltada de há trinta e tal anos atrás...




Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Bissau > 2001 > Edifício colonial em ruínas, em frente à antiga Casa Pintosinho [, de António Pinto), um dos sítios em Bissau onde comíamos as célebres ostras. Devia ser  na Rua Oliveira Salazar, hoje  Rua Guerra Mendes (paralela à Marginal, agora Av 3 de Agosto, segundo o mapa da Google). Originalmente terá pertencido à Casa Gouveia, fundada por António Silva Gouveia. (A Casa Gouveia mudou para as mãos da CUF em 1927.)



Foto nº 3 > Guiné-Bissau > Bissau > 2001 > A marginal (hoje Av 3 de Agosto) e, em segundo plano, à esquerda, o antigo Pelicano, de saudosa memória. Ao fundo, veem-se os contentores do porto de Bissau (vd. mapa do Google)... O alcatrão há muito que tinha desaparecido.

Fotos nºs 1 a 3  (e legendas) : © David Guimarães (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Bissau > 1996 > Aspecto pouco abonatório do estado de conservação do "Pelicano,  Restaurante, Bar, Night Cub"... Em 1970 era o melhor café-esplanada de Bissau.


Foto (e legenda): © Humberto Reis (2005). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Bissau > Av Domingos Ramos > 2001 > à esquerda uma agência do BAO - Banco da Africa Ocidental




Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Bissau > Av Amílcar Cabral (antiga Av República) (vd. mapa do Google)  > 2001 >  À esquerda a Pensão D. Berta... A saudosa Berta de Oliveira Bento, cabo-verdiana radicada na Guiné Bissau há várias décadas, faleceu  em 2012, aos 88 anos. Não deixou filhos, mas tinha muitos amigos.


Foto nº 7 < Guiné-Bissau > Bissau > 2001>  Bomba da GALP... Era aqui o antigo Café Bento ou a famosa 5ª Repartição do tempo da guerra colonial.  Ficava na Rua Tomás Ribeiro, hoje Rua António Nbana. O posto de combustível da GALP, é o único na Bissau Velha, pelo mapa do Google fica na Av Amílcar Cabral, fazendo esquina com a R António Nbana. A RTP África também fica aqui perto.

O Café Bento era um dos nossos locais de convívio, dos gajos do mato, dos desenfiados e sobretudo dos heróis da guerra do ar condicionado. Havia 4 grandes repartições militares em Bissau mas a 5ª, o Café Bento, era a mais famosa, porque era lá que paravam todos os "tugas" que estavam em (ou iam a) Bissau, gozar as "delícias do sistema".



Foto nº 8 > Guiné-Bissau > Bissau > 2001 > Praceta junto ao Forte da Amura (construção militar setecentista), por detrás do Zé da Amura, que fica na rua Capitão Barata Feio (hoje, Rua 24 de Setembro)... Confunde-se o Zé da Amura com o Café Bento (que ficava na Rua Tomás Ribeiro, hoje Rua António Nbana).

Fotos nº 5 a 8 (e legendas): © David Guimarães (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Foto nº 9 > Guiné-Bissau > Bissau > 1998: O velho forte da Amura com os seus canhões de bronze

Foto (e legenda): © A. Marques Lopes (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Foto nº 10 > Guiné-Bissau > Bissau > 2001>    Estrada para o aeroporto ,em Bissalanca. Agora, Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira. À esquerda,  o célebre mercado de Bandim, que ficava a sudoeste da  cidadezinha colonial de Bissau que nós conhecemos: primeiro o Chão de Papel e depois Bandim  (Vd. mapa do Google).

 Foto (e legendas): © David Guimarães (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Foto nº 11 > Guiné-Bissau > Bissau >1998: A cidade de Bissau, vista do lado sudoeste; ao fundo, as duas torres da catedral de Bissau (que fica na Av Amílcar Cabral, antiga Av República, vd. mapa do Google)

Foto (e legenda): © A. Marques Lopes (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Bissau > s/d [. c 19690/70] > "Praça Honório Barreto e Hotel Portugal"... Bilhete postal, nº 130, Edição "Foto Serra" (Colecção "Guiné Portuguesa") (Detalhe). Colecção: Agostinho Gaspar / Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010)

Agora a Praça chama-se Che Guevara (vd. mapa do Google)... e o antigo Hotel Portugal agora é Hotel  Kalliste...


1. Há quem lhe chame "saudosismo mórbido, doentio"...  Saudosismo ? Não gosto do termo... Não, não é saudades do "antigamente".  Hoje a Guiné-Bissau é um país independente e pertence à CPLP...  Há um passado que foi irredemediavelmente ultrapassado, pelos dois povos... Mas há também  uma convivência entre esses mesmos dois povos,  há uma história, um património material e imaterial... partilhado por ambos.

Já nada disto existe, a ser não na memória de alguns de nós...Existem as ruas, com outros nomes, existe a maior parte dos edifícios, uns em ruina, outros readaptados... Mas são memórias a que temos direito, aqueles de nós que por lá passámos, não só entre 1961 e 1974 mas depois, nas tais viagens de "saudade" (e não de "saudosismo")... São memórias dos lugares (*). São lugares, são paisagens, que não pertencem a ninguém...  São novas e velhas toponímias, não novas e velhas geografias emocionais...

As imagens de Lisboa ou de Bissau não pertencem a ninguém. As paisagens não pertencem a ninguém. Tal como as cores, os sabores. os cheiros... dos sítios por onde passamos.  Como a terra, que é de todos nós.  Um tsunami (de que Deus, Alá, Jeová e os bons irãs da Tabanca Grande, todos juntos, nos livrem!) pode destruir Lisboa ou Bissau. Mas as imagens, as memórias, essas, ficarão connosco enquanto formos vivos e enquanto existirem os seus suportes digitais: os nossos textos, as nossas fotos, os nossos documentos, este blogue, que não é mais do que um sítio, virtual, onde partilhamos memórias (e afetos), e que oxalá/enxalé/inshallah possa sobreviver-nos...

Adicionalmente, no poste P12980, pode-se ver alguns dos edifícios públicos, com interesse arquitetónico que por lá ficaram, em Bissau, e que é pena se os guineenses não cuidarem deles,  com a nossa ajuda (**)... Sabemos que os guineenses têm outras prioridades mais prementes, como o pão para a boca, o emprego, a saúde, a educção, a paz..., a estabilidade política e a normalidade democrática que, infelizmente, ainda não conseguiram alcançar, quase meio século depois da independência.
_________

16 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Virgílio, vêr aqui a lista dos 10 melhores restaurantes de Bissau, hoje,segundo o TripAdvisor:

https://www.tripadvisor.pt/Restaurants-g293801-Bissau.html

Nenhum deles, obviamente, é do teu/nosso tempo... LG

Anónimo disse...

Luis vou ver amanhã, hoje já não tenho tempo, vim dar uma vista de olhos apenas, porque vamos para o Porto, festejar os 72 anos da minha mulher.
Mas, vou apenas lembrar a bela imagem do Mercado Central, tantas vezes lá fui em 84 e 85 comprar fruta e outras coisas, tinha esta ideia, mas agora tenho a foto, apesar de ser mais recente.

A Pensão da D. Berta, que me esqueci de referir, tenho aí em postes de Bissau algumas fotos no 1º andar no varandim, onde o meu amigo Leite do Cheret foi passar a Lua de Mel com a sua jovem esposa.

Esse mercado, na estrada, à chegada a Bissau, ou, no inicio da estrada para Bissalanca, chama-se 'Landim' e não Bandim!
Confirmar por favor quem saiba mais.

Em 1984, quando passei por esse mercado, já se via muita gente, mas agora, são mesmo muitas pessoas, a cidade aumentou exponencialmente.

Tenho um Poste . isto é, um texto e foto que seria para postar - , com foto desse local, em Junho de 1969, com as duas Tabancas do outro lado do mercado, que era insípido nessa altura, que só não é publicado por ser 'forte' demais. Se isto não tivesse acesso a toda a gente, era uma epopeia do outro mundo, tal a forma como a descrevi há uns anos, de se tirar o chapéu, mas não é possível, nem disfarçada. Uma aventura de dois camaradas alferes milicianos, em fim de carreira, e duas cabo - verdianas das mais conhecidas mulheres das ruas de Bissau e das mais belas, diga-se em abono da verdade.

Vai comigo para o cemitério, um dia vou ter de apagar isto, senão os descendentes ficam a saber tanto como eu.

A Praça Honório Barreto, deve ser a tal praça que falei ontem, onde desagua a Rua Eduardo Mondelane, onde fiquei hospedado em Junho de 1985. Sem certezas.

O resto é tudo para lembrar, e porque não com saudosismo? Eu não compreendo bem, porque se faz a distinção entre saudade e saudosismo, eu não sei, quem sabe, sabe. Aplico as duas formas sem nenhum complexo.

Mais uns parabéns por tudo isto, que eu deveria ter fotos destas e muitas mais, e não tenho porque não fui suficientemente esperto para ver o futuro.

Virgilio Teixeira











Tabanca Grande Luís Graça disse...

Olha, Virgílio, obrigado pelas tuas achegas...Não vou agora entrar em pormenores: mas Bandim é um bairro de Bissau, a sudoeste... Landim, remente para a ponta João Landim, e para célebre cambança do Rio Mansoa... Havia lá uma jangada e um destacamento das NT...

Saudosismo 'versus' saudade ? Fica para outra ocasião...

Agora o mais importante são os anos da tua esposa, mãe dos teus filhos, companheira de uma vida, e por isso (e)terna namorada... Continua a tratá-la bem. O Luís Graça & Camaradas da Guiné manda-lhe, simbolicamente, 72 rosas de todas as cores (para não serem aó vermelhas...), com beijinhos e chicorações...

Também tenho hoje um "jantar especial" com a minha "comadre", a mãe da minha nora...mais os futuros pais da Clarinha que está mesmo para nascer... Nestas andanças estou mais atrasado que tu que já tens netos grandes...

Um alfabravo,Luís

Tabanca Grande Luís Graça disse...

saudade | s. f. | s. f. pl.

sau·da·de |au| ou |a-u|
(latim solitas, -atis, solidão)
substantivo feminino
1. Lembrança grata de pessoa ausente, de um momento passado, ou de alguma coisa de que alguém se vê privado.

2. Pesar, mágoa que essa privação causa.

3. [Botânica] Planta (Scabiosa atropurpurea) da família das dipsacáceas. (Mais usado no plural.) = ESCABIOSA, SUSPIRO

4. [Botânica] Nome de várias espécies de plantas com flores de cores variadas. (Mais usado no plural.)

5. [Botânica] Flor de uma dessas plantas. (Mais usado no plural.)


saudades
substantivo feminino plural
6. Boas lembranças ou recordações (ex.: a antiga chefe não deixou saudades).

7. Cumprimentos a alguém (ex.: mande-lhe saudades minhas).


"saudade", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/saudade [consultado em 05-11-2019].

Tabanca Grande Luís Graça disse...

saudosismo | s. m.

sau·do·sis·mo
substantivo masculino
1. Apego aos princípios de um regime político decaído.

2. Fidelidade a ideias, usos ou costumes, que não são mais admitidos.

Palavras relacionadas: passadismo.

"saudosismo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/saudosismo [consultado em 05-11-2019].

Cherno AB disse...

Caros amigos

O Mercado Central tal como se vê na imagem n.1, já há muito que não existe. Em seu lugar foram construidas instalações novas, com 2 pisos. Não sei quem financiou através da CMB. Os trabalhos ainda não terminaram, mas acho que ficou melhor e com mais espaço.

Algumas fotos apresentam imagens desactualizadas, mormente a Av. Combatentes da Liberdade da patria que liga a cidade ao Aeroporto.

Abraços,

Cherno Baldé

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Não sei o que é o tal "saudosismo mórbido e ainda para mais doentio"... Saudosismo ? De què? Saudade de termos andado ao pontapé ás pedras e descalços?
Se hoje a Guiné-Bissau é um país independente desejo que tudo lhe corra bem.
Mas a memória, santo Deus, é minha e eu recordo quando quero e tenho disposição para isso.

Efectiva mente já nada daquilo existe, a ser não na memória de alguns de nós. As ruas têm outros nomes, o que acho normal, mas que uma boa parte dos edifícios estejam em ruína, admira-me. Os que foram readaptados são um direito do novo pais e eu nada tenho contra isso. Mas, como dizes as são memórias são algo a que temos direito, com ou sem as tais viagens de "saudade". É interessante saber como é o tecido urbano (e rural) da Guiné, as novas toponímias, e geografias emocionais.

È curioso e interessante ver alguns dos edifícios públicos, com interesse arquitetónico que por lá ficaram, em Bissau. Será pena que os guineenses não cuidem deles. Porque havíamos de lhes dar a nossa ajuda para a manutenção desses edifícios? Não temos já cá problemas patrimoniais que cheguem? Porquê preocuparmo-nos com o património dos outros? Os guineenses têm as prioridades que quiserem ter e resolvam-nas como quiserem e puderem. Não tenho direito, nem quero determinar-lhes quais as mais prementes, (essas ou outras) e a estabilidade política e a normalidade democrática. Só me faltava agora andar a pulsar com a instabilidade política que, infelizmente, ainda não conseguiram alcançar. Por fim, quero reiterar que já passou quase meio século depois da independência e qque tudo o que lá sucede é da competência dos guineenses.

Um Ab.
António J. P. Costa

Anónimo disse...

Bom dia aos camaradas,

Hoje a Liga dos Combatentes promove uma missa na Lapa - Porto, no dia de finados, fui convidado, mas não vou.
Luis, a minha interpretação de saudosismo não é essa do dicionário, muito menos de politica, que não quero saber de nada disso.
Obrigado pelas 72 rosas de todas as cores , correu tudo bem, a familia disse presente, o meu neto mais velho ficou por Lisboa pois tinha testes e é longe vir ao Porto.
João Landim conheço muito bem, tantas fotos tenho lá na sua jangada.
Mas as minhas fotos do mercado, têm escrito Landim, e nunca ouvi Bandim!
Já procurei no google, mas naõ diz nada, de qualquer modo é o mesmo local, disso não tenho duvidas.

Partilho do comentário de António J.P. Costa, posso subscrever na totalidade.

Virgilio Teixeira

Anónimo disse...

O Pelicano tal como o vejo aqui, não é do meu tempo, até 1969 não existia este estilo modernista, salvo melhor opinião.

O local da Galp, reconheço que era aí a 5ª Rep.
Antes mais acima do mesmo lado, tinha uma bomba da Sacor, talvez, onde eu ia tanta vez por gasolina no meu transporte privativo. Por vezes nao havia gasolina nenhuma, e cada um deixava lá na bicha/fila, o seu transporte e eu a minha motorizada, dias e dias, ninguém roubava nada.

O Local onde está o Novo Banco ( não o NB nosso, salvo seja!) na Rua do Pintosinho, abriu lá em 1985 um novo free shop uma loja que só vendia em divisas, não aceitava Pesos!
Reconheço as imagens à volta da Amura, lugar de muito encanto.

Mas o mercado de Bandim! Não.

Virgilio Teixeira




Carlos Pinheiro disse...

O Pelicano foi inaugurado ainda em 1969 ou principio de 1970. Foi um investimento do Governo e de facto estava bem localizado, tinda dois acessos, pela avenida marginal e pela parte de cima junto a uma esquadra da PSP. Era moderno para a época e tinha bom serviço.
Agora no que respeita ás saudades, tambem tenho as minhas. Passei ali 25 meses e mais uns dias que nunca esquecem. Só tenho pena que aquele povo não tenha mais sorte que bem merecia.
Carlos Pinheiro

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Por mim ainda não percebi porque é que Honório Barreto não tem nome na toponímia da cidade.
Foi governador e era preto. Comprou terrenos do seu bolso para oferecer à coroa portuguesa e assim alargou o seu país...
Mas isso é lá com eles. Assim como as estátuas dos descobridores que fazem parte do património histórico do país. Claro que o Teixeira Pinto e Mudzanty, etc. deveria ter recolhido "à Pátria". Digo eu, mas é só uma opinião... que vale o que vale.

Um Ab.
António J. P. Costa

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Volto à antena para recordar que, no que toca às estátuas dos descobridores, elas fazem parte do património histórico do país e, se calhar, do mundo. A chegada dos descobridores não é, em si mesma, um facto mau.
Os Descobrimentos Portugueses foram o facto histórico com características boas e más, como todos, e que faz parte do património da humanidade e da sua marcha ao longo dos séculos ou milénios.
Em S. Tomé encontrei a mesma situação e não creio que tenha sido por motivos políticos. Não a entendi. As estátuas estão num terreno, junto de um forte setecentista que está transformado em museu.

Um Ab.
António J. P. Costa

Um Ab.
António J. P. Costa

Anónimo disse...

Carlos Pinheiro, eu saí em 4 de Agosto de 1969 e não me lembro deste edifício, fácil de ficar na imagem. Possivelmente veio depois, e estou mais ou menos a localizar o sitio. Devia ser um bom local para eu estourar mais uns Pesos, mas havia muita coisa.
Partilho que o povo deveria ter outro destino melhor, outra sorte porque era e é ainda, o elo mais fraco de toda esta politiquice, lá e cá.
Por isso as minhas saudades, que em 1984 se saldaram por um grande fracasso quando ali cheguei para matar saudades e os fantasmas.

Virgilio Teixeira

Anónimo disse...

Claro que foi uma barbaridade mandar abaixo todas as estátuas, a verdade é que a do Sadam no Iraque também foi abaixo, vergonhosamente, mas é outra história macabra.
Quando lá fui em 84/85 ainda vi por lá alguns dos nosso monumentos simplesmente abandonados e em degradação, acho que é uma espécie de vingança, contra o tuga colonialista.
A mudança dos nomes das ruas e avenidas, foi outra, mas eu continuo, sempre que sei, a dar o nome antigo, av da Republica, palácio do Governador, estrada do aeroporto, etc.

Também não gosto destas mudanças que por cá se fazem, começou logo com o nome da Ponte Salazar.
Depois o Aeroporto Sá Carneiro - actual Pedras Rubras - o pavilhão rosa mota, que era o palácio dos desportos no palácio de cristal, agora Super Bock Arena, e muito bem, o novo aeroporto CR7, tem algum jeito isto?, etc e tal...

Virgilio Teixeira

Valdemar Silva disse...

Na foto nº. 6 vê-se à esq. o edifício da 'Pensão D. Berta' e ao lado ficava a 'Agência de Viagens Sagres' que tratava das nossas viagens de avião TAP quando vínhamos de férias.
Estive lá por duas vezes quando vim de férias e quando vim prá peluda. Recordo-me que aparecia, por trás do balcão, uma jovem senhora muito simpática e atenciosa que nos pedia favores da metrópole e entregava-nos uma lista, que eu já perdi, com o que
queria e lembro-me de: Receita do Bolo de Bolachas, Agulhas de Crochet, Frasco de Aceptal, Meias de Vidro, e ?... Evidentemente que me esquecia do pedido.

Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

A pensão da Dona Berta era muito bem frequentada, e além disso ficava lá no piso de cima, e tinha uma melhor paisagem e mais bem resguardada, para quem precisava de 'resguardo'.

Também comprei 2 viagens à Metrópole pela TAP, mas não me lembro como fiz isso, bem como as passagens nos TAGB. Julgo que o 'nosso sargento' destacado em Bissau para tratar dos assuntos do Batalhão, tratava de muita coisa, incluindo a compra dos bilhetes e de me mandar revelar as milhares de fotos, lá num camarada em Bissau, que ganhou muito dinheiro com isto, e venda dos rolos, que enviavam depois junto com o correio para o nosso local de 'trabalho'.

Virgilio Teixeira