sábado, 5 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4899: Convívios (159): XIV Convívio dos ex-Combatentes da Freguesia de Campia – 22AGO2009 (Artur Conceição)


1. Mensagem do Artur Conceição, ex-Sold Trms Inf e Cond Auto, CART 730, Bissorã, Farim e Jumbembém(1965/67):

XIV Convívio dos ex-Combatentes

Freguesia de Campia
22 de Agosto de 2009


Realizou-se no dia 22 de Agosto, mais um convívio dos ex-Combatentes da freguesia de Campia.
O convívio contou com a presença de cerca de uma centena de pessoas, não obstante o mês de Agosto não ser dos mais favoráveis, para este tipo de eventos.

Mas, graças ao esforço de divulgação por parte da Comissão Organizadora, poderá considerar-se mais um sucesso.

Na parte da manhã teve lugar a cerimónia de boas vindas e colocação de uma coroa de flores na base do Monumento aos Combatentes do Século XX, tendo sido proferidas algumas palavras alusivas ao acto, pelo Senhor Presidente da Junta de Freguesia, António Ferreira, também ele um ex-Combatente.

Seguiu-se o desfile até à Igreja Paroquial tendo sido celebrada missa em memória de todos os que, entretanto, já partiram.

Após a Eucaristia teve lugar a romagem ao Cemitério onde, novamente, foi ouvida a oração dos Combatentes. Toque de silêncio e de alvorada, e a colocação de flores nas campas dos mortos em combate.

Do mesmo modo foi colocada, em local apropriado, uma coroa de flores em homenagem a todos os ex-Combatentes que já nos deixaram.

Terminadas as cerimónias religiosas teve início, cerca das 13 horas, o almoçam convívio mais uma vez servido no Restaurante “O Sacristão”.

Está de parabéns o Carlos Duarte que, como vem sendo habitual, se esmerou na confecção dos produtos mais ao sabor dos participantes, deixando-nos a promessa de que para o ano teremos o almoço em novas instalações, mais amplas e adequadas.

Ao fim da tarde ainda houve tempo para um momento cultural, em que o Carmindo Ramos nos brindou com um momento de poesia, bem como umas “modinhas” no seu acordeão.
Que para o ano possamos estar todos de novo.



Capitão Álvaro Dório Correia Tavares, quando se dirigia ao Monumento com a coroa de flores



Interior da Igreja Paroquial durante a Eucaristia


Quem os conhece? Estiveram todos na Guiné:
Da esquerda para a direita: Manuel Marques Pereira (esteve sempre em Bissau 1970-72), Adamastor Dias (esteve sempre em Bissau 1971-73), José Rodrigues (Compª 2316 - Guillege), Mejo (Bula, Cacine, Gandembel e Gadamael - 1968-70), Celso Farias (Compª 2440 - Piche e Nova Lamego - 1967-69), José Marques Pereira (Compª 1591 - K3, Fulacunda e Mejo - 1965-67), Artur Conceição (Compª 730 -Bissorã e Jumbembem -1965-67) e Manuel Pereira Tavares (26ª Compª de Comandos - 1970-72).


Foto de família antes da partida para o almoço




Veteranos da Índia. Da esquerda para a direita: Capitão Hipólito Nogueira (ex-prisioneiro de guerra), Mário Azevedo e Carmindo Ramos



MOMENTO DE POESIA



Quem somos nós...


I
Quem somos nós afinal!
Que estamos aqui presentes
Neste evento tão legal
Como outros feitos antes.

II
Somos aqueles resistentes
De experiências vividos
Um grupo de ex-combatentes,
Seus familiares e amigos.

III
Viemos uma vez mais
Conviver em harmonia
Por causas bem sociais
Na nossa terra, Campia

IV
Prestámos as homenagens
Como sempre se tem feito
E fizemos as romagens
Com grande amor e respeito

V
Por aqueles que já partiram
Desta vida para o além
Que lá no céu as ouviram
E nós sentimo-nos bem

VI
P'ra uns a vida foi curta
Outros, foi assim assim
Mas toda ela uma luta
Com princípio, meio e fim

VII
Estejamos pois atentos
Em cada dia que nasce
Ponderando nos momentos
Que faltam pró desenlace

VIII
E como alguém nos dizia
Sem qualquer tom de vaidade
O tempo da fantasia (para nós)
Acabou. É bem verdade

IX
Estamos mais que maduros
Pensamos melhor agora
Enquanto os dias futuros
Um a um se vão embora

X
Nesta fase das nossas vida
O tempo passa depressa
Prega-nos sempre partidas
Mas a questão nem é essa

XI
Os anos parecem meses
E os meses, as semanas
Nesta ilusão que às vezes
Queima mais que as próprias chamas

XII
Assim... vamos convivendo
E não menos divertidos
E que Deus nos vá guiando
Enquanto estivermos vivos

XIII
Termino o meu poema
É tempo de reflectir
Com a alma bem serena
E o amor sempre a fluir.


Por: Carmindo Pereira Ramos


Um abraço,
Artur Conceição
Sold Trms Inf e Cond Auto da CART 730


Fotos: Artur Conceição (2009). Direitos reservados.
___________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:


Guiné 63/74 - P4898: Gavetas da Memória (Carlos Geraldes) (6): Os amores do Soldado Valença

1. Neste episódio de Gavetas da Memória, Carlos Geraldes, ex-Alf Mil da CART 676, Pirada, Bajocunda e Paúnca, 1964/66, conta-nos uma bonita história de amor.



Os amores do soldado Valença

Chamava-se Luís António Rodrigues, mas era mais conhecido por Valença, por ser natural daquela vila nortenha, onde ajudava o pai numa bomba de abastecimento de gasolina. Quando atingiu a idade do serviço militar, deram-lhe uma farda especial camuflada, uma espingarda metralhadora e enfiaram-no num navio que mais lembrava um barco de negreiros navegando agora em sentido contrário. Em vez de sair de África era para lá que se dirigia.

Primeiro foram os patrulhamentos, depois as emboscadas, as operações de vários dias, debaixo de um sol inclemente, chafurdando em pântanos tenebrosos, comido por hordas de mosquitos insaciáveis que suportava com uma incrível paciência. A tudo resistia, taciturno e a tudo ia sobrevivendo.
Nos poucos momentos livres, sentado à porta da caserna, distraía-se brincando com uma pequena cadelita de pêlo amarelo que um dia lhe apareceu por ali e logo correu a lamber-lhe as mãos.
Sempre tinha tido jeito para lidar com os animais. Por onde passava encaminhavam-se logo para ele como se atendessem ao chamado do dono. Era uma atracção que ele tinha, diziam os colegas, que até se serviam disso para fazerem chacota.

- Eh, pá, contenta-te com a cadela, pois com as mulheres és capaz de não teres tanta sorte!

O Valença não dizia nada, mas entre dentes lá ia murmurando:

- Cambada de burros! Não têm respeito por nada!

Até que um belo dia, as canseiras pelos arredores de Bissau terminaram e a Companhia foi enviada para o interior da Guiné encarregada de outras missões.
Sem abandonar a pequenina cadela, a Dourada, o nosso Valença lá chegou às novas paragens, feliz como quem vai emigrando para o Paraíso.
Quando se achou por fim livre entre o céu e as sombras profundas dos grandes mangueiros, corria pela pequena pista de aviação, perseguido pela cadela, dando largas à sua ânsia de liberdade.
Brincavam como duas crianças.

Os dias foram passando, veio a monotonia dos largos meses sempre iguais e um certo dia a Dourada desapareceu.
Logo ao alvorecer, o soldado Valença estranhou ela não estar debaixo da cama, onde sempre ficava. Veio cá fora, deu uma olhadela pela parada, pela cozinha, inspeccionou até os abrigos das sentinelas um por um, e nem rasto da Dourada. Assobiou várias vezes por ela, mas nada.
Ninguém a tinha visto e apesar de todos se disponibilizarem para a procurar, indo mesmo com o Unimog até à bolanha, onde as raparigas da aldeia lavavam a roupa, nada, nem sombras da cadela.

Durante vários dias, mas cada vez mais desanimado, o Valença não descansou. Todos os dias vagueava pelos arredores do aquartelamento sempre com a esperança que, de um momento para o outro, se ouvissem os latidos alegres da sua amiga. Mas nada.
E os dias iam passando, sempre cada vez mais iguais, e nada de novidades da Dourada. Alguém, ou alguma coisa, a tinha feito desaparecer de vez, com certeza.

Veio a época das chuvas e os soldados passavam o tempo abrigados debaixo do telheiro da caserna, no pequeno bar da cantina a jogar as cartas ou num pequeno casebre mesmo em frente do arame farpado que rodeava o quartel. Aí, um mestiço, tinha um estabelecimento tipo super mercado do mato, onde havia sempre tudo o que se precisava para uma emergência ou para o mais trivial, um arame, uma corda, uma lata de petróleo ou um Petromax, arroz, pneus de bicicleta, uma aspirina, mas principalmente, e também, a aguardente de cana, sofregamente bebericada pelos bêbados do costume, determinados em esquecer ali aquela pasmaceira, aquela opressão de um sol que desde que nascia até que se deitava, pesava como chumbo derretido.

Atrás do balcão, duas adolescentes, lindas e misteriosas como só as cabo-verdianas sabem ser, a Ermelinda e a Argentina, que com o tio vieram para aquele fim do mundo, quando ficaram sós, após a morte da mãe em Bissau, vítima de tuberculose. Restou-lhes então aquele tio, irmão da mãe, que logo as tinha ido visitar assim que soubera do óbito. No regresso, não hesitou e trouxe-as também com ele, pois até estava a precisar de uma ajuda lá na venda.

As meninas, habituadas já a todo o tipo de trabalho duro nem estranharam, mas conservaram aquele ar de desenvoltura da cidade grande, do falar bonito, sem espantos nem gritos, como gente mais instruída.
Eram, sem dúvida, o principal e o mais interessante atractivo da venda do velho Passarinhas que desde logo soube tirar rendoso proveito dessa novidade, mantendo-as sempre em bom recato, como um valioso tesouro.

O pobre do Valença, inevitavelmente, não tardou a que lá fosse cair. Quando o serviço no quartel terminava, era ali que o podiam encontrar, sentado cá fora, debaixo do alpendre, bebericando uma cerveja, com os olhos postos na estrada, sempre na esperança de ver surgir a Dourada, a companhia que tinha lhe sido roubada, por algum malandro, dizia ele.

Aos poucos e poucos a Ermelinda, a mais velha das duas irmãs, habituou-se à sua presença e quando ele não aparecia, era ela que vinha cá fora, olhar para os barracões do aquartelamento. E ajeitando o cabelo, soltava de vez em quando um profundo suspiro.
Mas nos dias em que ele aparecia, corria logo a servir-lhe uma cerveja bem gelada. O Valença de inicio, não lhe ligava grande importância, mas aos poucos e poucos, foi começando a reparar e a demorar mais o olhar naquela negrinha que lhe sorria sempre. Passados tempos também ele lhe correspondia, agradecido. E de repente começaram a trocar confidências, perguntas sobre a família, a terra natal, o futuro. Como quase um namoro, sem que ambos dessem por isso.

O Tio Passarinhas, de princípio não gostou nada da brincadeira. Dizia que a sobrinha se estava a enredar de mais com aquele branco portuga, que isso só poderia trazer manga de chatice. Mas com o passar do tempo e perante a mansidão do Valença e da sua conversa mole, até ele começou a ficar enredado na situação. Apesar de, lá no fundo, não acreditar muito no futuro daquele romance.

Agora era o Valença que lhe dava sugestões para melhorar o negócio, ajudando em tudo que era preciso, e a coisa até resultava!
E não foi ele também que, num belo dia, começou a dizer que havia de se juntar com a Ermelinda, casar mesmo com ela, abandonar a tropa, não voltar para a terra e ficar por ali a viver com eles?
Não era mesmo uma coisa de maluco? Só podia ser!

Mas o Valença insistia, contando como é que iria pedir autorização ao Capitão para no fim da comissão não regressar a Portugal e ficar a viver na Guiné para sempre. Que não tinha para onde ir (o pai, entretanto, tinha falecido de repente), agora era aqui a sua nova terra. Que aqui é que ele se sentia bem. E não arredava pé, convencendo-se cada vez mais a si, e aos que o ouviam.

O Alferes, do Pelotão do Valença, nem queria acreditar quando lhe foram contar o que ele andava a tramar. Ainda tentou ter uma conversa de homem para homem, à porta da taberna, mas perante o olhar apaixonado dos futuros noivos, nem teve palavras.

Finalmente como sempre acontece, chegou o momento fatal. Enquanto os colegas davam saltos de alegria e cantavam abraçados, bêbados de felicidade pelo bendito dia do regresso ter enfim aparecido, o nosso Valença, no escuro do casebre do Tio Passarinhas, estreitava contra si a chorosa Ermelinda, prometendo-lhe que logo que tivesse tratado de todos os papéis para deixar a tropa, voltaria a correr para os braços da sua amada.

No alvorecer do dia fantástico, uma desconjuntada coluna de camiões carregados como se fossem carroças de mudanças, abandonou a aldeia, deixando para trás tantos sonhos tantos medos, tantas bebedeiras e tantas promessas deitadas ao vento, tudo condenado a ficar coberto pela poeira vermelha daquela terra de que agora já se iam esquecendo. A pouco e pouco foram-se deixando de ouvir os gritos doidos dos soldados que nem para trás quiseram olhar quando desapareceram na curva da bolanha.

E quando a coluna de camiões chegou finalmente a Bissau, foi um lufa-lufa para descarregar as bagagens para à velha caserna que já os tinha acolhido no primeiro dia. Ali ficaram alojados até ao embarque, de novo no mesmo navio negreiro, transformado agora pela mirífica imaginação de todos, em paquete de luxo. Ao fim da tarde desse mesmo dia passearam pela Baixa, com um sorriso estampado no rosto, maior que o mundo, exibindo a fitinha verde e rubra que o Coronel do Batalhão numa arremedo de homenagem para heróicos combatentes (?), lhes tinha espetado no peito. Era a medalha dos feitos cometidos na guerra, o reconhecimento pela dádiva de dois anos da sua juventude, do passado que passou, que nem era bom lembrar. Agora ninguém mais os segurava!

Mas inesperadamente, o nosso soldado Valença debatia-se num dilema. Largar tudo e todos, fugir e voltar para trás, ou deixar-se levar com a carneirada, até ao lúgubre quartel que os aguardava lá na Metrópole, onde iriam depositar tudo o que traziam, os farrapos das fardas, as velhas armas, as botas rotas, as mantas, os colchões, os tachos e as panelas ainda com restos da picante gordura africana?

Todos lhe diziam que era isso mesmo que deveria fazer. Que esquecesse a companhia da pretinha que, por muito apetitosa que fosse, não era modo de vida para ele. Era à terra natal, à velha Metrópole que pertencia e estava tudo dito.
Mas o soldado Valença revolvia-se na cama, incapaz de se esquecer do sorriso de Ermelinda, daquele jeito tímido de lhe afagar o ombro quando trazia a cerveja gelada.
Os longos fins de tarde, contemplando juntos a silenciosa agonia do sol, que caía lá para trás dos grandes mangueiros da velha aldeia.

E tanto batalhou, tanto procurou e tanto massacrou a cabeça do Primeiro-Sargento da Secretaria que este, só para se ver livre dele, tratou de lhe fazer a vontade.
Ali mesmo se procedeu à entrega do material que o estado lhe tinha emprestado, quando o mandara para a guerra, e num abrir e fechar de olhos ficou livre como um passarinho.

Vestido com a pouca roupa civil que ainda possuía, com resto das suas coisas metida numa decrépita mala de cartão e acariciando no bolso uma meia dúzia de notas em dinheiro guineense, correu, ligeiro como um gamo, fugindo pela porta de armas em direcção à cidade, para procurar um transporte qualquer que o levasse de volta ao Paraíso, ao regaço da sua Ermelinda que nunca deveria ter abandonado.

Lá longe, no interior desconhecido de uma África ignorada, num mundo perdido, era aí que morava o destino que desejava e que, se calhar, lhe fora por isso traçado.

Foi o culminar da uma existência, desaparecendo como um rio que, sinuosamente, percorre as terras rasas em busca de um final feliz, numa reunião de amor com o mar oceano das nossas lágrimas.

Nunca mais se soube dele.

Viana, 23 Junho de 2009
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 29 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4879: Gavetas da Memória (Carlos Geraldes) (5): A CART 676 chega a Pirada

Guiné 63/74 - P4897: Histórias do Jero (José Eduardo Oliveira) (13): Alferes Foitinho, Comandante Interino da CCAÇ 675


1. O nosso Camarada José Eduardo Reis de Oliveira (JERO), foi Fur Mil da CCAÇ 675 (Binta, 1964/65), enviou-nos a sua 13ª estória divertida, que integra o seu livro "Golpes de Mao's - Memórias de Guerra", com data de 29 de Agosto de 2009, que mais uma vez muito agradecemos.

Camaradas,

No seguimento do envio das minhas histórias para publicação, aqui está uma delas mais bem disposta e alegre.

O oficial Foitinho foi condecorado com a Cruz de Guerra enquanto Tenente, ainda na Guiné. Sei que comandou mais tarde o Regimento de Tomar.

Alferes Foitinho, Comandante Interino da C.Caç. 675

Quarenta e tal anos depois... o nosso Coronel Fernando Gonçalves Foitinho (na foto ao lado).

Na sua longa carreira de Oficial do Exército a sua passagem por Binta e pela “675” preencherá (talvez) apenas duas ou três linhas no seu currículo.

Julgamos, no entanto, não ser exagero afirmar que a nossa “Companhia” o marcou de maneira especial.

E a confirmá-lo está, ao longo dos anos, a sua presença assídua nos convívios anuais das “675”.

Numa viagem de autocarro de Lisboa para Évora fomos companheiros de “banco”. Foram quase duas horas de amena cavaqueira que deram para “troca de memórias” que, apesar do tempo decorrido – os tais quarenta e tal anos depois – nunca mais acabam.

Uma “estória” de que foi protagonista único o então”Alferes Foitinho” tocou-nos particularmente. Tem a ver com uma demorada caminhada de... apenas umas dúzias de metros!

O nosso Alferes, depois de cerca de um mês a comandar interinamente a C.Caç. 675, prepara as suas “coisas” para voltar ao Batalhão pois o nosso Capitão Tomé Pinto, regressado do HM 241, de Bissau, tinha voltado a Binta.
A terminar o seu relatório(verbal) o Alferes Foitinho refere finalmente que tinha colocado uma «armadilha» – granada defensiva com arame de tropeçar – num trilho do lado do Cacheu, frente a Binta. No Oio.– Fizeste bem mas antes de ires para Farim vais lá desarmá-la. Só tu é que sabes exactamente o local – disse com sua voz tranquila de comando o nosso Capitão.

O Alferes Foitinho olhou para os seus pertences e... não tinha que enganar.

Teriam que esperar mais algum tempo pelo dono!

Um militar levou-o de piroga e atravessou o rio (Rio Cacheu).

- Aguardas aqui uns minutos que eu não me demoro.

- Às ordens, meu Alferes, mas vou para a sombra que está um brasa que até queima!

O Alferes Foitinho orientou-se e encontrou o trilho sem dificuldade. Estava à vista mas... onde é que era o local certo!? Como apenas num mês tinha crescido tanto o capim!

Onde é que estaria exactamente a armadilha e o seu arame “mortífero”!?

O nosso Alferes coçou a cabeça, ajoelhou-se e... deitou-se no chão. Teria que rastejar, cautelosamente, centímetro a centímetro até encontrar (e tocar) no arame sem nele... tropeçar. Começou a rastejar e a suar... copiosamente.

O calor da tarde estava por todo o lado. Com uma mão à frente da cabeça ia afastando, lenta e cuidadosamente, as ervas do trilho.

Na floresta a passarada foi-se habituando à sua presença silenciosa e recomeçou a fazer... o que tinha interrompido.

O problema era mesmo do Alferes Foitinho!

Uma macaca e os seus filhotes passaram por perto, pararam momentaneamente e... afastaram-se. O que faria por ali, com tanto calor, aquele jovem branco!?

O Alferes Foitinho suava e ia rastejando. Onde estará o arame!? Passaram mais alguns minutos que lhe pareceram horas.

Sentou-se para respirar melhor e descansar um pouco.

A roupa colava-se-lhe ao corpo e o suor, que lhe corria copiosamente da testa ,quase não o deixava ver...Calma... tens que ter calma. O arame há-de estar por aí.

Tenho que o ver antes... de lhe tocar.

Armadilha do cara... do caraças!

E pensar eu que a malta da Companhia está do outro lado a dormir a sesta! Que calor, porra!

Bem vamos a isto...

Rastejar com calma e... passo certo. Já passei por coisas piores.

Macacos me mordam se... não é o arame!

Porra... já não era sem tempo.

Afinal ali estava ele. O sacana do arame!

Agora... é com calma. Levantar-me devagarinho e afastar as ervas.

Ok. Está à vista.

E... está feito.

Armadilha do cara... do caraças.

- Até que enfim, meu Alferes. Está tudo bem?

- Ok, pá. Atravessa lá o rio e…vai pela sombra.

Voltei ao aquartelamento. O Capitão Tomé Pinto preparava uma operação para o dia seguinte.

– Demoraste, pá. Já pensava que te tinhas ido embora sem te despedires.

Mais uma vez obrigado por tudo o que fizeste.

Cumprimentos ao nosso Ten. Coronel Cavaleiro e... vai dizendo coisas.

Depois de uma chuveirada, fardei-me pela segunda vez e ala para Farim, onde me esperava o meu Pelotão de Morteiros 980.

Olhei mais uma vez para lá do Cacheu.

Ia jurar que tinha emagrecido 5 quilos nas últimas duas horas...

3 Armadilha do cara... do caraças!

Nota 1: Fotografias.

1) Coronel Foitinho na actualidade (2009)

2) Rio Cacheu frente a Binta. O Oio ficava do outro lado, frente ao cais, mas não se vê na foto.

3) O Alferes Foitinho em 1965


Nota 2:

Em recente conversa telefónica com o meu Coronel Foitinho tive oportunidade de recordar alguns momentos importantes da sua carreira.

Começou em Mafra como Instrutor do C.O.M e partiu para a Guiné em Maio de 1964 como Alferes, comandando o Pelotão de Morteiros 980, que se fixou em Farim (BCav. 490).

Foi durante cerca de um mês – Agosto de 1964 – Comandante Interino da C.Caç. 675. Passados alguns meses foi promovido a Tenente e foi comandar a C.Caç. 656, que estava instalada em Enxalé.

Como Tenente foi condecorado a Cruz de Guerra de 4ª. Classe.

Regressou a Lisboa em finais do ano de 1965, já como o posto de Capitão.

Chegou portanto à Guiné como Alferes e regressou à Metrópole como Capitão!

Foi colocado no Reg. Infantaria nº. 3 de Beja, onde comandou uma Companhia de Instrução.

Promovido a Major prestou serviço no Quartel-general da Região Militar de Lisboa. Frequentou mais tarde o Curso de Estado-Maior e, como Ten. Coronel, foi Professor na Área de Logística durante cerca de 8 anos.

Quando foi promovido a Coronel rumou a Tomar, para comandar o Reg. Infantaria nº. 15.

Seguiu-se a Repartição de Logística do E.M.E., em Lisboa.

Passou à situação de reserva nos Serviços Sociais das Forças Armadas, tendo ainda chegado a desempenhar funções na Cruz Vermelha Portuguesa).

Um abraço,
JERO
Fur Mil Enf da CCAÇ 675

Fotos: José Eduardo Oliveira (2009). Direitos reservados.
___________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

Guiné 63/74 - P4896: Parabéns a você (24): José Marcelino Martins, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 5 (Os Editores)

Hoje, dia 5 de Setembro do ano da graça de 2009, faz anos que nasceu o nosso camarada José Marcelino Martins, ex-Fur Mil, Trms, CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70, a quem endereçamos os nossos melhores votos de tenha uma longa vida junto de sua esposa Maria Manuela, filhos, netos, demais familiares e amigos.


Sendo José Martins um colaborador do Blogue que teima em continuar nos bastidores, cumpre-nos umas palavras para que se faça justiça ao seu labor.

José Martins é um companheiro discreto, sempre disponível para ajudar os editores, assim como ajudar qualquer camarada que se nos dirija. Trabalhador e pouco falador de si próprio, parafraseando o nosso tertuliano Alberto Branquinho, podemos dizer que nunca falou do seu umbigo, não quer assumir (embora já fosse várias vezes convidado), as funções de editor, por achar não ter disponibilidade de tempo que lhe permita exercer as funções cabalmente, nunca se negando, no entanto, a prestar ajuda, quando solicitado, tornando-se asim um precioso auxiliar na retaguarda.


Existe uma série de registos, compilações de dados estatísticos referentes à Guerra da Guiné e relatos de acontecimentos que o Martins procurou em Arquivos e estruturou para dar a conhecer aos demais camaradas, dos quais nos socorremos vezes sem conta. Além de colaborar connosco, intervém activamente na página Guerra do Ultramar, Angola-Guiné-Moçambique, onde tem muitos trabalhos publicados. Julgo não errar ao afirmar que é o ex-combatente da Guiné que mais colabora com aquele Blogue.

O nosso muito obrigado, caro Zé, pelo teu trabalho de sapa, como diz o Luís, sem esperares sequer ver o teu nome ventilado.

José Martins no seu ambiente preferido, o do trabalho.

Luís Graça, no já longínquo dia 30 de Maio de 2006, falava assim de José Martins, no poste DCCCXVII da 1.ª série:

O José Martins (ex-furriel miliciano de transmissões, da CCAÇ 5, também conhecida por Os Gatos Pretos de Canjadude, 1968/70; técnico de contas numa empresa multinacional) foi o primeiro a responder ao meu pedido de ajuda na construção de um ficheiro informático com as unidades que passaramn pelo TO da Guiné, os nomes dos membros da nossa tertúlia pertencentes a essas unidades bem como as localidades onde estiveram sediadas ou aquarteladas.

O José, que eu já conheço pessoalmente, é um estudioso e amante da Guiné, como poucos. E de imediato me disponibilizou um ficheiro em Excel com a lista das mais de mil unidades que estiveram na Guíné, entre 1962 e 1974.

O ficheiro está organziado pela seguinte ordem: Tipo de Unidade e nº (Batalhão, Companhia, Pelotão...), Unidade Mobilizadora, Início e termo da comissão, Destino da unidade e Província (neste caso, Guiné). No destino da unidade, há várias hipóteses: fim da comissão; desactivada; manteve-se em serviço (1974); outra situação. Não há informação sobre os aquartelamentos ou destacamentos onde fizeram a comissão...

Já tive a ocasão para lhe agradecer e dizer-lhe: "Isto é um ficheiro precioso. Só um tipo como tu, estudioso e amante da Guiné, tinha pachorra para fazer uam coisa destas... São mais de mil unidades que estiveram no TO da Guiné, entre 1962 e 1974"...

Ele modestamente respondeu-me: "O trabalho não foi meu. Apenas me limitei a dar uma forma diferente aos diagramas do 3º Volume das Resenhas de África".

Agora o que nos falta para completar esta listagem e torná-la útil para a nossa tertúlia ? Faltam-nos os nomes dos camaradas que faziam parte destas unidades, e que são membros da nossa tertúlia; as localidades onde estiveram sediadas ou aquarteladas; um link para os posts ou textos do nosso blogue que a elas se referem, etc.

Talvez possamos depois publicar, mais tarde, com o nome do José Martins como autor principal (seguido de outros eventuais colaboradores) uma lista no nosso blogue ou nas nossas páginas... Para isso, vai ser preciso passar o blogue a pente fino, desde 25 de Abril de 2005... Já são mais de 815 posts... Além disso, há também já perto de 50 páginas do nosso site, com centenas de imagens legendadas (incluindo mapas e fotos)...



Como nunca, ou raramente fala dele, os postes do Zé são exclusivamente de trabalho, a maioria deles destinados a falar dos seus camaradas da Guiné. Também não encontrei muitas fotos dele pelo que apenas deixo estas:

Fur Mil TRMS José Martins

Pe. Libório celebra Missa em Canjadude, coadjuvado pelo José Martins

Guiné > Zona Leste > Gabu > Canjadude > 1969 > CCAÇ 5 - Os Gatos Pretos (1968/70) > O Fur Mil Transmissões Martins com o seu amigo Sargento Cipriano.

Lisboa > Belém > 10 de Junho de 2006 > Encontro de camaradas da nossa tertúlia > O José Martins (à esquerda) e o Jorge Cabral (à direita).

José Martins cantando os Binóculos de Guerra durante o IV Encontro da Tertúlia, no dia 20 de Junho passado, em Ortigosa.
__________

Notas de CV:

Tenho que confessar que passei muitas horas até encontrar todos estes postes do nosso camarada José Martins, nas duas séries do nosso Blogue, e não consegui descobrir quando se dirigiu ele a primeira vez ao nosso Editor Luís Graça. Por outro lado, tenho a consciência de que algum poste terá ficado no esquecimento. Ao Zé, as minhas desculpas. Aceito a sua colaboração no sentido de colmatar alguma omissão involuntária da minha parte.

Eis o que eu descobri:

24 de Outubro de 2005 >
Guiné 63/64 - CCLVII: A contabilidade dos mortos na operação de retirada de Madina do Boé (José Martins)

08 Janeiro 2006 > Guiné 63/74 - CDXXX: A retirada de Madina do Boé (José Martins)

03 Fevereiro 2006 > Guiné 63/74 - CDXCV: Madina do Boé: 37º aniversário do desastre de Cheche (José Martins)

25 Fevereiro 2006 > Guiné 63/74 - DLXXXIV: BCAV 2876, o batalhão do Horácio Ramos ? (José Martins)

1 de Março de 2006 >
Guiné 63/74 - DXCV: A história do Cancioneiro de Canjadude (José Martins)

6 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCIX: Salazar Saliú Queta, degolado pelos homens do PAIGC em Canjadude (José Martins)

7 de Abril de 2006 >
Guiné 63/74 - DCLXXX: CCAÇ 5 - Os Gatos Pretos de Canjadude (José Martins)

6 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCXXX: Ex-comandos africanos, 'órfãos de Pátria', reportagem na RTP 1 (José Martins)

9 de Maio de 2006 >
Guiné 63/74 - DCCXXXVI: A RTP1 e os 'Órfãos de Pátria': a montanha pariu um rato (José Martins)

12 de Maio de 2006 >
Guiné 63/74 - DCCXLVI: Procissão em Canjadude ou devoção mariana em tempo de guerra (José Martins)

4 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P839: O valente Sargento Enfermeiro Cipriano, da CCAÇ 5, morto em Nova Lamego (José Martins)

14 de Novembro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1277: CCAÇ 5 (Gatos Pretos), Canjadude: os filhos dos nossos camaradas nossos filhos são (Daniel Bizarro / José Martins)

18 de Novembro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1292: Madina do Boé: contributos para a sua história (José Martins) (Parte I)

15 de Dezembro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1370: Madina do Boé: contributos para a sua história (José Martins) (Parte II)

21 de Dezembro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1388: Madina do Boé: contributos para a sua história (José Martins) (III parte)

24 de Abril de 2007 >
Guiné 63/74 - P1692: Morreu (2)... Manuel Ferreira de Oliveira, comandante da CCAÇ 5 (José Martins)

7 de Agosto de 2007 >
Guiné 63/74 - P2035: Alf Mil Guido Brazão, da CCAV 2748/BCAV 2922, morto em acidente com arma de fogo, Canquelifá, 22/10/70 (José M. Martins)

16 de Agosto de 2007 >
Guiné 63/74 - P2054: Macaréus (José Martins / Carlos Vinhal)

22 de Novembro de 2007 >
Guiné 63/74 - P2296: Notas de leitura (1): Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (José Martins)

5 de Setembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3174: Em busca de... (38): Causas da morte do Alf Mil Manuel Sobreiro (Mampatá, 1968) Parte I (José Martins)

7 de Setembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3182: Em busca de... (38): Causas da morte do Alf Mil Manuel Sobreiro (Mampatá, 1968) Parte II (José Martins)

29 de Setembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3250: Bibliografia de uma guerra (34): Diário da Guiné - Lama, Sangue e Água Pura, de António Graça de Abreu (José Martins)

14 de Outubro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3312: Unidades que passaram por Sedengal (José Martins)

21 de Outubro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3340: Os nossos camaradas guineenses (1): O meu tributo (José Martins, ex-Fur Trms, Nova Lamego e Canjadude, CCAÇ 5, 1968/70)

27 de Outubro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3363: Memórias literárias da Guerra Colonial (9): Braço Tatuado, de Cristóvão de Aguiar (José Martins)

22 de Novembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3501: Brasões, guiões ou crachás (3): CAOP 1: BCAÇ 2885; CART 2732 e CCAÇ 5 (Jorge Picado/Carlos Vinhal/José Martins)

1 de Dezembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3551: Brasões, Guiões ou Crachás (4): CCAÇ 728; CCAÇ 2617; CCAÇ 3566; PEL CAÇ NAT 63; CCAV 677 e CCAÇ 2402 (José Martins)

7 de Dezembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3580: Brasões, guiões ou crachás (5): BCAÇ 2893, CART 730 e 23339, CCAÇ 726, 1426, 2406, 2636, 2701 e 3477 (José Martins)

14 de Dezembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3622: Brasões, guiões ou crachás (6): BART 2917 e 2924, BCAÇ 507 e 512, CCAV 1484, Pel Caç Nat 52 e Pel Mort 4574 (José Martins)

8 de Janeiro de 2009 >
Guiné 63/74 - P3711: (Ex)citações (11): Nem medalhas ao peito nem cicatrizes nas costas (José Martins)

13 de Janeiro de 2009 >
Guiné 63/74 - P3731: Em busca de... (61): O Capitão José Curto, comandante da CCAÇ 153 (Fulacunda, 1961/1963) (José Martins)

14 de Janeiro de 2009 >
Guiné 63/74 - P3738: Recortes de Imprensa (13): A minha Guerra - José Paulo Pestana, Correio da Manhã, de 4/1/ 2009 (José Martins)

26 de Janeiro de 2009 >
Guiné 63/74 - P3795: Copá, abandonado em 14/2/1974 (José Martins) (1): O princípio do fim, a história do Soldado António Rodrigues

26 de Janeiro de 2009 >
Guiné 63/74 - P3797: Copá, abandonado em 14/2/1974 (José Martins) (2): Unidades de intervenção no subsector de Bajocunda

28 de Janeiro de 2009 >
Guiné 63/74 - P3810: Copá, abandonado em 14/2/1974 (José Martins) (3): Unidades de comando em Bajocunda

30 de Janeiro de 2009 >
Guiné 63/74 - P3817: Copá, abandonado em 14/2/1974 (José Martins) (4): Unidades de coordenação na Zona Leste

3 de Abril de 2009 >
Guiné 63/74 - P4133: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (9): Os livros não mudam o Mundo,... O Homem muda o mundo (José Martins)

15 de Abril de 2009 >
Guiné 63/74 - P4191: Agenda Cultural (7): 2º Ciclo de Conferências 'Memórias Literárias da Guerra Colonial', Espaço Grandella, Lisboa (José Martins)

22 de Abril de 2009 >
Guiné 63/74 - P4230: Listagem dos mortos na emboscada do Quirafo, em 17 de Abril de 1972 (José Martins)

14 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4347: Fichas de Unidades (1): A CCAÇ 16 (Teixeira Pinto, Bachile e Churobrique, 1970/74) (José Martins)

16 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4356: Fichas de Unidades (2): BART 2857 (Sector L4), CART 2428 (Bajocunda), CART 2439 (Canquelifá), CART 2440 (Piche) (José Martins)

27 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4422: Bibliografia de uma guerra (47): Coutinho e Lima fala do seu livro "A Retirada de Guileje" (José Martins)

10 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4500: Controvérsias (16): Deixem que sejam os ex-Combatentes a cantar o Hino Nacional (José Martins)

27 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4592: Bibliografia de uma guerra (51): "Cambança" de autoria de Alberto Branquinho (José Martins)

27 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4594: Fichas de Unidades (3): História do BART 645 (José Martins)

28 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4595: Cancioneiro de Canjadude (CCAÇ 5, Gatos Pretos) (2): Binóculos de Sol (José Martins)

1 de Julho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4622: Fichas de Unidades (4): História do BCAÇ 2884 (José Martins)

10 de Julho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4664: Blogoterapia (116): Os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são (José Martins)

16 de Julho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4693: Fichas de Unidades (4): História da CCAÇ 594 (José Martins)

7 de Agosto de 2009 >
Guiné 63/74 - P4795: Em busca de... (84): André Manuel Lourenço Fernandes, ex-Fur Mil não sabe o número da sua Companhia (José Martins/Carlos Vinhal)

15 de Agosto de 2009 >
Guiné 63/74 - P4825: Fichas de Unidades (4): História do CART 6251/73 (José Martins)


Vd. último poste da série de 4 de Setembro de 2009 >
Guiné 63/74 - P4894: Parabéns a você (23): Torcato Mendonça, ex-Alf Mil da CART 2339 (Os Editores)