quarta-feira, 18 de abril de 2012

Guiné 63/74 - P9768: Tabanca Grande (330): Carlos Pedreño Ferreira, ex-Fur Mil Inf Op, COMBIS e COP 8 (Guiné, 1971/73)

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Carlos Pedreño Ferreira* (ex-Fur Mil Inf Op, COMBIS, Bissau e COP 8, Nhacra, 1971/73), com data de 18 de Abril de 2012:

Bom dia!
Finalmente localizei nos meus "arrumos" fotos do tempo de tropa para poder completar a minha "entrada" oficial no blogue como me foi pedido.

Quanto a "memórias" estou a revê-las confrontando as que restam com alguns dos relatos do blogue, enquanto leio o último livro do Mário Beja Santos que é um verdadeiro mimo sobre o que se tem escrito sobre as vivências na Guiné 63/74.

Remexer no baú das memórias - mentais e físicas (fotos , aerogramas etc.) já deu para conversa amena e salutar com alguns dos filhos e para matar saudades de tempos de juventude - felizmente bons - e com poucos sobressaltos. Relatos para o blogue apenas depois de me certificar que não são efabulações com 40 anos de "prateleira".

Mais uma vez PARABÉNS antecipados pelo vosso blogue.

Um abraço
Carlos Pedreño Ferreira
Ex-Fur Mil Inf/Op
COMBIS/COP8


Nhacra > Porta de Armas do Quartel

Foto: © Eduardo Campos (2009). Direitos reservados.


2. Nota de CV:

Caro Carlos
No Poste 9609 já referi alguma coisa do que te devia dizer hoje.

Cumpre-me desta feita dar-te as boas-vindas já que resolveste juntar-te à tertúlia deste Blogue, com a disposição de ajudares a registar a memória de uma guerra que a esmagadora maioria dos combatentes não queria, e que aos olhos de hoje sabemos ter sido infrutífera e escusada. Por lá deixaram a vida muitos dos nossos amigos e camaradas, e outros sofrem sequelas que os hão-de acompanhar até ao fim dos seus dias. Cumpre-nos deixar os nossos testemunhos para que o sacrifício da nossa geração jamais seja esquecida.

Como é da praxe, aqui te deixo um abraço da tertúlia, e dos editores que esperam que lhes dês muito trabalho.

O teu camarada e novo amigo
Carlos Vinhal
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 15 de Março de 2012 > Guiné 63/74 - P9609: O Nosso Livro de Visitas (129): Carlos Pedreño Ferreira, ex-Fur Mil Inf Op, COMBIS e COP 8 (Guiné, 1971/73)

Vd. último poste da série de 17 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 – P9760: Tabanca Grande (329): Joaquim Jorge Loureiro Pinto, ex-Alf Mil da 3.ª CART/BART 6520/72 (Fulacunda, 1970/72)

Guiné 63/74 – P9767: Convívios (416): XXX Almoço/Convívio do STM 1961/64, Beja - 26 de Maio de 2012 (Mário Costa)


1. O nosso Amigo e Camarada Mário Costa, ex-1º. Cabo Op.Cripto no STM, 1961/64, solicita-nos a divulgação da festa anual da sua unidade.

Camaradas,

Mais uma vez solicito a publicação de dois apelos, para possibilitar a presença do maior de Camaradas ex-Combatentes que possam estar interessados em encontrar-se connosco em Beja, no próximo dia 26 de Maio, para matar saudades de tudo aquilo que preencheu uma grande parte do melhor da nossa juventude. 








Um grande abraço para todos do,
Mário Costa
1º. Cabo Op. Cripto 101/59
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Nota de MR:

Vd. último poste desta série em:



Guiné 63/74 - P9766: Parabéns a você (407): Raul Brás, ex-Soldado Condutor Auto da CCAÇ 2381 (Guiné, 1968/70)

Para aceder aos postes do nosso camarada Raul Brás, clicar aqui
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 15 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9746: Parabéns a você (406): António Pimentel, ex-Alf Mil Rec Inf da CCS/BCAÇ 2851 (Guiné, 1968/70)

terça-feira, 17 de abril de 2012

Guiné 63/74 - P9765: Documentos (24): Análise da situação do inimigo - Acta da reunião de Comandos, realizada em 15 de Maio de 1973 - Parte III (Luís Vaz Gonçalves)

1. O nosso amigo Luís Gonçalves Vaz, membro da Tabanca Grande e filho do Cor Cav CEM Henrique Gonçalves Vaz (último Chefe do Estado-Maior do CTIG - 1973/74), enviou-nos mais uma mensagem dando continuidade ao trabalho documental iniciado nos postes P9639, P9748 e P9755, respeitantes à Análise da situação do inimigo - Acta da reunião de Comandos, realizada em 15 de Maio de 1973 no Quartel-general do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné.

Camarigos:

O que prometo cumpro, como tal aí vai a PARTE III, sobre a "Reunião de Comandos, realizada em 15 de Maio de 1973"





 PARTE III

Reunião de Comandos, em 15 de Maio de 1973, “Ata da Reunião"

“Em 15 de Maio de 1973, pelas 10H30, no Quartel-general do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné, teve lugar, sob a presidência e mediante convocação do General Comandante-Chefe, General António de Spínola, uma reunião de Comandos na qual participaram os comandantes-adjuntos respectivamente, Comodoro António Horta Galvão de Almeida Brandão, Comandante da Defesa Marítima da Guiné, Brigadeiro Alberto da Silva Banazol, Comandante Territorial Independente da Guiné, Brigadeiro Manuel Leitão Pereira Marques, Comandante-Adjunto Operacional e Coronel Gualdino Moura Pinto, Comandante da Zona Aérea de Cabo Verde e Guiné …”


General Comandante-Chefe, General António de Spínola

“… Dou a palavra ao Comandantes - Adjuntos …”

- Brigadeiro Manuel Leitão Pereira Marques
- Brigadeiro Alberto da Silva Banazol
- Coronel Gualdino Moura Pinto

"E não havendo mais nada a tratar, o General Comandante-chefe encerrou pelas 11h 30 a reunião, que eu Hugo Rodrigues da Silva, Coronel do CEM e Chefe do -Estado-Maior do Quartel-General do Comando-Chefe, relatei e assino "

Bissau, 15 de Maio de 1973














Luís Beleza Vaz
(Tabanqueiro 530)
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Notas de MR:

* Independentemente de estar de acordo ou não, com o teor textual deste relatório “Muito Secreto”, quero expressar aqui, em meu nome e de todos aqueles que gostam de conhecer e enriquecer os seus conhecimentos pessoais, e, como no meu caso, engrandecer os seus arquivos com documentação histórica desta qualidade e “calibre”, o meu melhor agradecimento ao Luís Gonçalves Vaz todo o trabalho e prestação que ofereceu ao nosso blogue.

Muito obrigado Luís!

Vd. também sobre esta matéria os seguintes postes do mesmo autor, em: 






Guiné 63/74 - P9764: VII Encontro Nacional da Tabanca Grande - Monte Real 2012 (9): Notícias do nosso Blogue e do nosso Convívio (A Organização)

Guiné > Região do Oio > Mansoa > CCAÇ 2405 (1968/70) > O Alf Mil Paulo Raposo, o anfitrião e o principal organizador do nosso I Encontro Nacional, em 2006, na Ameira, Momtemor-O-Novo. Na altura, totalizámos a meia centena...

Foto: Paulo Raposo (2006) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


Caros amigos/as, camaradas, camarigos/as: 

Notícias do nosso Blogue:

1. Batemos ontem um novo recorde, o nosso número de visitas diárias ultrapassou as 5 mil...

Mon, April 16, 2012 > 5,043 
Sun, April 15, 2012 > 4,206 
Sat, April 14, 2012 > 3,972 
Fri, April 13, 2012 > 4,660 
Thu, April 12, 2012 > 3,818 
Wed, April 11, 2012 > 4,153

Fonte: Bravenet


2. Com a entrada do camarada Jorge Pinto, a quem saudamos, perfazemos um total de 548 tabanqueiros ou tertulianos... 


3. Estamos a preparar a edição especial para o dia 23, 2.ª feira, quando o nosso blogue fará 8 anos de existência. Já temos algumas colaborações, mas queremos mais... Toca a rapar o "fundo ao tacho" (neste caso, o baú das memórias)...


Sobre o nosso VII Encontro

(i) Aproxima-se a data do nosso VII Encontro Nacional (Monte Real, 21 de Abril), que deve ser (e vai ser) uma grande festa de convívio, de camaradagem e de amizade. Um ganda ronco.

O total de inscritos é de 183. Apesar da crise, ou contra a crise, a ordem é: Troika a marchar, camaradas!

Atenção: Eventuais desistências (nada de dserções!) devem ser comunicadas à organização até pelo menos 4.ª feira, 18. 

Temos camaradas e amigos que vêm ao nosso encontro pela primeira vez (periquitos). Seria bom que os mais velhos os ajudassem a integrar no espírito (único) da nossa Tabanca Grande onde o que conta não são as nossas diferenças de opinião (ou outras), mas a vontade de partilhar memórias e afectos à volta da nossa experiência comum, que foi a guerra na Guiné, entre 1961 e 1974. Ou melhor, como a gente costuma dizer, o bichinho da Guiné...

(ii) Não se esqueçam, todos os inscritos no nosso encontro, de imprimir, ou mandar imprimir a cores - se possível - o crachá com o vosso nome. (O camarada Miguel Pessoa mandou-vos oportunamente, por email, o respectivo ficheiro).

(iii) Esta é a lista dos 183 inscritos (um recorde, em relação a todas as seis edições anteriores) para a Operação Monte Real 2012 (a seguir ao nome, o local de residência e o concelho):

Acácio Dias Correia e Maria Antónia - Algés / Oeiras  
Adriano Neto - Aveiro  
Agostinho Gaspar - Leiria  
Alcídio Marinho e Rosa - Porto  
Alexandre Margarido - Lisboa  
Alvaro Vasconcelos e Maria de Lourdes - Baião  
António Duarte - Lisboa  
António Fernando Marques e Gina - Cascais  
António Gabriel Vaz - Lisboa  
António Graça de Abreu - S. Pedro do Estoril / Cascais
António José P. da Costa e Isabel - Mem Martins / Sintra  
António Manuel S. Rodrigues e Rosa Maria - Oliveira do Bairro  
António Martins de Matos - Lisboa  
António Mateus e Laura - Guifões / Matosinhos  
António Osório e Ana - Vila Nova de Gaia
António Pinheiro - Porto  
António Ribeiro e Norberto - Amarante  
António Sampaio e Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos  
António Santos e Graziela - Caneças / Odivelas  
António Silva e Albina - Estarreja  
António Sousa Bonito - Carapinheira / Montemor-O-Velho  
António Sá Fernandes - Valença  
Artur Soares - Figueira da Foz  
Belarmino Sardinha - Odivelas  
Benjamim Durães com: Bruna, Fábio, Marta, Rafael e Tiago - Palmela 
Benjamim Martins Dias - Porto 
C. Martins - Penamacor 
Carlos Campos - Lisboa 
Carlos Oliveira - Leiria 
Carlos Pinheiro e Maria Manuela - Torres Novas 
Carlos Pinto e Maria Rosa - Reboleira / Amadora 
Carlos Pires e Joaquina - Amadora 
Carlos Rios e Fernanda - Carnaxide / Oeiras 
Carlos Santos - Leiria 
Carlos Silva e Germana - Massamá / Sintra
Carlos Vinhal e Dina - Leça da Palmeira / Matosinhos 
Coutinho e Lima e Maria Isabel - Lisboa 
David Guimarães e Lígia - Espinho 
Delfim Rodrigues - Coimbra 
Diamantino Ribeiro André e Maria Rosa - Proença-a-Nova 
Diamantino Varrasquinho e Maria José - Ervidel / Aljustrel 
Eduardo Campos - Maia 
Eduardo Ferreira - A-dos-Cunhados / Torres Vedras 
Eduardo Magalhães Ribeiro e Carlos Eduardo - Porto 
Eduardo Moutinho Santos - Porto 
Eduardo Pessoa Santos - Lisboa 
Ernestino Caniço - Tomar 
Felismina Costa, João e Cláudia - Agualva / Sintra 
Fernandino Leite - Maia 
Fernando Sucio - Vila Real 
Francisco António Ribeiro - Torres Novas 
Francisco Silva e Maria Elisabete - Lisboa 
Henrique Matos - Olhão 
Hugo Guerra e Ema - Lisboa 
Hélder V. Sousa - Setúbal 
Idálio Reis - Cantanhede 
J.L. Vacas de Carvalho - Lisboa 
Jaime Brandão - Monte Real / Leiria 
Joaquim Carlos Peixoto e Margarida - Penafiel 
Joaquim Gomes Soares e Maria Laura - Porto 
Joaquim Mexia Alves - Monte Real / Leiria 
Joaquim Pessoa - Cantanhede 
Joaquim Sabido e Albertina - Évora 
Jorge Araújo - Almada 
Jorge Cabral - Lisboa 
Jorge Canhão e Lurdes - Oeiras 
Jorge Narciso - Cadaval 
Jorge Picado - Ílhavo 
Jorge Pinto - Agualva-Cacém / Sintra 
Jorge Rosales - Cascais 
José Armando Almeida - Albergaria-a-Velha 
José Barros Rocha - Penafiel 
José Brás - Montemor-O-Novo 
José Casimiro Carvalho - Maia 
José Eduardo R. Oliveira (JERO) - Alcobaça 
José Fernando Almeida e Suzel - Óbidos 
José Ferreira da Silva e Maria Vergilde - Crestuma / V. N. Gaia 
José Francisco Robalo Borrego - Linda-a-Velha / Oeiras 
José Luís Malaquias - Ílhavo 
José Manuel Cancela e Carminda - Penafiel 
José Manuel Lopes e Luísa - Régua 
José Manuel M. Dinis e Teresa - Cascais 
José Marcelino Gonçalves e Tuula Kahkonen - Canadá 
José Martins e Manuela - Odivelas 
José Teixeira - Leça do Balio / Matosinhos 
João Caramba e Rosa - Beja 
João Marcelino - Lourinhã 
João Mata - Quinta do Anjo / Palmela 
João Paulo Diniz (PFA) - Lisboa 
João Pinho dos Santos - Aveiro 
João Santos - Porto 
João Sesifredo e Celestina - Redondo 
Juvenal Amado - Fátima / Ourém 
Juvenal Candeias - Lisboa 
Leonel Olhero - Ermesinde / Valongo 
Luís Graça e Maria Alice - Alfragide / Amadora 
Luís Mourato Oliveira - Lourinhã 
Luís R. Moreira - Cacém / Sintra 
Manuel Augusto Reis - Aveiro 
Manuel Carmelita e Joaquina - Vila do Conde 
Manuel Domingos Santos e Maria Isabel - Leiria 
Manuel Joaquim e José Manuel Cunté - Agualva - Sintra 
Manuel Lema Santos e Maria João - Massamá / Sintra 
Manuel Lima Santos e Maria de Fátima - Viseu 
Manuel Resende e Isaura - Cascais 
Manuel Vieira Moreira - Aguada de Cima / Águeda 
Maurício Esparteiro e Dulcínia - Almada 
Miguel e Giselda Pessoa - Lisboa 
Mário Fitas - Estoril / Cascais 
Mário Neves e Natércia - Torres Vedras 
Pacheco - Rio Tinto / Gondomar 
Paulo Santiago - Aguada de Cima - Águeda 
Raul Albino e Rolina - Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal 
Ribeiro Agostinho e Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos 
Rui Silva e Regina Teresa e Regina Maria - Sta. Maria da Feira 
Silvério Lobo e Linda - Matosinhos 
Simeão Ferreira - Monte Real / Leiria 
Sousa de Castro e Conceição - Viana do Castelo 
Valentim Oliveira - Paraduça / Viseu 
Victor Tavares - Recardães / Águeda 
Vítor Caseiro e Maria Celeste - Leiria

Verifiquem por favor se o vosso nome consta da lista de inscritos; ou, se estando inscritos, não poderão comparecer por imprevistos de última hora.... (Neste caso, por favor comuniquem de imediato à Comissão Organizadora).

Distribuição dos 183 inscritos por zonas:
Grande Lisboa - 58
Grande Porto - 32
Norte - 17
Centro - 49
Sul - 25
Resto do Mundo - 2



(iv) A maneira mais prática de aceder a Monte Real, para quem vem do Sul ou do Norte é pela A17.

Devem sair no nó que indica Monte Real e hão-de passar três rotundas, sendo que a partir da primeira, na Estrada Nacional 109, encontram logo sinalização indicando o caminho a seguir.

Quem tiver GPS pode introduzir as coordenadas: N 39º 51' 5.15'' - W 8º 52' 1.87'' ou Rua de Leira - Código Postal 2426-909

Localização do Palace Hotel de Monte Real - Imagem Google


(v) Para mais pormenores sobre a organização do encontro, consultar o Poste 9534. É só clicar aqui.


Em nome dos organizadores do VII Encontro e do nosso Editor Luís Graça,
Carlos Vinhal.-
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 10 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9728: VII Encontro Nacional da Tabanca Grande - Monte Real 2012 (8): No próximo dia 14 terminam as inscrições , que já vão em 150 neste momento (A Organização)

Guiné 63/74 - P9763: In Memoriam (117): Recordando o dia 17 de Abril de 1972 e a trágica emboscada de Quirafo (Juvenal Amado)

 

1. Em mensagem do dia 4 de Abril de 2012, o nosso camarada Juvenal Amado* (ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), enviou-nos este texto de homenagem aos camaradas da CCAÇ 3490 que morreram na emboscada de Quirafo, no dia 17 de Abril de 1972:





Pintura de autoria de Juvenal Amado para oferecer à Tabanca do Centro a fim de ser leiloada e assim ajudar alguém através daquela Tabanca.

"António Ferreira"

Homenagem do nosso camarada Mário Migueis ao 1.º Cabo TRMS António Ferreira morto durante a emboscado do Quirafo
Acrílico: © Mário Migueis da Silva (2010). Direitos reservados


COMO SE FOSSE UM FILME

Hoje nas suas fotos parados no tempo, olham-nos com uma censura muda. Os olhos parece que nos seguem. Perguntam-nos porque não aproveitamos para criar algo mais justo, mais fraterno, quando tivemos a oportunidade, que lhes foi negada a eles na flor da idade.

Se fosse nos States far-se-ia um filme, talvez um épico. Nunca podia ser com o John Wayne como actor principal, pois ele nunca morria nas fitas. Normalmente ele era o herói, que namorava a dona do Saloon e dava porrada em todos “maus”. No fim partia sempre rumo ao Sol poente, deixando a pobre com água na boca.
Por outras palavras ela casava com o cavalo, dizíamos nós a brincar.

Bem segundo parece, nunca esteve em combate de verdade, só usava a sua “bravura” para a propaganda militar, dando assim azo à fanfarronice e egocentrismo tão americano.

Uma bela imagem do Rio Corubal, no Saltinho. 

Foto retirada da página Encore de L'audace do nosso camarada Paulo Santiago, com a devida vénia

Escolhemos uma data?
Talvez 17 de Abril de 1972, numa picada repleta de sol numa Segunda-Feira.

Vão-se recomeçar os trabalhos interrompidos na Sexta-Feira na abertura da estrada, que talvez não fosse dar a lado algum, a não ser à sede de protagonismo de chefes militares.

Para que seria aquela estrada que ia na direção de locais em que nós não éramos visita desejada há muito tempo? Tinham-nos mandado fazer aquele serviço, para o qual talvez não tivessem sido devidamente avisados dos perigos, que era “cutucar a onça com vara curta”, como é uso agora dizer-se, que temos o português das telenovelas brasileiras, a assaltar-nos os sofás várias vezes ao dia. Depreciar o perigo resulta na sua duplicação como se viu.

Mas se fosse um filme nós sairíamos para a rua no final da sessão com os ouvidos cheios de tiros, explosões, a visão cheia actos heróicos e muitos mortos. Embora não tivéssemos visto, os “mortos” no fim de cada cena levantam-se, retocam o “sangue das feridas”, ajeitam os buracos nas fardas, pois talvez seja preciso repetir as filmagens naquela ou na outra cena de matança, quanto mais realista melhor para o êxito da fita.

Sabemos nós que há 40 ou 50 anos provámos da nossa própria angústia, que não se passa assim, que os mortos ficam mesmo mortos e o sofrimento é real para além do intolerável.

As viaturas roncam carregadas com soldados, trabalhadores, granadas, motosserras, gasolina e farnéis. A curva feita e desfeita tanta vez, desta vez albergava uma mortal surpresa.

A bocarra da morte estava ali à espera deles, como quem ri com escárnio da sua juventude, porque não se era jovem demais para morrer naquelas terras vermelhas e de sol impiedoso.

Apanhados de surpresa, as balas e canhoada atingem viaturas e rasgam as carnes, só escapa quem foge, quem se tenta refugiar é apanhado à mão. Sorte incerta para ele, certa para quem ficou estendido varado pelos tiros e metralha. A gasolina arde numa enorme fogueira, onde se mistura viatura e corpos sem vida.

Que sabemos nós dos seus últimos pensamentos?
Ter-se-ão apercebido da grande tragédia em que foram o actores principais?

As notícias do desastre chegam longe.
Quantos caixões?
Muitos!
Nem todos são brancos mas quais? E quem são?
Perguntámos nós.

Mais a cima as preocupações eram outras e perguntou-se “quantas viaturas”? Os homens substituem-se o equipamento compra-se.

Só muito mais tarde, se soube quem era quem, no desenlear as teias tecidas pela morte daquele dia. Mês de Abril das flores dos dias claros e pujantes, em que a natureza morta pelos rigores do Inverno, revive num ciclo imparável de Séculos. É a diferença, os homens que nos deixam, só regressam na nossa memória.

As romagens às suas campas, normalmente de exaltação patriota em data previamente marcada, não de introspecção, só servem alguns fins para o qual, nem eles nem as famílias foram tidos nem achados.

Resisto a olhar os olhos das fotos para sempre jovens, pois aquele olhar corta.

O silêncio, as flores, algumas de plástico, dão um ar de desolação e a certeza, de que há um fim até para saudade presente e dolorosa, porque a vida tem que seguir em frente para os ficam.

Despeço-me parafraseando aqui o titulo do poema do canto-autor Geraldo Vandré que "É P´ra Não Dizer Que Não Falei das Flores".

Dedicado aos camaradas da Companhia de Caçadores 3490,  mortos naquele dia fatídico de 17 de Abril de 1972, Saltinho.

Alferes Miliciano Armandino Silva Ribeiro - Magueija / Lamego
Furriel Miliciano Francisco de Oliveira Santos - Ovar
1.º Cabo Sérgio da Costa Pinto Rebelo - Vila Chã de São Roque / Oliveira de Azemeis
1.º Cabo António Ferreira [da Cunha] - Cedofeita / Porto
Soldado Bernardino Ramos de Oliveira - Pedroso / V. N. Gaia
Soldado António Marques Pereira - Fátima /  Ourém
Soldado António de Moura Moreira - S. Cosme  / Gondomar
Soldado Zózimo de Azevedo - Alpendurada / Marco de Canaveses
Soldado António Oliveira Azevedo - Moreira  / Maia (**)
Milícia Demba Jau - Cossé / Bafatá
Milícia Adulai Bari - Pate Gibel / Bafatá
Trabalhador Serifo Baldé - Saltinho / Bafatá
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 31 de Março de 2012 > Guiné 63/74 - P9685: Estórias do Juvenal Amado (41): Um drama causado pelo esquecimento dum carteiro

Vd. último poste da série de 8 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9716: In Memoriam (116): O senhor Luís Henriques (pai do nosso editor Luís Graça), faleceu hoje, dia 8 de Abril de 2012, aos 91 anos, na Lourinhã (Tertúlia)

Sobre a emboscada de Quirafo, entre outros, vd. postes de:

15 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1077: A tragédia do Quirafo (Parte V): eles comem tudo! (Paulo Santiago)

28 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P1000: A tragédia do Quirafo (Parte IV): Spínola no Saltinho (Paulo Santiago)

26 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P990: A tragédia do Quirafo (parte III): a fatídica segunda-feira, 17 de Abril de 1972 (Paulo Santiago)

25 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P986: A tragédia do Quirafo (Parte II): a ida premonitória à foz do Rio Cantoro (Paulo Santiago)

23 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P980: A tragédia do Quirafo (Parte I): o capitão-proveta Lourenço (Paulo Santiago)

(**) Originalmente dado como "desaparecido em combate", confundido com o António da Silva Batista (dado como morte)

Guiné 63/74 - P9762: Blogoterapia (209): Sensibilizado pela prova de amizade da tertúlia e pelo nascimento da décima neta (Jorge Picado)

1. Mensagem do nosso camarada Jorge Picado, aniversariante no passado dia 11 de Abril:

Caro Amigo Carlos Vinhal
Dado que não me é possível agradecer individualmente a todos quantos tiveram a gentileza, de me felicitar pelos três quartos de século que alcancei no passado dia 11, agradecia que publicasses na Tabanca Grande esta simples nota, ainda que tardia.

Podem crer que fiquei muito sensibilizado pelos parabéns e sobretudo votos de saúde que me dirigiram.
Por pouco, que esse meu dia de aniversário não ficou duplamente assinalado. É que a 10.ª neta, pressentindo talvez quão ingratas estão estas paragens e sentindo-se mais confortável no interior materno, resolveu ver a luz do dia apenas no dia 14 e só de cesariana.

Abraços para todos sem distinção, de um dos mais velhos... em idade
Jorge Picado


2. Nota de Carlos Vinhal, ex-Fur Mil do ex-Cap Mil Jorge Picado:

Caríssimo Jorge, embora sejas já um veterano nestas andanças de ser avô, temos que nos congratular pelo nascimento de mais esta netinha.

Comungando as tuas esperanças num porvir cheio de venturas para essa vida que agora começa uma longa caminhada, estão os teus camaradas e amigos deste Blogue.

Muitos parabéns aos felizes papás e muitas felicidades para essa jovem família.

Ao decavô Jorge um abraço enorme da tertúlia.

Não posso deixar de acrescentar agora e aqui uma nota pessoal.

Dizes tu Jorge que completaste três quartos de século. Estou a ficar preocupado, sinto que estou a envelhecer. Não é que te conheci tinhas tu 34 anos? Tomara eu daqui a 11 anos ter a tua jovialidade. E que tal repetir a ida a Fátima de Binta novamente?

Tu e o Chefe Rita (como ainda hoje o trato) da 2732 têm um cantinho muito especial no meu coração. Dois jovens camaradas "velhotes" que muito prezo. Não fora este Blogue e jamais nos voltaríamos a reencontrar.

Até sábado camarada Jorge para um renovado abraço.
Carlos Vinhal
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 11 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9731: Blogoterapia (208): Ajudando-me a fazer o luto pela perda de uma pessoa tão especial como o meu pai (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P9761: Ser solidário (123): Venda do livro "Orando em Verso" a favor da construção do Centro Pastoral da Marinha Grande (Joaquim Mexia Alves)

1. O nosso camarada Joaquim Mexia Alves, autor do livro "Orando em Verso" lançado recentemente*, pede para divulgarmos a seguinte mensagem:

Porque a receita da venda do livro se destina a uma boa causa, a construção do Centro Pastoral da Marinha Grande, estou à vontade para “publicitar” a venda do meu livro “Orando em Verso”.

A construção do Centro Pastoral da Marinha Grande é uma premente necessidade, porque, para além da Paróquia não possuir nenhuma sala “nobre” de dimensões razoáveis, (como se percebeu na recente visita pastoral do Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto), as salas da catequese são exíguas e inapropriadas, tendo até em vista que só no centro da Marinha Grande há mais de 300 catequizandos.

Para que com alguma comodidade se possa adquirir o livro via net, criámos um endereço electrónico, orandoemverso@gmail.com para receber esses pedidos de aquisição.

Esses pedidos serão respondidos dando indicação do NIB da conta da paróquia para onde deve ser feita a transferência do valor do livro, (e deste respectivo valor), que será depois enviado pelo correio.

Para quem o desejar o livro será “dedicado” e autografado.

Muito obrigado acreditando que compreenderão esta minha iniciativa.

Pode também ser visto em :
http://www.queeaverdade.blogspot.pt/2012/04/orando-em-verso.html

Um abraço amigo do
JMA
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 15 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9747: Agenda cultural (195): Reportagem do lançamento do livro de Joaquim Mexia Alves, Orando em Verso, ocorrida no dia 14 de Abril de 2012, no Pavilhão do Museu Joaquim Correia, na Marinha Grande (Miguel Pessoa)

Vd. último poste da série de 17 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9759: Ser solidário (122): Carlos Fortunato, presidente da ONGD Ajuda Amiga, está na Guiné-Bissau a descarregar mais um contentor de 40 pés, com material diverso de apoio às populações, escolas, hospitais e missões (Armando Pires / Carlos Silva)

Guiné 63/74 – P9760: Tabanca Grande (329): Joaquim Jorge Loureiro Pinto, ex-Alf Mil da 3.ª CART/BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74)

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Joaquim Jorge Loureiro Pinto, ex-Alf Mil da 3.ª CART/BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74), com data de 16 de Abril de 2012:









Camarada Luis Graça

Meu nome é Jorge Pinto. Estou inscrito para o almoço-convívio a realizar nas Termas de Monte Real, no próximo dia 21. Como tal e cumprindo um desejo já exposto a camaradas bloguistas (Luís Moreira, Fernando Marques, Eduardo Ferreira... ), venho agora propor, com muito prazer, que seja aceite o meu pedido de registo como membro desta enorme família que passou parte da sua juventude em terras da Guiné.

Sei que ao pertencer a esta "vetusta tertúlia", muito irei aprender, tal é a qualidade e quantidade de informação aqui, quase diariamente depositada ao longo destes 8(?) anos... Sem dúvida que o conteúdo deste Blogue é de imprescindível consulta para todos os investigadores que se proponham fazer uma reflexão séria sobre a "Crise e Renascimento do Mundo Lusíada", a partir do final do séc. XX.

O período de tempo que vai de 1962 a 1974 é de uma importância extrema para se compreender a evolução das mentalidades a nível Europeu, Portugal incluído. Precisamente, o período em que todos os colaboradores deste Blogue viveram a sua juventude como actores influentes numa das mais importantes páginas da História Portuguesa: Fim de um ciclo e inicio de outro mais globalizante.

Por isso, dou os meus sinceros parabéns a ti Luís Graça, especialmente pelo lançamento e abertura da "obra", pela dedicação e riqueza literária dos teus artigos e a todos aqueles camaradas que durante estes anos, correspondendo ao teu projecto o foram também alimentando.

De acordo com o regulamento para registo envio anexos 1, 2 e 4.

Anexo 1 - Foto antiga, tirada na mata de Fulacunda, em Julho de1974, após cessar fogo.
Anexo 2 - Foto actual, tirada numa rua.
Anexo 3 - Foto do quartel de Fulacunda tirada da torre em direção ao posto de enfermagem.
Anexo 4 - Texto de apresentação
JPinto


Guiné > Região de Quínara > c. 1972/74 > Jorge Pinto, Alf Mil da 3.ª CART/BART 6520/72


1.1 Apresentação

Meu nome completo é Joaquim Jorge Loureiro Pinto, sendo mais conhecido por Jorge Pinto ou Alferes Pinto. Depois de ter passado por EPI (Mafra), EPA (Vendas Novas), EPA (Tancos) e RAL 5 (Penafiel) voei para a Guiné a 23 de Junho de 1972 integrado na 3.ª CART do BART 6520/72, sediado em TITE.

Sou natural de Alcobaça e vivo actualmente em Sintra. Após o meu regresso da Guiné, completei a licenciatura em História, dedicando-me, a par de outras ocupações, ao ensino secundário, gestão escolar e formação pedagógica de professores.


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Guiné > Região de Quínara > c. 1972/74 >  Vista parcial do quartel de Fulacunda


1.2 Guiné

Chegados à Guiné, o Batalhão seguiu para Bolama onde passámos um curto período de adaptação e onde tive a infelicidade de assistir às mortes do colega amigo Alferes Figueiredo em consequência do rebentamento “acidental” de uma granada-dilagrama quando se procedia ao seu disparo.

Após este período cada Companhia seguiu para o TO que lhe estava destinado. A sede do Batalhão em Tite, a 1.ª CART em Jabadá, 2.ª CART em Nova Sintra e a 3.ª CART em Fulacunda, onde fomos render os CAPICUAS (1970/72). Mais tarde (1973), a minha companhia (3.ª CART) passou a pertencer ao comando do COP 7.

Embarquei numa LDM e lá fui pelos braços de mar em período de maré cheia até próximo de Fulacunda. Daí segui numa GMC (cerca de 2 Km), até ao quartel onde acabei por permanecer durante 26 meses. É sobre esse período que irei tentar redigir alguns artigos, abordando várias vertentes: Usos e costumes da população Beafada ali residente, Guerra e os seus feridos (não tivemos felizmente mortos), o quotidiano no quartel, o 25 de Abril em Fulacunda, vinda de representantes do PAIGC a Fulacunda, em Julho de 1974, conversas com a população africana sobre a “mudança” que o “25 Abril” iria provocar… Enviarei igualmente fotos “desse tempo” relacionadas com a respectiva matéria.

Hoje, começo por descrever e caracterizar a vida em Fulacunda na época em que por lá vivi (1972/74). 

No referente à composição da sociedade, além dos militares da metrópole (cerca de 200), havia população africana (cerca de 400) maioritariamente composta por Beafadas. O espaço era rodeado de arame farpado e de uma vala. 

De trinta em trinta metros mais ou menos havia abrigos. Era aqui e em seu redor que os soldados passavam a parte do seu tempo. A população africana embora vivesse dentro deste espaço cercado tinha a sua tabanca, onde também havia abrigos. 

Alguns africanos integravam o pelotão de milícias. As mulheres lavavam a roupa da tropa para além de passarem horas a “cardar” o cabelo… Como etnia islamizada observava rigorosamente o período do Ramadão, tal como outras práticas religiosas. 

O “fanado” era praticado em espaços variados de anos. Por acaso, foi praticado num dos anos em que lá estive. Confesso que desconhecia aquele costume. Não queria acreditar. Foi em vão que tentámos convencê-los de que tal prática era desumana, ineficaz e só trazia sofrimento… Estou a ver os homens a olhar para o chão e a dizerem simplesmente que sempre foi assim … para as mulheres era tema tabu… era assunto só falado entre elas… Acabado o período, havia “ronco”, com batuque noite fora… e a natural euforia da população masculina…

Era uma localidade isolada, sem qualquer comunicação terrestre. As antigas picadas estavam obstruídas por mato e capim e os pontões destruídos. A comunicação com o comando de batalhão fazia-se através das transmissões rádio. O contacto com o exterior fazia-se semanalmente via aérea (correio, transporte urgente de pessoas para Bissau, alguma comida fresca) ou por via aquática (todo o restante reabastecimento)

Cedo me apercebi que este isolamento não era bom para qualquer um e que só poderia ser quebrado em parte através da leitura, escrita, audição de programas de rádio, (PIFAS, BBC e o Joaquim Letria, lembram-se?), muita conversa, futebol… sobretudo através de alguma actividade que fosse bem recebida por todos. 

Verificando que muitos, quer soldados quer população africana não sabiam ler nem escrever, dediquei-me em boa hora a essa tarefa. Muitos foram os que através da escola regimental fizeram a prova da 4.ª classe e puderam tirar a carta de condução, em Bissau. 

Procurei igualmente “integrar-me” naquela sociedade conversando longamente, sobre os mais variados temas: religião, trabalho, usos, costumes, guerra…

Hoje, como a conversa vai longa, vou parar por aqui.
Prometo voltar brevemente …

Forte abraço
JPinto


2. Comentário de CV:

Caro camarada Jorge Pinto, muito bem-vindo à Tabanca Grande.

Fizeste uma apresentação que permitiu ficarmos a saber o essencial de ti. Falaste, ao de leve para já,  do teu percurso na Guiné, vivendo a maior parte do tempo em quadrícula no quartel de Fulacunda, prometendo ainda contares-nos as tuas memórias, que passarão pelas várias vertentes da guerra, das pessoas e do seu modo de viver. Estamos em presença de alguém que na altura já teria o olhar de um estudante de História.

Viveste aquele período conturbado do pós 25 de Abril, em que a tropa nos TOs, farta de guerra, o que queria era o regresso a casa a qualquer preço. Naquela altura a guerra estava muito complicada, nem perdida nem ganha, diria eu empatada, mas que cada vez mais iria custar sangue derramado e vidas perdidas. Politicamente, aos olhos do mundo, estávamos derrotados, restando-nos apenas uma retirada honrosa que se conseguiu com o derrube do caduco regime vigente.

Ficamos expectantes pelo começo da tua colaboração, com a certeza de que a tua contribuição vai ser importante para o Blogue.

Arranja um cantinho confortável nesta caserna virtual, pega no transportável, como diz um nosso camarada quando se refere ao seu portátil, porque temos rede em toda a área, e começa a trabalhar. Tens mais de mil olhos postos em ti.

Termino enviando o infalível abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores.

O teu camarada e novo amigo
Carlos Vinhal
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 6 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 – P9711: Tabanca Grande (328): António Augusto Vieira de Melo, ex-1.º Cabo Rec Inf do BCAÇ 2930, Catió e Quartel General, Bissau (1972/74)

Guiné 63/74 - P9759: Ser solidário (122): Carlos Fortunato, presidente da ONGD Ajuda Amiga, está na Guiné-Bissau a descarregar mais um contentor de 40 pés, com material diverso de apoio às populações, escolas, hospitais e missões (Armando Pires / Carlos Silva)


Página principal do sítio da ONGD Ajuda Amiga, fundada e dirigida por alguns dos nossos camaradas e amigos: Carlos Fortunato, Carlos Silva, Armando Pires, Manuel Joaquim, Zé Carioca...

1. Duas mensagens, tranquilizadoras, com data de 15 do corrente, dos nossos camaradas Armando Pires e de Carlos Silva, membros dos orgãos sociais da ONGD Ajuda Amiga,. cujo presidente, o nosso camarada Carlos Fortunato, está na Guiné-Bissau, em mais uma missão solidária:

(1) Armando Pires

Por esta via, informo os camaradas de que também se encontra na Guiné o Carlos Fortunato, Presidente da Associação Ajuda Amiga.

O Fortunato, ex-fur miliciano da CCAÇ 13 (70/71) chegou a Bissau na madrugada do passado dia 9, a fim de desalfandegar um novo contentor de 40 pés, com material diverso de apoio ás populações, escolas, hospitais e missões católicas daquele País.

As notícias que nos chegaram do Carlos Fortunato são de que se encontra sem problemas na vila de Bissorã.

Os membros da nossa Associação esperam, não só, que a sua estada continue a decorrer sem incidentes, bem como que consiga rapidamente levar a bom porto mais esta sua missão.

Cumprimentos ao camarada Luis Graça e a todos os camaradas da nossa Tabanca Grande

Armando Pires

(2) Carlos Silva

Luís: O nosso camarada Fortunato também está na Guiné há 8 dias para descarregar o nosso contentor de 40 pés especial,  sendo a AD uma das principais beneficiadas.

Está em Bissorã onde está tudo calmo, pois tenho falado com ele desde a 1ª hora e nunca tive problemas em falar via telemóvel, assim como, para outros amigos que estão em Bissau e via chat do Facebook.

Já reparaste que desde há 3 ou 4 anos a esta parte sempre que temos o contentor para descarregar temos sempre golpes de estado, eu já apanhei o do Nino 2009 e do dia 1 de Abril deste sr A Indjai [...].

 Um abraço

Carlos Silva

Guiné 63/74 - P9758: Memória dos lugares (181): O Xime - Esclarecimentos (António Vaz, CMDT da CART 1746, 1968/69)



1. O nosso camarada António Vaz, ex-Cap Mil da CART 1746 (Bissorã e Xime, 1967/69) enviou-nos a seguinte mensagem. 


O XIME 

Olá camaradas

É com todo o gosto que farei os esclarecimentos pedidos pelo camarada Torcato e desde já lhe digo que tenho pena de não o poder de fazer de viva voz no dia 21 por ter verificado que o seu nome não consta na lista dos inscritos para o almoço de Monte Real. 


1- Esta imagem mosaico altera a perspectiva da realidade. As três fotos foram tiradas do extremo oriental do sítio voltado de costas para o Geba com a bolanha à esquerda. 

2- No primeiro plano à esquerda vê-se a cobertura do abrigo do gerador e um pouco do abrigo dos combustíveis (ambos enterrados) 

3- Na rua central, a nossa Main Street, na primeira construção à esquerda ficava o refeitório, o bar dos sargentos, a secretaria e o meu gabinete e na traseira a cozinha. 

4- O espaldão do Morteiro 82 está por aí enterrado. Do lado direito no primeiro edifício ficava a oficina auto e outras instalações. 

5- Passando à fotografia aérea que tirei a caminho de Bambadinca: 


6- Junto à parte central da paliçada, ainda não tínhamos construído a caserna abrigo com material do BENG. 

7- A seguir às duas construções acima descritas pode ver-se do lado esquerdo uma pequena construção triangular que era a capela atrás da qual e encoberta pelas arvores está a construção, com tecto de colmo, que abrigava as quatro “celebres roulottes”. Ao lado da qual ficavam as transmissões e atrás um pequeno abrigo. 



8- A seguir do lado esquerdo (construção com arcadas) era a arrecadação do material de guerra e outros. 

9- Em frente à direita era o posto de socorros e outras instalações, o forno do pão. 

10- Construímos par alem da caserna abrigo já citada mais seis abrigos para Secção, uma oficina para o material auto. 

11- No fim era a Porta de Armas a tabanca do Xime com cerca de 50 moranças e o início da estrada (estrada?) para Amedalai e para o resto do Mundo. 

12- Por hoje é tudo. Espero ter relembrado a quem passou ou viveu no Xime algo que já não tinham na memória. 

Um abraço para todos 
António Vaz 
Cap Mil CMDT da CART 1746


Adenda do AV:

Adenda (entre muitas que se poderiam fazer): Na foto mosaico a figura que se vê do lado direito é o ex-alf Gilberto Madail que não aparece na foto dentro da tabanca das roulotes porque foi ele o fotógrafo. Nessa foto além de mim estão três ex alferes, meus queridos amigos,da esquerda para a direia, João Mata,que vai comigo a MonteReal, o António Teles e o Rui Neves, estes dois, infelizmente, permaturamente já falecidos e de quem tenho muitas saudades.


Na parede que une/separa duas das rulotes há uma placa em nome da Caç 508 em que se presta homenagem a um Capitão Meireles que pelas minhas "investigações" não pertencia a essa Ccaç.
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Nota de MR: 

Vd. último poste desta série em:


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Guiné 63/74 – P9757: Convívios (415): VIII Almoço de Confraternização do BART 733 (Eduardo Carmo)


 VIII ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO DO BART 733 

Camarada Luís Graça,

Junto envio o convite referente ao VIII Almoço de Confraternização do Batalhão de Artilharia 733, que se irá realizar no próximo dia Sábado, 19-05-2012, pelas 12h30, no "Monte Amarelo", sito à Estrada Nacional 125, Meia Légua - 8700 Olhão.

Peço a publicação no blogue para conhecimento dos-combatentes do BART 733.

Grato pelo V/ apoio e colaboração, subscrevo-me com muita estima e consideração;

As inscrições decorrem até ao dia 04 de Maio, ao cuidado de:

Joaquim Reinaldo do Carmo Sousa
Telm. 964 068 190 

Ou, 

Eduardo do Carmo (eduardotiuna@sapo.pt)
Telm. 968 486 280 



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Nota de MR:

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