Foto: © Beja Santos (2006). Direitos reservados.
1. Série Postais Ilustrados (2). No verso deste, que não chegou a ser usado como bilhete posral, pode ler-se os seguintes dizeres, impressos:
Bihete Postal
Guiné Portuguega
132 - Catedral de Bissau
Fotografia verdadeira
Reprodução proibida
Edução "FOTO SERRA"
C.P. 239 Bissau
Impresso em Portugal
2. Das duas ou três meses que estive em Bissau, durante a minha comissão (1969/71), nunca tive a curiosidade de visitar a catedral católica. A construção parece-me ser dos anos 40/5o, sendo a arquitectura típica do Estado Novo. Em todo o caso, para muitos dos nossos camaradas que fizeram a guerra da Guiné, a existência deste templo foi um importante elemento de conforto espiritual.
Hoje não haveria mais do 5 de % de católicos e outros cristãos (3), concentrados sobretudo em Bissau e Bafatá. O bispo de Bissau é Dom José Camnate Na Bissim. O bispo de Bissau é Dom Pedro Carlos Zilli (LG).
Guiné > Bissau > Anos 50 > Perspectiva da Avenida da República, obtida a partir da torre da catedral já ao final do dia. O primeiro edifício, de que se vê pouco mais que o telhado, é a sede da uma das importantes firmes comerciais da Guiné: Nunes & Irmão. Mais ao fundo, do lado direito, o cinema UDIB e o palácio do governador na praça do Império. O edifício da Associação Comercial (hoje PAIGC), situado na mesma praça, ainda não existia (4).
Foto e legenda: © Mário Dias (2006). Direitos reservados.
__________
Notas de L.G.
(1) Vd. post de 2 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1238: David Payne Pereira, um gentleman luso-britânico e um grande médico em Bambadinca (Beja Santos)
(2) Vd. post de 23 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1310: Postais Ilustrados (12): Ponte-Cais de Bissau e estátua de Diogo Gomes (Tino Neves / Carlos Fortunato)
Para quem se interessa pela antropologia e sociologia da religião, recomendo a leitura de um texto disponível na Net, da autoria de Eduardo Costa Dias, investigador do Centro de Estudos Africanos, ISCTE, Lisboa, 1998 [ Este centro publica, por sua vez, desde 2001, a revista Cadernos de Estudos Africanos, de que saíram até agora 6 números]:
Eduardo Costa Dias > Protestantismo e proselitismo na Guiné-Bissau: Reflexões sobre o insucesso do proselitismono Oio e na província Leste. Lusotopie. 1999. 309-318.
Aqui fica um pequeno extracto:
(...) "No caso concreto das regiões predominantemente muçulmanas – sectores do norte da região do Oio, província Leste (região de Bafatá, região do Gabu) –, apesar da passagem ocasional de missionários protestantes ser assinalada várias vezes, desde pelo menos meados dos anos cinquenta, em núcleos urbanos como Pirada, Contuboel, Bambadinca, Mansabá, Farim ou Gabu, não é conhecida a existência nestas povoações de locais de culto protestante ou de núcleos protestantes duradouros com algum significado numérico. Nas regiões acima referidas, até aos anos noventa a presença protestante permanente resumiu-se ao núcleo da WEC constituído, nos últimos anos da presença colonial, na cidade de Bafatá – um pequeno núcleo de crentes evangélicos, maioritariamente de origem caboverdiana, dotado de um templo, e que foi, no período colonial, combatido pela Igreja católica e pela administração e, mais tarde, disperso pelos acontecimentos imediatamente posteriores à independência.
"Como para os católicos, a zona islamizada da Guiné-Bissau sempre foi – e é – para os protestantes uma zona de muito difícil proselitismo : os muçulmanos consideram os cristãos quase como infiéis ou pelo menos como pessoas com valores religiosos (muito) inferiores aos seus ; ser muçulmano é, no quadro das mentalidades das populações fulas e mandingas, já de si uma prova de superioridade moral e social" (...)
(4) Vd. post de 15 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCXXX: Memórias do antigamente (Mário Dias) (3): O progresso chega a Bissau
Sem comentários:
Enviar um comentário