sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Guiné 63/74 - P1351: Postais Ilustrados (13): A catedral católica de Bissau (Beja Santos / Luís Graça / Mário Dias)

Guiné > Bissau > Catedral > Postal ilustrado do final dos anos 60. Gentilmente cedido por Beja Santos, ex-alf mil, Pel Caç Nat 52 (Missirá e Bambadinca, 1968/70). Creio que foi lá que o Mário se casou, com a Cristina, em Abril de 1970, sendo padrinhos do casamento o médico David Payne e a sua esposa Isabel (1).

Foto: © Beja Santos (2006). Direitos reservados.


1. Série Postais Ilustrados (2). No verso deste, que não chegou a ser usado como bilhete posral, pode ler-se os seguintes dizeres, impressos:

Bihete Postal
Guiné Portuguega
132 - Catedral de Bissau
Fotografia verdadeira
Reprodução proibida
Edução "FOTO SERRA"
C.P. 239 Bissau
Impresso em Portugal

2. Das duas ou três meses que estive em Bissau, durante a minha comissão (1969/71), nunca tive a curiosidade de visitar a catedral católica. A construção parece-me ser dos anos 40/5o, sendo a arquitectura típica do Estado Novo. Em todo o caso, para muitos dos nossos camaradas que fizeram a guerra da Guiné, a existência deste templo foi um importante elemento de conforto espiritual.

Hoje não haveria mais do 5 de % de católicos e outros cristãos (3), concentrados sobretudo em Bissau e Bafatá. O bispo de Bissau é Dom José Camnate Na Bissim. O bispo de Bissau é Dom Pedro Carlos Zilli (LG).


Guiné > Bissau > Anos 50 > Perspectiva da Avenida da República, obtida a partir da torre da catedral já ao final do dia. O primeiro edifício, de que se vê pouco mais que o telhado, é a sede da uma das importantes firmes comerciais da Guiné: Nunes & Irmão. Mais ao fundo, do lado direito, o cinema UDIB e o palácio do governador na praça do Império. O edifício da Associação Comercial (hoje PAIGC), situado na mesma praça, ainda não existia (4).

Foto e legenda: © Mário Dias (2006). Direitos reservados.
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Notas de L.G.

(1) Vd. post de 2 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1238: David Payne Pereira, um gentleman luso-britânico e um grande médico em Bambadinca (Beja Santos)

(2) Vd. post de 23 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1310: Postais Ilustrados (12): Ponte-Cais de Bissau e estátua de Diogo Gomes (Tino Neves / Carlos Fortunato)

Para quem se interessa pela antropologia e sociologia da religião, recomendo a leitura de um texto disponível na Net, da autoria de Eduardo Costa Dias, investigador do Centro de Estudos Africanos, ISCTE, Lisboa, 1998 [ Este centro publica, por sua vez, desde 2001, a revista Cadernos de Estudos Africanos, de que saíram até agora 6 números]:
Eduardo Costa Dias > Protestantismo e proselitismo na Guiné-Bissau: Reflexões sobre o insucesso do proselitismono Oio e na província Leste. Lusotopie. 1999. 309-318.
Aqui fica um pequeno extracto:

(...) "No caso concreto das regiões predominantemente muçulmanas – sectores do norte da região do Oio, província Leste (região de Bafatá, região do Gabu) –, apesar da passagem ocasional de missionários protes­tantes ser assinalada várias vezes, desde pelo menos meados dos anos cin­quenta, em núcleos urbanos como Pirada, Contuboel, Bambadinca, Mansabá, Farim ou Gabu, não é conhecida a existência nestas povoações de locais de culto protestante ou de núcleos protestantes duradouros com algum significado numérico. Nas regiões acima referidas, até aos anos noventa a presença protestante permanente resumiu-se ao núcleo da WEC constituído, nos últimos anos da presença colonial, na cidade de Bafatá – um pequeno núcleo de crentes evangélicos, maioritariamente de origem cabo­verdiana, dotado de um templo, e que foi, no período colonial, combatido pela Igreja católica e pela administração e, mais tarde, disperso pelos acontecimentos imediatamente posteriores à independência.
"Como para os católicos, a zona islamizada da Guiné-Bissau sempre foi – e é – para os protestantes uma zona de muito difícil proselitismo : os muçulmanos consideram os cristãos quase como infiéis ou pelo menos como pessoas com valores religiosos (muito) inferiores aos seus ; ser muçulmano é, no quadro das mentalidades das populações fulas e mandingas, já de si uma prova de superioridade moral e social" (...)

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