Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3477 (Novembro de 1971/ Dezembro de 1972) > Foto aérea de 1972 do aquartelamento e tabanca de Guileje, tirada no sentido oeste-leste. A avaliar pela foto, havia um conjunto de moranças, fora do perímetro de arame farpado, a norte do aquartelamento, junto ao trilho da água e no início da estrada que dava para Mejo e Bedanda. Ao fundo, são bem visíveis: (i) a pista de aviação; (ii) o campo de futebol; e (iii) o heliporto
Foto: © Amaro Samúdio (2006). Direitos reservados. Foto alojada no álbum de Luís Graça > Guinea-Bissau: Colonial War. Copyright © 2003-2006 Photobucket Inc. All rights reserved.
Guiné > Região de Tombali > Guileje > 1973 > Croquis do aquartelamento e tabanca, desenhado à mão pelo Fur Mil Operações Especiais José Casimiro Carvalho (CCAC 8350, 1972/73) (1).
Foto: © José Casimiro Carvalho (2005). Direitos reservados. Foto alojada no álbum de Luís Graça > Guinea-Bissau: Colonial War. Copyright © 2003-2006 Photobucket Inc. All rights reserved.
Colagem de duas mensagens recentes do Amaro Munhoz Samúdio, ex-1º Cabo Enfermeiro da CCAÇ 3477 (1971/73), a companhia de açorianos que ficou conhecida como Os Gringos de Guileje: estiveram em Guileje entre Novembro de 1971 e Dezembro de 1972); (ii) foram a penúltima unidade de quadrícula de Guileje, sendo rendidos pela CCAV 8350 (Dez 1972/Mai 1973) - Os Piratas de Guileje, a que pertencia o nosso camarada José Casimiro Carvalho, ex-fur mil e ranger.
1. Era inevitável que a pergunta sobre o que se passou com o chimpazé-bebé fosse feita (2). Outra coisa não era de esperar.
Num dos passeios que gostava de fazer, do abrigo até à estrada, um safado dum açoriano, condutor daqueles monstros que iam buscar água, resolveu, sem qualquer intenção, parar em cima dele. O caçador, que observou isto, disse-me que o animal ia morrer. O que é certo é que deixou de comer e veio a falecer.
Ficaram a Lolita e o Bobi, os nossos amigos vindos de Gadamel Porto, pedidos pelas transmissões.
2. O desenho efectuado pelo herói Casimiro corajosamente enviada a seu pai, é o que mais se aproxima da realidade de Guileje até 21 de Novembro de 1972. Calculo aquela saída pela pista em direcção a Gadamael Porto, depois de não poderem sair dos abrigos e o pessoal das tabancas também lá dentro, a fazerem todas as suas necessidades lá... Nós, em Nhacra, sabíamos o que se estava a passar em Guileje. Tínhamos saído de lá há três meses.
Os Obuses eram 11.4 , substituídos posteriormente por 14.0 Porquê ? A psico de Mr. Spínola? O não responder pela mesma forma de defesa ? É que, segundo o que me era contado pelo pelotão de artilharia, os 11.4 atingiam zonas que os 14.0 , embora mais potentes, não atingiam.
3. É muito difícil dizer tudo o que me está na alma, isto porque poderia, neste momento, quebrar o princípio de que nós éramos os ocupantes e eles os ocupados
As mina, armadilhas e fornilhos também existiam. O heliporto também, salvo erro, construído pelos Gringos.
Os abrigos, construídos pela engenharia, estão quase perfeitamente localizados, muito embora um deles estivesse localizado do lado direito para quem saía para a estrada de Gadamael Porto.
Entretanto, e salvaguardando os muitos conhecimentos do Nuno Rubim, recordo que antes da CCAÇ 3477 (Gringos de Guileje) - esta sim, uma companhia essencialmente açoriana (B.B.I. 18 – Ponta Delgada, S. Miguel, Açores), esteve uma Companhia de Madeirenses e depois é que veio CCAV 8350 (1972/73) , metropolitana, segundo o uso da designação.
Os Gringos de Guileje estiveram lá de 21 de Novembro de 1971 até 22 de Dezembro de 1972
Falta-me encaixar a CCAÇ 3325 pois, para mim, tinha sido a companhia madeirense, a CCAÇ 2617, que nos antecedeu .
4. Caro Luís Graça: Peço desculpa mas agora pregaste-me o vício de pensar e falar sobre a Guiné, nomeadamente sobre Guileje.
De tal forma se tornou vício que te vou transformar em responsável por, ao fim de trinta e três anos, tentar reunir, em Maio de 2007, os Gringos de Guileje (CCAÇ 3477), principalmente os do continente - já que vai ser muito difícil trazer os Açorianos, visto a maioria deles terem imigrado.
Continuando no vício, e pretendendo colaborar com o Pepito, anexo a fotografia que penso ser de início de 1972.
Um abraço
Amaro Munhoz Samúdio
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Notas de L.G.
(1) Vd. post de 1 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1234: Guileje: croquis do aquartelamento e tabanca (José Casimiro Carvalho)
(...) " Comentário de L.G.:
(...) "O aquartelamento e a tabanca de Guileje formavam um rectângulo, todo minado à volta, na parte desmatada, com minas, armadilhas e fornilhos.
"A orientação parece ser norte/sul, tendo as peças de artilharia de 11.4, em número de três, apontadas para a fronteira com a República da Guiné-Conacri. Originalmente, eu pensava que os obuses de Guileje fossem de calibre 14 cm. Podem ver-se ainda as posições dos morteiros: dois 81 (incluindo o 'meu', o que era operado pela secção do Furriel Carvalho, do lado oeste, junto a um dos abrigos) e dois 10,7.
"A oeste, há um campo de futebol, uma pista de aterragem de aeronaves e um heliporto. Ao longo do perímetro do aquartelamento, há arame farpado, postos de iluminação, postos de sentinela, abrigos e valas, todos devidamente assinalados. As palhotas da tabanca situam-se dentro do perímetro do aquartelamento. O trilho que corre a norte da pista de aviação era o trilho da água, o que significava que as NT e a população precisavam de sair do perímetro defensivo para se abastecer do precioso líquido.
"A estrada que atravessava o aquartelamento e a tabanca, no sentido norte/sul era a que seguia para Mejo e Bedanda (a noroeste) e ligava a sul à estrada de Mampatá - Gadamael - Cacine, ao longo da fronteira.
"O Pepito e o Nuno Rubim (...) saberão melhor do que eu interpretar e completar estas informações" (...).
(2) Vd. posts de
18 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1293: Guileje: do chimpanzé-bébé aos abrigos à prova do 122 mm (Amaro Munhoz Samúdio, CCAÇ 3477)
10 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1162: Guileje: CCAÇ 3477, os Gringos Açorianos (Amaro Munhoz Samúdio)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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