segunda-feira, 26 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6788: Patronos e Padroeiros (José Martins) (13): Avós - Santa Ana e S. Joaquim

1. Mensagem de José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 24 de Julho de 2010:

Caros Camaradas
Como se aproxima o «Dia dos Avós» que se comemora em 26 de Julho - segunda-feira - , nos quais a maioria de nós se inclui ou espera a hora de entrar neste clube, envio mais um texto sobre Patronos e Protectores,

Fraterno abraço
José Martins


PATRONOS E PADROEIROS XIII

DEDICADO ESPECIALMENTE AOS AVÓS DO NOSSO BLOGUE

São Joaquim e Santa Ana com Nossa Senhora, imagens da Colecção de Maria Manuela Martins
© Foto de José Martins

Santa Ana e São Joaquim, não sendo Padroeiros ou Patronos Militares, não deixam de estar ligados a um sector, com algum peso, nas Forças Armadas e, especialmente nos Antigos Combatentes.

Santa Ana, que pertencia à família do Sacerdote Aarão e, São Joaquim, homem rico da família do Rei David, sendo familiar próximo de São José, havendo teorias que seriam mesmos irmãos, eram casados, mas não tinham filhos.

Alguns factos chegam ao nosso conhecimento pelo chamado “Livro de Tiago”, atribuído Tiago Menor, filho de Zebedeu, e escrito cerca do ano de 150, tendo sido publicado nos finais do século XVI, sob a designação de “Proto-Evangelho de Tiago”.

À época, era norma os casais terem vários filhos, já que a ausência destes era considerada na cultura judaica, como um castigo de Deus. Além da tristeza que esta situação provocava em Joaquim, o Sacerdote Ruben censurou-o por não ter filhos, mas a mulher era estéril. Homem pio e crente, retirou-se para o deserto, a fim de meditar, rezar e fazer penitência, durante quarenta dias e quarenta noites. Foi nessa altura que Ana recebeu a visita de um Anjo, que lhe disse: "Conceberás e darás à luz, e de tua prole se falará em todo o mundo." Era o prémio para a resignação com que haviam sofrido a esterilidade da Ana. Em Jerusalém, localidade em que residiam, a 8 de Setembro do ano 20 a.C., nasceu uma filha ao casal a quem puseram o nome de Miriam, que significa “Senhora da Luz” (em hebraico) ou Maria (em latim).

Já que Maria tinha sido dedicada pelos pais a Deus, aos três anos de idade Maria foi para a escola do Templo de Jerusalém, onde ficou até aos doze anos. Foi nesta altura que São Joaquim morreu, contando cerca de oitenta anos.

A devoção a Santa Ana e a São Joaquim já é muito antiga no Oriente e, quando as relíquias de Santa Ana foram trasladadas da Terra Santa para Constantinopla, cerca do ano de 710, o seu culto foi desenvolvido no ocidente. O Papa Urbano IV oficializou, em 1378, o culto a Santa Ana, tendo sido fixada a data da sua festa, pelo Papa Gregório XIII, a 26 de Julho.

O culto de São Joaquim que vinha, desde os primeiros tempos da era cristã, estendeu-se ao ocidente no século XV. A sua festa litúrgica era comemorada a 20 de Março, associando a data à festa de São José, a 19 desse mês, vindo a ser transferida para o dia 16 de Agosto, associando, assim, a sua festa à celebração da Ascensão de Nossa Senhora, sua filha. O Papa Leão XIII, de seu nome de baptismo Goiacchino (Joaquim na versão italiana), estendeu a sua festividade a toda a Igreja.

O Papa Paulo VI associou as festividades de Santa Ana e de São Joaquim num único dia, a 26 de Julho, passando a comemorar-se, nesta data, o dia dos avós. Por serem os pais de Maria e avós de Jesus, Santa Ana e São Joaquim são os santos protectores dos avós, entre os quais se encontra a maioria dos antigos combatentes.

24 de Julho de 2010
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 5 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6674: O Nosso Livro de Visitas (91): Hélio Matias, ex-Alf Mil Cav, comandante do Pel Rec Daimler 805 (Nova Lamego, 1964/66), que conheceu o Triângulo do Boé (José Martins)

Vd. último poste da série de 29 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6657: Patronos e Padroeiros (José Martins) (12): Escola de Sargentos do Exército - Nossa Senhora do Mundo

3 comentários:

José Marcelino Martins disse...

Não sendo de bom tom comentar os próprios postes, abro a excepção para transcrever um quadro que o meu neto me ofereceu,há já alguns anos, cuja última frase me sensibilizou, por praticamente resumir a nossa vida de combatentes:

QUERIDO AVÔ

Por tudo o que pagaste, sem deveres.
Por tudo o que sofreste, sem dizeres.
Por tudo o que ensinaste, sem querer.
Por tudo o que viveste, sem viveres.
POR TUDO O QUE LUTASTE, SEM VENCERES.

Obrigado avô que bem mereces.

Anónimo disse...

José Martins,

Obrigado!

Para além do problema da religião que ergueu o mundo ocidental, é fonte de Cultura.

É verdade estamos de parabéns, e o meu faz amanhã nove anos.

É o unico, e andámos diariamente três meses a caminho da Alfredo da Costa.
Mulher valente a minha filha, mas neto é neto.

Que lindo poema! Bem podes orgulharte do neto, como ele te conhece tão bem.

Um abraço para os avós de tão sensivel neto.

Já agora para todos os avós da Nossa Bela Tabanca, um abraço de
parabéns também!

Mário Fitas

José Marcelino Martins disse...

O seu a seu dono!
O poema não é do meu neto, que na altura que mo ofereceu, ainda não tinha 10 anos.
No entanto teve a sensibilidade de pedir à mãe para comprar o quadro e, de imediato, deslocar-se a minha casa para mo oferecer.

José Martins